O torcedor e a Revolta das Caxirolas
01/05/13 07:05Estamos às vésperas da Copa das Confederações e a pouco mais de um ano da Copa do Mundo. Em qualquer país, o povo estaria respirando futebol.
Nas ruas, ninguém falaria de outra coisa. Crianças passeariam de camisa da seleção. Todo jogo seria uma festa, com estádios cheios e torcida animada.
Mas não é o que ocorre. Na verdade, não lembro uma época em que o futebol brasileiro estivesse tão por baixo quanto agora.
Nossa seleção é execrada. Aliás, a seleção não é “nossa”, mas da CBF, como bem disse Ricardo Teixeira. O povo não se identifica com o time da CBF e vaia o time.
Nossos campeonatos estaduais foram sabotados pelas federações, que se perpetuam no poder à custa de favores aos times menores.
Nossos estádios, com poucas exceções, vivem vazios. Facções organizadas de torcedores profissionais dominam as arquibancadas.
Não podemos fumar, beber álcool ou levar bandeiras aos estádios. Não temos jogos de duas torcidas porque a polícia não tem competência para garantir a segurança. Partidas noturnas começam em horário de boate para satisfazer a TV. Enquanto isso, na “sisuda” Alemanha, quem paga ingresso pode fumar, beber e exibir bandeiras.
Nosso Ministro do Esporte vai ao programa de TV “Roda Viva” e não tem capacidade de responder com clareza a uma pergunta sequer sobre os problemas da Copa do Mundo, preferindo acusar os jornalistas de “adversários da Copa” e ressuscitando a filosofia militarista do “Ame-ou ou deixe-o”.
O primeiro jogo no Maracanã depois de uma reforma que custou quase 1 bilhão aos cofres públicos é uma pelada entre amigos de Ronaldo e amigos de Bebeto. Dizem que é um “jogo-treino”, mas o evento é transmitido pela TV e usado de propaganda por Dilma, Lula, Sergio Cabral e Eduardo Paes, o que o torna um evento oficial. Mesmo assim, Ronaldo acha por bem usar o Maracanã de playground e coloca um parente da esposa para jogar, enquanto Zico, Romário, Dinamite e tantos outros ídolos da história do Maracanã não foram convidados.
O apresentador da inauguração do novo Maracanã não foi José Carlos Araújo ou algum narrador esportivo com vínculos antigos ao estádio, mas Luciano Huck. Repito: Luciano Huck.
Nossos times, com poucas exceções, estão falidos, com dívidas impagáveis e divisões de bases dominadas por empresários.
Nossa imprensa esportiva se divide entre o oba-oba oficialesco e aqueles que insistem em dizer a verdade e são tachados de “pessimistas”.
O homem mais poderoso do futebol brasileiro é uma relíquia da ditadura que não pode nem chegar perto da presidente da República.
A FIFA manda e desmanda por aqui. Diz que “Mané Garrincha” não pode batizar o estádio em Brasília e que a cerveja estará liberada apenas durante a Copa. Depois da Copa, nós voltaremos a ser tratados como crianças e não poderemos tomar cerveja durante o jogo.
Para completar, temos a tal caxirola, uma invenção oportunista e com carimbo estatal, que o músico Carlinhos Brown quer nos empurrar goela abaixo – por módicos R$ 29,90 – como um apetrecho indispensável ao fervor nacionalista que deve reinar durante a Copa.
Ninguém pode ser a favor de torcedores jogarem objetos no campo. Isso é errado. Mas a Revolta das Caxirolas, como já ficou conhecida a chuva de chocalhos promovida pela torcida do Bahia, dá uma ideia da reação que se pode esperar do povão. Ninguém é idiota. As pessoas percebem quando uma iniciativa é puramente marqueteira. E não é todo mundo que se presta a servir de claque para esse espetáculo grotesco que virou o futebol brasileiro.
Tanto os mineiros que, no jogo Brasil x Chile, gritaram “olé” para humilhar o time da CBF, quanto os baianos que demonstraram as qualidades aerodinâmicas da caxirola, estão apenas descontando – com diferentes graus de civilidade – o que a CBF, as federações, os clubes, o governo e grande parte da mídia fizeram com o nosso futebol.
Alguns dizem que a Copa do Mundo será a “reviravolta” que todos esperamos para o futebol brasileiro. Do jeito que as coisas vão, a Copa parece mais um obstáculo ao desenvolvimento do esporte. Terminaremos a Copa com estádios superfaturados (alguns abandonados), com uma divisão ainda mais gritante entre times grandes e menores, com empresas particulares beneficiadas por contratos açucarados de exploração de estádios bancados com dinheiro público, e com ingressos mais caros para espantar o povão. E aí, periga não ter volta. Nem o Maracanã, Mineirão e Fonte nova teremos mais para recordar. Como chegamos a isso?
P.S.: Estarei sem acesso à Internet até o meio da tarde e, portanto, impossibilitado de moderar os comentários. Se o seu comentário demorar a ser publicado, por favor não me xingue ou reclame de censura. Obrigado.
Andre, não voltaremos a ser tratados como crianças após a Copa: não fomos convidados para ela. A cerveja será liberada para a “Elite” que tudo pode.
Eu acho que a coisa aí é anterior, décadas de 40 e 50. Foi nesse período que o futebol caiu no gosto popular. O meio de comunicação que chegava a todos os cantos do país era o rádio e as principais emissoras eram cariocas. Se fosse o Canal 100, a torcida do Botafogo seria muito maior, pois o programa pegou bem a época do Garrincha.
A minha opinião vale tanto quanto de qualquer brasileiro idôneo e civilizado, mas se dependesse de mim já estaríamos sediando a Copa ou Olímpiadas com tantas coisas que ainda temos para resolver. A prioridade do Brasil infelizmente não é resolver seus problemas e sim ostentar poder e riqueza, um “novo rico” metido a besta.
E acho bem possível que contratem os Tribalistas para fazerem o hino da copa.
Onde eu escrevi “já” entenda-se “jamais”.
O que a FIFA, a CBF os clubes e a imprensa estão fazendo é um desrespeito a história do futebol Brasileiro e Sul-Americano, por aqui, o futebol sempre foi, e espero que continue sendo, uma festa popular, duas vezes por semana, quem vai ao estadio não vai assistir ao jogo, vai participar da festa, incentivar seu time… Na europa tratam o esporte como um espetáculo, você vai la assistir a grandes atletas desfilarem seus talentos e topetes. e há quem diga ”mas quando vão pra europa todo mundo vai conhecer e volta falando como é bonito o Santiago Bernabeu” SIM é bom de conhecer, é bonito e funciona, pra ELES, no futebol que é jogado e vivido lá, na cultura deles, assim como quando se vai a argentina muita gente vai conhecer a Bombonera e também é incrivel!
Que se respeitem as diferenças culturais.
E óbvio que isso não quer dizer que não precisamos organizar e melhorar nossos estádios, só não precisamos ser adestrados.
Ótimo texto. Pena que no país do circo (o pão não chega para todos, apesar da propaganda mentirosa do governo) pouca gente tenha consciência dos prejuízos que a próxima copa trará ao Brasil. Dá pra levar a sério um evento cuja organização tem as digitais de Ronaldo, da trupe da CBF, do inútil ministério dos esportes (um feudo do PC do B), de todos os políticos oportunistas que não perderão a chance de aparecer, afinal em 2014 também tem eleição. E, pra fechar com chave de ouro, o gênio Carlinhos Brown nos brinda com sua mágica invenção, a caxirola que, segundo afirmou nossa solerte presidenta, teria até poderes de cura. É de lascar…
Segundo o Brown, “trabalhamos com os melhores engenheiros acústicos para que o som fosse gostoso, agradável”, Que dinheiro suado, não?!
Olha, poucas vezes concordei com algum post seu na íntegra. Infelizmente voce está certo em tudo. Se nós preferimos ver o Luciano Huck no Maracanã em vez do Zico, só tenho a lamentar.
O Maracanã não é mais do Pelé, Zico, Dinamite, Garrincha, Nilton Santos, Telê, Zagallo, Rivellino, Fio Maravilha. O Maracanã hoje é da Globo, da Brahma, do Ronaldo, do Parreira, do Luciano Huck e da caxirola, a versão brega do caxixi que o Carlinhos Brown ganhou (dizem) R$ 1,5 milhão pra fazer.
Parabéns pelo texto. Eu acho que a melhor forma de fazermos nosso futebol mudar é ignorá-lo. Não assisito mais a esses jogos ridículos da seleção. Aliás, nem ridículos são, pois causam mais raiva do que riso. Como não sou perfeito acompanharei a copa, mas não irei aos estádios, não comprarei nada relativo à seleção (ainda mais vindo desse embromador C. Brown). Claro que perderemos essa copa, então não teremos aquele ufanismo imbecil após o evento. Espero que o povo então perceba logo a cilada armada por FIFA, políticos e empreeiteiras e leve isso em conta na hora de votar.
O que mais me anima nisso tudo é que o pessoal finalmente está percebendo que o futebol acabou. Grande texto, parabéns.
faltou citar a rede globo, que pra parar emissoras adversarias, combina c/ a cbf de passar qqer amistoso pelada c/ a selecinha!
Perfeito texto!
Ana Maria Broca tem conhecer a Caxirola!
Então, Barça, é o seguinte, lá vou eu ao passado: era 1990 e aquela seleção modorrente de Lazaroni fazia eu e mais um monte de crianças pintar as ruas com baadeiras e a Jules Rimet.
Para se ter uma ideia do entusiasmo, até depois da eliminação do Brasil ainda houve quem teve a ideia sensacional de torcer para Camarões, a seleção de Ruge Milla, que ainda conseguiu avançar um pouco mais.
Então onde quero chegar, aquela criançada ainda era a luz no fim do túnel depois de deixar muito brasileiro frustrado, com o quase de 82 e 86, com crise econômica, inflação e depressão pós anos 80. Então, cara, acabam de vez com a esperança da gente com a violência nos estádios.
Só para completar o fim do ciclo de uma parte desta geração, um exemplo na minha família. Um momento que meu irmão presenciou e o fez deixar de ir aos estádios:
Em 1994, ele tinha 19 anos e foi conferir no Pacaembu um Corinthians x Flamengo (1×0 pro Corinthians com golaço de Souza de fora da área). Um senhor de idade trazia uma criança e num dado momento ele tirou de sua bolsa um pacote de bolacha para ela comer. Os torcedores voaram para cima e tiraram a bolacha das mãos dele. Ele ficou sem reação. Um dos torcedores disse: “Velhinho, você pode trazer qualquer coisa para comer aqui, menos da Parmalat”
E eu deixei de ir nos estádios por volta de 1978 depois de ver uma turba de bárbaros arrancar pedaços dos carros que estavam indo embora do estádio, de ver o pessoal mijando em copo de cerveja para jogar da arquibancada para baixo, de ver gente mijando na pia do banheiro porque não havia mictórios e sanitários em número suficiente e outros absurdos mais.
“Em qualquer país, o povo estaria respirando futebol.”
Uma semana antes de começar o Mundial de 1994, mais de 80% dos norteamericanos não sabiam que a copa seria lá.
“Na verdade, não lembro uma época em que o futebol brasileiro estivesse tão por baixo quanto agora.”
Em 1990, após a eliminação na Copa da Itália: com a seleção execrada chamada “Era Dunga”, CBF X PEPSI, 20 anos sem vencer uma copa, seleção vista como “estrangeira”, sem ídolos, jogando mal e com resultados pífios. Considero esse o pior momento do nosso futebol.
De resto concordo com vc. É isso mesmo.
Vc está dizendo que os campeonatos estaduais em 1990 eram piores que os de hoje? Claro que não.
Em 90, apesar da má fase, ainda havia muito da “ilusão” que fascina o público do futebol. Hoje estão todos mais lúcidos, calejados e desiludidos. A grande questão é que o futebol começou a ser veladamente vendido como “produto”, e, como tal, ele não se sustenta, simplesmente porque o tal “produto futebol” hoje não é bom – vide horários, nível técnico, regras ultrapassadas, preços, corrupção, manipulação de resultados, jogadores precocemente milionários e que “não precisam provar nada a ninguém” (uma mantra deles), campeonatos sem jogos decisivos, complexo de vira-lata, imprensa pouco jornalística, hierarquização de campeonatos, etc, etc.
Percebido isso, a cúpula futebolística apela para a antiga paixão, mas agora é tarde.
A quantas Copas o nível técnico é sofrível?
A quantos anos a Copa do Mundo deixou de ter aquele brilho?
A quantos anos o futebol de seleções nacionais é sofrível?
Na discussão esportiva, o saudosismo sempre atrapalha. Ninguém aguenta o Fernando Calazans quando entra em “modo viúva dramática”, por exemplo. Por outro lado, há grandes indicativos de que o futebol definha.
Finalizando, mais duas coisas:
– Claro que sempre houve corrupção, desmandos, etc. Entretanto, o fato é que as críticas se intensificam com o fato de que O JOGO EM SI ESTÁ MEDÍOCRE. Se, no fim das contas, você assiste a um belo espetáculo, você naturalmente acaba “relevando” um pouco as mazelas do esporte. Já quando você simplesmente passa 6 meses sem conseguir ver um jogo que preste, a reação natural do sujeito é buscar o porquê disso. É aí que a grita vai tomando mais consistência.
– Todos aqui foram culturalmente ambientados ao futebol, como esporte fascinante que sempre foi. Se todos reclamam e discutem, é porque sentem falta do futebol e compreendem que ele está muito mal. A imprensa da monocultura esportiva segue nos bombardeando com futebol 24h. É difícil mudar de hábito, de deixar de perder tempo com aquelas mesas redondas pernósticas, com programas pastelão que se multiplicam pelos canais, com notícias insossas de portais e jornais, etc. Fomos acostumados a isso e assistíamos alimentados pela sensação de prazer pelo jogaço do último domingo ou pelo jogaço a acontecer daqui a dias.
Vamos tentar aproveitar essa seca futebolística para nos reinventar. Que tal acompanhar um pouco mais um outro esporte? Que tal ler mais, ver mais filmes? Que tal praticar mais esportes do que apenas assistir? Desde 2006 tenho tentado fazer isso.
Não suporto os caras que endeusam a seleção de 1982 e desmerecem a de 2002.
Isso sim é complexo de vira lata.
Mais uma vez eu vou bater na mesma tecla de 1990. Foi a pior copa que assisti:
– O astro da copa foi um cara com “sei lá quantos anos” – Roger Milla tinha 38 no papel…
– A argentina quase não se classifica para a segunda fase e depois foi levando nos trancos até a final – eliminou Iugoslávia e Itália nos pênaltis – e se não é por um pênalti inventado para a Alemanha, poderia ter sido campeã.
– E a nossa seleção só jogou bem contra a Argentina, jogo justamente em que fomos eliminados…
Não André. Digo a seleção Brasileira mesma, vivíamos a pior fase por todos os itens que citei.
Mas sobre a sua afirmação, acredito que sim viu André, os Estaduais estavam piores do que hoje. Vamos analisar apenas Rio-SP.
Em SP, durante a Copa, teve repescagem (ridículo) e a decisão foi entre Bragantino X Novorizontino (fundo do poço).
E no Rio? Lembra que o regulamento do estadual dava dupla interpretação? O Botafogo foi campeão e o Vasco deu a volta olímpica (com a Caravela como taça).
O campeonato foi decidido nos tribunais.
Sim, Jean, mas a seleção não representa a totalidade do futebol brasileiro. Claro que a seleção já teve fases péssimas, mas o futebol, como um todo, nunca esteve tão mal. É só comparar o número de pessoas nos estádios, por exemplo.
Mas André, precisamos lembrar que em 1990 o cenário mundial era completamente diferente do de hoje.
Na época, lembro eu, só decisões eram transmitidas aos domingos – o jogo da tv era ao sábados. Não havia canais a cabo bombardeando futebol e muito menos PFC.
Não tínhamos um ídolo, a seleção era vista como mercenária/estrangeira, o técnico (Lazaroni) era odiado, nossos clubes disputavam a Libertadores por disputar, pq ganhar era sonho… éramos completamente regionais. Lembro do Corinthians polpando titulares contra o Bella Vista do Uruguai pq no domingo ia enfrentar o Palmeiras pelo Brasileiro, ou seja, planejamento zero…
A fase agora é terrível, mas como 1990 jamais. Hoje ao menos o jogador pensa em plano de carreira. Em 1990 o cara fazia um golaço no domingo e na terça feira já aparecia um Brescia, Foggia ou Albacete da vida e o contratava… agora ao menos conseguimos “segurar” e até trazer alguns grandes jogadores.
Pense: Se atualmente fosse como em 1990, JAMAIS o Fred estaria no Fluminense. Tenta pensar num grande jogador no Brasil nessa época? Neto?
André, essa aversão à Seleção com a consequente supervalorização de jogadores, treinadores e times medíocres é ao pior legado da era Teixeira/Havelange. Mas o pior dessa história é a situação do Maracanã que já foi reformado pro 1º Mundial de Clubes, depois foi reformado pro Pan, depois reconstruído para a Copa, vai ficar um tempo aberto pra ser fechado de novo por causa das Olímpiadas!!!!!!!
Pode isso, Barça????
Texto perfeito. Concordo com cada linha. Parabéns, André!
Que texto brilhante, André. Já disse aqui algumas vezes, mas aprecio seu estilo de escrever há um bom tempo. Argumentação perfeita.
Mais um “analista” com complexo de vira-lata…este país deve ser uma imensa porcaria segundo esta visão distorcida…existem problemas sim…mas prá encher espaço de blog é mais fácil apelar para a crítica ao gosto do “povão” do que ser realista e evitar jogar tudo no lixo…
Legal, Kleber, esperamos então sua análise do que está indo bem com o futebol brasileiro…
Genial André: o texto, a resposta, a postura! Parabéns brother!
O cara ai quer crer que está tudo bem porque a vez dele para pegar uma boquinha está chegando. É mais um que está precisando ir trabalhar um pouco….
Eu preciso beber para entender o que esse Kleber escreveu…pera lá, deixa eu tomar uma 8 cervejas, vai ser preciso. Então Sr Kleber, quer dizer que o Ronaldo está certo? Vamos parar de ver os “pobremas” e roubalheiras e entrar na festa. Pelo jeito tu gostas de ser surrupiado, prefere ver investimento em estádios superfaturadso do que escolas. Vai nessa.
A Globo perde audiência nas transmissões esportivas a cada atuação do senhor “galvão bueno”, eu assistia ao bem amigos da 2a feira, qdo ele não participava, mas passei à não assistir mais justamente por ele estar cada vez mais presente, nas transmissões de jogos q não passa em outro canal, assisto sem som. É preciso ter estômago de mamute para aguentar este pernóstico senhor, semana passada o UOL fez uma enquete quem é o melhor locutor do Brasil, acho que ficou lá pelo20º lugar. Quanto ao programa de debate esportivo, assisto ao bate bola da ESPN no mesmo horário e, é bem melhor.
Nao tem como nao comentar. Ha tempos venho perseguindo, sim, perseguindo meu time do coraçao(Rubro-Negro Paranaense) CAP. Pois nao encontro melhor definiçao,apesar de conhecer a realidade do mediocre time montado pelos dirigentes,ainda me pego na esperança de assistir ao bom futebol. Devido ao impasse com a rede plin-plin os jogos nao sao mais transmitidos e me pego,submetendo-me as criticas de meu esposo, com os ouvidos colados no radio ( ah …o velho radinho de pilha das decadas de 70) assim me furto dos momentos narrados ,ainda com emoçao, pelo Capitao Idalgo. Quisera eu que um dia possa assistir aquele que um dia ja chamamos de glorioso. Como reverter a atual situaçao? Quem sabe se colocassemos no paredao e executassemos os atuais dirigentes e comensais do nosso futebol…tragedia grega ou novela mexicana tinham finais melhores!
Vocês precisam respeitar o que não é sul e sudeste do Brasil!!!!!! A caixirola é um instrumento musical concebido por Carlinhos Brown e que deve ser usado de maneira adequada. O que ocorreu é o reflexo da falta de educação e de sensibilidade da maioria das pessoas em nosso país. Falta de Educação não é problema apenas na Bahia (Arena Fonte Nova). Lembram da morte do torcedor na Bolívia? O causador da tragédia é de São Paulo (torcedor do Corinthians).
Acho que a moça aí não sabe bem onde fica a Bahia. Foi o próprio povo baiano, terra do inventor-chapa-branca Brown, é que lançou essa excrescência no gramado. Querer analisar a questão introduzindo o viés discriminatório é para ficar enchendo a cabeça de todos com bobagem. Vai trabalhar que é melhor….
Isso é que eu chamo de não conseguir interpretar um texto.
E,depois eles vem sempre com “preconceito contra
nordestinos”.Tendo Sarney e Renan vindos de lá,sou
“preconceituoso”,mesmo.
Então,Marcelo Cioti, você acha que todo nordestino é igual ao Sarney e ao Renan? Pára de falar merda.
Tenho certeza absoluta de que você, em nenhum momento, foi procurar ler algum
site ou fórum da torcida do Bahia pra saber os reais motivos disto ter acontecido.
Nem você, nem ninguém! Preferiram inventar um torcedor polítizado, que se
revolta contra invenções mercadológicas, políticas e afins. Você idealizou demais
a torcida… Ela é imediatista e egocêntrica, como qualquer outra. Se tivesse gelo,
bandeira, pedra, cocô – qualquer coisa – ela jogaria no campo, pois os motivos da
revolta não tinham nada a ver com a maldita caxirola (dane-se ela).
A diretoria do Bahia, que monarquicamente, passa de pai pra filho, impede eleições
democráticas e trata a torcida como lixo, com desprezo e times ridículos, foi o alvo…
Se tudo estivesse bem, tava todo mundo balançando a tal caxirola até agora!
A torcida tem feito um milhão de campanhas contra os Guimarães há alguns ANOS:
Público zero, passeatas, manifestações em frente aos estádios, invasões a sede
administrativa e social do clube (algumas vezes até com violência, infelizmente),
divulgação dos telefones e endereços pessoais da presidência e de membros da
diretoria e nem sei mais quantas outras coisas, para tentar fazê-los largar o osso.
Até agora NADA tem sido eficaz! Atualmente existe uma campanha de se riscar e
cobrir de preto os nomes dos patrocinadores do clube na própria camisa, com
tinta e fitas isolantes. Algumas organizadas viraram as faixas, a maior de todas
foi devidamente comprada pela diretoria. A mídia local idem, chegando ao cúmulo
de o radialista mais popular do estado ser sócio numa empresa de compra e venda
de jogadores do próprio clube, do presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho.
Este, ao ser indagado sobre seus mal feitos, prefere xingar o interlocutor com os
palavrões mais escabrosos possíveis (fato esse já comentado até pela mídia
nacional). Existem denuncias contra ele no Ministério Público e até Romário já se
manifestou sobre o assunto, prometendo analisar as denúncias recebidas…
Portanto meu caro Barsinski, a quem tanto admiro, só posso te dizer que a caxirola
foi o que menos importou, nesse caso… O buraco é muito mais embaixo!
Um abraço
Faça o raciocínio inverso: se o presente dado à torcida antes do jogo fosse um objeto muito bacana, com o qual ele se identificasse e que prezasse, seria pisoteado e jogado no lixo, como foi?
Tipo o quê?
Acho difícil que aquilo não acontecesse, independente do objeto dado. Há um grande sentimento de revolta na torcida…
E não tenho ideia do que poderia ser dado, que a torcida pudesse gostar…
Um abraço
Moça, coisa do Carlinhos Brown no começo parece bom, mas 5 segundos depois você percebe o engodo…eu não conheço essa tal caxirola (nem quero), mas me sinto seguro em afirmar: se é do C. Brown, sai fora.
Em 2010 pude conhecer melhor a Serie A por conta de uma serie de peças publicitarias que dirigi para um dos patrocinadores do campeonato.
Foi quando me liguei que o futebol no Brasil, hoje, virou um negocio administrado por pessoas que nao gostam de futebol e nao conhecem o pais onde vivem.
E a galera do sapatenis e do gel no cabelo, que fica no ar-condicionado da area VIP comendo salgadinho e tomando agua adociada com limao e que nunca pisou numa arquibancada na vida. E o dirigente que acha normal que a carne louca dos estadios de SP, o feijao-tropeiro do Mineirao e o acaraje dos estadios de Salvador sejam proibidos e os torcedores obrigados a comer a comida imposta pela cadeia de fast food que patrocina o evento. E que nao entende que futebol nao e area vip de show do Jamiroquai e sim um troço POPULAR.
Luciano Huck na inauguracao do Maracana talvez tenha sido o auge desse processo todo.
Que ligacao um sujeito como ele tem com a historia do futebol? O que ele representa para o TORCEDOR?
Pra mim isso faz sentido apenas sob a perspectiva de quem comanda os negocios publicitarios do futebol brasileiro. O cara da area VIP que acha genial as piadinhas de gente como Tadeu Schmidt e Tiago Leifert.
Infelizmente e desse think tank que nascem as cabecas que “pensam” o futebol brasileiro hoje.
Perfeito o texto,eu diria mais ainda…a hipocrisia a incoerência da mudança de nome do estadio da fonte nova(Ba) para arena Itaipava(Cerveja)…o governo implanta a tolerância zero no transito e ao mesmo tempo negocia com uma fabrica de cerveja…que dizer vou dirigindo para o estadio e na volta não posso dirigir pois bebi algumas cervejas….ridiculo..quantas coisas erradas nesta copa
Caixirôla é o que os idiotas que comprarem vão levar.
Além da falta de imaginação – a criação dessa tal caxirola, com a manifestação do impulso irresistível de macaquito, como diriam os hermanos Argentinos – agora o comportamento do referido animal. É demais entendo que para o Brasil somente uma revolução cultural, à exemplo da realizada na China. E olha lá, eis que talvez levasse mais tempo para surtir seus efeitos !
Seu comentário está sintetizado e perfeito.
Parabéns pela metéria. Deveria ser lida em rede nacional e enviada cópias para: políticos mau caráter e ladão, Lula, Dilma e imbecis como Ronaldo Lazário e Carlinhos Brown. Se o povo brasileiros tiver vergonha, não apoiara, nem participará de quaisquer eventos relacionado a copa da FIFA.
Barsinski, você é nosso Jello. Parabéns pelo artigo!
Valeu, xará.
****mau uso*****