James Taylor: lata d'água na cabeça
06/06/13 07:05Outro dia, escrevi aqui no blog sobre Elton John. Disse que não era grande fã da música de Elton, mas que adorava suas entrevistas e sua história de vida.
Por coincidência, comecei a ler um livro que fala sobre um artista do qual também não sou grande admirador, mas que teve uma vida extraordinária: James Taylor.
O livro se chama “Fire and Rain – The Beatles, Simon & Garfunkel, James Taylor, CSNY and the Lost Story of 1970”, de David Browne. Eu já tinha lido “Goodbye 20th Century”, biografia do Sonic Youth que Browne lançou em 2008, e gostei muito. Mas esse livro novo é melhor ainda.
O livro conta a história de um ano – 1970 – e de quatro nomes importantes da música do período: Beatles, Simon & Garfunkel, Crosby, Stills, Nash & Young e James Taylor. Dos quatro, Taylor é o único sobre o qual eu realmente não sabia nada. Quer dizer, sabia muito pouco: que vinha de uma família rica, foi casado com Carly Simon e teve graves problemas com drogas e depressão.
Ainda estou no meio do livro, mas os primeiros capítulos, especialmente sobre a vida de James Taylor, são de arrepiar. A família de Taylor tinha uma antiga história de problemas psiquiátricos. O pai, Isaac, era médico da Marinha e passava longos períodos fora de casa, incluindo uma missão de dois anos na Antártida. James tinha quatro irmãos, todos músicos.
Ainda adolescente, James foi internado em clínicas psiquiátricas para se curar de surtos de depressão. Numa das histórias mais incríveis que já li, ele sofreu uma crise ao ter uma visão de seu ídolo, Ray Charles, internado na mesma clínica. Mas não era uma miragem: Charles realmente estava lá, fazendo tratamento de metadona para combater o vício em heroína.
David Browne relata os problemas que James Taylor teve na gravadora Apple, onde lançou um disco totalmente ignorado, conta o fascínio que James exercia sobre qualquer mulher que passasse em sua frente, e descreve, em detalhes, histórias escabrosas de drogas e porres, algumas culminando em James dormindo no chão do Washington Square Park, em Nova York.
A leitura me lembrou um episódio curioso envolvendo James Taylor. Em janeiro de 1985, Tancredo Neves foi eleito presidente, o primeiro presidente civil desde o golpe de 64. Houve uma grande festa na Cinelândia, no Centro do Rio, onde políticos fizeram discursos e alguns artistas cantaram.
Lembro que Perfeito Fortuna, do Circo Voador, pegou o microfone e, num surto de loucura e irresponsabilidade, disse à platéia: “Hoje à noite vai ter show no Circo pra comemorar a vitória de Tancredo! É de graça, são todos convidados!” Detalhe: havia umas 50 mil pessoas na Cinelândia, pelo menos 15 vezes a lotação do Circo.
Não lembro como, mas consegui entrar no Circo. O lugar parecia uma lata de sardinhas. E no meio do show, quem sobe ao palco para dar uma canja? James Taylor, que estava se apresentando no Rock in Rio.
Assim que James começou a cantar – acho que foi “You’ve Got a Friend” – um débil-mental lançou uma lata de cerveja no palco. O público inteiro viu a latinha voando, voando, passando por cima do público, até atingir em cheio a testa de James Taylor.
Não lembro exatamente qual foi a reação de Taylor, mas ele tocou a música até o fim e foi aplaudidíssimo.
Grande André… Excelente blog e mais ainda falando de lendários músicos. Gosto muito de James Taylor e por ele cantar canções tão tranquilas me admira saber que a vida do cara era totalmente na contra mão do que parecia ser. Se me permitir uma ideia para um próximo post seria sobre David Gilmour.
[]’s
Boa ideia!
Tentem ver o belo e melancólico documentário “Troubadours” que mostra a convivência de alguns artistas da geração do JT neste bar, ponto de encontro.
Nao estou lembrando bem da coisa, mas parece que a Cindy Plaster, groupie famosa, fez uma exposição com o modelo do equipamento dos artistas com quem dormiu, e o James levou o título com 23 cms. Fenômeno.
O Rock in Rio 1 salvou a carreira dele.Na epoca ele tava pensando em parar devido a varios fatos negativos q vinham acontecendo na sua vida,dai foi cumprir uma ultima obrigacao contratual,um show num certo festival no Brasil.A injecao de energia q ele recebeu dos brasileiros durante a sua apresentacao foi tanta q o motivou a continuar com a carreira.Sobre a lata,se fosse num pais de gente civilizada,as pessoas q estivessem ao lado desse imbecil q atirou a lata com certeza nao deixariam o mesmo sair do recinto sem ser preso e ainda seriam testemunha pra por o fdp no xilindroh.Mas no Brasil…
André,
Assim como você, ainda fico perplexo com a quantidade de tempo que algumas pessoas, dotadas com o mais absoluto senso comum, possuem, sobretudo para escrever uma avalanche de besteiras que não fomentam um diálogo legal em suas postagens.
É um absurdo como uma postagem tão bacana se perca em discursos patéticos e reclamações vazias. Um espaço que poderia ser amplificado por discussões sobre o artista, dicas de leituras, apontamento de sons do James Taylor e de artistas que os influenciou etc., vira apenas um instrumento de “verborragia internética” que já encheu a paciência de muita gente.
Mudando de assunto e até mesmo de “tipo de artista”, gostaria que algum dia você postasse algo sobre Bruce Springsteen, mesmo que você malhe completamente o cara. Acho um cara relevante, não só para o mundo musical, e seria um músico interessante para que você o “apresentasse” ao público brasileiro (coisa que você faz com maestria), pois, a despeito do “Born In The USA”, o “Boss” é um completo desconhecido em terras brasileiras!!!
Perdoe-me por parecer um chato e tentar pautar seu blog, e desculpe-me caso você tenha falado sobre a obra outrora, mas como sei que é sua praia também, gostaria de você escrevesse um dia, caso tenha lido, sobre o fantástico livro “Lanterna Mágica”, autobiografia do Ingmar Bergman.
Um abraço!!!
Tô com o Lanterna Mágica aqui na fila. Já li há muito tempo, em inglês, mas essa versão brasileira nova parece ótima.
André,
Não li a versão inglesa, mas posso dizer que a edição brasileira é muito boa!!!
As histórias, quase todas com um ar pesado e triste, são sensacionais, e mesmo não falando muito sobre os bastidores dos seus filmes, o livro é fantástico!!!
Boa leitura!!!
Rindo aqui dessa ironia, caro – pô, justo na hora em que ia cantar “You’ve Got A Friend”? Sacanagem, será que Taylor não trocou “friend” por “enemy” para combinar com o clima? rsrs
Cara, as músicas de James Taylor, assim como grande parte da década de 70, além de serem obras-primas e de uma inventividade ímpar, tem outro ponto imbatível: são as melhores músicas para tocar numa viagem de carro. Tipo, parece que compuseram numa estrada, só pode.
Por tratar no livro somente do ano de 1970, será que o escritor chegou a dar uma palhinha sobre a fantástica história da canção “Mexico” do James Taylor, Barça?
Lembro que os mexicanos adoravam esta menção-homenagem ao país, mas ficaram surpresos (não sei se frustrados) que o cara não conhecia nada sobre o país, sequer o havia visitado, já que a letra fala da sensação de como era estar lá – será que era a política da Boa Vizinhança que os Estados Unidos “pediram” que muitos fizessem na época? Mas o azar foi quando o Taylor foi fazer a primeira visita ao país, o cantor teve que cancelar devido à complicação de viagem (a famigerada diarreia) no meio do caminho. Ah, destaque nesta canção para Crosby e Nash fazendo os vocais ao fundo.
Falam tanto de depressão, e o Nelson Gonçalves que sofria das hemorróidas.
Só hemorróidas? Nelsão era o maior aspirador de pó também.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/2013/06/1290467-branquearam-o-futebol.shtml
Não é o assunto de hoje, mas foi basicamente o seu texto de terça.
Valeu, não tinha visto.
André, e como foi o show no Circo? Você se lembra dos outros artistas que se apresentaram? Você já era jornalista?
Cara, não lembro, tava vidrado demais no Rock in Rio. Acho que o Chico Buarque cantou, a Simone, mas só lembro mesmo da latada. Marcou época.
Dos meus 7 últimos livros lidos, 5 são biografias. Todos têm algo (mais ou menos) em comum: vidas conturbadas, problemas psiquiátricos, excessos, drogas, etc, etc.
Quanto mais leio, mais eu passo admirar tais pessoas. Adoro a imperfeição. A linha tênue entre loucura e genialidade é sublime e poucas pessoas são capazes de compreendê-la (se é que conseguem). Mas penso que um mundo constante e repleto de gente certinha e perfeita seria realmente MUITO CHATO.
Essas histórias de vidas conturbadas são ótimas, de se ler ou ver de longe, perto da gente, necas.
Conheço muito pouco de James Taylor, só o óbvio como a música citada por você. Parece que em Agosto o Herbie Hancock estará em Parati. Gostas? Merece um post? http://oglobo.globo.com/cultura/herbie-hancock-de-volta-ao-futuro-8581830
Caramba, não sabia, isso vai ser demais.
You’re so Vain da Carly Simon foi composta por ela em “homenagem” a ele, não?
Mick Jagger.
Mário.
Mick Jagger fez o backing vocal nessa música.
A lista de candidatos é grande:
http://www.songfacts.com/detail.php?id=536
James Taylor participou do “Harvest”, obra prima de Neil Young.
Caro André,
Lembro que o Taylor arrepiou no Rock in Rio,mesmo com um seleto clube de bandas pesadas.
Também nunca fui grande fã do James Taylor, mas quando li sobre a história por trás da música “Fire and Rain” comecei a admirá-lo como artista e como pessoa.
Ele compôs a música depois que descobriu que sua melhor amiga, que ele havia conhecido em uma clínica psiquiátrica se suicidou. Seus amigos próximos e parentes demoraram para dar a notícia pois temiam que ele reagisse mal e tivesse uma recaída.
Quando soube do ocorrido ele fez essa música, em que fala sobre ela e como ele se sentia na época.
O resultado é de arrepiar, acho uma das melhores que ele já compôs.
André, vc até já fez um post sobre essa geração do “soft rock”, onde se inclui o James Taylor, e vc até usou a citação: “músicas calmas feitas por pessoas nervosas…” e eu conheço muito pouco a obra dele, mas sem dúvida, o cara é um sobrevivente, merece ser estudado pela ciência hehehe
Uma vez uma entrevista com o cara dono do rock in rio (esqueci o nome) e ele dizia que passou pra filha dele as obrigações, mas que tinha uma exigência: que james taylor sempre fosse convidado para o festival. Será que ele vem pra esse novo?
André,veja como está o nível da internet.O Reinaldo
Azevedo disse no teu blog que a Globo não mostrou
nada sobre aquele evento organizado por evangélicos
em Brasília.O JN mostrou tudo e falou até com o Malafaia,
que tem programa na Band.Será que só eu vi o JN de ontem?
Marcelo, desculpe, mas o post é sobre o James Taylor, não o Reinaldo Azevedo.
Na maioria das vezes que algum artista é citado em seu blog, Barça, lá vem a mesma cantiga: ” artista sofrido, teve problemas com drogas e depressão, infância difícil, o pai o espancava, foi estuprado pelo tio, etc, etc…” Não sei se foi o Gene Simmons que disse que estes artistas “deprimidos” e “sofridos” deveriam é se matar e parar de nos encher o saco com história triste porque o que eles querem mesmo é atenção! Estou com o linguarudo e não abro…
Que besteira, Cleibson, desde quando alguém vai pra clínica porque quer atenção?
André,
Concordo com o ponto de vista do Cleibsom/ Gene.
Isso não é uma característica apenas sua, mas de diversas pessoas que escrevem sobre entretenimento.
Quando vai descrever uma personalidade, que passou por uma infância/ adolescência difícil procura-se retratar SEMPRE que ele teve uma vida f*dida.
Já cansei de ler milhares de críticas sobre discos da Tori Amos que há 20 ANOS continuam com aquele papo de que ela sofreu estupro e tals. Como se isso fosse parte do trabalho dela, a impressão é que precisam sempre ficar lembrando isso.
Não estou dizendo que o seu texto sobre o JT vai por esse lado. Muito do que escreveu acima eu não sabia, valeu a pena.
A impressão que sinto é que o público não gosta de quem sempre foi playboy, tratado na base do leite ninho da melhor qualidade e conseguiu chegar lá.
Vc é bem vivido no mundo do entretenimento e claro que conhece (eu que não sou conheço) diversas histórias de artistas que fazem banca de drogado, de garotos problemas só para aumentarem o nível de exposição. Aquilo que chamam até hoje de “punk de boutique”.
Um documentário do VH1 há pouco tempo mesmo disse que quando lançaram aqueles selo “AVISO AOS PAIS, LETRAS EXPLÍCITAS” diversas bandas encheram os discos com palavrões só para venderem mais.
De fato, há uma tendência e talvez mesmo uma tradição em se esperar de artistas comportamentos e histórias que fujam ao normal. Deve ser desesperador entrevistar ou fazer a biografia de alguém que não tenha absolutamente nada de diferente para contar. Até certo ponto, acho perfeitamente natural. O problema é quando vira curiosidade mórbida, aí já é doentio. Não acredito que seja o caso do Barcinski, que sempre toca no assunto em tom respeitoso diante dos dramas e tragédias enfrentados pelos artistas.
Foi exatamente o que eu tentei escrever Celso.
Quantos textos, por exemplo, você vê falando da vida abonada que a geração do rock brasileiro anos 80 teve (Legião, Capital, Paralamas, Titãs) em uma resenha de lançamento do disco/ turnê?
Falo da Tori Amos, pq já deu no saco ler em todo lançamento, sobre esse infeliz acontecimento.
Imagina a partir de agora todo o texto sobre a Xuxa vir sobre o abuso que sofreu na infância? Até ela irá cansar disso…
Isso não é apenas em música. Quando alguém escreve sobre a infância do Ronaldo, é sempre visto como um coitado, Bento Ribeiro, falta de dinheiro até chegar a superação.
E o Kaká? E o Caio Ribeiro? Mesmo o primeiro tendo problemas de saúde, dificilmente é relatado que estudaram em colégios particulares, tiveram famílias estruturadas, etc.
Acho isso curioso.
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/06/1290661-segundo-a-policia-filha-de-michael-jackson-queria-apenas-chamar-atencao.shtml
Desde hoje vale como resposta?
Jean, na boa, chega a ser desagradável sua insistência em usar argumentos limitados para justificar suas verdades absolutas. E daí que a coitada fez o que fez? Isso quer dizer que o resto da humanidade compactua?
Vindo de um cara que expõe a família num “reality” show, e nesse mesmo programa vive lembrando da infância pobre, das agruras pela qual a mãe passou e mais os horrores do holocausto nazista, soa meio que hipócrita essa declaração.
Cara, o problema é falar disso para justificar uma pretensa depressão e “engrandecer” sua arte, a pose de “artista sofrido” não ficava bem nem no Romantismo, e isso já faz alguns séculos. Se o Gene sofreu mesmo, meus pêsames, mas graças à Deus ele nunca usou isso no Kiss porque senão a banda seria bem menos divertida do que é!
Espero que você não precise passar por isso, mas se um dia conhecer alguém sofrendo uma crise de depressão, verá que aparecer é a última coisa que a pessoa deseja (beeem ao contrário, aliás…). É muito triste e doloroso. Quanto ao Gene Simmons (e seu comparsa Paul Stanley), suas declarações é que provocam depressão. Melhor apenas ouvir o Kiss, sem saber o que “pensam” os fundadores da banda.
Não sei quanto à você, mas eu acho que pelo menos 90% destes artistas sofridos sofre mesmo é de frescura!
Tá bom, Cleibsom.
James Taylor participou de uma das edições do Crossroads Guitar Festival. 2004 ou 2007, não tenho certeza. O dvd mostra como ele é ovacionado pelo público na hora em que entra no palco e, logo depois, é acompanhado por Joe Walsh, guitarrista da James Gang e Eagles. O cara é ídolo lá.
Não conheço nada sobre James Taylor. A única lembrança que tenho de Taylor é que ele foi o personagem principal de Two-Lane Blacktop um dos grandes filmes da década de 70.
É sensacional mesmo, merece um post.
Eita…Nem sabia que o filme era com ele, só vi uma vez (lá no meio da década de 80) mas nunca saiu da minha cabeça. Filmes americanos anos 70 eram duca…
Cara, acompanho seus textos desde o período cenozoico, eu acho, pelo simples fato de termos em comum alguns gostos musicais.
Talvez pela idade e por ter vivido intensamente os anos 80.
Mas o tal do Sonic Youth nunca me desceu. Jamais consegui assimilar ou apreender seu estilo (?) musical. Sempre achei excessivamente afetado, tocando em círculos sem ir pra lugar nenhum.
Enfim, já fui quase linchado por emitir esta opinião em alguns círculos.
Comecei a achar que estava perdendo algo, sendo inconsequentemente implicante.
Até que li (nos anos 90?) uma entrevista do Richard Edson – então baterista do SY – em que pedia demissão da banda dizendo que todos lá tocavam muito mal – inclusive ele mesmo, que o hype em torno da banda era completamente injustificável e a coisa se sustentava apenas pela aura de uma suposta genialidade que os baba-ovos criavam.
YEEESSSSSS!!!!, pensei. Isso é exatamente tudo o que eu pensava! Então eu tinha razão, não é mesmo? Desliguei o assunto Sonic Youth da minha cabeça.
Agora vejo que os cara ganharam até um livro biográfico. Puta merda…
Com o tempo tenho me tornado um pouco mais tolerante com gêneros musicais. Talvez um dia tente ouvir seus trabalhos de forma isenta, sem preconceitos. Ou não.
O Edson só participou do PRIMEIRO disco do Sonic Youth, em 1982. Tenho certeza que ninguém tocava nada na época. E se for pensar dessa forma, o punk não presta, todo mundo toca mal demais.
Concordo com você, André. Apesar de achar que o Sonic Youth é “embromation”, entendo que uma banda não precisa tocar bem para ser boa. Precisa ser criativa e ter boas ideias. Na outra ponta podemos identificar várias bandas e músicos solos que são tecnicamente brilhantes e fazem um som chatíssimo.
Quem escutar os discos “Evol”, “sister”, “Daydream nation”, e achar que eles tocam mal, simplesmente tem algum problema de audição.A não ser que a pessoa considere “tocar bem” tocar 767097 notas por segundo, o que pra mim é uma concepção muito escrota de música.Não sou fanático pela banda (pelo contrario, acho a carreira deles muito bem irregular), mas eles lançaram alguns albuns, como os citados, que podem e devem ser considerados obras-primas da época, do rock, e da música de modo geral.
André, respeitosamente discordo que os músicos punk eram ruins: o Sid Vicious era sim ruim pra caramba, mas apesar de não serem virtuosos, os caras criaram muitos riffs violentos, grandes músicas e deram origem ao thrash metal. Sem falar que Never Mind the Bullocks é uma aula de guitarra rítmica.
Tem muita gente que toca mal mas consegue se expressar bem com o pouco que sabe. Pra mim a capacidade com um instrumento não é critério para julgar se o trabalho é bom ou não.
Mesmo antes do punk, Lou Reed fez coisas brilhantes tanto com o Velvet como em carreira solo. E tocando mal pra burro (até hoje toca mal). Bob Dylan é outro.
Minha opiniao eh que o Sonic Youth tem uma curva de aprendizado, muito dificil alguem ouvir uma faixa e instantaneamente gostar. Quando comprei meu 1o album dos caras, Murray Street, fiquei bem desapontado, depois ao ouvir outros passei a gostar muito desse disco. Conclusao, quando a banda tem um som inconvencional o jeito tem que ser ouvir aos poucos. Abs.
Curto SY e nunca escutei falar de Richard Edison. Parece que vc dá muita importância a gostar, ou não, do SY…ou então vc se leva muito a sério, sei lá.
Concordo contigo! Ao vivo a coisa é pior ainda. Sei lá deve ser questão de gosto mesmo…Acho o mesmo do Radiohead!
Na linha “biografias de músicos”, recomendo Miles, The Autobiography, do Miles Davis. Infernal da primeira à última linha
Não li, boa dica.
Esse é maravilhoso. Pena que a edição em português esteja esgotada há anos, o que é incompreensível. Li uma edição em espanhol em pdf. Os livros de Ashley Kahn sobre Kind of Blue e A Love Supreme também são excelentes.
Essa do Miles é muito boa, pena que está fora de catálogo em português há bastante tempo. Gosto particularmente das partes que falam do Charlie Parker, do Jimi Hendrix e da formação de seus super-grupos (como os que usa no Kind of Blue ou no Tribute to Jack Johnson).
A do Chet Baker , por outro lado, é bem fraquinha, uma que deve ser evitada.Esperava algo bem mais empolgante do que aqueles fragmentos desconexos e esmaecidos. Não sou fã do Chet Baker, mas ele merece uma biografia à altura de sua insanidade. Até na autobiografia o Miles superou o Chet Baker…rsrs.
Essa é a escrita em parceira com um certo Quincy Troupe? Se for, é um primor mesmo, Miles descendo o malho em Wynton Marsalis, mostrando ressentimento com Art Blakey por ter feito besteira numa batida policial num carro só com negões, lembrando da tagarelice de Charles Mingus, de um episódio bizarro envolvendo Art Farmer, heroína e um trompete emprestado, dizendo que Coltrane comia meleca, detonando Steve Miller e sua banda no Fillmore East…
Montei um quadro em que figuram as capas de noventa discos muito queridos, e James Taylor está ali fazendo parte daquela “turma da pesada”.
Conheço sua história e muito do que ele passou na vida. Um caso bacana também é retratado na sua canção “Only a dream in Rio”, referente a esse Rock in Rio de 85, onde ele chegou numa fase em que estava muito mal e passou a ter ali naquele evento algo como um marco de redenção pessoal, pois seu show foi um sucesso e ele saiu revigorado, aplaudidíssimo pela gigantesca multidão.
O mesmo se repetiu na terceira edição do festival, em 2001.
As belas, doces, serenas canções de James Taylor refletem o seu jeitão aparentemente tímido, calmo, que contrasta bastante com todas as crises que ele enfrentou.
Comecei a me interessar por James Taylor na adolescência, ao ler o “Feliz Ano Velho”, onde o Marcelo R. Paiva faz inúmeras menções a “You’ve Got a Friend”. Fui atrás daquela música, daquele artista e de sua obra. Nunca deixei de acompanhá-lo desde então.
Não é meu artista preferido nem faz meu estilo preferido, mas ele está sempre ali, próximo e acessível.
Dia desses, descobri uma das possíveis razões disso. Recebendo meus pais em minha casa, calhou de tocar um disco do James Taylor. Eles me contaram que costumavam ouvir muito aquele disco à época em que minha mãe estava grávida de mim.
Talvez aquilo tenha, de alguma forma, entrado em minha cabeça desde então.
Foi, ou será, lançado no Brasil?
Acho que ainda não foi, torço para que seja.
Nenhum foi lançado. Acabei de olhar na Cultura. Só tem importado e e-book.
Muito adolescente, esse tipo de venéreação por porres e drogas de artistas. Já a lata, ele mereceu.
Chama-se “doença”, não “veneração’. Pelamor, o cara foi internado em clínicas.
Por favor, justifique a razão pela qual J.T. mereceu tomar uma lata de cerveja na testa porque, sinceramente, não consigo vislumbar uma sequer.
Não sou fã do Skid Row. mas no Festival “Monsters of Rock” em 1996 tinha uma galera em frente ao palco que ficavam jogando de tudo no Sebastian.
Acho isso uma grande falta de respeito com a pessoa, gostaria de ver um cidadão desse sozinho fazendo o mesmo em frente a banda.
Não gosta? Sai fora ou faça melhor para merecer estar no lugar dele.
Mas acho que esse lance da lata não foi coisa de ódio não. Isso é coisa de bobo mesmo. Ainda bem que essa selvageria de ficar jogando copo de água em juiz, bandeirinha e adversário acabou nos estádios brasileiros (ao menos na série A).
Problemas com drogas é muito adolescente mas jogar lata em artista é bem maduro…parabéns “roquix”
Grande história…
To pra ler essa bio do Sonic Youth faz tempo. Barcinski, recomendo muito “Dream Brother” do Browne também, sobre as vidas do Tim e Jeff Buckley. A pesquisa do cara foi impecável. Impressionante os paralelos entre os dois, mesmo com o pouco contato que tiveram um com o outro.
Não li esse ainda, bem lembrado.