Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

Perfil completo

Dylan, Vandré, Public Enemy... Latino?

Por Andre Barcinski
21/06/13 14:30

O povo tem mais um motivo para protestar: inspirado pelas manifestações que se espalham pelo país, o cantor Latino anunciou hoje que está preparando “a música da futura reforma política brasileira”.

Será que a canção de Latino vai se tornar o hino desses protestos? Será ele o Sergio Ricardo, o Bob Dylan da geração Passe Livre? A conferir.

 


 

Enquanto a música de Latino não chega, vale a pena lembrar algumas canções de protesto que marcaram época. Em ordem cronológica:

Noel Rosa – Campanha da Boa Vontade (1931) – Insuperável cronista musical da vida brasileira, Noel, um gênio que morreu aos 26 anos, fez diversas músicas de cunho político, sempre com bom humor e ironia incomparáveis. Que tal “Comparo o meu Brasil a uma criança perdulária / Que anda sem vintém, mas tem a mãe que é milionária / E que jurou batendo o pé / Que iremos à Europa num aterro de café”?

Billie Holiday – Strange Fruit (1939) – Escrito por Abel Meeropol, um professor americano, o poema “Strange Fruit” (“Fruta Estranha”), depois musicado, falava de linchamentos de negros no sul dos Estados Unidos. A letra fazia uma arrepiante analogia entre a imagem de um homem negro enforcado e uma “estranha fruta balançando em árvores”.

Bob Dylan – Masters of War (1963) – Ao estilo de seu ídolo, Woody Guthrie, Dylan compôs uma violenta condenação da Guerra Fria e de políticos que promoviam a guerra, antecipando um tema que seria abordado por muitos músicos no fim dos anos 60, com o agravamento da Guerra do Vietnã.

Creedence Clearwater Revival – “Fortunate Son” (1969) – Estupenda canção de John Fogerty sobre os filhos de políticos que não eram chamados para a guerra do Vietnã, enquanto o resto do país mandava os filhos para morrer na selva: “Não sou eu, não sou eu / Eu não sou filho de militar / Não sou eu, não sou eu / Eu não sou o felizardo.”

Geraldo Vandré – Pra Não Dizer que Não Falei de Flores (1968) – Nenhum DCE é de verdade se não tiver alguém tocando violão e cantando: “Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer”.

Crosby, Stills, Nash e Young – “Ohio” (1970) – Assim que ouviu sobre a morte de quatro alunos da Universidade Kent State, de Ohio, por policiais, Neil Young escreveu esse lamento, que foi imediatamente gravado pelo CSNY. David Crosby diz que chorou durante toda a gravação.

Marvin Gaye “What’s Going On” (1971) – Só Marvin Gaye poderia cantar uma letra tão pesada sobre a Guerra do Vietnã de forma tão suave e sensual: “Mãe, mãe / Há muitas de vocês chorando / Irmão, irmão, irmão / Há muitos de vocês morrendo.”

Ultraje a Rigor – “Inútil” (1983) – Durante um bom tempo, foi uma espécie de hino não-oficial da juventude brasileira, uma canção cheia de ironia e que esculhambava nossa própria apatia.

Public Enemy – “Fight the Power” (1989) – O grupo de Chuck D misturou jazz, James Brown, gravações de velhos discursos de protestos, sirenes de polícia, e muita, mas muita raiva, e criou uma das canções mais incendiárias não só do rap, mas de toda a música, um hino contra a injustiça social, o racismo e a brutalidade policial.

Rage Against the Machine – “Killing in the Name” (1992) – Lançada seis meses depois dos violentos conflitos raciais de Los Angeles, a música do RATM ataca o governo, a polícia, a Klu Klux Klan, a indústria bélica e quem mais estivesse pela frente. Periga ser a canção de protesto mais popular e adorada dos últimos tempos.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
  • Comentários
  • Facebook

Comentários

  1. Augusto comentou em 29/06/13 at 12:55

    Tem umas de grações passadas aqui:
    http://www.zeno.com.br/index.php?itemid=7438

← Comentários anteriores
Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailandrebarcinski.folha@uol.com.br

Buscar

Busca
  • Recent posts André Barcinski
  1. 1

    Até breve!

  2. 2

    Há meio século, um filme levou nossas almas

  3. 3

    O dia em que o Mudhoney trocou de nome

  4. 4

    Por que não implodir a rodoviária?

  5. 5

    O melhor filme do fim de semana

SEE PREVIOUS POSTS

Arquivo

  • ARQUIVO DE 04/07/2010 a 11/02/2012

Sites relacionados

  • UOL - O melhor conteúdo
  • BOL - E-mail grátis
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).