Tragédia do ônibus no Rio: a culpa é coletiva
04/04/13 08:34Quando li a notícia sobre o acidente com o ônibus da linha 328, que na tarde de terça-feira voou de um viaduto na saída na Ilha do Governador e caiu na Avenida Brasil, matando sete pessoas e ferindo várias outras, minha primeira reação foi: como um acidente desses demorou tanto a acontecer?
Durante cinco anos, peguei quase diariamente o ônibus da linha 328 (Castelo- Bananal). Eu morava na Ilha do Governador e estudava no centro do Rio. E qualquer um que anda naquela linha sabe que os perigos são muitos. A Avenida Brasil é uma terra de ninguém, em que ônibus, carros e caminhões disputam o asfalto com ferocidade.
Seria leviano culpar alguém nesse momento. Vai levar um tempo para a perícia descobrir os motivos do acidente. Mas desastres assim raramente são culpa de uma pessoa só. Na maioria das vezes, são resultado de um acúmulo de incompetências.
Como um ônibus que tinha 47 multas registradas e o licenciamento vencido desde 2011 estava rodando? A grade de proteção da ponte estava em perfeitas condições? A fiscalização de trânsito estava atenta para excessos de velocidades de veículos? O ônibus estava acima do limite de velocidade? Há quantas horas o motorista estava trabalhando? Houve uma briga entre um passageiro e o motorista? Tudo isso precisa ser esclarecido.
O acidente escancarou também uma verdade que não pode deixar de ser discutida: a velocidade absurda com que ônibus e táxis circulam pelo Rio de Janeiro.
Cansei de pedir a motoristas de táxi que diminuíssem a velocidade. Quem pega um táxi na Rodoviária Novo Rio, especialmente à noite, sabe a insanidade que é. Outro dia, praticamente tive de implorar a um motorista, que voava a 100 por hora dentro do Túnel Rebouças: “Por favor, meu amigo, quero chegar vivo em casa.”
E os ônibus no Aterro do Flamengo? Assim que entram na Praia de Botafogo e sabem que têm trânsito desimpedido até o MAM, os ônibus aceleram como se estivessem largando em Silverstone.
Claro que o problema não se limita ao Rio de Janeiro, mas acho que o trânsito caótico de São Paulo impede que os ônibus circulem em velocidades tão altas.
O que não quer dizer que usuários de transporte coletivo em São Paulo tenham vida tranqüila. Certa vez, peguei uma van subindo a Teodoro Sampaio, em Pinheiros. O motorista estava tão distraído, que avançou o sinal (ou farol, como dizem os paulistas) no cruzamento com a Doutor Arnaldo, um dos mais intensos da região. Os passageiros começaram a gritar, e por pouco a van não foi atingida por um ônibus.
O motorista parou a van em frente às barracas de flores no Cemitério do Araçá e teve uma crise de choro. Nunca vi nada igual. Soluçando, disse que estava trabalhando há não sei quantas horas e que estava dormindo de olho aberto. Saí na hora da van e peguei um metrô.
Pelo amor de Deus, o passageiro dá um chute na CABEÇA do motorista e ainda assim é defendido…Ainda que ele não tenha parado no ponto e revidado a discussão, levar um chute enquanto dirigo o ônibus é um absurdo…
Moro em SP e passei de carro pelo Rio num domingo em 2005 vindo de Angra e indo pra Saquarema, de férias. De cara vi a maneira como o carioca médio dirige: Av. Brasil e Túnel Rebouças eram terra de ninguém! Dentro do túnel, gente costurando a cerca de 100 km/h – NUM TÚNEL! Realmente, pela maneira como os cariocas dirigem (e ouvi relatos diversos que corroboram minha impressão), concordo com o Barcinki: demorou…
Aqui em SP o problema é outro: os motoboys, que lotearam o “corredor” entre as duas faixas da esquerda de QUALQUER avenida. Já quebraram um retrovisor meu por uma fechada que eu NÃO dei no motoqueiro que não chutou meu espelho!
EDUCAÇÃO. Não adianta, sem isso país nenhum vai pra frente. E não me refiro somente à qualidade do ensino, mas principalmente na convivência diária. A cidade e a rua são de TODOS, não só de um ou outro.
E quem faz as coisas da maneira correta ainda é chamado de otário…
Ninguém aqui falou que o estudante tá certo. Só não admito dizerem que a culpa é exclusivamente dele. O usuário de ônibus no Rio é esculachado todo o santo dia, agredido fisica e psicologicamente por esses trastes. Aí quando um representante da população revida, aí se esquece tudo o que os motoristas fazem?
Não disse isso – ou ao menos não ficou claro. Como o Barça falou, era uma tragédia anunciada, pela maneira que o cidadão se comporta no trânsito, em especial os motoristas de ônibus e táxis. Mas uma ação não justifica a outra. Os dois estão muito errados – mas a meu ver, a do estudante foi mais grave, pois colocou vidas em risco – vidas que se perderam.
Se fôssemos prender quem coloca vidas em risco, não ia ter motorista de ônibus no RJ.
Esse assassino que chuta uma pessoa enquanto ela ESTÁ DIRIGINDO UM VEÍCULO com outras pessoas dentro NÃO me representa.
Motoristas de ônibus do Rio não são pessoas, são máquinas de violência.
Beleza, Ultranol, já deu o recado. Umas 15 vezes. Abraço.
Bom, os outros aí também deram o recado de que o rapaz não devia ter chutado o motorista. Vai reclamar deles, também? Ou eles podem me responder mas eu não posso respondê-los?
Chega. O blog é para vc participar, não é só seu.
Entendi o recado. Não posso ser ativo nos comentários, o botão “responder” existe mas não é pra ser usado. Boa sorte aí com o seu blog, não voltarei mais.
Deixa de fazer drama. Ser “ativo” nos comentários não quer dizer escrever 15 vezes a mesma coisa.
André,
a culpa neste caso É MESMO DO PASSAGEIRO, jogando a infelicidade dele em cima de um motorista de ônibus, que JÁ ESTÁ TRABALHANDO. admito que pode tb ser parcialmente do motorista, que não se manteve calmo ou que não tenha se calado como deveria ser. porém, o motorista, não o eximindo de culpa, é um funcionário que está em constante estado de estresse, mal pago, cheio de dívidas, patrão que o maltrata como um ser abjeto (muitos, km se viu, não têm sequer plano de saúde e cesta básica).
viajei por mais de 10 anos em ônibus da Expresso Pégaso, subindo e descendo a Serra da Grota Funda, e vi como passageiros na maioria são irracionais com um sujeito. vi passageiros ameaçando motorista de morte, cobradora sendo chamada de vagabunda só pq não tinha troco. é claro que há a reciprocidade nos xingamentos mas é dificil se manter calmo na última viagem de um dia de trabalho sob estresse constante. PASSAGEIROS NA MAIORIA TRATAM MAL AQUELE FUNCIONÁRIO que está ao volante e com responsabilidade tamanha.
meu medo, pavor até, durante o período em que viajei pela Pégaso Barra x Santa Cruz x Barra, era de que, desesperado e estressado, o motorista jogasse o ônibus – LOTADÍSSIMO – pela Serra abaixo. xingar a mãe dele era o mínimo que faziam.
hoje, com o BRT, tb vejo passageiros xingando motorista. uns consideram animais passageiros assim – discordo pq o animal é irracional e age para se defender – outros os consideram índios – pior ainda por motivos óbvios. passageiros assim, como esse tal da linha 328, são criaturas infelizes, mal amados, que há muito não devem ouvir um “eu te amo” ou não recebem um abraço afetuoso há tempos, que precisam descontar no outro sua insatisfação pessoal.
não estamos falando de ônibus em más condições de trafegar, estamos falando de RELACIONAMENTO SOCIAL ambos têm culpa e não a coletividade.
gozado… em quase uma década morando no Rio testemunhei basicamente agressões vindas somente por parte de motoristas, e não o contrário, sem contar o que ouço de todos amigos, familiares e até desconhecidos. Não sei em qual mundo você vive.
André, concordo com você, mas vou fazer uma pequena correção: aqui em São Paulo, o trânsito pode até travar, mas quando há a oportunidade, os motoristas não perdem a oportunidade de afundar o pé no acelerador. Quando o trânsito está travado (99,9% dos dias úteis por aqui) ainda sim há esta tentativa e nós passageiros ficamos nos debatendo para lá e para cá como se fôssemos um monte de lixo a ser carregado com arrancadas que lembram bólidos e com freadas que lembram um reversor de avião. Já perdi a conta de quantos motoristas xinguei ou chamei para a briga e às vezes sinto que sou um estranho no ninho, tamanha a passividade das pessoas (que pagam caro pelo “serviço”) em relação a estes abusos.
Cara, ando de ônibus regularmente no Rio e em SP. Acho que, na média, os motoristas do rio andam bem mais rápido.
no Rio o transito é mais agressivo, independente se mais rápido ou não (acho que rj é mais rápido).
Barça, a sua pergunta foi a mesma que fiz para minha esposa: como um acidente desses demorou tanto a acontecer? Sou morador do Rio e sei muito bem como é ter que conviver com o despreparo dos motoristas de ônibus, táxi, van e de passeio. Sim motoristas de passeio. Não temos mais uma trânsito, mas sim uma ‘Corrida Maluca’, onde predominam os ‘Dicks vigaristas’.
E a culpa, como sempre, são dos órgãos reguladores. Estes, estão mais preocupados em colocar radar eletrônico nas vias para faturar do que fiscais de trânsito para fiscalizar, educar e harmonizar o nosso trânsito.
Oi André, acho mesmo que só sendo louco para ter um blog como o seu, no qual você expressa livre e freqüentemente, sob escrutínio geral, a sua opinião sobre os mais variados temas. Fico imaginando então a enorme quantidade de comentários mal-educados, hostis, agressivos, racistas, homofóbicos, preconceituosos de toda ordem, que você recebe diariamente. Isto sem falar daqueles de gente chata, desinformada e sem-noção. Em relação a isto, como você cuida da sua saúde mental? O Grupo Folha lhe paga adicional de insalubridade? Concede-lhe apoio psicológico? Em todo caso, parabéns pela disposição e boa vontade. Um abraço, Maurício – Salvador, Bahia.
Dá vontade de desistir, às vezes. Abraço.
Fiquei profundamente comovido com a menina, não me lembro o nome, que perdeu o namorado. E, sinceramente, não consigo culpar nem o motorista nem o agressor. Dá-me pena de todos. Não que não sejam culpados, mas é que toda tragédia é tão absurda, tão gratuita, que não dá para não lamentar todo o acontecido. No fundo, fica um triste sentimento de querer que todos (absolutamente) conseguissem ser felizes, sei que é utópico, mas, também não sei se o problema é somente burocrático, acho que é mais profundo, psicológico… Já peguei táxi da Novo Rio, não conhecia o Rio, o motorista dirigia fumando e falando no celular, quando estávamos perto do sambródromo, ele voava baixo, pedi que diminuísse, ele reclamou e me disse que se eu não estava contente que descesse ali mesmo, imagina, 10 h da noite, numa avenida no Rio, tive que ficar quieto. Parabéns pelo texto, Barcinski.
Excelente Opinião…
Fora de tópico: e esse novo do Melvins?
Não ouvi ainda, Guilherme, vou correr atrás. Abraço.
Em complemento: vide a tragédia de uma casa noturna no RS. Quem deveria fiscalizar? Quem autorizou o funcionamento? Por que os Bombeiros não agiram para interditar muito tempo atrás? Esses senhores que se escondem por detrás do apadrinhamento político são as verdadeiras chagas da sociedade. Culpar somente o dono do local? Músicos? É a mesma coisa desse caso que vc André relatou. Cadê essas autoridades que deveriam cumprir um contrato ou função delegada? Cadê o MP?
E os cariocas reelegeram o Eduardo Paespalho,que só
faz o que a Rede Bobo manda.Igualzinho ao Serginho
Malandro Cachoeira Cabral.Além de Garotinho,Bolsonaro,
César Mala e Verônica Costa,a mãe loira do funk.
O Rio de Janeiro está assim:ou você morre de bala perdida,
ou morre nos deslizamentos de Petrópolis,ou morre dentro
de um ônibus,ou morre nas filas dos hospitais federais.
O Rio só tem condição de fazer as Olimpíadas……do Faustão.
Rarará!!!!!Acorda Rio!!!Que eu vou dormir!!!!
Prezado, seu comentário não poderia ter sido melhor ao focar o verdadeiro motivo de tantos descalabros. Foi direto. Vivemos uma vergonhosa novela de esconde-esconde. Pagamos administradores públicos que quebram diariamente o contrato de obrigações e nada acontece. Ao ser contratado e receber salário o servidor público tem obrigações. Ninguém vê isso? Cadê o Ministério Público?
obrigado pela censura
é normal na gde imprenssa e na pq tb
Carlos, deixa de ser chato. Seu comentário demorou exatos 46 minutos para ser moderado, período em que eu estava almoçando, e vc vem falar de “censura”. Só com muita paciência mesmo…
Andre, juro nao sei como voce aguenta esses caras que caem aqui. Forca na peteca. O show tem que continuar.
o motorista parou umpto antes da subida,não tem como carro velho,pneu,careca subir em velocidade motor diesel de 5ª,o bed boy insanano,pra não pagar a passagem,deu uma voadora no motorista e nocauteoou o onibus seguiu sem condutor e não fez a curva,a maioria dos bus rj tem clones,p diminuir custo e ainda tem cartel .
Tradução, por favor.
kkkkkk O que foi que ele disse?
1.O fato do ônibus” ter 47 multas não quer dizer nada. Se o motorista do ônibus tivesse 47 multas isso poderia querer dizer alguma coisa.
2.O licenciamento estar vencido também não diz muita coisa, pois existem carros em bom estado sem licenciamento e carros em péssimo estado licenciados. Isso é apenas uma questão burocrática.
3.Testemunhas afirmaram que o ônibus não estava em alta velocidade.
Como assim? É claro que um ônibus com 47 multas e licenciamento vencido não poderia estar circulando.
1. Caro jornalista, se a sua carteira de motorista vencesse hoje, você não poderia mais dirigir amanhã. Mas se você batesse o carro amanhã, o fato da certeira estar vencida não teria quase certamente nenhuma relação com o fato, a não ser, por exemplo, que você tivesse evitado o exame médico porque estava com uma miopia acentuada. Ou seja, precisamos distinguir o que é uma irresponsabilidade de fato, que coloca pessoas em risco, do simples desrespeito de regulamentos burocráticos.
2. É óbvio que o fato do VEÍCULO ter 47 multas não quer dizer nada, pois multas na sua maioria são causadas por erros na condução do veículo e não no estado do mesmo. Repito, se o MOTORISTA tivesse 47 multas, isso poderia ser um indício de que ele é um irresponsável.
3. Digo “poderia”, porque mesmo sabendo que o motorista possuía 47 multas, seria preciso pesquisar por exemplo: em quantos anos ele acumulou 47 multas (em 1 ano? em 50 anos?); quais foram as multas (excesso de velocidade, estacionamento em lugar proibido?).
4. Eu, por exemplo, que ando com máxima prudência, já possuo três multas:
– uma por supostamente estar falando ao celular, o quê não ocorreu.
– uma por estar a 72 Km/h em um local onde as pessoas costumam andar a mais de 100 Km/h, mas no qual, naquele dia específico, tinha um radar fiscalizando a velocidade máxima de 60 Km/h.
– uma multa por estar a 112Km em uma reta da BR-101 onde a velocidade máxima era 100 Km/h.
5. Ou seja, se eu me envolver em um acidente e forem me julgar pelo meu histórico, são capazes de dizer que eu sou um irresponsável.
Desculpe, André, mas seu próprio comentário o desautoriza. Você pode até dirigir com a prudência comezinha da maioria das pessoas, mas não com “máxima prudência”.
O tonto: se a lei tivesse sido cumprida o ônibus não estaria circulando e o motorista também, devido aos pontos na carteira!
No final das contas, o que estou querendo dizer é que é preciso ser muito cuidadoso na atribuição de responsabilidades, e que, para tanto, é preciso analisar atentamente o fato concreto.
No caso em tela, é provável que que o único verdadeiramente culpado seja o rapaz que chutou o motorista. O fato do ônibus estar ou não regular provavelmente não influenciou em nada no desfecho pois, se este ônibus tivesse sido recolhido, outro estaria no seu lugar, e o motorista teria levado um chute no rosto de qualquer maneira.
Espero ter sido claro.
O que não pode é achar que um cara leva um bota na cara de um babaca, irresponsável e ele vai continuar guiando numa boa.
O fato de da empresa não ter feito a vistoria anual (donde se emite a linceça) não deve ser sido só burocrático.
Pra uma empresa de ônibus isso é rotina, faz parte do trabalho. Nâo é como nós com nossos carrinhos.
Se não fizeram é porque certamente o carro seria reprovado.
Pelas leis da Física é inviável um ônibus cair de um viaduto estando em baixa velocidade.
Agressão a motorista de ônibus do Rio tem cem anos de perdão, o único problema foi ter sido feito com o ônibus em movimento, colocando em risco a vida de outros passageiros. O procedimento correto do rapaz deveria ter sido: solicitar gentilmente ao condutor que parasse o veículo e, a seguir, enfiado a porrada sem dó, até o piloto sair pela porta catando cavaco.
Proponho um programa de espancamento semanal da categoria, a ser implementado pela Secretaria de Municipal Transportes, com a contratação (através de concurso público, tudo dentro da Lei) de membros de torcidas organizadas e lutadores de MMA, para realizar o serviço através do método “corredor polonês”.
É uma forma eficaz de deixar os motoristas de ônibus calmos, com o lombo relaxado, desestressados, sorriso nos lábios e parando direitinho nos pontos para embarcar estudantes, idosos e trabalhadores.
Ou isso: faz um favor pra sociedade e fica quieto.
Violência gera violencia
Ou seja, obedientes. Acho que tinha um país europeu, há uns 70 anos atrás que quase chegou a promover esse tipo de política, eles tinham um líder carismático, como era mesmo o nome dele? Ah, lembrei: Adolf Hitler.
Não existe lei da física que diga uma coisa dessas. Não que eu me lembre. E isso foi só a 1ª besteira.
A lei diz que é impossível um ônibus em baixa velocidade passar por cima de uma mureta de proteção de 1,30 m de altura. Artigo 4 Inciso 23.
Clap, clap, clap. Fantástico comentário.
Ok. Agora senta lá, vai.
Fluidoooooo
Desiste, rapaz!
Você não leva jeito pra humor escrito.
Sugiro que compre (e leia, claro) a antologia do Pasquim onde você terá exemplos de ironia humorística feita por que é profissional….
André, vou ao Rio semana que vem, aí poderei ver ao vivo os problemas do trânsito carioca, mas e os motoqueiros, não são um problema no RJ como é em SP????
Menos que em SP, com certeza.
Como no Rio se anda trocando de faixa o tempo todo, inclusive os ônibus, a praga do motoboy não se cria muito aqui
Rio de Janeiro. É esta cidade que vai ser sede da copa.
Não só o Rio. São várias sedes da Copa. Rio vai ser sede única das Olimpíadas.
Aqui, em Sampa, vira e mexe tem vereador querendo passar lei para que o motorista faça a função do cobrador – o que numa cidade grande como são paulo e rio é sandice. Acho que o principal problema do trânsito no Brasil e a certeza da impunidade. Aqui uma licença para dirigir equivale, a la james bond, uma licença para matar. Não vai pra cadeia – mesmo que a pessoa esteja bêbada e tenha causado a morte de várias pessoas. Em São Paulo o maior problema são microonibus e vãs. Os motoristas são muito imprudentes – andam acima do limite, param fora de ponto tanto para pegar quanto para o passageiro descer.
Fui ao Rio duas vezes, a passeio.
Uma vez fomos de carro e nunca tomamos tanta buzinada na vida kkkkkk os caras ainda acho que viam placa de Campinas e davam uma “zuadinha básica”. A segunda vez, fomos de avião e usamos os taxis / onibus / metro.
Taxis, pela fama que haviamos ouvido, ficamos agradavelmente surpresos, pegamos sim alguns taxis um pouco velhos, mas sempre tratados com educacão e motoristas em velocidade normal. Os onibus, realmente, vimos que eles não paravam ao serem pedidos e corriam pra dedel.
Lea
Tem uma sutil diferença.
Que reparei dirigindo tanto em Sampa quanto no Balneário:
No Rio olham se tem espaço e entram sem avisar.
Em sampa ligam a seta e entram sem espaço mesmo.
Transporte coletivo, em todas as cidades, precisam ser melhor inspecionados e fiscalizados, em todos os seus aspectos.
Conforto, condições, condução, horários, custo das passagens, apresentação do veículo, educação dos motoristas, preparo e por aí vai.
No entanto, precisa antes de tudo, estabelecer competências e seriedade para os órgãos de fiscalização, e é nisto que reside todas as situações de descumprimento de critérios e desorganição destes serviços.
O que dizer de uma cidade e de um país onde taxistas – verdadeiros e falsos, se pegam na rodoviária na frente de todo mundo, e onde passageiro chuta motorista de ônibus? Não é à toa que somos chamados de selvagens e não é à toa quando dizem que símios andam pelas ruas.
Parabéns pela visão critica imparcial, papel imprescindivel aos que enveredam pela vida jornalistica. Confesso que senti como se estivesse na Van citada ao final da matéria. Paz.
André, eu passei 10 anos morando fora do Rio. Voltei há 3, e a sensação que eu tenho é que a cidade está apodrecendo. Insegurança, baixa qualidade de serviços, preços estratosféricos, estádio, que custou R$ 360 milhões, a ponto de desabar, transito pior que o de São Paulo, centenas de obras infernizando a vida da população. Já os hospitais, escolas na mesma merda de sempre. Tem horas que dá inveja dos líbios e egípcios que tiraram os pulhas de dentro dos palácios e penduraram num poste.
Acho que essa sensação pode ser percebida em toda parte.Moro no interior de São Paulo e nos últimos anos a coisa descambou,parece que vivemos em um lixão,ruas e praças tomadas por móveis ,vasos sanitários,entulho de construção,nada é retirado e todo dia tem mais.Certamente a maior culpa é o baixo nível e safadeza dos políticos.Mas ô povo mal-educado e sem noção…
Andre,
Nao existia aventura maior que descer a cardeal arco verde as 23:00 hrs num busao , a chance de escoriaçoes eram muitas na minha epoca de facu.
Olavo de Carvalho já profetizava isso em seu livro ” O imbecil coletivo”.
“Cansei de pedir a motoristas de táxi que diminuíssem a velocidade. Quem pega um táxi na Rodoviária Novo Rio, especialmente à noite, sabe a insanidade que é. Outro dia, praticamente tive de implorar a um motorista, que voava a 100 por hora dentro do Túnel Rebouças: “Por favor, meu amigo, quero chegar vivo em casa.”” -> Viajo quase sempre pro Rio no final de semana e enfrento sempre esta mesma situação. Os caras não tem a mínima noção do perigo, fico abismado com a autoconfiança deles. O problema é que o Rio não tem os limites de velocidade e os pardais que São Paulo tem.
Parabéns, Barcinski! Você disse tudo; o impressionante é não acontecerem mais acidentes assim, de tão caótica a situação dos transportes públicos no Rio. E com os mega-eventos que virão só podemos torcer para que algo seja feito, urgente!
Barcinski, por favor desculpe pela sinceridade, mas uma pergunta tem que ser feita: como um cara que é um dos colunistas mais conhecidos da Folha de São Paulo (para mim o maior jornal do país), só anda de van e ônibus, inclusive arriscando a própria vida? Ou a Folha paga muito mal, ou você é muito, mas muito mesmo, mão de vaca. Eu, que sou classe média baixa (eu acho que ainda sou), não sofro tanto quanto você nas mãos destes motoristas loucos que PILOTAM ônibus, vans e táxis no Rio.
Não dirijo e sempre andei de transporte coletivo.
hehehe isso é mal de jornalista, o Zé Trajano também não dirige…
Desculpe me intrometer, mas acho um absurdo esse tipo de colocação…aqui não se discute o nível que estamos situados nas classes sociais…eu poderia ter um “carrão” não ganho mal, mas optei em não ter carro em São Paulo e uso transporte coletivo todos os dias…temos que lutar e discutir um transporte público bom e seguro…não se vale à pena usa-lo…
O comentário original só serviu de ilustração para o pensamento do brasileiro médio: carro é sinônimo de status e é quase indecente que você ganhe bem e ande em transporte público.
Por isso é que o trânsito de São Paulo e de outras grandes cidades do Brasil está cada vez pior. A maioria das pessoas acha que transporte público é coisa de pobre. Se o Francell visitasse cidades como Londres ou Nova Yorque, veria que a nossa realidade poderia ser um pouco melhor se todos pensassem de uma forma mais racional e menos individualista.
Na europa e nos EUA tem gente com MUITO dinheiro que não tem carro, pois considera um estorvo. Ter transporte coletivo de qualidade é muito mais luxo que ter uma BMW zero, mas o brasileiro médio ainda não entendeu isso
Eu passo algumas horas do dia no transporte coletivo. É a hora que eu leio meus livros!! O transporte coletivo, pode ser muito útil e é realmente o melhor meio de transporte. O carro é um negócio esquisito e egoísta. O problema é que estamos falando do transporte coletivo de um país como o nosso. Aí é que o “bicho” pega.
Complementando, estou feliz de ver que tem muita gente aqui que como eu não têm “cultura do carro”. Interessante. Nunca tive carteira e nem carro também. Posso vira a ter um dia por alguma pressão externa, infelizmente.
Eu tirei minha CNH recentemente depois de muita pressão social. Pai, mãe, avó, irmãos, colegas de trabalho, namorada e amigos sempre me perguntavam sobre quando eu iria tirar carteira de motorista e comprar um carro. E de fato, eu não sentia necessidade, pois moro pertíssimo do trabalho.
Só comecei a ter algum interesse em aprender a dirigir devido a falta crônica de táxis aqui na cidade. Se eu precisasse me locomover só para ir ao trabalho, certeza que eu jamais iria aprender, pois o aborrecimento e o nervosismo não valem a pena.
Acho que todos que se manifestaram aqui, de um jeito ou de outro, estão certos. Não tem nenhuma mentira naquilo tudo que foi dito. Porém, fico com o comentário da Luciane, das 9,02 hs: qualquer pessoa dentro de um veículo em movimento, por mais que a razão lhe ampare, sabe, ou deveria saber, que NÃO SE PODE, NEM SE DEVE, DE FORMA ALGUMA, SOB PENA DE CAUSAR GRAVE ACIDENTE, COM RISCOS AOS DEMAIS PASSAGEIROS, AGREDIR O CONDUTOR DO VEÍCULO. Eu li noticiário que tanto um quanto o outro não se lembram do acidente, nem da briga. Prá mim, ambos são culpados, em que pesem todas as atenuantes que possam ter.
iZABEL
Antigamente (sou do século passado) havia uma placa perto do motorista “Fale com o motorista somente o indispensável”
André, com todos esses problemas e riscos, você ainda prefere usar o transporte público em vez de andar de carro próprio?
Prefiro. Acho carro um horror. Nunca quis dirigir.
Admiro pessoas como você, conheço gente com mais de 30 anos e que nem sequer têm habilitação. Eu não consigo ficar sem carro, moro atualmente em Campinas onde o transporte público é ruim e caro (R$ 3,30 a passagem).
Quanto ao acidente. fica uma dica para as montadoras de ônibus, fazer uma cabine fechada dentro do ônibus para proteger o motorista. Eu vi isso em alguns ônibus na europa, aqui deveria ter também.
O problema é como fazer a tal cabine de proteção se o motorista também é o cobrador da condução… Não sei se há alguma forma de fazer isso. Sem contar que com ônibus sem ar-condicionado, no calorão do Rio, talvez isso seria ainda pior para os motoristas.
Que legal! Sempre sofri pressões porque penso igualzinho a vc. Nem habilitação tenho, não entendo todo o glamour de um carro e abomino a falta de educaçao do brasileiro (também) no trânsito.
Eu também não dirijo nem tenho carro. Nem sequer conheço os modelos que circulam por aí. Reconheço fusca, Gol e Uno. O resto é tudo a mesma merda para mim.
Minha mulher até me obrigou a tirar carteira quando ficou grávida, para ajudá-la na direção do carro dela. Tirei com relutância e sob protestos. Hoje a carteira está devidamente guardada no fundo de uma gaveta. Não cheguei a andar 5 centímetros com o carro dela.
Lembrei do seu comentário sobre o absurdo do Metrô de São Paulo (e trens por tabela, né?) não funcionarem 24hs.
Acredito que tenha muita gente que também não gosta de dirigir fica tolhida de sair à noite.