O que vem depois de Feliciano?
10/04/13 08:45E os vídeos com as pregações de Marco Feliciano (PSC-SP) continuam a bombar no Youtube. Os mais recentes encontrados mostram o pastor atribuindo a “Deus” o assassinato de John Lennon e o acidente aéreo que exterminou o grupo Mamonas Assassinas.
Semana passada, a “Folha” publicou uma entrevista de meu colega Fernando Rodrigues com Feliciano (leia aqui).
Acho que a questão da permanência ou não de Feliciano na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara é simples: se ele foi racista ou homofóbico em suas declarações, não deve fazer parte de uma comissão cujo objetivo é justamente defender as minorias (sobre o tema, sugiro a leitura desse artigo de Hélio Schwartsman).
Mas vamos esquecer Feliciano por um momento. Ele não é o primeiro e nem será o último político brasileiro a misturar convicções religiosas à sua atuação política.
Acho que o país está perdendo uma grande chance de discutir uma questão bem mais importante que a permanência ou não de Feliciano na CDHM, que é a separação entre Estado e religião.
A Constituição não diz que o Brasil é laico? Então por que nossos políticos, que deveriam obedecer à Constituição, teimam em ignorá-la?
Na verdade, Feliciano é só mais um entre tantos políticos que não percebem que suas convicções religiosas não devem servir de regra para governar uma sociedade plural. Feliciano não é causa, mas conseqüência. Ele é resultado da falácia do “Estado laico” brasileiro.
Pergunto: as pessoas que pedem a saída de Feliciano estão preparadas para um Estado verdadeiramente laico? O que diriam se o governo tirasse símbolos religiosos de prédios públicos? Ou acabasse com feriados religiosos para funcionários públicos?
Acho que o caso de Marco Feliciano só assumiu essa dimensão nacional porque ele foi nomeado para uma comissão que defende pessoas que a religião dele não tolera. Mas existem várias outras religiões que não admitem a homossexualidade, e seus defensores no Legislativo continuam barrando a democracia e o progresso científico usando argumentos obscurantistas. Vamos falar sobre isso também? Ou o assunto vai se esgotar com Marco Feliciano?
Estado Laico uma ova né?
Quero ver este pessoal que quer derrubar o Feliciano ficar sem seus feriadinhos catrólicos… se vão gostar!
Deixo claro aqui que não sou contra ninguém e ao mesmo tempo quero que se lasquem!
Não sou batizado em nada e por nada.
Sou feliz assim.
E agradeço os feriados para poder descansar e curtir minha família e a que eu posso formar, com minha noiva.
Un abrazo!
* católicos
André, mesmo a Constituição afirmando que o Brasil é um país laico, pode se preparar para uma enxurrada de comentários defendendo justamente o contrário. Vai ter gente aí achando que você é praticamente um monstro sem moral e sem princípios. Quem é um religiosos fervoroso, com esse Feliciano, não aceita opiniões contrárias e justifica tudo com citações da bíblia. Questões que a meu ver deveriam ser tratadas sob a ótica da saúde pública, como o aborto, são tratadas unicamente com viés religioso. Não existe nenhuma argumentação lógica para combater esta prática, apenas alegações baseadas na fé.
Quem justifica seus argumentos com a bíblia esquece que não são todas as pessoas que seguem alguma religião. Em outras palavras, as verdades constantes nesse livro somente têm valor para quem acredita em seu termos.
Nada é mais tirânico do que a verdade…
Existe argumentação lógica, sim. Você pode discordar, mas existe, veja aqui: http://www.olavodecarvalho.org/semana/101014dc.html
Olavo de Carvalho é tudo, menos lógico.
Isso é apenas um juízo de valor. Quais seus argumentos diante do que ele expõe?
Partindo do pressuposto de que Deus não existe e de que o ser humano não passa de um fruto do mero acaso, desafio você a explicar porque o infanticídio ou o assassinato de incapazes deve ser proibido.
Quero ver se voê tem capacidade.
André Fausto, pare de ler a bíblia e vá ler os estudos de psicologia evolutiva, lá você verá que moral não é exclusivo do ser humano e já a temos muito antes de termos criado um deus. Além disso, a religião muitas vezes foi usada para justificar escravidão, limpezas étnicas, opressão às mulheres e etc. Só melhoramos como espécie depois do iluminismo, ou seja, quando começamos a dar menos bola para a religião.
Ai meu deus, tem gente que acredita em Adão e Eva por aqui, e no coelhinho da páscoa acreditas tb ???
Losovoi,
Sou médico hematologista, especialista em transplante de medula óssea. Não queira, portanto, me ensinar biologia. A tal da psicologia evolutiva é quase inteiramente uma enorme bobagem, uma explicação ad hoc para qualquer coisa:
– você é egoísta? Foi a evolução!
– você é altruísta? Foi a evolução!
– o homem acredita em Deus? Foi a evolução!
– o homem é ateu? Foi a evolução!
Quanto ao iluminismo, responda sinceramente, quantos livros você já leu sobre o assunto?
Você sabia que a quase totalidade dos iluministas eram esotéricos e participavam de sociedades secretas? Vocês tem ideia dos avanços científicos estupendos ocorridos na chamada “idade das trevas”?
Não, você não sabe nada disso, você tem uma visão primária de conceitos complexos como ciência, religião, razão, iluminismo e etc.
Já ouviu falar em “contrato social”?
André, se você é médico hematologista, especialista em transplante de medula óssea, eu sou o GRANDE PODEROSO, então não queira portanto me ensinar religião. A grande verdade é que:
– Eu sou fruto da sua imaginação, portanto eu não existo.
-Você vai morrer um dia e tudo vai deixar de existir, pois vocês homens, me inventaram simplesmente com o princípio único de serem “imortais”.
Lei Numero 1: Acredite e obedeça sempre e somente a mim.
Lei Numero 2: Seguir sempre a Lei Numero 1
Lei Numero 3 : seguir sempre a Lei Numero 2
André Fausto gosta do “argumento de autoridade”. Ele é hematologista, manja muito de Biologia e afirma que a psicologia evolutiva não vale uma cabaça de urina furada. Então tá… O mesmo argumento é usado à exaustão para demonstrar a infalibidade dos preceitos bíblicos, pois ela foi escrita pelo próprio Deus. Foi sim, viu? Vá acreditando…
André Fausto, é melhor refazer seus desafios. Você tem que excluir das respostas que pretende receber não só os conceitos não-científicos, mas também qualquer menção a argumentos econômicos, sociológicos e aqueles baseados na Teoria da Evolução, essa coisa do Satanás…
André, você é médico, so what?
Não sei o motivo de você ter dado o seu CV aqui… vai entender.
Retomando ao seu comentário, até por ser médico, em tese, um homem de ciência(humanas, vá lá), você deveria saber um pouco de lógica, pois seu comentário sobre o infanticídio beira o absurdo( além de revelar muito de sua natureza).
Contrato social seria aquela alucinação imaginada por Russeau? Russeau? Não é aquele que se considerava o homem mais bondoso do mundo, mas que abandonou os cinco filhos que teve com a empregada em um orfanato? Ah, é ele mesmo!
PS: Eu sei, eu sei que utilizei um argumento ad hominem, mas a distensibilidade do saco tem limites, e não tô com paciência de explicar porque essa idéia do “contrato social” como origem da sociedade é uma idiotice.
O argumento sobre o infanticídio não é meu, mas de Peter Singer, renomado especialista em bioética, e cada vez mais influente no meio acadêmico. Para ele, ele, e para muitos outros, a vida humana não tem valor intrínseco, e as ações devem ser julgadas apenas por seu aspecto pragmático.
Eu ser especialista em transplante é um fato. Você ser o Grande Poderoso é apenas uma alucinação da tua mente. Não saber distinguir as duas coisas é indício seguro de doença mental.
No mínimo Andre , tu deves ter uma clinica de aborto de fundo de quintal, isso sim é um fato. Especialista com agulha de crochê.
Renato, acredito que a argumentação do texto fica totalmente sem sentido quando o autor afirma que pessoas que defendem o aborto tem “barbarismo mental”; ou pior, que quem defende esta prática também é imune “a outras imposições da consciência moral comum”.
Este texto está justificando o que falei no começo do comentário: a confusão entre ausência de fé e a pretensa ausência de moral ou princípios. Não é porque não acredito em deus que não tenho bons princípios, tampouco se defendo o aborto não posso ser tachado como alguém imune a outras imposições morais.
É bastante interessante o voto do Ministro Marco Aurélio naquele caso de aborto de fetos anencéfalos. No início é tratado sobre o Estado Laico. Vale a pena a leitura. Faça a pesquisa no google com “voto adpf 54 marco aurelio”.
Quanto à quantidade de mortes por causa de abortos ilegais que o autor comenta, dê uma olhada na crítica da ONU ao Brasil:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,onu-critica-legislacao-brasileira-e-cobra-pais-por-mortes-em-abortos-de-risco,837316,0.htm
Sem entrar em méritos políticos, mas quando se alia a “Deus e ao Diabo” ao mesmo tempo para vencer uma campanha, esses tumores na política aparecem. Quanto ao progresso científico, o governo anda mais preocupado em baixar IPI de carros e celulares do que facilitar a produção e o intercâmbio científico.
Não é Feliciano que não aceita, onde não aceita homossexualismo e nem pedofilia é no livro sagrado (BÍBLIA)
Me espanto como pessoas com acesso a veiculos que formam opinições, não sabem distinguir Estado Laico de Laicista. O Brasil é um Estado Laico sim (sem religião oficial) e não Laicista (Estado Ateu), defendido pela esquerda brasileira e por grande parte da mídia nacional que se arrepia quando houve o termo religião. O Parlamento é composto por membros que possuem covicções morais, religiosas e politicas, sendo quase impossivel separá-las no exercicia da vida pública. As Comissões de Direitos Humanos, tanto no Senado, quanto na Câmara não pertencem a só uma corrente ou ideologia, isso é democracia e deve ser respeitada! Por anos acompanhei os trabalhos dessas comissões que foram tomadas pela esquerda, que impôs decisões e projetos de lei que afrontaram a vontade da maiora dos brasileiros, que alias, é Cristã. Uma útima pesquisa realizada no portal G1 de notícias sobre a aceitação do casamento gay no Brasil, após o grande número de votações que demostravam o pensamento contrário do brasileiro, a mídia imparcial que é a Globo, logo retirou a pesquisa do site. Isso demonstra a aversão da mídia nacioanal, que alias, a folha pertence, tem em relação ao Cristianismo. Sobre o Deputado, ele não é apoiado pela maioria Cristão por suas correntes ideologicas, mais defendemos o respeito as convicções religiosas que são resguardadas por nossa Carta Maior.
Caro André,
Acho que o Estado laico existe no Brasil.Acho que simbolos e feriados religiosos irão acabar naturalmente.O problema é o radicalismo.Sinto que o mundo atual é assim:ame ou odeie,sem meio termo.
Também acho que o buraco é bem mais embaixo. O Feliciano não me representa, mas representa parte muito grande da sociedade. E o fato é que essa parcela da sociedade é sim homofóbica, racista e religiosa.
Como fazer para que essas pessoas não sejam representadas no congresso? Isso seria legítimo?
O assunto vai se esgotar no pastor pelo simples fato de todo essa polêmica existir única e exclusivamente em função de coisas que ele DISSE, não por coisas que ele FEZ.
Até agora o que se tem é opinião sobre opinião (das mais diversas qualidades). O Estado laico neste caso não tem sido minimamente ameaçado.
Aí ele é expulso e acaba (esgota) o problema né?
Por isto este país é uma bênção e uma desgraça ao mesmo tempo. Lindo país habitado por gente que é analfabeta funcional, que quer opinar sem saber ao menos decodificar e entender o que acabou de ler.
Modinha é foda! Tem gente que é contra o cara sem ao menos nem saber o que ele fez, só porquê as coleguinhas vão lá protestar.
Protestantes de Facebook de araque!
Estão demorando demais para substituir, este senhor que ate o momento não trouce nada de novo para os DIREITOS HUMANOS, somente se falou em religião, que va para a igreja e permita outra pessoa desenvolver a questão dos DH, seus eleitores são os verdadeiros cuilpados desta situação
O mais irritante são pessoas que argumentam que o Estado é laico, mas não é “ateu”, para defender as atitudes da bancada teocrática.
Não conseguem chegar à conclusão de que um Estado ateu é aquele que na verdade proíbe manifestações religiosas, fora do escoto do Estado. Um Estado laico permite que fora do escopo do Estado hajam manifestações religiosas, só não estendem tais princípios para quem não tem nada haver com isso.
O que você entende por “fora do escopo do estado”?
Instituições privadas, crenças particulares, ONGS, tudo que não faça parte do Estado…
André, concordo em gênero, número e grau com sua observação. Também não concordo com a eleição deste homem para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Mas acho que não adianta nós ficarmos aqui reclamando e reclamando a eleição deste imbecil a este cargo. Às vezes nos esquecemos um dia foi eleito como deputado por outra massa de imbecis que acreditaram (e ainda acreditam em suas palavras). Se ele, eleito como deputado, foi eleito para presidir a CDHM, por um colegiado de vários outros deputados que foram eleitos também por nós, nada podemos fazer ou ainda tentar depo-lo do cargo. Tá lá, todo mundo eleito pelo povo, ninguém entrou lá à contragosto de ninguém.
* Mandei uma mensagem, mas não sei se ela chegou. Em caso positivo, ignore esta.
Estado laico significa que o Estado não favorecerá determinada religião em detrimento da outra. Isso é muito diferente de Estado Ateu, que é aquele que proíbe manifestações públicas de fé. O Brasil é um país com raízes e maioria cristã e, portanto, é natural que as leis e costumes sejam permeadas por essa visão de mundo.
A crítica do articulista se baseia na falsa premissa (oculta) de que é possível construir um sistema de valores com base apenas na ciência experimental, sem recorrer a noção de Deus, do Absoluto. Isso é 100% falso.
Se quiser estudar o assunto, sugiro o pequeno livro “A Abolição do Homem” de C.S Lewis (obs: ateus famosos também concordam que não exitem valores objetivos).
Por ora, deixo um desafio para o articulista e para qualquer defensor do “Estado Laico”:
Expliquem, sem recorrer a nenhum conceito não científico (como justiça, liberdade, autonomia, respeito, dignidade), porque devemos ser contra qualquer um dos seguintes:
– escravidão
– pedofilia
– assassinato
– corrupção
Lembrem-se, os argumentos devem ser estritamente científicos.
Não importa se o Brasil é um país de maioria cristã. Você está confundindo a seara religiosa com a elaboração e implementação de políticas públicas. Se o legislador constituinte determinou que o Estado é laico, como de fato o fez, não compete a ocupantes de cargos públicos ignorar esse princípio e se pautar em qualquer valor religioso que seja para ditar, por exemplo, o alcance de um direito civil.
Escravidão, pedofilia, etc são crimes porque o sistema jurídico instaurado pela Constituição assim ditou, de acordo com os valores que o legislador constituinte entendeu que a sociedade ansiava. Se foram influenciados pelo cristianismo ou não pouco importa. O que importa é que a Constituição não limitou o alcance dos direitos e garantias fundamentais. E se ela não limitou, ninguém mais pode.
“Escravidão, pedofilia, etc são crimes porque o sistema jurídico instaurado pela Constituição assim ditou, de acordo com os valores que o legislador constituinte entendeu que a sociedade ansiava. ”
Ou seja, meu amigo, para você não existe nada que seja imoral, apenas existem coisas ilegais. Se amanhã a maioria da população for favorável à pedofilia ou à escravidão e conseguir consagrar esses valores na constituição, você não poderá se opôr, entendeu?
Apesar de não teres percebido, teu comentário corrobora minha colocação.
O desafio continua: Expliquem sem recorrer a algum conceito não científico porque a pedofilia ou a escravidão devem ser proibidas.
O que é imoral ou não varia de acordo com o momento histórico e com a sociedade. Escravidão já foi visto como algo normal. Felizmente não é o caso hoje em dia.
Você pode se opor a qualquer norma que quiser e se mobilizar para mudá-la se for de encontro com sua convição, meu amigo. O fardo de uma democracia, no entanto, é aceitar o que te desagrada, se assim for a vontade da maioria.
Goste ou não, a nossa Constituição determina que o Estado é laico. Assim como estabeleceu que a dignidade humana deve ser garantida. Os conceitos foram transformados em normas constitucionais, ou seja, em expressão suprema da sociedade como um todo. Cada indivíduo pode ter seu próprio fundamento pra ter esse valor, mas o que o legitima é a Constituição, e não a crença de um ou o que a vovó ensinou a outro.
É assim que sociedades evoluem e que direitos são estabelecidos e protegidos.
É esse o fardo de se viver numa democracia.
Obrigado por corroborar meu ponto de vista. Se Deus não existe, então todos os valores são relativos e tudo se resume à uma mera disputa pelo poder.
Obs: Muitos pensadores de esquerda já tinham chegado a esta conclusão, tais como Lênin, Ântonio Gramsci e Saul Alinsky.
Acho que é o contrário: Se Deus existe, então TUDO é permitido. Como Deus só existe na cabeça das pessoas, se estas acharem que estão agindo em nome de Deus, podem fazer tudo, até matar o John Lennon, como disse o pastor.
Não corroborei seu ponto de vista e em nenhum momento discuti se deus existe ou não.
Porque é errado e imoral,simples.Mesmo quando isso era aceito,existiam pessoas que lutavam contra essas aberrações.Sou ateu com orgulho e não aceito que para ser contra assassinato,pedofilia,corrupção eu deva ser guiado por entidades ditas superiores.
Não respondeu.
Errado por quê?
Imoral por quê?
Por que o mais forte não pode exercer seu poder sobre os mais fracos? Nitzsche achava que o Cristianismo era uma aberração, um subterfúgio dos mais fracos para escapar do poder dos mais fortes.
Se você é ateu e tem uma boa conduta moral, só existem duas possibilidades (geralmente combinadas):
1. Você absorveu os valores religiosos difusos na sociedade apesar de não saber de onde eles brotaram.
2. Sua prática é baseada apenas em sentimentos, sem nenhum fundo racional.
Simples assim.
E você se baseia na falsa premissa de que um sistema de valores só e construído tendo como base a noção de Deus. E sem provas para corroborar sua afirmação. (Por favor, não venha me dizer que as provas estão no livro sagrado)
Mostre-me o contrário então!
Cite um só valor que não possa ser relativizado se o Absoluto não existir.
Explique cientificamente porque a escravidão deve ser proibida.
obs: se você leu meu comentário, viu que eu citei um livro (é apenas um dos muitos) que prova de maneira cabal que, se Deus não existe, nenhum sistema de valores para em pé.
obs2: isso é tão óbvio que famosos ateus como Nitzsche, Camus e Sartre concordam com essa conclusão.
Leia Dawkins, por favor.
Pelo seu raciocínio, quando Moisés surgiu com os Dez Mandamentos e disse “não matarás”, um fulano virou para seu colega e disse: “Taí uma boa ideia. Eu nunca havia pensado nisso!”.
A prática do bem pode se justificar pelo simples fato de você não fazer ao outro o que não quer que seja feito a você e aos seus.
Melhor ser genuinamente bom do que praticar o bem exclusivamente com base em uma promessa de salvação ou ameaça de punição.
Ou você barbarizaria se soubesse que seu “Absoluto” não está “filmando” você?
Deus (com maiúscula apenas por estar no início da frase), além de não existir, é desnecessário hoje em dia.
O conceito do seu “Absoluto” talvez tenha sido necessário no início da Civilização. Não mais.
Dawkins, Meu Deus! Ele toma Dawkins como referência!
Então tá, vou te contar o que ele e outros materialistas (ou naturalistas como queira) acham desta questão.
http://www.weeklystandard.com/articles/heretic_707692.html?page=2
No seu último encontro, famosos ateístas, partindo da constatação óbvia (até para eles) de que, na ausência da transcendência, nenhum discurso moral é justificável, discutiam a seguinte questão:
– Devemos ou não contar para o grande público está conclusão?
Ou seja:
– Devemos contar para as pessoas que nada do que elas fazem faz sentido, ou devemos esconder esse fato em nome da ordem social?
Ou seja, Dawkins e seus aliados concordam comigo neste ponto e te consideram um covarde por não tirar as conclusão última do materialismo, que é a ausência completa de sentido de qualquer ação humana.
Concordo inteiramente. Não é que não possa existir sistema de valores sem a noção de transcendência; é que sem ela vira uma mera convenção social. Porém é difícil aceitar nesta hipótese, por emocionalmente repulsivo, que a condenação de atos como pedofilia, assassinato ou escravidão seria tão somente fruto de uma convenção social, portanto passível de mudança a qualquer tempo.
Dawkins? Misericordia.
Já respondi mas vou incluir mais um item já que na primeira resposta não tinha incluído corrupção.
Corrupção – O agente público representa o estado, seu poder de polícia, sua coerção acima dos outros, e a sua autoridade, portanto não deve oferecer vantagens a ninguém, muito menos desviar o dinheiro ou as verbas pagas por toda a sociedade para benefício de alguns e não de todos. Aliás é o mesmo princípio que o prédios públicos não devem ter imagens religiosas, pois o estado deve respeitar, com a neutralidade, todos os credos, inclusive dos que não tem!
Peixotano comentou em 10/04/13 at 11:27 Responder
-Escravidão : toda pessoa deve ser remunerada pelo seu trabalho, capitalismo purinho
-Pedofilia – Não se deve fazer sexo nenm estimular o sexo em aminais que não chegarma à maturidade sexual
– Incesto – Cruzamento inter parentes causa danos genéticos
– Roubo – Não se deve subtrair bem de outros, vc que compre já que não é escravo
– Assassinato – pouquíssimas especímes matam seus semelhantes
Com certeza deveria existir um bom senso no caso do Feliciano. Se já o tivessem substituído, toda essa discussão já teria acabado.
Sobre “a separação do estado e a Igreja”, o Brasil tem em sua origem o catolicismo… sempre haverá interferência religiosa na nossa sociedade… seja em decisões do governo, em leis…. E na minha opinião isso nunca mudará.
Um exemplo clássico… a lei do Aborto. Se a igreja católica permitisse o aborto, apostaria um rim que o José Serra daria um jeito de criar o Projeto “Aborto Saudável”, com clínicas espalhadas pelo Brasil todo….
André. Concordo em tudo o que escreveu. Não somos um estado laico. Se fossemos, não teria um Cristo Redentor enorme regendo a antiga capital federal…
A estátua no Corcovado tem 80 anos, naquela época as coisas eram bem diferentes. O que não pode acorrer é a igreja querer, nos dias de hoje ser dona do símbolo maior de uma cidade, que deve ser visto como um monumento, na atual conjuntura, e não como um local sagrado e sob o mando de uma religião, ao ponto de ser um padre que comanda as cores que iluminarão a cada noite a estátua na moderna e cafonérrima iluminção a LED.
André, o termo “homossexualismo” não é mais usado, pois caracteriza doença. O correto é “homossexualidade”.
KKK. Ele sempre “erra” e tem alguém corrigindo.
Grato, menina do salão gourmet.
Uma vez o articulista da Folha, Hélio Schwartsman, escreveu homossexualismo em uma de suas colunas e recebeu uma saraivada de mensagens negativas de homossexuais e simpatizantes criticando-o por usar errado esse termo, sendo que o correto seria homossexualidade, na visão deles. Teve que se retratar em várias colunas. Justo ele, que apoia a causa homossexual e de outras minorias e que se gaba por isso, como outros colunistas da Folha e do UOL da estirpe (e da chatice) do Dimenstein, do Marcelo Coelho e do pedante Sakamoto. Não é por nada, mas essas minorias querendo impor uma “padronização estilística” sobre o que deve ou não ser dito/usado/escrito para se referir a elas também são um enorme de um pé no saco. Nessa chatice de forçar a qualquer custo o politicamente correto na linguagem soam quase como um Feliciano às avessas.
Exatamente!
Nasci e cresci na Igreja católica e nunca presenciei nenhum, absolutamente nenhum ato de intolerância contra homossexuais. A Igreja condena sim o ato homossexual, pelos mesmos motivos que condena o divórcio, o sexo fora do casamento e etc. É um direito dela. E note que a Igreja não tem nenhum poder jurídico, ela apenas orienta os seus fiéis.
Desafio o jornalista a citar um, apenas um caso em que um católico tenha agredido um homossexual depois de ouvir uma pregação religiosa.
Pelo contrário, o grupo mais perseguido no mundo de hoje são os cristãos.
Por ano, 150.000 cristão são mortos por causa da sua fé. Vou repetir, 150.000 por ano.
O quê o nobre articulista acha disso?
obs: todo o massacre físico é precedido por um massacre moral. Foi assim com os judeus antes do holocausto. No Brasil, está virando moda atribuir todos os males do país aos malditos religiosos e suas ideias medievais. Não é preciso ser muito inteligente para saber aonde isso vai terminar.
Há pesquisas e dados estatísticos sérios, basta pesquisar. E eles mostram que, após o infeliz Bolsonaro ter tido mais abertura na mídia com as suas frases sempre infelizes, a violência contra homossexuais aumentou significativamente, assim como aumentaram movimentos de natureza fascista nas redes sociais. Já tem até campanha para que o tal Bolsonaro se candidate à presidência. E esta campanha tem muitos, mas muitos adeptos, infelizmente.
Cite um caso de homossexual agredido por um cristão após ter ouvido uma pregação! Apenas um!
E outra, vai estudar o que foi o fascismo e você verá que o termo combina perfeitamente com a militância gay (com a militância e não com os homossexuais como um todo).
Basta fazer uma pesquisa sobre os Skynheads que vêm atuando na Praça da Liberdade, em BH. O facebook deles está cheio de citações do Bolsonaro. No EM online tem inclusive uma notícia de agressão que ocorreu ainda ontem. Pesquise também sobre Silvio Koerich, agora preso, e encontrará as barbaridades que este sujeito fazia, incentivava, organizava, apoiado por dizeres de gente como Bolsonaro. E ele se julgava cristão. Ora não precisamos ir longe. A quantidade de centros de umbanda e condomblê invadidos, seus frequentadores agredidos, sobretudo no nordeste, servem bem para dizer mais a respeito da “moral cristã” – eu diria moral neo-pentecostal.
Ah, não posso esquecer de dizer que sou cristão, mas não saio por aí tentando impor as minhas crenças e frustrações e idiossincrasias aos demais.
Ah, sou também historiador, sei bem o que é fascismo, não estou defendendo o movimento LGBT aqui e acredito que o Moacir também não. Mas não vejo fascismo neste movimento. Ainda que houvesse, no entanto, não justificaria o fascismo de bolsonaros e felicianos.
O amigo Fer não deve acompanhar as notícias com frequência. O tal Bolsonaro se coloca como cristão e vive agredindo minorias. Obviamente não parte para a agressão física, mas chega ao cúmulo de exibir cartazes escritos de próprio punho, com dizeres do tipo: “Queima a rosca todo dia” e etc. Na minha concepção isto é agressão promovida por um cristão.
Importante que se diga: chega ao cúmulo de exibir cartazes durante sessões da câmara, como deputado, não como cidadão exercendo o direito à livre expressão.
Não sabia que Skynheads é um grupo cristão. Vivendo e aprendendo…
Que eu saiba, o Bolsonaro nunca, jamais, nenhuma vez, pregou a violência contra os homossexuais.
A tensão começou no Brasil quando os grupos gays passaram a ter uma atuação agressiva, tentando impôr sua ideologia até para crianças de 5 anos de idade.
Aliás, esses grupos foram criados justamente para criar conflito na sociedade. As pessoas que comandam estes movimentos estão pouco ligando para os gays.
Basta ver que o partido do Sr. Jean Willys apóia incondicionalmente regimes como o russo, o cubano e o iraniano. Nestes países sim os homossexuais são perseguidos.
Fer você tem uma dificuldade impressionante de interpretar textos. Dizer que alguns skynheads se declaram cristãos, e cometem agressões, não significa que a pessoa afirmou que todos os skynheads são cristãos.
Tudo o que Bolsonaro faz é agressivo não apenas contra homossexuais. Pessoas públicas devem ter certa responsabilidade com o que dizem, pois podem ser seguidos. Isso se sabe desde os primórdios. O poeta Blake, por exemplo, aprendeu de maneira adversa. Foi obrigado a vir a público quando um de seus poemas levou uma porção de pessoas a cometerem suicídio. E se um poema leva pessoas a cometerem suicídio, o que dirá de um babaca que só apronta presepadas na câmara? Mas não vou seguir esta discussão. Não compensa.
Para termos um estado laico de fato deve se acabar com as insenções tributárias de templos e igrejas, isso iria sanear e muito os oportunistas que falam em nome de um deus pensando e lucro fácil.
O que me espanta nem é um pastor de convicções estritamente dogmáticas à frente de uma comissão que se pretende defender as minorias. Espanta-me, e me preocupa, ver a quantidade de apoiadores que ele vem conquistando. É a teocracia que se avizinha. São as “convicções” que se vê na maioria dos comentários em notícias sobre o Feliciano e que beiram o nacional-socialismo. É o Brasil caminhando em ré não só no “caso Feliciano”, mas em leis retrógradas sendo votadas no congresso. É ver a bancada religiosa crescendo e se tornando a mais poderosa presente no legislativo. Sinceramente, nunca achei que aconteceria isto (vivi o período da ditadura e não me ocorreu), mas ultimamente tenho pensado bastante em passar uma extensa temporada fora do Brasil.
Primeiramente, não acredito em qualquer Deus ou religião. A questão, entretanto, é que religião faz parte da cultura popular. Feriados e símbolos religiosos são parte da manifestação dessa cultura (note que no plenário de julgamentos do STF tem uma cruz enorme). É importante que todas as opiniões sejam ouvidas, mesmo as racistas. O que não pode acontecer é deixar na presidência da Comissão de DH (ou mesmo deixar fazer parte dela) alguém cujas opiniões facistas sejam obstáculo para a promição dos direitos das minorias. É preciso, antes de tudo, que o próprio Estado coíba a exploração religiosa das camadas menos esclarecidas da população. JUstamente esta camada popular que elege os Marcos Felicianos. Tributação e fiscalização das entidades religiosas seria um bom começo…
Acho que não somos um povo muito aberto ao diálago. Tem questões muito mais sérias que precisariam ser discutidas com a sociedade como a reforma do código penal (que está em andamento) e a reforma política e não existe uma linha a respeito. E é explorando o nosso conformismo e apatia que surgem políticos defendendo idéias medievais como a desse sr. Feliciano. Ao meu ver, o assunto vai se esgotar aí.
Olá, acho que o que você está pedindo não faz muito sentido. O Estado é Laico (leigo) mas as pessoas tem opiniões individuais que se formam com influência de diversas variaveis, inclusive religiosas. Eu discordo das declarações dele, e não sou adepto de sua seita, mas se as “convicções religiosas DELE não devem servir de regra para ELE”, então qual o sentido dele ter uma opinião sobre o que quer que seja?
Barça, isso é só o começo. Está para ser aprovada uma PEC que permitirá às associações religiosas, questionarem a constitucionalidade das leis. Aí sim o bicho vai pegar.
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=524259
Isso é preocupante! Como disse acima, é a teocracia que se avizinha!
Estado laico significa que o estado não favorecerá determinada religião em detrimento de outra. Isso é muito diferente de Estado Ateu, que é aquele que proíbe manifestações públicas de fé.
O Brasil é um país de raízes e maioria cristã, e portanto é óbvio que as leis e costumes tendem a ser permeadas por essa visão de mundo.
Sua fala, caro articulista, parte da falsa premissa (oculta) de que é possível construir um sistema de valores, costumes e etc, com base apenas na ciência experimental, sem nenhuma referência à noção de Deus, do Absoluto, o que é 100% falso. Se quiser uma explicação poder ler o livro “A abolição do homem” de C.S. Lewis.
Por ora, deixo um desafio para você e para qualquer um dos defensores do “Estado Laico”: Expliquem, sem recorrer a nenhum conceito não científico (como respeito, dignidade, valor da pessoa humana, justiça, autonomia, etc) porque devemos condenar atos como:
– a escravidão
– a pedofilia
– o incesto
– o roubo
– o assassinato
Lembrem-se, os argumentos tem que ser estritamente científicos.
-Escravidão : toda pessoa deve ser remunerada pelo seu trabalho, capitalismo purinho
-Pedofilia – Não se deve fazer sexo nenm estimular o sexo em aminais que não chegarma à maturidade sexual
– Incesto – Cruzamento inter parentes causa danos genéticos
– Roubo – Não se deve subtrair bem de outros, vc que compre já que não é escravo
– Assassinato – pouquíssimas especímes matam seus semelhantes
Escravidão: Por que toda pessoa deve ser remunerada? Eu acho que o mais forte tem o direito de se impor sobre os mais fracos. Nem todos aceitam o capitalismo, muitos o odeiam.
Pedofilia: Por que não? Existem muito grupos que dizem que relações sexuais não são danosas para as crianças, e que isso é preconceito religioso. Além disso, porque eu deveria me importar com as crianças?
Incesto: Basta usar camisinha. E se nascer defeituoso é só matar, como faziam os espartanos, os nazistas e muitas mães nos lugares onde o aborto é liberado.
Roubo: idem para a escravidão
Assassinato: E daí que poucas espécies matam seus semelhantes. Poucas espécies também constroem catedrais, elaboram filosofias e etc.
Tente novamente, você consegue fazer melhor.
Cara, vc se perdeu totalmente. Olha a sandice que vc postou: “poucas espécies também constroem catedrais, elaboram filosofias e etc.”
Mas a igreja não é contra a camisinha ?????
Já a corrupção vc esqueceu de falar.
Gostaria que o sr. me explicasse como não se dará dano em uma vagina de uma menina na primeira infância a ser penetrada por um pênis de um adulto, ou não acontecerá pois haverá um milagre ????? E as crianças são a garantia de perpetuação da nossa espécie, ou vc acha que a terra será repovoada com anjos ? Por isso é biologicamente aceitável que nossa espécie as protejam e as eduquem para serem superiores as gerações passadas, eliminando dogmas e atrasos, principalmente.
Além de construir catedrais, ele elabora filosofias, fantasias, contos, romances e obras ficcionais além disso o homem também tem uma necessidade de arrumar uma desculpa mística para seus fracassos e decepções e também de usar o medo do inexplicável para controlar a sociedade. Seria muito mais honesto se usasse apenas o grito como fazem os outros animais. Isso sem dúvida é uma evolução que veio junto com a nossa vida em comunidade e na nossa capacidade de se comunicar com algo mais que uma centena de sons, e que veio sendo aprimorada desde que o primeiro girino saiu da água.
Por fim vc uma cara religioso, tão cristão, defendendo a morte de crianças defeituosas, ora, tenha compaixão e as embale, quem sabe com alguma organização religiosa, que ainda possa fazer uma caixinha 2 e eleger alguém para o congresso…..
1. A Igreja é contra a camisinha, você não, então não teria problema de utilizar numa eventual relação incestuosa.
2. Se causasse dano, qual seria o problema? Por que motivo científico devemos nos preocupar com as outras pessoas?
3. Acho que você é analfabeto. Não sou a favor da morte de seres humanos, mas você é, desde que ainda estejam dentro do útero.
4. Por que eu deveria me preocupar com a perpetuação da espécie? Se a vida de um ser humano não tem nada de especial (e você não vai querer me dizer que um mero aglomerado de moléculas de carbono resultado da evolução cega tem valor), então porque o somatório de seres humanos (a espécie) teria algum valor?
Calma Ferzinha, me chamando de analfabeto, que ofensa baixa, normalmente isso acontece com gente teimosa e “inguinorante” quando é posta contra a parede…… A defesa dos dogmas religiosos mostra a podridão mais lasciva de qualquer ser humano, mata-se para defender sua fé, e não elmina-se a fé para deixar viver. E fecho a questão, mesmo que vc volte para me chamar de viado, com duas palavrinhas a qual os fanáticos espumam como uma vítima de exorcismo: LIVRE ARBÍTRIO !
Você me acusa de defender o assassinato de crianças e na sequência reclama de ter sido chamado de analfabeto. Hipócrita!
Quanto a livre arbítrio, ele está na base de toda religião. Os materialistas, pelo contrário, negam enfaticamente o conceito de livre arbítrio, o qual consideram uma ilusão. Estude um pouquinho, não dói nada.
— A escravidão é claramente antieconômica, pois um escravo nem de longe rende tanto quanto um trabalhador assalariado remunerado dignamente. Isso é fato puro.
— Não estando na maturidade sexual, uma criança vítima de pedofilia desenvolve graves distúrbios psicológicos e comportamento antissocial, o que reverte em desfavor da sociedade (por óbvio).
— Aplico o mesmo raciocínio ao incesto, que é claramente contra-instintivo. Além disso, gerar e matar “crias” defeituosas não vale o esforço de tê-las gerado. A gestação “desperdiçada” poderia ser aproveitada na geração de um indivídio fértil e operante, o que é absolutamente condizente com a teoria evolutiva.
— Assassinatos (o que tomo pelo homicídio “não legítimo”) geram insegurança e desestabilidade social. É claramente contra as regras de um bicho que é gregário por natureza e só tem chance de sobrevivência em sociedade, como o Homem.
— Por fim, leia sobre a Teoria dos Jogos. Até as bactérias, que não tem religião nenhuma, sabem como lidar em relações cooperativas e se comportam segundo a brilhante estratégia tit-for-tat.
Todos os teus raciocínios tem por base a premissa de que existe um ente real chamado “A Sociedade”. Na sua visão, bom é aquilo que favorece “A Sociedade” e ruim é aquilo que prejudica “A Sociedade”.
Foi este tipo de visão (com forte influência do evolucionismo) que legitimou atrocidades como o nazismo e o comunismo.
No plano econômico, que é aquele que você parece considerar legítimo, não há nenhum motivo para mantermos vivos nenhuma pessoa incapaz de ser produtiva economicamente.
Concorda?
PS: utilizar experimentos com bactérias para, mesmo que remotamente, explicar comportamentos humanos é ridículo.
Engraçado…você acha que não existe um ente chamado “a sociedade”, que todos conseguem ver, mas acredita que existe um chamado “deus”, que ninguém, nem você, vê.
— Opa, será que eu detectei um “reductio ad Hitlerum”? Concluir que certos comportamentos são condizentes com nossa inequívoca vocação para viver em sociedade seria então um atalhozinho para o nazismo? Aí fica fácil debater, amigo! “Você defende algo que legitimou o nazismo, logo venci o debate”. Ah, isso é coisa de criança, não de um competente hematologista! Você pode melhorar isso aí!
— Os nazistas e comunistas viviam em sociedade, assim como os caldeus, os judeus, os hebreus e a rapaziada toda, simplesmente é essa a nossa linha evolutiva. Nenhuma tese de dominação, seja nazista, comunista ou a sua — a religiosa — prega a dissolução da sociedade, porque simplesmente o homem não existe fora dela.
— Justamente porque vivemos em sociedade, o massacre de improdutivos não pode ser tolerado, porque eles estão inseridos nela. Os improdutivos têm vínculos psicológicos com quem os gerou e vice-versa (coisa instintiva, para não desagradá-lo com termos não-científicos como o amor), e estes últimos sofreriam com a eliminação daqueles. Esse sofrimento, além de também ser improdutivo também, pode gerar agitação social. E digo mais: as falhas genéticas e acidentes são um tanto quanto aleatórios, então é pouco provável que uma ordem de eliminação de improdutivos seja imposta em caráter geral por uma liderança qualquer. É a regra do “cooperar hoje para receber cooperação amanhã”. Egoísmo puro.
— Tenha mais respeito pelas bactérias. Em termos evolutivos, elas são muito mais bem sucedidas que você. Elas também não apelam para o nazismo em seus discursos em nível celular.
André, creio que nem o mais empedernido economista neoclássico pensaria dessa forma acerca das pessoas que não são produtivas economicamente. Haveriam custos para eliminar estas pessoas e não necessariamente o resultado ótimo para a sociedade seria privar estes indivíduos não-produtivos de suas formas de subsistência.
*Haveria
Não só pessoas pensariam isso, como já pensaram, e mais, estas ideias já foram colocadas em prática, ou você desconhece a história do século XX?
Meu amigo, pessoas podem pensar assim. Talvez eu não tenha conhecimento de história tão profundo quanto o teu, mas de teoria econômica, que você citou acima, isso posso falar com toda a propriedade.
E, complementando, não tem nada a ver com teoria econômica. Quem comete tal atrocidade, não o faz por princípios econômicos. Revise a história e veja que quando isso ocorre, está relacionado ao exercíco de poder e não por busca de uma decanta eficiência econômica.
Então não existe um ente real chamado “sociedade”? Onde você está vivendo, gente boa? Você não consegue ver o porrilhão de gente a sua volta, que mesmo trabalhando em prol da satisfação de necessidades pessoais dão sua contribuição imprescindível para a satisfação das necessidades alheias? Não vê forças políticas atuam para polarizar orientações individuais? Não vê pessoas vinculadas a um pedaço de terra e a uma língua específica? Isso tudo é elemento de uma sociedade! Não reconhecer a existência da sociedade e que comportamentos antissociais podem ser reconhecidos de plano, sem nenhuma muleta religiosa, só pode ser brincadeira!
Você já viu “A Sociedade” andando por aí? A sociedade é um conjunto de indivíduos. Se cada um deles não possui valor intrínseco, o ajuntamento deles também não terá. Entendeu?
André Fausto, desde que nasci até agora tenho visto a sociedade andando. Se para um lugar melhor ou pior eu não sei direito, mas vejo um grupo de indivíduos se transformando, se “movimentando” figurativamente.
E você, qual foi a última vez em que esbarrou em Deus em suas andanças?
Você vai querer mesmo dizer que o conceito de sociedade é tão abstrato quanto o da divindade?
E mais: quem foi que disse que o indivíduo não tem seu valor intrínseco? Só tem! Cada um deles e até os que agem de modo antissocial, pois por causa deles há um grupo que recebe para tentar manter as regras.
André Fausto, eu não tenho dúvida de que vivo em sociedade, mesmo não a tendo visto “andando” por aí. E você, quando foi a última vez que esbarrou com o Deus nas suas andanças? Usar o argumento de fé dizendo que Ele está ao seu lado agora não vale! Se você só acredita em coisas que pode ver e que andam fisicamente, desista de argumentar, porque você mesmo se traiu.
Prosseguindo, note que em nenhum momento eu disse que o indivíduo não tem valor intrínseco. Tem, sim: cada célula pode ser importante para o organismo social (não todas, já que defendi a pena de morte), mas não acredito nisso por causa de preceitos religiosos. Acreditar que toda assistência social, que todo altruísmo e que toda a contenção do crime têm um estofo religioso é voltar demais no tempo. Se você quer pensar como o pastor de cabras da antiga Judéia, vá em frente e acredite que o que salva o mundo de hoje é a religião. Só não esqueça que o pastor vivia em sociedade, e que a sociedade já existia quando os parentes remotos do pastor pareciam pequenos macaquinhos…
O amigo André F. acredita que o único freio para a escravidão, a pedofilia, o incesto, o roubo e o assassinato são os preceitos religiosos? Como seria isso? A religião “inspira” a lei secular, que acaba proibindo esses comportamentos todos? Então se não fosse a Tábua dos Mandamentos a Humanidade teria se extinguido há séculos num banho de sangue e de fornicação? Devolvo o desafio e peço que você prove isso aí… Algum conhecimento sobre História Antiga eu tenho, então quero ver como você explica, por exemplo, o Código de Hamurabi, que já coibia o roubo, o assassinato, a violência gratuita e o incesto, mesmo sem nenhuma inspiração religiosa judaico-cristã (ao contrário, há quem diga que esse código inspirou a Torah dos hebreus).
Eu não falei que a visão judaico-cristã é necessária sustentar a sociedade , eu falei que a noção de Deus, do Absoluto, do Transcendente, do Tao (como queira chamar) é essencial, e que sem ela é impossível qualquer sistema racional de valores.
Quanto ao Códio de Hamurabi, o mesmo surgiu na Babilônia. Naquele império, não é que a religião era importante, a religião era TUDO. A Babilônia era uma sociedade cosmológica, na qual qualquer fenômeno físico ou humano remetia ao transcendente.
Nunca houve civilização ateia. A partir do século XVIII começaram algumas tentativas, que invariavelmente terminaram em morticínio.
— Pelo que sei, o Código de Hamurabi não foi passado ao povo babilônico como um ordenamento divino, mas sim como a manifestação da autoridade civil do rei. Naturalmente que o código admitia as ordálias, mas isso era pela falta de um sistema probatório mais sólido e racional, o que a bem dizer só começou a existir com o Direito Romano. Contesto a inspiração puramente religiosa do Código de Hamurabi, pois consta que ele foi apenas a compilação das leis replicadas pela tradição oral. Se você então disser que tais leis foram “sopradas” por Ishtar no ouvido do povo, posso em vez disso acreditar que o mesmo povo, vendo a desvantagem de viver na barbárie dos primeiros tempos, reuniu-se para combinar um conjuntinho de regras mínimas de bom convívio.
— Seu raciocínio é cíclico e generalizante: se existe alguma coisa boa permeando a sociedade, só pode vir do Absoluto. Se para explicá-la se invoca a Evolução ou a psicologia evolutiva, a economia comportamental, as estratégias identificadas pela Teoria do Jogos ou qualquer outra coisa científica, você as desacredita como inidôneas, assim como as pessoas (Dawkins) que as defendem. Depois você fecha com chave de outro dizendo que as experiências de ateísmo levaram a morticínio. Ou seja, você é um danado de brincalhão, hein?
Caro Matias, você parece ser um rapaz inteligente e de boa vontade. Por isso, vou fazer um comentário, com todo o respeito:
Tuas colocações pressupõe uma visão muito infantil de Deus. Uma caricatura. Parece que você entende Deus como um super Super-Man. Quando alguém fala que Deus é onisciente você deve entender que é como se ele tivesse bilhões de câmeras de vídeo espionando cada recanto do planeta. Infelizmente esta visão é compartilhada por muitos crentes.
Agora, você acha que as religiões teriam perdurado tanto se fossem baseadas em coisas tão imbecis. Você acha que os Doutores da Igreja, os santos, os místicos e etc, eram todos paspalhos?
Se você quiser entender de aviação, vai certamente estudar quem entende do assunto, e não perguntar o quê o frentista do posto da esquina acha sobre o assunto.
Da mesma forma, se quer entender o quê é religião, estude Santo Tomás de Aquino, Willian Lane Craig (com que Dawkins se recusou a debater e foi chamado de covarde por isso), C. S Lewis, G.K. Chesterton e etc. Não ache que porque você impugnou o argumento da religião popular você refutou a religião.
Se, ao final dos estudos, você concluir que Deus é uma ilusão, beleza, mas certamente você já será uma pessoa melhor e mais inteligente por ter buscado sinceramente a verdade.
Abraço.
Quanta imbecilidade. Ateu também tem moral, não precisa de critérios científicos. A diferença é que ele mesmo determina o que é certo e o que é errado, não compra um pacote pronto.
E assassinato é o que mais tem na Bíblia, tem até genocídio em nome de Deus.
Obrigado por corroborar minha tese. É isso aí! Se você é ateu, é você que determina o certo e o errado.
A escravidão não foi abolida por uma questão de justiça, nem de moral. É notório que a extinção da escravatura no século XIX teve a ver com a necessidade de se criar um maior mercado consumidor para as incipientes indústrias da época.
Retificando: É notório que a extinção da escravatura no século XIX teve a ver com a necessidade de se criar um maior mercado consumidor para as incipientes indústrias da época e para isso aboliu-se a escravatura para o surgimento de uma ampla massa de mão-de-obra assalariada.
Não discuti o motivo da extinção da escravidão, só quero que alguém demonstre cientificamente porque ela é imoral.
—Se for para pedir prova científica de coisas que refletem no subjetivismo humano, olha que neguinho vai lhe pedir prova científica da existência de Deus, hein?
— Como debater em termos científicos uma questão afeta à moral? É como pedir prova científica da beleza de um rosto de mulher! Sim, porque conceitos de beleza e moral variam conforme o lugar e o tempo. Tanto que na pré-História as mulheres mais “quentes” eram as gordas e outrora a escravidão era levada numa buena, sem problema moral algum.
— Mas eu lhe digo que o problema da beleza do rosto feminino pode ser enfrentado cientificamente, como já fazem hoje em dia. Buscando padrões, distâncias harmônicas e similaridade, pode-se fazer programas de reconhecimento facial treinados para encontrar “beleza”. Do mesmo modo, provar cientificamente que uma prática banida nos dias de hoje, como a escravidão, é imoral seria moleza. Um estudo estatístico no meio do povão certamente cravaria quase 100% de declarações de que ela seria imoral. Logo a escravidão seria imoral porque quase todo assim a consideram. Os antigos romanos e egípcios não diriam a mesma coisa… será porque o atemporal Deus não tinha lhes ensinado nada?
E estou dizendo que ela não foi extinta e proibida por uma razão moral.
1. Deus não pode ser demonstrado através da ciência experimental, o que não quer dizer que não possa ser provado racionalmente. São coisas diferentes.
2. Você afirmou que a escravidão é errada porque a maioria das pessoas acha que é errada. Isso corrobora a minha tese de que caso Deus não exista, todos os valores são subjetivos.
3. A questão da beleza é complexa, mas vou deixar uma pergunta para você pensar: Se você não soubesse antes de iniciar determinado experimento, quais rostos são bonitos e quais não são, como você poderia conferir se o computador acertou ou não?
André,
sou ateu, mas acho que a Comissão de Direitos Humanos não deve ser formada apenas por pessoas a favor da expansão dos tais Direitos Humanos. Além disso, sou contra qualquer lei que limite a liberdade de expressão ou pensamento, ou seja, acho que todo mundo tem direito de se expressar contra em qualquer temática, seja negros, homossexuais, judeus, etc. Isso é diferente, por exemplo, de negar atendimento médico a um negro ou homossexual em um posto de saúde apenas por conta desta condição.
Acho que o Feliciano está prestando um grande serviço aos ateus pois está revelando para a minoria católica brasileira, que nunca leu a Bíblia, embora tenha a mania de ter um exemplar empoeirado aberto na sala de casa, que o cristianismo, assim como o judaísmo e o islamismo, são religiões obscurantistas, que defendem coisas abomináveis. Mas se são cristãos e a palavra de Deus é atemporal, têm que seguí-la.
Atribui-se a Dostoiévski (não sei se é verdade), a frase “se Deus não existe, então tudo é permitido”. Acho que é justamente o contrário: Se Deus existe (na cabeça das pessoas), então tudo é permitido, até vender a filha como escrava, matar homossexuais ou levar um Mark Chapman a assassinar John Lennon.
Mas a lógica não vale pro outro lado, certo? genocidas que nao acreditavam em Deus e etc.
Vide o pessoal que acompanhava o Charles Manson…
não vale. Genocida que não acredita em Deus mata porque quer. Genocida que segue as ordens de Deus, mata porque Deus quer. É completamente diferente. A minha moral de ateu é determinada por aquilo que acredito que é certo ou errado. A moral de um cristão é determinada por aquilo que Deus, cujas únicas “palavras” conhecidas estão na Bíblia, diz que é certo. Isso inclui, por exemplo, praticar genocídio contra os incrédulos.
Ideias se discutem com quem se dispõe a formar uma opinião por si próprio.
Infelizmente é muito difícil encontrar entre os seguidores de cultos em geral alguém que não “pense por procuração”, vomitando “verdades absolutas” e dogmas carcomidos.
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado democrático (…) promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”. É assim que se inicia nossa CF. Os ateus, agnósticos, budistas, hinduístas, panteístas e afins já são discriminados aí. Agora, se Deus existe, será que ele não teria serviço maior para fazer do que proteger os deputados e senadores? Bem, talvez isso explique muita coisa que rola por aí…
Você tem toda razão. As pessoas confudem liberdade religiosa com a laicidade do Estado, que é o que determina (ou deveria determinar) que os valores de qualquer religião não podem pautar políticas públicas. Isso não significa de maneira nenhuma cercear a liberdade religiosa. Crenças religiosas são um instrumento eleitoral poderoso e pra ter voto vale tudo né.
Já que você nos pergunta, respondo. Acho que já passou da hora de sermos um estado verdadeiramente laico! Gostaria de ver essas igrejas todas tributadas PESADAMENTE, porque de santas nenhuma delas têm um só átomo. Cassem o direito dessas igrejas de comprar espaço na programação das TVs! Retirem os símbolos religiosos das repartições públicas, pois do que eles adiantam? Infelizmente um crucifixo não estimula o funcionário público corrupto a deixar de roubar… Estou cansado de ver o povão engabelado e anestesiado por historinhas de pastores de cabras judeus mortos há milênios.
Não vejo porque cassar direito de comprar horários de TV, tampouco vejo razão para extirpar símbolos religiosos de repartições públicas, mas numa coisa estou de pleno acordo contigo: deveriam sim tributar templos e igrejas, permitindo abatimentos na observância de contrapartidas sociais. O problema não é com a religião, mas sim com pessoas que trabalham nisso com o único intento de ganhar dinheiro.
O Estado não é laico? Então por que tem símbolo religioso em prédio público?
O Estado é laico e creio que o motivo pelo qual não vejo sentido para extirpar símbolos religiosos de repartições públicas é mero costume: enquadro-me na parcela, anacrônica ou não, da população que ainda não está preparada para um Estado puramente laico.
Mas são justamente esses “costumes” que lembram que o Estado NÃO é laico.
É verdade, Barcinski. Na prática, não é laico mesmo…
Estado laico não deve ter nenhum símbolo religioso em prédio público, nenhum …..
Estado laico não é Estado ateu, pessoal… Há símbolos religiosos em prédios públicos não porque ali são seguidos os dogmas de uma religião em particular, mas porque esses símbolos representam valores históricos da formação e do desenvolvimento da nação brasileira. Pura herança cultural. São símbolos de tolerância (o crucifixo, em particular, ganha uma interpretação ainda mais interessante do que isso, pesquise) e a pergunta do André (“Então por que tem símbolo religioso em prédio público?”) soa apenas – e infelizmente – como intolerância religiosa sem refinamento intelectual (ou apenas o outro lado da moeda que é o Feliciano). Abraços.
Não, Alan, é exatamente o oposto. Por que não há símbolos de TODAS as religiões em prédios públicos? Vc vai usar o argumento de “valores históricos”, mas isso pode ser usado pra justificar qualquer coisa errada. “Ah, é errado, mas sempre foi assim, vamos deixar…”
Alan, pelo visto vc deve ser daqueles que acha que acreditar que não há deus, e que tudo pode ser explicado de forma lógica é coisa do capeta
Não, vou usar o seu próprio argumento (lembrando que 90% da população brasileira, se não me engano, é cristã): como é impossível adotar um critério HIERÁRQUICO (porque democrático) de representação para símbolos de TODAS as religiões (lembre-se dos 90% acima), o que você diz é que, democraticamente, é melhor não representar nenhum. Prevaleceria a vontade da minoria (ateus), algo nada democrático, concorda? Em nome da justiça, cometeria-se uma injustiça.
É uma pena que tou lotado de trabalho aqui e, provavelmente, não vou conseguir voltar ao blog, mas pergunto apenas para saber mais sobre a sua cabeça: ontem vi uma reportagem no Jornal da Cultura sobre o estado terminal das Santas Casas de Misericórdia do Estado de SP. Você diria que, em nome desse laicismo que se confunde com ateísmo, o Estado não deveria mais colocar dinheiro público nelas? Abraços.
Peixotano, fui ateu durante quase toda a minha vida. Era um cara como você, que achava que religiosos eram todos ignorantes. Arrogância minha (e sua). Já sobre a ignorância, percebi que é um troço muito bem dividido, tanto entre religiosos, quanto entre ateus. Você fala de lógica: se REALMENTE tem interesse no assunto, uma boa porta de entrada seria pesquisar (ler livros e ouvir palestras e debates) do John Lennoxx: http://johnlennox.org. Abraços.
E a vontade dos judeus, dos budistas, dos islâmicos, dos espítirtas, dos umbandistas ?????
O problema de vc’s “cristãos” é que seus pensamentos e vontades em 90% dos casos( já que gostas de estatísticas) não são cristãs com os que lhes são diferentes
Não é uma questão de “vontade”, Peixotano. Você pode fundar uma igreja com seus amigos e dizer “E a nossa vontade, como fica?”. Percebe a imbecilidade do argumento? Outra: você citou grupos que não demonstram nenhum constrangimento (ou revolta) diante dos símbolos que falamos. Você certamente não está DE FATO preocupado com a “vontade” deles (também porque iria contra o seu laicismo torto). Esta é uma grita apenas de ateus que não sabem o que é laicismo.
A questão é apenas de algo que foi (e é) relevante na formação cultural de uma sociedade, mas de importância meramente simbólica (já que não afeta o funcionamento de nenhuma instituição).
Sobre seu parágrafo falando do “problema” dos cristãos, parabéns pela demonstração de tolerância, civilidade e apreço pela matemática, pela verdade ou pela História. Abraços.
Posso fundar uma igreja e ganhar muito dinheiro, mas fui criado por um cara sem religião e uma mãe descendente de judeus que me ensinaram ser honesto e não ganhar dinheiro com a ignorância dos outros. Afinal o lema dos “pastores” da vida: Se deus é a estrada Nós somos o pedágio ……
Simples: usando a TV esses lobos da Teologia da Prosperidade alcançam muito mais pessoas. É um sistema pernicioso que se retroalimenta: a TV alcança o pobre coitado e o “pastor”, aproveitando-se dela, pede dinheiro para pagar o… aluguel da TV! Assista a esses programas! São dez minutos de blá-blá-blá e depois chovem os pedidos de dinheiro, disparam a falar do custo do horário, que a “obra” periga acabar, etc. e tal. Que raio de evangelização é essa? Onde já se viu “bispo” dono de canal de TV? Se as concessões de TV partem do poder público, cadê o estado laico? Acho que, se o objetivo é mesmo “conquistar almas para Jesus”, que o façam no gogó e à força dos pés palmilhando o caminho (como era antigamente). Nada de TV e rádio!
Matias, eu sou totalmente contra esse tipo de programa, mas não creio que precisam proibir. Eu creio que tributar seria uma boa forma de extinguir a sede desses sanguessugas pelo dízimo dos crédulos. No mais, também não vejo razão para existir esse tipo de programa, pois a fé não se exercita e se alimenta na poltrona de casa.
— Proibir talvez não seja a melhor solução. Pode haver, sim, mecanismos dissuasórios menos impositivos e mesmo assim eficientes. O que não pode é permitir que esses lobos continuem a explorar a ignorância alheia. Digo que o dízimo doado por uma pessoa ignorante equivale a furto, é um ato jurídico viciado em sua essência pela falta do elemento volitivo ligado ao consentimento. Não sabendo discernir se Deus realmente vai puni-lo por não doar, o ignorante vai e dá até o que não pode.
— Sou cristão, mas agnóstico. Não acredito em sistemas humanos pelos quais eu deva exercer minha fé. Não tenho nada contra alguém que queira doar 30% de seus ganhos à igreja, desde que essa pessoa tenha todos os elementos para entender o que está fazendo. Doando com consciência, sabendo pesar os prós e os contras, a pessoa pode dar até tudo o que tem, pois não me importa. O que me irrita mesmo é saber que as pessoas são *exploradas* por sua ignorância.
-Estou de acordo que esse tipo de exploração deve ser coibida de alguma forma. Mas pior do que aqueles que doam com medo de ser punidos, são aqueles que doam pensando apenas em possíveis benesses e “milagres”. A doação para Igrejas e Templos, como qualquer doação para ONG ou partido político, deve ser feita com convicção e esclarecimento.
– Sou cristão católico e não vejo problemas em ser ateu, agnóstico, evangélico, judeu, etc. Eu só não gosto da mercantilização da fé.
– Agora quanto a pessoas exploradas por sua ignorância, tu falaste da doação à Igreja, mas o primeiro exemplo que me vem a mente são Títulos de Capitalização. É algo que não serve para nada, que o funcionário só vende com medo de ser punido (ou demitido) e o cliente só compra ou na completa ignorância ou por uma certa coerção. Clientes esclarecidos jamais compram…rsrs
Liberdade religiosa é um direito assegurado, mas estelionato é crime previsto em lei. Por que o Ministério Público ignora estelionatários da fé?
André,
Acho que o caso Feliciano é bom para expor diversos assuntos:
– Sim, sem dúvida um Estado laico de verdade é mais que necessário, e nossos políticos ignoram isso por pura conveniência;
– Sim, é de um infelicidade tremenda um cara destes presidir uma comissão em que
supostamente deveria defender as minorias;
– A exposição do Feliciano, coincidentemente ou não, tirou o foco da nomeação de dois mensaleiros condenados a Comissão de Constituição e Justiça, o que pode ser conveniente a alguns, tanto que ele tentou negociar sua renúncia com a renúncia do Genoíno e do João Paulo Cunha;
– Agora o mais importante na minha opinião, e que acho que está sendo pouco discutido é a liberdade de expressão.
E para isso a frase do economista Walter Williams numa entrevista a Veja resume o principal:
“É fácil defender a liberdade de expressão quando as pessoas estão dizendo coisas que julgamos positivas e sensatas, mas nosso compromisso com a liberdade de expressão só é realmente posto à prova quando diante de pessoas que dizem coisas que consideramos absolutamente repulsivas”.
Thumbs up para seu comentário.
Acho que tem outra questão que o país está se esquecendo de discutir e que, na minha opinião, é mais importante e transcende a política: é essa convicção de que toda agremiação, gueto ou facção da sociedade deve eleger seus “representantes” e estes devem se articular para defender os direitos do grupo que o elegeu, passando por cima do bem comum e dos interesses do país, e do interesse dos mais fracos. Nisso, o Feliciano, o Jean Willys e a bancada ruralista são exatamente a mesma coisa. Acho que o estado laico não garante essa visão altruísta do exercício político, mas essa visão altruísta garante um estado laico.
Só é bom lembrar que o Jean Willys NÃO FOI ELEEITO. Ele entrou com votos de outros canditados, naquele esquema de coeficiente eleitoral.