Não perca: TV exibe o pior filme do mundo
23/04/13 07:05A HBO 2 exibe amanhã, às 15h22, “Marina Abramovic – The Artist Is Present”, documentário sobre a cultuada artista performática sérvia. É o pior filme que já vi e absolutamente imperdível (veja outros horários aqui).
“Imperdível” porque acredito que assistir a filmes ruins pode ser didático. Enquanto grandes obras inspiram pelo exemplo, as péssimas o fazem pelo não-exemplo: assista e aprenda como não fazer um filme.
Brincadeiras à parte, posso dizer que o filme é tão ruim que ficamos até em suspense para ver como terminava. A cada minuto, aumentava a ansiedade aqui em casa: “Não é possível, vai ficar pior ainda?”
Quero deixar uma coisa bem clara: não estou criticando a arte de Marina Abramovic, mas o filme. Confesso que não tenho o menor interesse em “performance art” e vi o filme até para conhecer mais sobre o assunto.
Mas o efeito foi oposto: agora não quero mesmo ouvir falar de nada que se refira a artes performáticas e muito menos a Marina Abramovic.
O filme conta a preparação para uma importante exposição de Abramovic no MoMa, o Museu de Arte Moderna de Nova York. Durante vários meses, a equipe acompanhou a artista e seus incontáveis assistentes.
Na exposição, atores jovens iriam reencenar peças “clássicas” (o termo é da própria Marina) da artista. E ela estrearia uma nova “performance” chamada “A Artista Está Presente”, em que ficaria sentada numa cadeira por três meses, durante o horário de funcionamento do museu, enquanto os visitantes poderiam sentar-se em uma cadeira em frente a ela e ficar olhando para sua cara pelo tempo que quisessem.
O filme é a maior “egotrip” que já vi. Marina Abramovic é uma artista que não fala sobre o mundo, mas sobre como o mundo deve falar sobre ela.
Durante as quase duas horas, a artista é cercada pela mais caricata cambada de puxa-sacos, uma claque que se limita a rir de suas piadas sem graça e achar genial qualquer espirro da iluminada.
Marina não consegue falar nada interessante, apenas platitudes sobre ela mesma, mas ditas com a pompa de quem está prestes a revelar um segredo milenar. Quando alguém avisa que a exposição já chegou a 750 mil visitantes, ela diz: “Mas é quase um milhão!”
O filme não consegue explicar por que Marina Abramovic é tão importante. Há imagens de arquivo de performances antigas em que ela e o então marido, Ulay, dão tabefes na cara um do outro por 14 horas e jejuam por 15 dias em uma mesa de jantar, mas não há uma contextualização que ajude o espectador a entender por que aquilo é tão bom.
Em determinado momento, Marina critica o culto a celebridades no mundo das artes, sem perceber que sua fama, pelo menos a mostrada no filme, se baseia justamente num hype sem vergonha. Para realçar, o documentário mostra astros hollywoodianos como James Franco e Orlando Bloom esperando na fila para poder sentar na frente de Marina por dois minutos. “Eu senti uma conexão profunda com Marina”, diz James Franco. Tá legal.
O filme me lembrou outro exercício ególatra, “Lixo Extraordinário”, supostamente um documentário sobre catadores de lixo no Rio de Janeiro, mas que na verdade é um comercial da bondade do artista plástico Vik Muniz, mostrado como um anjo que desce dos céus para salvar os coitadinhos. Também merece ser visto.
Que nada, ADOREI O FILME!!!
Explico: sofro de insônia. Após 30 minutinhos assistindo ao documentário, corri para os braços de Morfeu. Bem melhor que Dormonid!
Como disse Allan Sieber: “Pára o mundo que vou descer, tomar uma cerveja e ver qual é a próxima palhaçada!”
Poxa Barça, eu gostei de “Lixo Estraordinário”! Achei interessante ver aquele processo de produção das obras e também dos depoimentos dos catadores. Também fiquei incomodado com uma certa bajulação à “bondade” do Vik, mas achei isso uma coisa menor no filme que no fim das contas dá pra relevar…
A sua falta de gosto pelo filme está claro na sua frase “Confesso que não tenho o menor interesse em “performance art”. Marina é Marina.O resto é resto. E seu gosto pelo jeito é péssimo para documentários sobre arte CONTEMPORANEA, ANDRE BARCINSKI.
Não ter interesse não quer dizer desgostar. São coisas diferentes. Vi o filme justamente para conhecer o trabalho da artista, mas o ego da sua “Marina é Marina” ficou na frente.
Geralmente, quando queremos conhecer o trabalho de um artista, primeiro vamos às obras dele, e depois às releituras que foram feitas acerca do mesmo…
Respeito demais a sua opinião, o que achei meio estranho foi o tom da crítica – soou como um leigo (coisa que vc não é) – falando nada para ninguém…
Se vai dar cacetada, pesquise um pouco antes, se fundamente…
Do jeito que você fez, sem argumentação nenhuma, fica fácil demais.
Vc pode muito mais do que isso.
Sigamos!
Dei “cacetada” no filme, não na artista, Juliana, por favor leia o texto.
Opa, ta aí então. Gostar de arte contemporânea automaticamente galga o sujeito a dono do bom gosto universal.
“A trilogia” Marina, Vik e Damien Hirst.
Não vi, mas acho difícil bater Garrincha – Estrela Solitária.
André Gonçalves faz o Garrincha…
Esse é de lascar mesmo, bem lembrado.
Vocês são uns insensíveis. Experimentem assistir com a tv desligada e escutando seus discos favoritos, depois me digam se não vale a pena.
OT : http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2013/04/23/com-novo-cd-guilherme-arantes-diz-que-brasil-vive-monocultura-e-so-sertanejo-pagode.htm
Concordo com vc. Até tenho uma certa simpatia por algumas coisas que a Marina faz.. mas essa arte egotrip é um SACO. Na mesma linha está Sophie Calle, outra pentelha egotrip, que tem quaser todas as obras de arte centradas em si mesma.
Me lembrei de uma obra em uma bienal, que se tratava de umas bacias de gesso com agua quente evaporando. A plaquinha se desdobrava para dar importância para aquilo: “o artista se empenha em dar novos estados à matéria” . Lembrei que faço isso toda vez que ligo a água quente da minha banheira (mas nem por isso coloco plaquinha do lado, certo?).
Em resumo: é a babação de ovo que faz esse tipo de artista ser importante. Pq olhando friamente, tem muita picaretagem, muita embromação.
PS: vc não viu “cinema falado” do Caetano, viu? Achei que esse era um campeão de ruindade.
Tem uma frase, não sei de quem, que explica (em parte) essa farsa: “Arte é aquilo que eu chamo de arte”. Eu até entendo que tem uns malucos que se acham os tais. A boçalidade recai, na verdade, nos tais James Franco que sentem as “tais conexões”. Como dizia meu avô, “esse pessoal precisa é carpir data pra para com essa frescura…”(data é terreno, aqui no Paraná).
André,
Qual é o maldito filme que está mulher ( ou é alguem que diz ser ela participa). ???
Onde o grande climax do filme é que ela vai fazer uma destas exposições e se matar ao vivo na frente de todos….
Você sabe o nome ?
Assisti a muito tempo e achei uma porcaria e agora fazem um documentário sobre ela …
Abraços
Não vi ainda o filme sobre a Marina Abramovic, mas será que é pior que Cleópatra, do Julio Bressane? Na minha modesta opinião, Cleopatra é disparado o pior filme que tive o infortúnio de assistir. Arrastado, pretensioso, em suma, chato pra cacete. E o Falabella de Cesar é de lascar…
Interessante o grau de histeria coletiva que ocorre com a exposição; filas intermináveis, choros convulsos…
Ferreira Gullar expõe de forma bem interessante o que ele acha sobre esse tipo de performance.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/1228152-sera-arte.shtml
Eu achei que não existisse filme pior que “O Apanhador de Sonhos”…
…ou não!
Eu pensei que o titulo de pior filme estava com o Plan nine do Ed Wood
Isso é uma obra-prima.
Plan Nine é muito ruim, mas pense num filme divertido de tão ruim.
Até que enfim alguém percebeu o quanto esse filme é uma farsa e teve coragem de falar! O lance sobre esse culto a Marina Abramovic é simples: ninguém entende nada do que ela faz e, como performances em geral são meio incompreesíveis mesmo, a têm como gênio da raça. É patético!
De arte eu não entendo, mas se ela aparasse a própria perereca ficaria melhor. rsrsrs
Queria ver a tal da Marina ficar encarando uma hora o Cadelão (Lucélia Santos – Bonitinha Mas Ordinária) ou o Julius (Todo Mundo Odeia Cris). Aí sim o caldo ia engrossar!
Queria ver ela ficar 5 segundos olhando fixamente pro Rosimiro (lateral do Palmeiras dos anos 70) totalmente indiferente.
André, finalmente o Ed Wood foi vingado. Abraço.
Ô loco…Youtube mostrando xxota…Afe!
não percam na Ilustrada de hoje a ficha do artista brasileiro Paulo Nazareth, que vai representar o Brasil na Bienal de Veneza
ele está “reinventando a performance”, depois de ir a pé de Minas Gerais a Miami….
É porque você ainda não viu “A luz do Tom”. É o pior documentário de todos os tempos. Aposto que é 100 vezes pior.
Do Nelson Pereira dos Santos? Não vi ainda…
Eu vi e confirmo. Chato pra cacete.
André, apesar de você dizer que está criticando o filme e não a arte dela, lendo o texto fiquei com a impressão de que você não gostou do filme justamente por não gostar da “arte”, o que aliás é bastante compreensível.
Não, o que eu não consegui foi entender por que ela é tão boa naquilo que faz. Só isso. O filme não explica isso, só a elogia, sem contextualização alguma.
E aquela de “Os intocáveis”? Quando o milionário cadeirante faz um critico de arte pagar 11 mil euros por um monte de rabiscos que o seu empregado pintou?
André, isso é porque você não deve ter assistido “As Amazonas na Lua”, isso sim é um filme ruim demais que precisa ser assistido, é mais engraçado que muita comédia, absolutamente hilário.
Mas é uma comédia!
Bem, poderíamos tentar decifrar se é uma comédia, se é uma críticas aos filmes ruins ou se ele é ruim demais, é por isso merece ser reconhecido, porque precisa ter talento pra fazer algo daquele nível.
Eu não li isso…
“As Amazonas na Lua” é um filme muito bom que faz uma sátira aos filmes ruins. Pelo visto é tão sutil e bem feito que você nem percebeu que era uma comédia… rsrs
A minha primeira grande crise de riso com um filme (que nao desenho animado) que me lembro foi com o Amazonas da Lua, na cena que o cara chega em casa e quase se mata com o triturador da pia eu quase morri de alta de ar.
Essa Marina Abramovic é uma mala egocêntrica e superestimada. Tomei conhecimento da existência da fulana porque o Michael Stipe e a Patti Smith também entraram na fila para encarar a sirigaita. Tem coisas na arte contemporânea que tenho dificuldades em entender porque bajulam tanta ruindade.
Se vc ficar 1 hora encarando o Wilson do filme Náufrago também vai se concectar com ele
Boa!
Imagino o que seria a tal Marina passar 2 minutos encarando o Costinha ou o Zé do Caixão…
nossa, o zé ia errar o nome dela umas 500 vezes nesse meio tempo kkkkk
E o Caetano ainda não se pronunciou sobre o assunto?
achei lindo!
Não te conheço…