Lembranças do CBGB paulistano
04/03/13 07:05Hoje, às 19h30, estreia no canal Bis o documentário “Napalm: O som da cidade industrial”, dirigido pelo jornalista Ricardo Alexandre, ex-editor da “Bizz” e autor dos livros “Dias de luta” e “Nem vem que não tem: A vida e o veneno de Wilson Simonal”.
O Napalm foi uma das casas noturnas mais importantes da cena alternativa paulistana dos anos 80. Durou apenas cinco meses – de julho a novembro de 1983 – mas ajudou a revelar bandas como Ira!, Ratos de Porão, Ultraje a Rigor, Inocentes, Mercenárias, Voluntários da Pátria, Azul 29, Titãs, Capital Inicial, Plebe Rude e muitas outras. Foi a Meca do pós-punk paulistano.
Localizada no Centro, próximo ao Minhocão, o Napalm foi inaugurado por Ricardo Lobo. Figuras que se tornariam conhecidas da cena alternativa da cidade, como João Gordo, Clemente, Nasi, a promoter Fernanda Villa-Lobos e o jornalista Alex Antunes, trabalharam lá ou frequentaram o local.
As entrevistas são divertidas e reveladoras. Dado Villa-Lobos conta como a Legião Urbana foi mal recebida pelos punks que frequentavam o Napalm, aos gritos de “Toca mais forte, filho de general!”; Clemente e João Gordo lembram as brigas históricas entre punks e os “metaleiros da Villaboim”.
O grande trunfo do filme são as cenas de arquivo. O dono do Napalm, Ricardo Lobo, teve o cuidado de filmar quase todas as bandas que se apresentavam na casa e de guardar esse material por 30 anos.
Assim, é possível ver cenas raras, como Edgard Scandurra tocando “Inútil” com o Ultraje a Rigor, e trechos de shows de Ira! (ainda com Charles Gavin na bateria), Voluntários da Pátria, Titãs, Capital Inicial, Mercenárias, UTI, Azul 29, Coke Luxe e Inocentes, entre outros. Um registro imperdível de uma época importante do rock brasileiro.
Acho ótimo que canais invistam em documentários sobre arte brasileira. Todos sabemos que o Brasil se preocupa pouco com seu passado e tem um histórico de desprezo pela memória. Casos como o de Ricardo Lobo, que teve a visão de guardar a história do Napalm, são raros. Sorte dele – e nossa – que o filme de Ricardo Alexandre vai mostrar essa história na TV.
Outro fator interessante do filme é perceber como as casas de shows, mesmo pequenas, são os verdadeiros centros de cenas musicais. Não existe cena musical sem lugar para tocar ou trocar experiências. Tomara que venham outros filmes sobre outros locais importantes do rock brasileiro.
Quem se habilita a fazer um sobre o Caverna, templo do metal carioca?
Reprises: quarta, 6/3 às 16h30, quinta 7/3 às 9h, sexta 9/3 às 19h30, sábado 10/3 às 3h30, domingo 11/3 às 15h30.
E off-topic: Parabéns, André Barcisnki, pelo seu livro absolutamente fantástico, Maldito, Biografia de Zé do Caixão. Adorei!!!!!!!
Valeu. Aliás, hoje Mojica faz 77 anos!
Os horários certos são esses, segundo o site do canal Bis.
Horários de exibição:
Terça 05/03 08h30
Quarta 06/03 16h30
Quinta 07/03 09h
Sábado 09/03 19h30
Domingo 10/03 03h30
Segunda
11/03 14h
Falando em Hangar 110, nesse domingo dia 10 ,tem ROTTING CHRIST as 19:00.
Também perdi, porque tinha compromisso no dia 04.03. Tem as reprises. É so ver no http://www.hagah.com.br, ou no próprio site do Bis. Sensacional ver essas histórias maravilhosas do Rock brasileiro. Um resgate fundamental!
Perdi os primeiros 15 minutos mas foi ótimo. Valeu a dica.
Muito legal, só é uma pena que esse pessoal parou no tempo e a música no Brasil foi dominada pelos coloridinhos…
Excelente documentário!
Obrigado Barcinski!!!!