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André Barcinski

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Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Jeff Hanneman e a nostalgia do metal

Por Andre Barcinski
13/05/13 07:05

É sempre a mesma coisa: quando morre um músico que marcou sua vida, você tira da estante alguns discos empoeirados e homenageia a figura. Daí para ter flashback proustiano é um pulo.

A morte de Jeff Hanneman, do Slayer, foi um desses acontecimentos. Sacrilégio juntar Slayer e Marcel Proust na mesma frase? Bom, cada um tem o tempo perdido que merece, certo?

 


 

Estava ouvindo o primeiro disco do Slayer e lembrei um vídeo chamado “The Ultimate Revenge Combat Tour Live 85”. O filme reunia três das bandas mais pesadas e extremas do metal oitentista: Slayer, Exodus e Venom. Foi gravado no Studio 54, a famosa discoteca de Nova York, que na época abrigava shows de todos os tipos.

Nunca esqueci duas cenas antológicas do filme: a primeira era a abertura, com uma foto de John Travolta pegando fogo. A segunda era a imagem de um bêbado, perdido em meio aos metaleiros que gritavam na frente do clube (veja em 01:36).

Revendo o filme, lembrei a pobreza que era nossa vida de fã de música na época. Havia pouquíssimos shows internacionais (o Rock in Rio, em janeiro de 85, pareceu uma miragem) e os lançamentos internacionais demoravam meses para chegar.

Sem shows de verdade, nos contentávamos em pagar ingresso para ver vídeos de shows. Cansei de ir ao Circo Voador e ao Roxy Roller, na Lagoa, ver shows em telões. Vi Black Sabbath (com Dio), Van Halen, Judas Priest, UFO,  Iron Maiden. Era o que nos restava.

A coisa era tão triste que o público se comportava como se estivesse vendo as bandas ao vivo. Alguns até pulavam do palco. Isso era realidade virtual!

Tenho um fraco por filmes e documentários sobre metal. Acho engraçada demais a mistura de ingenuidade, testosterona e fanatismo dos “true”. Fiz, aqui no blog, uma lista de meus filmes de metal prediletos (leia aqui).

Para homenagear Jeff Hanneman (e Paul Baloff, do Exodus, que morreu em 2002), vou encomendar o DVD da “Combat Tour” e assistir com meus filhos. Morte aos poseurs.

P.S.: Estarei de férias pelas próximas duas semanas. O blog volta em 27 de maio. Até lá!

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Comentários

  1. hugo comentou em 14/05/13 at 15:04

    desculpe o offtopic mas vc vai assistir o James Chance & The Contortions na virada?
    Grande banda.

  2. Rodrigo comentou em 14/05/13 at 14:56

    Não sabia da morte dele, é uma pena, inclusive porque o Slayer continuava produzindo boa música. Faltou falar um pouco da banda, heim?..
    E também da causa da morte, uma coisa bem “metal”. Parece que foi cirrose hepática mas teve também complicações por causa de uma picada de aranha (!) que havia lhe causado uma doença necrosante (!!!).
    Se tiver estômago, jogue “fascite necrosante” (necrotizing fasciitis) no google images…. Irch!
    Metal!!!!

  3. Willian Ifanger comentou em 14/05/13 at 13:04

    Eu nunca fui fã de metal, mas tinha uns amigos que eram alucinados. Eu não me lembro bem, mas uma vez rolou alguma excursão – ou os caras foram com alguma excursão – pra ver um “show” desses no Rio. Ou os caras foram achando que era um show de verdade….sei lá. Tudo maluco, mas tudo gente boa.

    PS.: Primeiro sai do twitter e logo na sequencia de férias? Aí é sacanagem…hehehe…bom descanso.

  4. Tinho comentou em 14/05/13 at 11:37

    Piranha!!!
    Rapaz, ainda ouço Exodus e Slayer de vez em quando e não acho nada deprimente.

  5. Andre comentou em 14/05/13 at 7:58

    Noticia triste. Na minha adolescencia ouvia muito metal…slayer.metallica.exodus.anthrax.def lepard.iron maiden.guns.judas priest. Scorpions…fora os classicos zepelin.sabbath.queen.ac dc.motrhead… Depois fiquei viciado em punk.garage rock.grunge. Mas nao tem jeito…lembrar da infancia e escutando metal e new wave.

  6. VissottoJr comentou em 14/05/13 at 3:57

    “Morte aos poseurs” foi muito anos 80. Nem lembrava mais dessa.

  7. Vagner Godoy comentou em 14/05/13 at 3:31

    Eu assistia esses shows numa loja de discos de metal no Anhagabaú, a Woodstock Discos, do Walcir. Bons tempos.
    http://www.collectorsroom.com.br/2009/03/historia-da-woodstock-discos.html

  8. Cassiano comentou em 13/05/13 at 22:24

    Barça, desculpe mudar de assunto mas, estava vendo umas postagens antigas e… o que deu a praia das Laranjeiras dos ricaços?

  9. Fernanda Machado comentou em 13/05/13 at 19:03

    Valeu pelo post sobre o Jeff Hanneman. Boas ferias!

  10. sebastião comentou em 13/05/13 at 16:25

    OFF – Milton Alencar, de Guarrincha – Estrela Solitária, fará filme sobre o Flamengo – esperemos mais uma obra prima

  11. Leo PP comentou em 13/05/13 at 16:06

    O futuro do metal está salvo pelo menos…

    http://www.youtube.com/watch?v=C0w-tzWiy7c

  12. Paulinho Perca de Sousa comentou em 13/05/13 at 14:01

    Depois que você parar de escutar essas porcarias, procure o novo do Man or Astro-Man?, “Defcon 5…4…3…2…1”.

  13. Tiago Nogueira comentou em 13/05/13 at 13:59

    Que legal. Na fita Combat Tour sempre dei risadas da cena do negão perdido na fila dos true.

  14. Leonardo comentou em 13/05/13 at 13:11

    Boa Barça, pensei que vc não ia postar nada sobre a morte do Hanneman…Por mais que meu gosto musical tenha se apurado com o passar do tempo, que eu tenha deixado de ouvir 99% das bandas de “metal” da minha adolescência, tem bandas que eu não deixo de admirar….Uma delas é o Slayer, cresci ouvindo esses caras…Valeu pela lembrança e boas férias!

  15. Wagner Calazans comentou em 13/05/13 at 11:50

    Assisti esse video no cavera em Botafogo, do saudoso Raul é trash puro, muito bom até hoje vejo este video e monstro para a molecada que estap começando a ouvir rock.

    • Andre Barcinski comentou em 13/05/13 at 18:33

      P… no c… do Raul! Bons tempos.

  16. Renzo comentou em 13/05/13 at 11:25

    Sugestão para férias : “SAMBADI”, discaço do jovem capixaba LUCAS ARRUDA, muito elogiado por Ed Motta, Kassin e outros, lançado pelo selo francês Favorite Recordings.

    Estilão Eumir Deodato, coisa linda.

    Veja na coluna do Kassin, contendo algumas amostras do discão, já disponível no iTunes:
    http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-musicais/geral/lucas-arruda

  17. Daniel comentou em 13/05/13 at 11:21

    André, excelente post cara! \m/

  18. neder comentou em 13/05/13 at 10:43

    A cena do bêbado é impagável mesmo. Mas ouvir esse tipo de música após os 20 anos de idade é deprimente.

  19. TK comentou em 13/05/13 at 10:34

    Lembra do TV Pirata no Catete? Era do Raul do Caverna se não me engano. Era um sobrado que tinha uma sinuca em cima e aos domingos rolavam os shows no telão. O engraçado era que não tinha lugar para guardar as mesas de sinuca e a galera se amontoava em cimas delas para poder ver os vídeos.

  20. marcos pellegrini comentou em 13/05/13 at 10:30

    boas férias. Realmente, naquela época nao tinha nada
    Lembro de “gravar em k7” o LP master of puppets que meu amigo trouxe da inglaterra. Ou de ir para o vale do anhangabaú numa loja de heavy q tinha la p ver o q tinha de novo e “na galeria do rock” ver Vinil pirata….he he he ate hj tenho um: Lado A, EP do “destruction” e Lado B do “Sodom”, sem contar VENOM “ao vivo” retirado do som de um VHS…. quanta diferença

    • Paulo Cooper comentou em 14/05/13 at 13:42

      Esse Venom eu tenho tb, a qualidade é horrivel, mas não deixa de ser uma relíquia

  21. Sergio Matta comentou em 13/05/13 at 10:09

    Já assistiu Heavy Metal in Bagda?

  22. Rodrigo E comentou em 13/05/13 at 9:51

    Pô, Barça. Esperava um post decente sobre o Hanneman…
    Boas férias e bom descanso!

  23. Czar comentou em 13/05/13 at 9:46

    Outro dia estava explicando para o meu filho – que do alto dos seus 15 anos já viu show de verdade pra caramba – a dureza desta época.

    Lembro daquele cinema no Cal Center (esqueci o nome) na av. Faria Lima em Sampa em que assisti um show do Sabbath (com o Ozzy!) e as expressões de deslumbramento (minha e de todos na sala) era como se realmente a bagaça estivesse rolando num palco imaginário à nossa frente.

    André, você esqueceu do “ponto fora da curva” que foram aqueles dois do Queen em 81.

  24. Ricardo comentou em 13/05/13 at 9:32

    hauhahaa…o tiozinho bebado é sensacional…..

    é engraçado como o John Travolta, e tudo q ele representava na época era odiado no mundo do rock, lembro tb que no documentátio botinada, sobre o punk paulista, o dono da Baratos Afins disse q os punks iam lá só pra ficar pisando em um tapete com a cara do John Travolta…haha…

  25. F de I comentou em 13/05/13 at 9:26

    Falando em “poseurs”, acabei lembrando de uma entrevista com o sumido (finado?) Richey Edwards, ex guitarrista do Manic Street Preachers.

    Cansado de sempre ser questionado sobre o som da banda “versus” a imagem Glam que a mesma ostentava – assim como já prevendo que a pergunta viria novamente- o infeliz saca uma lâmina de barbear e vai fazendo um serviço embaixo da mesa:

    http://25.media.tumblr.com/tumblr_lh98vigPWZ1qf2p4ao1_500.jpg

    4 Real !

    E mostra para o entrevistador.

    Quer mais “true” que isto?

  26. Jean comentou em 13/05/13 at 9:18

    Fui uma vez em uma sessão do documentário “Hype” no antigo Espaço Unibanco e a platéia se portava do mesmo jeito: a cada aparição do Vedder ou Grohl tinha uma galera que gritava como se fosse um show.

    Boas Férias!!!!

  27. Kin Cordeiro comentou em 13/05/13 at 9:16

    Primeira vez que vi o Slayer num video foi nesse show. Fiquei doido, era muito fanático por essa banda!
    Afinal, o Cronos é ou não é a namoradinha do Wayne em Quanto mais idiota melhor?

  28. Axel Terceiro comentou em 13/05/13 at 8:44

    Gosta do Metallica, André?

  29. Alex comentou em 13/05/13 at 8:38

    Tempos romanticos estes. Molecada hoje nao faz ideia de como era “consumir” musica e curtir as “novidades” na decada de 80. Um dos primeiros shows internacionais que eu lembro a aterrissar em SP foi o do Sting, creio que foi em 1989 no Anhembi. E fez o maior estardalhaço com TV e tudo, se ele voltasse agora nao lotaria um bar em Pinheiros.

    • Alex comentou em 13/05/13 at 8:38

      Ah, e boas ferias.

  30. waltercarrilho comentou em 13/05/13 at 8:03

    Aqui em São Paulo tinha uma salinha em um shoppinzinho na Faria Lima que marcou história. Acho que era “Rock show”. Só passava vídeos de shows de rock (preferencialmente heavy metal). Tinha uma fachada toda azul, cheia de rabiscos que os fãs deixavam por lá. Vc lembra disso, chegou a ir?
    Ou então a gente ia para lojas de discos como Bossa Nova e Woodstock para ver shows em videos (geralmente era no sábado). A carência era tanta que a gente topava qualquer video meia boca. O povo de entulhava e ficava emocionado ao ver os shows. Era um troço maluco.
    Se tivesse algo como youtube naquela época acho que a gente entraria em surto.

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