“Sofapalooza”: a glória do Queens e o mico do Pearl Jam
31/03/13 23:18Como já havia antecipado aqui, acompanhei o Lollapalooza da “Pista Premium” aqui de casa, mais conhecida por “sofá”. Desisti de festival grande há uns quatro ou cinco anos, e o prego no caixão foi aquele show do Radiohead no estábulo.
Tenho de dizer que o Sofapalooza foi muito bom: as atrações eram muito melhores que as do ano passado, e me diverti pacas.
Quer dizer, me diverti até a noite de domingo, quando o Multishow anunciou que o Pearl Jam não havia autorizado a transmissão de seu show.
Sinceramente, essa história está muito mal explicada. Acho que banda e emissora deveriam se pronunciar oficialmente sobre o assunto.
O Multishow passou semanas divulgando que transmitiria o show do Pearl Jam. Ora, se havia risco de a banda não aceitar, isso deveria ter sido avisado antecipadamente.
Imagine a situação de um fã do Pearl Jam que não tem os 300 ou 400 reais para ir ao Lollapalooza e que confiou na publicidade do Multishow?
Bem que Eddie Vedder, sempre tão rebelde e iconoclasta, poderia pensar um pouco mais nos fãs. Afinal, o ingresso era caríssimo, a banda certamente ganhou uma fortuna para tocar, e muita gente gostaria de ver o show pela TV. Achei uma falta de consideração do grupo com seus fãs.
Essa presepada pegou muito mal, especialmente para uma banda que diz prezar sua independência e que chegou a acusar a Ticketmaster, gigante do ramo de venda de ingressos para shows nos Estados Unidos, de inflacionar preços de ingressos. Muito feio. No mínimo, a banda deveria ter divulgado sua versão dos fatos.
O que funcionou:
Queens of the Stone Age – Tinha visto 45 minutos do show, que estava sensacional (curti ver o novo baterista, Jon Theodore, ex-Mars Volta e Royal Trux), quando a Ampla, nossa valorosa prestadora de serviços de iluminação, conhecida aqui na região pelo carinhoso apelido de “Trevas”, desligou a luz do bairro todo durante os últimos 30 minutos do show da banda. Detalhe: estávamos com luz em meia-fase desde 8 da manhã, e o SAC da Ampla havia prometido uma solução até meio-dia. A luz só voltou às 8 da noite, quando o Perfect Circle assassinava “Imagine”, de John Lennon. Verei o QOTSA inteiro na reprise.
Flaming Lips – Todo festival que se preza deve misturar bandas “de festival”- aquelas que tocam hits, que fazem de tudo para agradar ao público e levantar a galera – e artistas mais ousados e experimentais, que não têm medo de arriscar e de mostrar músicas desconhecidas.
O Flaming Lips havia tocado no Brasil em 2005, e aquele show agradou por dois motivos: porque a banda fez covers de Black Sabbath e Queen e porque Wayne Coyne entrou numa bolha de plástico e se jogou na galera. Mas a verdade é que a banda é pouco conhecida no Brasil.
Assim, quando uma banda que não tem hits resolve tocar músicas lentas e “estranhas” de um disco que ainda não saiu, acho óbvio que o resultado não seria dos mais agradáveis para a maior parte do público.
Foi o show “ame ou odeie” do festival. Quem conhece e gosta da banda estava louco para ouvir as músicas novas. Achei todas lindas e não posso esperar pelo disco. Mas acho que o grupo poderia ter sido escalado num palco menor, talvez simultaneamente a alguma grande atração mais pop. Ajudaria muito.
Lembrando que a banda, há pelo menos quatro anos, entrou numa fase de experimentações sonoras bem mais melancólicas e lentas do que os hinos alegres e festivos da época dos discos “Soft Bulletin” e “At War With the Mystics”. Quem fica parado é poste.
Tomahawk – Muita gente talentosa junta: Mike Patton, o baterista John Stainer (Helmet, Battles), o guitarrista Duane Denison (Jesus Lizard) e o baixista Trevor Dunn (Mr. Bungle, Melvins Lite). Barulheira sensacional. Mais um ótimo projeto de Patton, o Robin Hood do som alternativo, que rouba dinheiro dos grandes festivais com o Faith no More e usa a grana para alavancar sua gravadora, a Ipecac, e seus vários projetos paralelos. Grande sujeito.
Black Keys – O show foi bom, o público adorou, mas eu realmente não consigo entender tanta devoção ao Black Keys. Acho uma banda competente de blues/rock, mas sem nenhum atrativo especial. O White Stripes fez o mesmo, antes e melhor. Mas é fato que o Dan Auerbach tem ótimas influências, e só por ter produzido o último discaço do Dr. John, merece respeito demais.
Alabama Shakes – Tenho um certo preconceito com cantoras que parecem estar morrendo quando cantam. Nunca consegui gostar de Janis Joplin ou de nenhuma de suas imitadoras. Mas não dá para negar que a tal da Britanny Howard tem uma voz privilegiada. A banda faz um country rock de bar, divertido e totalmente genérico. Mas o show foi muito bom e o público adorou.
Kaiser Chiefs e The Hives – Duas bandas cheias de hits, que fazem rock adolescente com muita energia e que fizeram shows empolgantes. Não vão mudar o mundo, mas sabem disso.
Planet Hemp – Confesso que não é a minha praia, mas são excelentes no que fazem e que mostraram um ótimo show. Muito legal ver uma banda brasileira no topo da programação de um festival e que o público respondeu tão bem.
O que não funcionou
The Killers – Não dá. O Killers joga no time de Snow Patrol e Coldplay, todos filhotes do U2. É pop de arena ultraproduzido. Bem feito e tal, mas tão limpinho e politicamente correto que dá vontade de subir no palco e despentear o gel na cabeça do tal Brandon Flowers.
Two Door Cinema Club – Todo festival tem seu representante indie-hipster-dance: bandas com o groove de uma orquestra de gaita de foles. Duvido que alguém consiga diferenciar TDCC de Friendly Fires, Bombay Biclycle Club, We Are Scientists, ou de qualquer outras dessas bandas de branquelos universitários que sonham em ser o Chic.
Deadmau5 – Se eu tivesse 17 anos e estivesse cercado de meninas pulando enlouquecidamente, teria adorado o Deadmau5. Mas ver show de música eletrônica pela TV, tirando espetáculos audiovisuais como Chemical Brothers e Daft Punk, é muito chato.
Som da transmissão da TV – Que mixagem ruim, não? Acho que o pior show foi do Killers, em que só se ouvia a voz do Brandon Flowers.
Jornalismo do Multishow – Impressionante como a produção consegue ferrar a vida dos repórteres. Por que deixar Didi Wagner, que conhece as bandas e tem experiência de entrevistá-las, jogada no fundo do palco, onde a maioria dos grupos se recusa a dar entrevistas antes do show? Por que não gravar entrevistas com os grupos antes e exibir trechos do papo? Ou fazer pequenos clipes sobre a história dos grupos? Foi triste ver a Didi se limitando a mostrar por onde Brandon Flowers iria passar.
Os comentaristas, Guilherme Guedes e Rodrigo Pinto, não parecem ter se preparado muito bem para o evento. Pinto disse que o Queens of the Stone Age não tocava no Brasil desde o Rock in Rio, em 2001 (o grupo tocou em 2010) e cometeu a heresia de dizer que “Jimmy Page e Eric Clapton devem ter ‘inveja branca’ de Dan Auerbach (do Black Keys)”. Tenho certeza que o próprio Auerbach ficaria envergonhado se ouvisse.
Você resumiu bem André. A presepada Multishow x Pearl Jam precisa ser explicada E, principalmente em relação ao jornalismo da Multishow, eu assino embaixo em tudo o que você escreveu.
Sem falar no prec’o dos ingressos. Falta de respeito por parte dos organizadores. Moro na Inglaterra e consigo ir a varios show e festivais, gra’cas ao pre’co acessivel do mesmo. X
“Desisti de festival grande há uns quatro ou cinco anos, e o prego no caixão foi aquele show do Radiohead no estábulo”. Exatamente o meu caso!
Quanto a não transmissão do Pearl Jam, vou ficar em cima do muro, pois não sei o que foi acordado (se é que havia um acordo). Agora, sempre que a Globo está envolvida em algum caso obscuro, minha tendência é achar que a culpa é dela mesmo. No próprio festival citado – o Just a Fezes, em que tocou o Radiohead – o Multishow anunciou, durante meses, a transmissão na íntegra e ao vivo do espetáculo. Pois bem, eles passaram cerca de uma hora de show (o Radiohead tocou por mais de duas) e cortaram a transmissão do nada, sem dar qualquer satisfação aos telespectadores. SEMANAS depois, quando vários fãs já tinham protestado na Internet, a Globo soltou uma notinha meio às escondidas, dizendo que o acordo com a banda permitia a veiculação de apenas 70 minutos de show. Estava na cara que era mentira, mas tudo ficou por isso mesmo.
Achei o Alabama Shakes bem legal!!! Já tinha ouvido o disco de estréia… e achei muito legal.
Lendo alguns tweets seu no FDS, reparei que você repetiu algumas vezes que “banda x deveria tocar num lugar menor, não no Main Stage”… Mas como seria um festival só com grandes atrações nos palcos principais??? eu acho meio impossível, não elevaria demais o preço do ingresso, que já é caro??
Concordo que a atuação dos comentaristas não foi grande coisa, mas achei muito melhor que a atuaçao dos comentaristas do Rock in Rio (também transmitido pelo Multishow). Aqueles cometários foram sofríveis. Se compararmos os dois, Lolapalooza ganha de lavada.
Como não consegui ingresso me escondi no sítio no sul de MG. 3G não ajudou pra ver algum trecho. E ainda bem que deixei pra voltar pra Sampa após o jogo (pode ajoelhar, rezar e espernear Rogério Ceni. O freguês do Corinthians voltou) porque se eu me matasse pra voltar antes por causa dessa transmissão ” coito interrompido” do PJ ia cometer uma atrocidade pra com o responsável. E falando em PJ só pra constar eu fui no show de 2005. No caso o de sábado (depois de ter visto esse não me improto em perder qualquer outro da banda) que a Band transmitiu sim, mas não ao vivo como citaram em alguns posts anteriores. A emissora gravou o show (parte dele no caso, já que excluiram 3 ou 4 músicas) e transmitiram no dia de Natal do mesmo ano. Na fissura pra ver a reprise do QOTSA, Alabama Shakes e Black Keys.
E Barça, insisto na pergunta de outros tópicos…existe a possibilidade do Garagem voltar a ser transmitido na rádio? (no caso na 89 ou em outra sei lá?) Você teve algum problema com o Maia e o Tatola, após a saida do programa da programação da finada Brasil 2000, que inviabilizam uma futura “volta”? Desculpe insistir na pergunta mas no meio de tantos posts não sei se passou batido ou se você não se interessa pelo assunto. Abraço.
E eu fui nesse festival que o Radiohead tocou. Visão do inferno mesmo. Imagina que pra ir no estádio do Morumbi já é osso. Essa Chácara do Jockey é bem pra lá do estádio. Quase Itapecirica da Serra. Mais um pouco tu chega no litoral paulista. E o local é onde os cavalos do jóquei ficam alojados HAHA Mas não me importei em ver o Iggy & Stooges e a Sonic Youth no mesmo local em 2005. Morreria feliz naquele lamaçal.
concordo com relação ao show do criolo. a “grande midia” (multishow, mtv, folha, etc…) ficando rasgando seda pro cara. a música subirustiuzim até que é boa e tal mas o resto do repertorio da mesmo é sono.
André, no final do show do Killers, a Didi se limitou a dizer que o show foi “energizante” e que “o vocalista, além de bom, é bonito”. Na boa…no fundo do palco, na frente ou em Marte, ela não faria a menor diferença, só tava ali enchendo linguiça. Mas concordo que o Multishow tem uma preguiça irritante nas transmissões. Tive lá e curti o Kaiser Chiefs e o The Hives…Foals mandou bem também.
Concordo totalmente Barcinski!
Queens Of the Stone Age fizeram o melhor show do festival, seguido por Planet Hemp, Black Keys e The Hives, na minha opinão. Alabama Shakes foi a melhor surpresa.
Achei Pearl Jam um sonífero. Mas nem sou muito fã deles.
Quanto o festival foi bom, melhor mesmo que o do ano passado. E a organização também tava melhor.
André, acho que faltou mencionar na seção “Não Funcionou” a transmissão do show do Flaming Lips, que foi esquartejado sem nenhuma explicação. Pra que? Pra mostrar o Marky fazendo aquela bobagem? Chato? Difícil? O tal do Perfect Circle foi tããããão bom, né? O puscifer foi vibrante, é?
É desrespeito, anunciou então tem que mostrar inteiro! Senão ficamos à mercê do gosto de um diretor ou alguém do canal, sei lá. Quão confortável as pessoas ficam com essa idéia? Acho terrível. Isso é comparável à censura. RIDICULO
Concordo com vc.
Perfect Circle é chato pra c*.
Mas o pior do Perfect Circle (completando) foi o jornalista tentar ‘vendê-los’, durante a apresentação da banda, com a frase “os caras fazem um som pesado!”. Não achei nada pesado, achei modorrento; e, convenhamos, som pesado, Perfect Circle, logo após o show do QOTSA?
Achei a versão de ‘Imagine’ ainda pior do que o erro grosseiro do jornalista. Foi depois dela que, revoltado, resolvi mudar de canal.
Pessoal,
A respeito da polêmica do show do PJ, se a GeoEventos já sabia da decisão da banda ou não, colo abaixo um texto institucional retirado do site da produtora. “A GEO é a plataforma de eventos ao vivo das Organizações Globo. Temos o DNA de um dos maiores grupos de comunicação do mundo, conhecemos o povo brasileiro como ninguém e trabalhamos com um padrão de qualidade que você já conhece.” Em suma, a produtora e a Globosat são fruto da mesma cria
Cara, leio todos os dias seu blog. Curto muito até os posts com os quais não concordo. Fico inclusive aliviado de ver que você está de volta (sobretudo por conta dos motivos – que bom que tudo se resolveu !).
Mas geralmente “pulo” quando o assunto é música – gosto é gosto.
Hoje, porém, não pulei, já que adoro ler sobre os eventos que “não vi e não gostei”
Só que dei de cara com “Nunca consegui gostar de Janis Joplin”.
Nunca mais pulo os posts sobre música.
As suas “críticas musicais” tomaram lugar das do Alvaro Pereira Junior (e da geração Bizz em geral) como as que mais gosto de detestar.
Escrever “pacas” para descrever o quanto se divertiu entrega muito a idade. Sofá pro Barcinski!
Ah, entendi, Julia. Quer dizer que qualquer um pode agora dizer que a opinião de outra pessoa não é válida porque ela é “muito jovem” ou “muito velha”?
Em que parte eu escrevi isso? Sua leitura esta equivocada. Esta equivocada “pacas”. Quem sabe agora você entenda…
Bom, se alguém é “velho” e “merece o sofá”, o que podemos dizer de alguém que é jovem? Que merece o berço?
que discussão supimpa !
André, seu velho caquético. Você tem mais é que assistir e comentar o especial do André Rieu que passou depois do Fantástico.
Pelo menos meu xará autorizou a transmissão!
Confirmar que foi preconceituosa e parecer ser babaca ou fugir pela tangente e comprovar o fato de assim ser? Situação difícil em que a Júlia se colocou, né?
Pelo que entendi, ela não invalidou sua opinião. Apenas disse que seu post entrega sua idade.
Se vc tiver o mínimo de inteligência consegue perceber o tom preconceituoso do comentário da Julia.
mensagem para a Júlia preconceituosa: qual o problema de entregar a idade? quer dizer que pessoas de “mais idade” não tem direito a opinar? perdeu uma grande oportunidade de ficar calada. o preconceito é horrível!
Gente, relaxa, a Júlia só fez uma piada!
Ufa! Achei que só eu tinha entendido a piada! Poxa Barça, aprenda a rir de si mesmo foi só uma brincadeira! Certo Júlia?
Obrigada, gente que entendeu! Eu estava rindo do termo “pacas”. Simples assim, sem segundas intenções, sem insinuações. A leitura equivocada e além disso fica a cargo de vocês, caçadores de pêlo em ovo. Sofá pra quem não tem senso de humor!
Como assim, “sem insinuações”? Que decepção, achei o comentário engraçado…
Sindrome da meia idade. Daqui a pouco o Barcinski compra um carro conversível vermelho. Relaxa aí Barcinski, ela tava de brincadeira. Se ela está lendo as groselhas que você escreve, ela gosta de você. Falo isso por mim mesmo.
Mas quem disse que fiquei ofendido? Sou xingado de tanta coisa aqui, ser chamado de “velho” é elogio…
E o Barça tem todo direito de não gostar da piada e retrucar, certo?
Bando de “hipster que dá a resposta politicamente” do cacete!
Vou enviar pela segunda vez, e agora espero ver publicado pelo jornalista que pediu taaaanto clareza do multishow e do pearl jam no Twitter :
Your comment is awaiting moderation.
Júlia comentou em 01/04/13 at 16:02
Obrigada, gente que entendeu! Eu estava rindo do termo “pacas”. Simples assim, sem segundas intenções, sem insinuações. A leitura equivocada e além disso fica a cargo de vocês, caçadores de pêlo em ovo. Sofá pra quem não tem senso de humor!
Julia, quem está procurando pelo em ovo é vc. Seu comentário já havia sido publicado e respondido por mim.
Ih, acho que a Julia está precisando pacas usar aqueles óculos de leitura que os velhinhos usam.
Ahahaha coitada da Júlia. ô gente chata do kct.
Iconoclasta é como aquele cara que compra uma mercedes e arranca a estrelinha do capô. Mas ele continua andando na mercedes.
Sabe o que falta pras bandas de hoje? Testosterona! Até pras bandas de meninas 🙂 Gostei bem mais da Republica, nacional, que tocou um metal bem tocado…
Achei engraçado o amadorismo do Cake no palco… o cara só tinha um violão, que desafinou e ele nao conseguiu resolver, pediu licensa, depois pediu desculpas, aí ficou sem saber que musica tocar. Disseram que a banda não faz repertório. Aí ficou um show sem planejamento mais parecendo cantor de barzinho.
No meio dos comentários sobre todas essas bandas apenas medianas, um me chamou a atenção: aquele em que você diz não gostar da Janis Joplin, um monstro sagrado da história do rock (apesar de alguns não considerá-la propriamente uma cantora de rock). O Robert Plant, então, com aqueles tremeliques dele, você deve detestar… É interessante que com a idade vamos adquirindo uma certa independência iconoclasta, emitimos opiniões sem muito “medo”. Lembrei do Cony, que costuma citar um conhecido dele (não me lembro o nome): “quando tinha 20 anos eu adorava Beethoven; aos 40 prefiria J. S. Bach, Beethoven já me parecia barulhento; aos 60 eu gosto mesmo é de Puccini.”
Eu não gostar não quer dizer que não a admire e não reconheça sua importância histórica.
André, não é de hoje que o Pearl Jam restringe a transmissão de seus shows, e consigo enxergar vários motivos pra isso, como os ja citados: mixagem ruim e péssimos comentários dos despreparados apresentadores (essa do Page ter inveja do black keys, por exemplo…)
confesso que me decepcionei, pois esperava ver o show pela TV, mas depois concordei com a banda de que isso com certeza só faz preservar a imagem do Pearl Jam.
Ah, e todos sabemos que em muito breve a banda disponibiliza os bootlegs dos shows, pra pelo menos matar um pouco da vontade
Quando li o título do post, pensei: “Vai elogiar Flaming Lips e malhar The Killers”. Não que previsibilidade seja ruim. Se eu quisesse ter surpresas, iria ler outro blog.
Não sou fã do The Killers. Mas show cheio de hits, com quase todo o público ainda lá, dançando e pulando, e saindo com a sensação de ter se divertido bastante – se issão “não funcionou”, não sei mais o que funciona. No sofá, concordo que pode não ter funcionado mesmo, porque também acho a banda bem chatinha.
Two Door foi bem legal. Achei que não iam dar conta de show de arena, com o sol na cara. Mas levantou todo mundo. E não acho que todo mundo que estava lá conhecia tão bem a banda.
Por fim, a (não) transmissão do show do Pearl Jam foi mesmo um mico e um desrespeito com os fãs que estavam aguardando.
O mix do audio para tv estava uma porcaria, só este fato justifica a banda não autorizar a exibição do show pela tv
Assisti poucos shows. Gostei do Of Monsters And Men, The Killers e The Hives.
Achei o Puscifer o pior show (apesar de quem em disco é até legal) e Flaming Lips chato. Minha esposa gostou do Alabama Shakes e Hot Chip. No geral a transmissão do Multishow foi uma merda.
A minha relação com Festivais atualmente é o que fiz ano passado para ver o Suede no Planeta Terra: cheguei de manhã em SP, passeei, cheguei no Jockey meia-hora antes do show, assisti, fiquei mais meia-hora e voltei para a minha cidade.
Ótima análise, divertida como a do ano passado!
Barça, agora eu fiquei bastante curioso. Você poderia dizer o que aconteceu no/com o show do Radiohead pra você ter desistido dos festivais?
Abraço e ótima semana!
Vc foi ao show? Levei 2 horas pra chegar e 3 pra sair de lá. Não havia estacionamento e os banheiros pareciam um chiqueiro.
Não fui, não. Não sou grande fã de festivais também e preferia ver show do Radiohead em lugar menor…
E que perrengue!
Barcinski, você teve este problema em qual show? Do Rio ou de São Paulo? Fui no Rio, de metrô, e foi bem trânquilo.
Do Radiohead? Foi em SP.
É aquela história. Fui ao show de São Paulo (22/03/09), estacionei no Pequeninos do Jockey e não tive os problemas de quem parou o carro num lugar que estava escrito “Estacionamento Oficial” em cima de um morro escuro…
Mas a culpa de todos esses imprevistos no show do Radiohead foi dos fão do Losermanos hehehe, eles ficavam chorando e se abraçando atrapalhando o fluxo.
kkkkkkkkk
Além das razões apontadas no post anterior, sobre o público menor que o esperado, as atrações principais já começam a se repetir. Sintomático terem colocado Planet Hemp quase fechando. Os mais novos, como Black Keys, não são grandes o suficiente. Pearl Jam, QOTSA, Franz Ferdinand vem com relativa frequência. Ainda gosto de festival, mesmo com todos os micos envolvidos. Mas esse nem me passou pela cabeça encarar. Killers como headliner, sai fora.
Queens Of The Stone Age foi sensacional. Também, um show que começa com “Lost Art Of Keeping A Secret”, termina com “A Song For The Dead” e ainda tem no meio “No One Knows”, “Go With The Flow” e “Better Living Through Chemistry” não tem com ser ruim. Valeu a pena ter perdido o Alabama Shakes.
Pro Black Keys superar era impossível, mas eles também fizeram um show muito bom, embora o som da guitarra (ao menos nas primeiras músicas) estivesse um tanto sem “punch”, e o público desconhecesse totalmente as canções dos primeiros discos.
O Two Door Cinema Club não é uma banda que faz muito a minha cabeça, assim como todas as outras que você citou, mas o show até que foi divertido, apesar de eu ter me arrependido profundamente de não ter arriscado assistir o Tomahawk. O mesmo vale pro Toro Y Moy, que tocou antes deles.
Dos que eu vi pela TV, o Planet Hemp realmente fez um baita show, o Of Monster And Men foi meia-boca (mais uma dessas bandas “indies” completamente genéricas), e o Flaming Lips nem foi ruim, mas festival não é lugar pra tocar várias músicas de um disco que ainda não saiu.
Já Killers, Kaiser Chiefs e A Perfect Circle nem cogitei assistir (seja lá ou em casa), e o tal do Deadmau5 foi o “mico’ do festival mesmo.
Consegui assistir o show do F. Lips no site http://multishow.globo.com/Lollapalooza-2013/Videos/
porém não está disponibilizado o vídeo do show do QOTSA, será que eles também não autorizaram? ou apenas o MultiShow não quis colocar o vídeo no site?
Devo ser um mané ou um fora de moda total, pois os shows que mais curti foram Flaming Lips, A Perfect Circle, Puscifer e Vanguart. As pessoas só querem sons alegrinhos, dançantes, que viabilizam uma supérflua felicidade industrializada e efêmera, e desprezam a melancolia criativa e as construções melódicas climáticas. Achei Black Keys, Killers, QOTSA e Pearl Jam (mesmo sem ver) o cúmulo do tédio e da chatice.
Para mim o melhor foi mesmo o “A Perfect Circle”. Tomara que influencie uma vinda do Tool.
saímos da casa da mina sogra mais cedo, pra minha esposa assistir o pearl jam na multishow, qdo a msm me pede p/ ver no site que hrs eles iriam, e a surpresa bufante! o rango, a bebida e o papo tava tão bom na casa da sogra!
foda-se o pearl jam …melhor evento de domingo anoite foi ver a Sabrina Sato de coelhinha !!!
ai sim…
Barça só uma correção, o Pinto falou que o Page e o Jack White ficaram com uma ponta de inveja e não o Clapton.
O que não diminui o comentário infeliz.
Alguns leitores citaram o Clapton. Tem certeza?
Acho que não, a parte da “inveja branca” foi remetida ao Page e ao White mesmo.
Isso pra mim nem foi o pior, o que me dava raiva mesmo era ouvir esse cara tentar soar “didático”, contando umas histórias inúteis que até um pulha que lê a Capricho está cansado de ouvir.
Por outro lado, quando você via as entrevistas com parte do público, percebia que ele estava bem em sintonia com eles. Acho que o problema sou eu mesmo.
o tal reporter se refereiu ao jack white mesmo, não ao clapton. e ate mesmo eu, que nao sou fã do white, achei ridicula a afirmaçao, principalmente por envolver o Jimmy Page.
agora, os entrevistados no publico também, só idiotice rolando.
também achava que o problema era eu, até ler seu comentário, Alisson.
O Multishow recebeu críticas no passado pela falta de informação sobre as bandas que os apresentadores mostravam em outros festivais que foram transmitidos ao vivo. Talvez por causa disso, nesse festival resolveu colocar uns caras lá que passavam tanta informação sobre as bandas que chegou a ficar cansativo. Precisam achar um meio termo.
O que o Pinto tem na cabeça é muito gozado, não acha?
Gente, eu eou o Tal Rodrigo. Eu citei apenas Page e White, de quem sou fã. E foi uma piada, que o Barcinski não entendeu. Falei de inveja branca. Foi um comentário feliz, pra despertar interesse e provocar fãs… Vcs têm que ter mais senso de humor…
Obrigado, Rodrigo, pode escrever aqui quando quiser. Abraço.