Lobão vs. Mano Brown: segundo assalto, por favor
06/05/13 07:05Fiquei contente pela tão falada “trégua” de Mano Brown e Lobão não ter passado de um trote. Acho que a troca de farpas dos dois pode render uma ótima discussão e não queria ver tudo acabar em pizza.
Para quem não acompanhou o assunto, tudo começou na quarta, dia 1º, quando meu colega da “Folha”, Lucas Nobile, publicou uma entrevista com Lobão sobre o novo livro do músico, “Manifesto do Nada na Terra do Nunca” (leia aqui). Lobão atirou para vários lados: chamou a presidente Dilma de “terrorista” e disse que ela deveria depor na Comissão da Verdade; criticou o fato de nomes famosos das artes brasileiras – Gilberto Gil, Paralamas, Barão Vermelho, Paula Lavigne – captarem verba pública via Lei Rouanet; espinafrou Roberto Carlos, Gonzaguinha e Edu Lobo; disse que nunca viu um “presidente militar milionário” e que não acredita em “vítimas da ditadura”.
Algumas das palavras mais duras de Lobão foram direcionadas a Mano Brown e aos Racionais. “O rap e o hip hop viraram um órgão de propaganda das idéias medíocres e revanchistas do PT”, disse. Lobão acusou Mano Brown de “bradar clichês anacrônicos” e “convocar o terrorismo explícito”, antes de chamá-lo de “papagaio piegas e recalcado” e “idiota útil”.
Via Twitter, Mano Brown chamou Lobão para a briga: “Nos anos 1980, as ideias dele [Lobão] não fizeram a diferença para a gente aqui da favela. Tô sempre no Rio de Janeiro, se ele quiser resolver como homem, demorô! Do jeito que aprendi aqui.”
Na sexta, dia 3, Lobão anunciou, também via Twitter, que Mano Brown o teria procurado para fazer as pazes e que os dois iriam tocar juntos na Virada Cultural, que acontece em São Paulo no fim de maio.
Parte da mídia, que parece confiar cegamente no que lê no Twitter a ponto de esquecer princípios básicos do jornalismo, como a necessidade de confirmar informações com a fonte, publicou a “notícia” sobre a trégua, que depois seria desmentida pela equipe de Mano Brown. Lobão disse ter sido vítima de um trote telefônico.
O que Lobão e Mano Brown deveriam fazer seria convocar um debate. Pode ser em uma livraria, um centro cultural ou uma rádio. Mas acho importante que o assunto não morra. Ambos são artistas relevantes e conhecidos por suas opiniões extremas. Concorde-se ou não com eles, é inegável que vivem à parte do oba-oba inofensivo que domina a cena cultural brasileira.
Eu gostaria muito de ouvir Lobão explicar melhor o que ele quis dizer por “os militares nunca estiveram tão humilhados” e falar sobre sua tentativa de vitimizar pessoas que deram um golpe antidemocrático e transformaram o Brasil numa ditadura por 21 anos.
Também gostaria de ouvir Mano Brown falar sobre o suposto “aparelhamento” do hip hop e do rap pelo governo, como acusa Lobão.
É uma pena que Mano Brown tenha reagido só com bravatas. Quando ele escreve “Tô sempre no Rio de Janeiro, se ele quiser resolver como homem, demorô! Do jeito que aprendi aqui [na favela].”, está não só defendendo que um “homem” resolva discussões na porrada, o que é uma mentalidade bastante irracional para um artista que tem uma banda chamada Racionais, como está sendo preconceituoso ao dizer que na favela aprendeu a resolver discordâncias no braço. Será que ele fala por todos os moradores de favela quando diz isso? Prefiro acreditar que os moradores de todos os lugares – e não só de favelas – têm capacidade de discutir e resolver qualquer discordância de forma civilizada.
P.S.: Vários leitores perguntaram minha opinião sobre o livro de Lobão. Não tive chance de ler ainda e, diferentemente de muitos, prefiro não opinar sobre o que não conheço. Assim que ler o livro, escreverei sobre ele no blog.
Não existe unanimidade. Está mais que na hora de alguém questionar a esquerda no Brasil, o quanto ela é antiética e o quanto a sociedade que ela prega deu errado. Vejam Cuba como exemplo. Gostaria que o Barcinski mostrasse qual presidente do período militar que tivesse morrido rico, como o Lula é hoje.
Cleandro, numa boa: não há eleição em Cuba. Você sabe disso? Mesmo assim quer comparar Cuba e Brasil?
Não estou comparando Cuba com o Brasil, André. Estou afirmando que o modelo de sociedade almejado pela esquerda não deu certo, e que Cuba é a prova. Também afirmei que está na hora de haver oposição de verdade. No Brasil, a esquerda é boazinha e a direita é o lobo mau. Porque? E as ditaduras de esquerda? Abraço, sou seu leitor, gosto muito de sua coluna.
Será que já existe a lei de Godwin adaptada à Cuba?
Ai, ai! Mais um bobinho que acredita na montagem da Forbes…
a favela e nova senzala, mano marron,
ate o noia do lobao sabe disso,
e vc mano marron , o que vc fez pelo seu povo, tem muitos ai, acha que ser malandro e ouvir racionais e fumar maconha, seus filho da louco para ir na globo e dancar como macaquitos, e o que vc fez por ele, dois idiotas debatento, e mano o que vc faria se soubesse que o lobao , comeu sua mae, equanto ela arruma o apto dele, seus otarios
Nunca gostei do Lobão como cantor, eu delirei quando ele foi vaiado no Rock in Rio II, mas desta fez ele cutucou a ferida da verdade de muita gente, não 100% (a parte da ditadura foi triste). Gostava dos Racionais no começo, mas hoje não passam de vendidos, poser. Nunca esqueço aquela cena da premiação do VMA’s Brasil de “a banda do ano”, quando o (meu Deus!) Carlinhos Brown anunciou o vencedor, mostrava a imagem dos Racionais nos bastidores atrás do palco comemorando muito, pulando, quando eles perceberam que estavam sendo filmados todos da banda ao mesmo tempo fizeram pose de cara de mal.
Que o tal Mano é um arquetípico poser, disso não teho a menor dúvida…
Não é o Lobão que está no ostracismo desde os anos 80. É a cultura brasileira que está, os discos dele dos anos 90 pra cá são os melhores dele, azar de quem não ouviu.
Não só da década de 80. “A Vida é Doce” é de 1999 e trata-se de um puta disco, talvez o melhor do Lobo…
Lobão perdeu uma oportunidade ímpar de contribuir para o avanço da política no Brasil.
Com saudades da ditadura, vociferou e está apontando para trás. Precisamos de manifestos que apontem para o futuro. Há ainda muito que melhorar pro pessoal do andar de baixo. Menos pobreza e mais educação. Menos violência e mais valorização do trabalho. Esse é o único caminho tanto para o governo como para a oposição. Lobão ficou no passado e isso é péssimo para qualquer artista.
Quero mais que os dois se fodam e cada um de nós devia cuidar pra propria vida e parar de dar audiência pra essas merdas
Não creio que um sujeito feito Mano Brown seja capaz de debater alguma coisa. Um cara que entende que bandido é uma pessoa honesta, desde que seja correto com “OS MANO”, não pode ser levado sério. Ora, o irracional defende que a violência é uma ferramenta legítima na correção da injustiça social. O Lobão foi direto no alvo, resta saber se é para valer ou só para vender livro. O Mano Brown é mais uma sanguessuga da periferia, leva sua vidinha confortável vendendo clichês.
O Lobão está polemizando para vender livros e as suas opiniões parecem muito mal decoradas dos livros que ele declarou que leu. Quando eu li a entrevista dele, o que eu entendi é que ele está querendo atenção da mídia já que anda meio sumido dela. O Mano Brown deveria perguntar ao Lobão se os problemas sociais abordados pelas suas músicas não existiam antes do PT ser fundado.
É claro que o Lobão busca a polêmica, pois só isso o tira momentaneamente da insignificância em que permanece desde o final dos anos 80. Poderia ter feito uma crítica oportuna se tivesse se limitado ao cenário musical brasileiro, que também não é dos mais brilhantes. Mas seria pouco e resolveu dar voz a esses spams que as viúvas da ditadura adoram copy-paste nos fóruns de discussão da internet. A parte mais nojenta desse discurso é a visão de que a ditadura só perseguiu terroristas e radicais que queriam implantar o totalitarismo soviético no Brasil. Isso é simplesmente falso. A ditadura perseguiu, torturou, executou, ou pelo menos forçou a demissão e o ostracismo de todos aqueles que se opunham aos seus métodos e ideias. Uma minoria pertencia a grupos armados e esses só ganharam um pequeno apelo popular porque não restava à juventude outro caminho. Não é por outra razão que todos os regimes totalitários de esquerda foram instaurados em países onde já operavam regimes ditatoriais. Se chegamos perto desse abismo foi por culpa dos “revolucionários de 64”. Os presidentes militares não enriqueceram, mas se sustentaram no poder com o apoio dos EUA e de classes políticas e empresariais de direita que eram corruptas até a medula. Os filhinhos de papai entrando na terceira idade não suportam que o direito de escolher os rumos do país seja dividido com o povo banguela.
Pena que não é a decisão do futuro do país que esteja se dividindo, mas a “boquinha”. Acho que esta é a frustração da antiga direita. Ter que dividir a parcela da corrupção com o os “esquerdinhas” que se mostraram mais ávidos na maratona da corrupção.
A ditadura militar teve problemas e acertos a tudo que é inerente ao poder, e sofreu um dos seus principais efeitos: o desgaste. Conseguiram adiar que esse pessoal chegasse ao poder mais cedo, não impediu e esse foi o maior erro; e isso ocorreu pois não deram o devido tratamento à educação pública e a deixaram nas mãos do pessoal ligado às esquerdas e aí estamos entre os piores do mundo. Agora, depois de ir no quintal de Paulo Maluf para lhe apertar as mão, o que esse pessoal espera de LuLLa e Cia ?!?!?!? E como Lobão diz, mostrem qual general-presidente ligado à ditadura e que não seja do atual círculo político no poder, que esteja ou morreu milionário? É fácil comparar com o próprio LuLLa ou filho dele, que de biólogo de Zoo saltou para neoricaço em poucos anos. E pouco se fará para elucidar algo, pois a ditadura é algo demasiado lucrativo para alguns milhares de “vítimas” que nunca levaram nem bronca de PM mas que estão indenizadas e aposentadas por perseguição política e se for mostrar a verdade mesmo, deverão anular a anistia e assim sendo, anular tais indenizações e isso não vão querer de jeito nenhum.
Eu já sabia que Lobão é recalcado e gosta de atirar contra a turma da MPB, e mira os suspeitos de sempre: Chico Buarque, PT etc. Só não sabia desse lado reaça dele, servindo de vitrola para a ultradireita tupiniquim. Ninguém precisa gostar do PT e de artistas posudos, nem por isso precisa ser um lambe-botas dos militares e defensor do Golpe de 64. Lobão está querendo vender seu livro e quer atingir um amplo público que pensa igual a ele.
Infelizmente acho que esse “debate” entre Mano Brown e Lobão não vai acontecer. Tudo vai ficar na bravata mesmo (coisa que Lobão mais fez no últimos anos).
Não há confronto algum nessa discussão. Um vem da periferia barra pesada de São Paulo, o outro da zona sul do Rio de Janeiro.
Um tem discurso social relevante e real, o outro de tempos em tempos tem que inventar alguma “polêmica” para sair do anonimato e tentar vender livros.
Ficou claro que Lobão foi racista ao reservar aos Racionais, (negros/pobres/ favela), a função de “braço armado”. A associação é clara. Em 2010, Lobão em entrevista disse que seus pais eram da Arena e seu pai era nazista e ficava desenhando suásticas o dia inteiro. Nessa última na Folha, diz lembrar de sua mãe falando do “perigo comunista” em 1961, quando Lobãozinho tinha 3 aninhos…
Desculpa, mas levar o Lobão a sério é total perda de tempo.
Que a classe artística brasileira é toda feita de bundões não há dúvida, mas não é o Lobão e seus surtos paranóicos que irão mudar isso.
Ah, saquei: só tem “discurso social relevante” quem vem de determinada classe social? Desculpe, mas isso é preconceito social.
É por aí mesmo, Barça. Tem gente que ainda pensa dessa forma, acham que a origem social torna alguém “de bem” ou “do mal”, “inocente” ou “culpado”, “bandido” ou “mocinho”. É preconceito às avessas. Quem teve a infelicidade de nascer em bom berço tem que aguentar tudo, caladinho, caladinho. Mal sabem eles o que qualquer pesquisa bem feita revela: o tal “povo” (seja lá o que isso for…) é majoritariamente conservador, principalmente nas questões culturais e comportamentais. Isto não é opinião, mas fato. Peguem a agenda “muderna” e façam um plebiscito e verão. Um sinal veio com a história do desarmamento. Liberação das drogas? Aborto? Pena de morte? Redução da maioridade penal? Casamento gay? Ponha qualquer tema e verá que “a voz de Deus” migrará em sentido contrário a dos bacanas descolados de má consciência e que se intitulam porta-vozes do morro, da periferia. E não é que eu concorde com as massas, antes pelo contrário…
Interessante seria descobrir o que há por trás das falas do Lobão: se o Mano Brown é o braço armado do PT, a voz do Lobão serve a quem? Se ele se dispõe a oferecer contrapontos, a que interesses defende e representa? Tirando as críticas, o que sobra de idéias defendidas por ele? Sem uma posição definida, criticar a tudo e a todos se torna apenas um meio de ficar em evidência, de “aparecer”…
Pelo que sei, agora Lobão faz pouca ou nenhuma música. Se faz, nisso é solenemente ignorado, daí ele ataca os artistas que captam dinheiro pela Lei Rouanet. Inveja mata!
O fato é que o sujeito já não ganha a vida com CDs e shows, mas como apresentador de TV e “escritor”. Nessas novas atividades, ele precisa da “pimenta” da polêmica, pois senão quem haveria de comer o prato insípido de sua biografia?
Se criticar sem base já vale para acender um debate, então dá para criticar o próprio Lobão, cuja contribuição “intelequitual” é das mais rasas que há. Afinal, o que esse cidadão faz de bom para o Brasil? No que ele é melhor do que as pessoas que ele critica?
Matias, seus comentários são absurdos e você insiste em postá-los. Dizer que o Lobão não tem importância ou relevância para a música brasileira é tão ridículo quanto os seus pontos de vista. Dizer que ele não defende ideias, que não tem posição definida, e que não produz mais músicas, só prova que você não tem a menor noção do que e de quem está falando. Concordo até que ele pode estar sendo ignorado, mas por ignorantes como você, que despejam críticas sem ao menos conhecer quem quer criticar. É como você mesmo iniciou a frase: “Pelo que sei…” – ou seja, não sabe nada. O Lobão já recusou milhões que lhe foram concedidos como benefício da Lei Rouanet, justamente por não concordar com ela. Portanto, informe-se antes de sair falando besteira.
Outro argumento que eu ainda não entendi é: Qual é o problema de gerar polêmica para vender livro? A ideia não é essa??
Danilo, eu não sabia que você tinha que lhe pedir licença para postar meus comentários. O Barcinski lhe passou algum tipo de procuração?
Comecei a frase com um “pelo que sei”, mas poderia ter começado com um “pelo que chega até a mim”, pois o resultado seria o mesmo. Leio jornais, livros e vejo TV, donde posso dizer que sou razoavelmente informado. Simplesmente não chego a saber de nada sobre a música produzida pelo Lobão nos últimos tempos, donde posso concluir que mais gente o ignora completamente, não só eu. Nesse caso, acho que é uma ignorância benéfica, pois a música desse cidadão sempre foi de lascar…
Se o tal Lobão tem essa relevância toda para a música brasileira, então mais ainda ele merece ser execrado, pois sem dúvida deve ter responsabilidade pela pasmaceira frívola que se escuta por aí.
Quanto ao uso de polêmica para vender livros, na minha opinião é válido, mas também é importante não perder esse objetivo de vista. O discursinho intelectualóide de Lobão presta só mesmo para isso: vender livros. Fico espantado quando começam a chamá-lo de “culto”, de “gênio” e começam a tomá-lo como um dos pontos focais da música brasileira.
Para mim, Lobão não significa nada, posso pensar assim? Posso expressar isso? Não gosto das músicas, não gosto da pretensa “influência”, não gosto do que ele escreve. Acho sua contribuição musical irrelevante. Artisticamente, uma lasca da unha do pé de Lupicínio Rodrigues tem mais relevo que 25 Lobões, mas isso reflete apenas o meu gosto e opinião, que posso ter independentemente de licença sua.
Matias, entenda uma coisa: suas opiniões, nada mais são, do que suas opiniões!!
Como você pode querer dizer quem o Lobão é ou foi para a música e cultura brasileira baseado simplesmente no seu gosto musical?? Você gostar ou desgostar de Lobão ou quaisquer outros artistas é uma coisa. Dizer o que eles representam para o Brasil é outra. Ou sua opinião é tão importante assim?? Quanta pretensão, não!?
Um exemplo bem banal: eu odeio o Palmeiras. Mas dizer que o time não representa nada para o futebol brasileiro, só porque EU não gosto ou porque o time está em baixa atualmente, não seria um absurdo!?
Se você deseja falar em nome de todo o povo brasileiro, para este ou qualquer outro assunto, precisará de 190 milhões de permissões e licenças, meu caro. E não só a minha ou do Barcinski.
Mas então me explique como faço para manifestar minha opinião! Se minha opinião diverge da que for majoritária, devo simplesmente ocultá-la? Minha opinião tem que ser na mesma linha da sua?
Note que vários “comentaristas” deste blog disseram a mesma coisa que eu: a contribuição musical de Lobão é rasteira, fraquinha. Não estou sozinho, não!
Por seus outros comentários, já vi que você é fã do cara, e deve ser daqueles de carteirinha, defensorzão mesmo! Lamento, mas minha opinião não muda: Lobão é um cara bem fraco.
Musicalmente até reconheço que ele fez lá seu relativo sucesso, pode ter influenciado o “pop-rock brasileiro (grandes coisas!), mas que ele não venha posar de “intelequitual”, de ombudsman artístico (como oportunamente disse um comentarista)! Aí também é demais!
Quanto a seu exemplo, acho que se você tivesse elementos objetivos para dizer que o Palmeiras é irrelevante, poderia dizê-lo. No caso não dá, porque o Palmeiras ganhou vários campeonatos e coisa e tal, está só numa fase ruim. No caso do Lobão, a questão descamba para o conceito do que é artisticamente bom ou ruim, o que varia bastante. Não vou dizer que muitos concordam comigo sobre a ruindade do Lobão, porque isso seria repetitivo, então pergunto a você que é fã: quantos “artistas” da nova geração já reconheceram Lobão dentre suas influências musicais? Quantos “artistas” atuais já disseram assim: “quando eu era pequeno curtia muito Lobão, daí um dia decidi que a música era minha praia”.
Note que é uma pergunta capciosa: se você não me der nenhum nome, minha tese será provada; se der, provará minha tese também, pois os “artistas” atuais são o que há de pior no mundo sonoro…
Matias, realmente, várias pessoas concordam com você. Mas conte então, quantas concordam com o Lobão. Você é minoria. Sua opinião é só a sua opinião. Se fosse relevante, não seria a minoria, concorda?
Ao contrário do que pensa, não sou fã do Lobão como pensa. Mas o admiro porque conheço tudo o que ele fez. Ele escreve bem, tem ideias coerentes, é um excelente compositor e músico sim! Não sou apreciador do rock nacional, mas reconheço que o Lobão é e foi sim importante. E esta é a minha opinião, e garanto que é a mesma opinião de quem tem conhecimento para julgá-lo, ao contrário de você que segue a mesma linha de raciocínio do meu exemplo do Palmeiras.
Se eu citar aqui quem foi influenciado pelo Lobão, certamente você vai dizer que não conhece ou que é ruim, já que pensa isso do próprio Lobão. Posso sim citar, mas sua resposta será previsível. Lá vai: Vanguart, Cachorro Grande, etc. Bandas que não são a minha praia, mas reconheço que são boas e a maioria dos críticos que conheço os elogiam bastante. O Lobão foi um dos maiores roqueiros do Brasil, em suas letras, ideias e atitudes.
Enfim, sua opinião e a minha divergem. Você não vai convencer ninguém que o Lobão é ruim já que nem tem argumentos para isso. E você também não vai mudar de opinião já que nem se interessa pelo artista. Portanto, não vamos chegar a lugar nenhum. Só acho que você está errado em querer falar o que o Lobão representa para o Brasil. Na verdade, sua opinião é, somente, o que ele representa para VOCÊ!
Eu disse que minha pergunta era capciosa. Com a citação de Vanguart, sou obrigado a dar ganho de causa a mim próprio…
Concordo que esta nossa discussão não deve chegar a lugar nenhum. A começar porque o tal “pop-rock” brasileiro é, para mim, de uma ruindade atroz. Mas mesmo dentro da mútua babação de ovo que ocorre nesse meio, dá para ver que a “obra” do Lobão é pouco valorizada. Fazem muita regravação de músicas dele? Há muita “releitura” da obra dele? Volto a dizer: mesmo num meio em que há muita reciclagem, Lobão não é trazido à tona muitas vezes, hein? Será que isso é uma coisa pessoal contra esse polemista ou será que a obra dele deve ser escrita entre aspas, dando-lhe um sentido mais escatológico? Voto na segunda opção… Em suma, quando diz que estou dentro de uma minoria que acha Lobão ruim e, inversamente, se coloca dentro da maioria que o acha bom, você também está manifestando uma mera opinião. Se ficarmos só nisso, ninguém prova nada, então fico com meu próprio entendimento.
Não existe debate de idéias se de um lado está o totalitário do Mano Brown. Como bom petista, ele não tem idéias, chama logo para a porrada. Mas pior mesmo é sua pregação insistente do terrorismo. Hoje os ônibus são queimados “por esporte” e com gente dentro em São Paulo. Um menino de 12 anos se queimou enquanto atacava um ônibus ano passado. Morreu mais de um Carandiru de policiais só em 2012, muitos em atos terroristas. Talvez Mano Brown não goste de discutir porque se falar muito acaba sendo enquadrado como o que realmente é, um incitador do terrorismo num país em que a própria presidente não cansa de dizer que tem orgulho de ter sido terrorista.
Um mérito que não se pode tirar do Lobão é sua coragem de falar o que pensa e sua disposição para iniciar o debate. Ademais, é uma figura divertida e interessante.
Por outro lado, tenho achado que ele não se porta mais apenas como um cara contestador e naturalmente polêmico, mas como um polemista, o que é chato pra cacete. E se tem um coisa mais deprimente do que indie estatal, é ex rebelde virando reacionário na velhice. É o filho pródigo da classe média.
Pena que a coisa virou um Alien versus Predador com o Mano Brown ameaçando dar porrada no sujeito. Perdão a razão, perdeu o debate. Mas que o Lobão anda precisando de uma descompostura (com argumentos, óbvio), é fato.
Gosto das músicas do Lobão e também dos Racionais, o Lobão foi esperto, atirou pra todos os lados, e sabia que mta gente iria reclamar e se defender, dessa forma chamou atenção pro seu livro, sem ter que pagar pra fazerem propaganda. O Mano Brown foi ingênuo, fez oq o Lobão queria que ele fizesse, e pior, chamou pra trocar porrada. Se tivesse chamado pra ele provar oq tava falando ou pra um debate, com certeza teria feito jus, ao nome de um grupo que gosto muito, mas como dizemos na gíria, as vezes paga pra vacilar. Porque seja na favela, na classe média ou na mansão, o debate, a conversa, sempre é a melhor solução.
Lobão ta precisando de grana, fez isso pra vender seu livrinho. Ele é o Chael Sonnen da música, pouco talento, muitas bravatas e auto-promoção. E desse jeito, permanece “relevante”.
Concorde-se ou não com as posições políticas do Lobão (eu mesmo acho que ele fala muita bobagem), ele cumpre o papel de artista independente, que fala o que quer e o que pensa, sem medo das possíveis reações.
Uma espécie de Frank Zappa tupininquim.
E deu uma contribuição fantástica ao patético debate entre músicos brasileiros, que só sabem falar sabujices e fazer bajulações uns com os outros, sempre atrás de um jabazinho ou verbinha pública.
Gosto muito das músicas de Lobão. Um dos grandes gênios do rock brasileiro. Mas quando Lobão começa emitir opiniões sobre deus e o mundo, só fala asneiras. Lobão pode ser de direita, esquerda, centro-esquerda, neutro, apolítico, ateu, cristão ortodoxo, monge budista, vai falar asneiras do mesmo jeito. Como artista, um gênio; como pessoa, um babaca.
Ah, peraí, né? Lobão é “gênio” desde quando? Fico impressionado com a quantidade de “gênios” que este país produz, valha-me Deus! Lobão, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Lulu Santos…
É gênio demais na fita, Mano Brown!
Isso me cheira mais a simples “polêmica pela polêmica”. O Lobão está para lançar um livro e fez tudo isso para chamar a atenção, gerar “buzz” e ganhar espaço (gratuito) na mídia. Ele sempre soube fazer isso. Acho que ele só quer vender livro. É o marketing disfarçado de polêmica. E a imprensa sempre morde a isca.
Lobão é um crítico ácido que “atira para tudo quanto é lado” sem motivo e muitas vezes sem razão e Mano Marrom é um hipócrita sem vergonha.
boa
Eu acho que o Lobao foi, e talvez ainda seja, um excelente compositor e letrista. Basta pegar musicas como “Me Chama”, “Chorando no Campo”, “Noite e Dia”, entre outras. Agora essa historia de polemista e’ principalmente pelo fato de vivermos em um pais onde nao ha’ debate de ideias, so’ propaganda. Hoje nem na politica se discute ideias, so’ se discute verbas e porcentagens.
o que o M. Brown quis dizer é que na favela se resolve conversando frente a frente,olho no olho…o lobão não teve peito de dizer isso pro cara antes de publicar num livro. pq na favela não se resolve mais nada na porrada.
Até que enfim alguém teve coragem de parar de lamber as botas do mano brown. Eu que moro na periferia, cercado de favelas, sei que a “ideologia” de Mano Brown é a do quanto pior melhor. Não quer mudança social nenhuma. Ao contrário, precisa da desgraça e do caos para ter palanque. E esse papo de favela… well… se todo mundo soubesse o tipo de loja onde Mano Brown faz suas compras de roupas caríssimas.
Caro Barça, você foi na mosca! O que mais me interessou nesse pequeno bate boca foi o possível debate que poderia vir…a classe artística nunca esteve tão anestesiada…Lobão tem razão! Lobão não é só a verdade, mas Lobão falou…ultimamente quem fala e, opina, tem razão…Vamos aos fatos e, pro debate rapaziada. Se habilita, André?? ser o incitador ??
Barcinski, me desculpa a franqueza, mas pelo seu texto já dá bem pra ver que tomou um lado na questão. Não vejo como um “debate” entre os dois poderia ser interessante, primeiro porque Mano não expressou absolutamente nenhuma opinião; segundo porque a provocação de Lobão sobre ele é uma não-questão. Qualquer um que conheça um pouco o mundo do RAP e do Hip-hop sabe o quanto o Estado não está nem aí pra ele; e finalmente, esse é apenas um dos muitos delírios de Lobão nessa última diatribe (prefiro usar “delírio” que “mentira”, em nome dos bons e velhos tempos do Lobo); o problema central, vamos deixar claro, não é Lobão ter virado um reaça, e sim as diversas mentiras irresponsáveis que, com sua posição de destaque, ajuda a propagar. Dizer que Dilma sequestrou avião, p.e., não é questão de “opinião”, é questão de ignorância, e acho que não devemos aceitar de bom grado que seja dada voz a Lobão para fazer seu revisionismo histórico da ditadura recente, assim como não se daria a um anti-semita para negar o holocausto. O jornalismo tem que ser mais responsável. O jornalista tem que contrapor o entrevistado aos fatos irrefutáveis. Nem você nem seu colega fizeram isso, e desse jeito a mídia vira a casa da Mãe Joana, cada um diz o que quer e ninguém se entende… antes de um debate entre Lobão e Mano, acho que seria mais útil umas aulinhas de história recente, para os jornalistas e para alguns comentaristas aqui. E Lobão seria muito bem-vindo, também.
Gilberto, numa boa: eu sou responsável pelo que escrevo, não pelo que você ENTENDE que eu escrevo. Deixei claro que não tomei partido de ninguém e que queria uma discussão mais aprofundada. Por favor, não suponha coisas que eu não escrevi.
Mas e o dever de esclarecer, Barcinski? como propor um “debate” se um dos lados está delirando e espumando, hidrófobo? será que é só isso que cabe ao jornalista, jogar pra galera? essas porcarias que o Lobão falou, nessa indecente tentativa de revisionismo histórico que fez, infelizmente encontram eco, tem um monte de comentarista aqui mostrando isso… sinceramente, o debate tá pobre, ou melhor, nem começou e nem tem condição de começar porque faltam as informações mais básicas. E não é só por culpa do Lobão não, porque os jornalistas não ajudam nada apenas repercutindo as diatribes dele… a ditadura foi terrível, cara! Até hoje o Brasil sofre as consequências do atraso daqueles anos de trevas… tem muitas famílias aí que até hoje não puderam sequer enterrar seus familiares! E vem Lobão tentando reescrever a história, regado a maconha e álcool, e ninguém diz nada? um jornalista escuta essas m… todas e não diz nada? não confronta o cara, não pressiona, não aponta contradições primárias? é essa a função do jornalista, simplesmente dar um microfone na mão de uma besta irresponsável e publicar tudo pra produzir polêmica vazia e vender jornal? na boa, acho que o buraco é bem mais embaixo… a palavra é uma só para meus coleguinhas: D-E-C-E-P-Ç-Ã-O!
Quem está “hidrófobo”? O sujeito deu uma entrevista ao jornal. Pode ter sido extremo em suas opiniões, mas são apenas isso, opiniões. E quem opina não pode ser tachado de “hidrófobo”.
Discordo. Quando o cara diz que Dilma “sequestrou avião”, isso não é uma mera opinião, é calúnia que beira a insanidade, da mesma forma que eu não posso te acusar de um crime desses sem provas, senão vira bangu. E não foi uma, mas várias mentiras, demonstrando uma ignorância assustadora que abre precedentes gravíssimos acerca do estado de direito, da democracia e dos direitos humanos. Opinião seria ele dizer que Dilma faz um governo ruim ou algo do tipo. Quanto às suas acusações sobre Dilma, ela foi investigada, perseguida, julgada, condenada e punida (inclusive além do que a lei permitia) pela ditadura militar, mas nunca pelos atos que Lobão acusou (a menos, claro, que Lobão disponha de um sistema particular de informações mais eficiente e rígido que o SNI). Ou seja, suas afirmações não estão no terreno da mera opinião, mas do delírio, por carecer de subsídios factuais mínimos. Imagine que ele dissesse o mesmo de FHC, p.e. Será que os colegas deixariam ele seguir como um comboio verbal desgovernado ou iam confrontá-lo com informações, demonstrando que seu discurso estava totalmente descolado da realidade? A essa altura do campeonato, depois de tudo o que passamos para restaurar a democracia, revisionismo histórico barato não cabe, né? Lobão não deu um tiro certo quando falou da política recente, todas as afirmações que ele fez podem ser facilmente contestadas, e tudo segue em frente como se ele dissesse algo que merecesse ser ouvido e debatido. Mas tudo bem, acho que divergimos sobretudo a respeito do papel do jornalista na sociedade. Se o negócio é só fazer manchete sensacionalista, vamos em frente, eu é que devo estar desatualizado mesmo…
Emitir opiniões hoje no Brasil vai contra o sistema, e desperta reações na sociedade que vive, ou quer viver, seu sonho de Caras !
Só pra deixar claro, Barcinski, minha crítica está muito mais centrada no que você e outros colegas DEIXARAM DE DIZER, do que no que disseram.
Cara, eu não me interessei muito pelo debate não… Aliás, que debate?
O Lobão sim é um papagaio que dispara seu sarcasmo intelectualoide como se fosse o verdadeiro ombudsman da classe artistica brasileira. As vezes fico com a impressão que ele é só um poser que quer ficar na mídia.
O Mano Brown… me decepcionei absurdamente com a participação dele no roda viva. Toda a qualidade que ele tem pra fazer as letras de revolta social falta no discurso em debate. Parece mesmo acreditar na porrada.
Em fim, sobraria realmente alguma coisa?
Boa!
Li a biografia do Lobão e a do Tim Maia. A vida do Lobão comparada com a do Tim seria mais ou menos de uma casta donzela num convento com o de uma puta com 30 anos de cama. Mudando, a palestra do Pastor Ceni só passa no Fantástico quando “funciona”?
Nós percebemos a grandeza de um ídolo e a inveja que ele desperta quando o revés é mais comentado do que as glórias deste.
Não é mesmo?
Excelente comentário!
Boa F!
Concorde-se ou não com as coisas que o Lobão fala, ele pensa no que está dizendo e se informa sobre os objetos de suas críticas. Outra: Não sei se os rappers citados estão a serviço do PT mas que o discurso “encaixa” direitinho, isso é verdade.
Complementando o que eu escrevi aí, a maioria dos brasileiros, quando quer criticar, usa um monte de clichês (não pensa, não se informa) ou repete discursos prontos.
Lobão está de parabéns por ter mostrado que aindá há cabeças pensantes na cultura brasileira. Hoje, vivemos uma época em que a Industria Cultural é de entretenimento vazio e colocar esses assuntos em discussão, concorde ou não com as afirmações, faz com que ela se volte às origens, que é discutir a sociedade, o mundo em que vivemos. Espero que Brown, como “Racional” aceite e discuta o tema, sem pancadaria.
Já a sociedade, ao invés de se “Legião Urbanizar” e servir de mera caixa de ressonância vazia, deveria ir ao âmago da questão: não há, ao menos no chamado “mainstream” uma produção cultural de qualidade no Brasil.
Prezado André,
Acho que quem mordeu a isca foi a midia inteira, que como o senhor disse, esquece pontos importantes do jornalismo. Em momento algum o Brown falou que ia descer a mão no Lobo. Para mim, e acredito que pro Brown também, homem resolvem divergencias no dialogo frente-a-frente, não por trás de twiters e entrevistas distorcidas. Acho que o senhor exagerou…
Sds,
Manuel, numa boa, só você pode ler uma frase como a do Brown e concluir que ele NÃO chamou o Lobão para a briga.