Ser "apartidário" não é ser "antipartidário"
24/06/13 07:05Meu colega da “Folha”, Mário Magalhães – autor da excelente biografia “Marighella”, que recomendo demais – escreveu um texto muito interessante em seu blog na última sexta-feira (leia aqui), com o título “Quem não gosta de partido é ditadura. Hora de escolher: ou dar as mãos aos skinheads neonazistas ou abraçar a tolerância e a democracia”.
Mário criticou a reação de alguns manifestantes que, nos protestos de quinta-feira, reagiram com violência à presença de integrantes de partidos políticos e sindicatos: “No país inteiro, militantes portando bandeiras, estandartes e símbolos de partidos políticos, centrais sindicais, entidades estudantis e movimentos sociais foram escorraçados por uma turba intolerante. Em São Paulo, os principais executores dessa modalidade de repressão política foram os skinheads, os ‘carecas’ neonazistas. Botaram para correr quem vestia camisa vermelha, rasgaram bandeiras de agremiações e arrancaram faixa do movimento negro. São racistas e homofóbicos. No Rio, essa turma agride, fere e mata gays.”
Nesse ponto, concordo inteiramente com o Mário: todo mundo tem o direito de se manifestar, inclusive os partidos, sindicatos, uniões estudantis, etc. Os protestos não são “território” de ninguém.
Mais preocupante que o fato de skinheads terem reagido assim – esse é, infelizmente, o modus operandi desses boçais, que precisam ser combatidos – foi o fato de pessoas que não são skinheads ou ligadas a grupos extremistas terem agido da mesma forma. Houve uma clara rejeição à presença de partidos e sindicatos nas manifestações, que não partiu só de skinheads.
O pior é que muita gente aplaudiu e apoiou essas reações violentas. Parece existir uma preocupação grande – quase uma obsessão – em não partidarizar os protestos.
Acho que está havendo uma confusão grande em relação a esse tema.
As pessoas parecem estar confundido “apartidarismo” e “antipartidarismo”. São duas coisas bem diferentes.
Pessoalmente, acho ótimo que os protestos sejam apartidários, mas não posso concordar que sejam antipartidários. Defender manifestações gregárias e inclusivas não significa escorraçar quem pensa diferente de você.
O ideal seria que os protestos mantivessem um caráter apartidário e inclusivo, mas que deixassem os participantes se manifestarem da forma que bem entendessem.
Como bem disse Mário, manifestações populares importantes da história do Brasil tiveram a presença de diversos partidos. Eu estava na Presidente Vargas – com meu pai – em abril de 1984, no famoso comício das Diretas, e vi Lula, Ulysses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso, Brizola, Quércia, Tancredo e muitos outros dividindo o palanque. Bandeiras do PT, PDT e PMDB tremulavam lado a lado.
Acho perigoso comparar períodos históricos. Naquela época, partidos eram bem mais importantes e tinham mais representatividade que hoje. Quem diria que, 30 anos depois da campanha pelas Diretas, Lula estaria de braços dados com Maluf e Sarney, e os tucanos seriam aliados do Democratas, partido que nasceu do PFL e que, por sua vez, nasceu do PDS?
“Coisas da política”, claro. Mas são exatamente essas “coisas da política” que estão minando a credibilidade de partidos.
Voltando aos protestos recentes: não acredito que seja possível – ou desejável – manter as manifestações livres de partidarismo. Mudanças, se é que vão ocorrer, precisam passar por eles. Muito mais importante que rechaçar a presença de partidos é votar bem, para que eles voltem a ter representatividade.
O mais normal do mundo em manifestações assim são partidos políticos usarem o fato pra se promover. O que os manifestantes queriam e que foi demonstrado desde o começo é que o movimento não queria o uso político do protesto já que pra todos lá, os principais responsáveis pelas mazelas do país eram justamente os políticos independente de ideologia.
Pode ter certeza que a maioria ali tem partido. Só não está na folha de pagamento de nenhum deles.
São prismas que têm ressonância exposta a um fenômeno de segregação pós-moderna. Essa dinâmica é determinada de forma que as manifestações e a presença dos negros sejam suprimidas, lembrando a pressão que os brancos do século XIX determinavam como valores supremos de cultura.
O problema é que muita gente que NUNCA tinha ido p/ rua e que não acreditava em mudanças, por fazer parte da letargia nacional, não sabia o histórico do movimento. As manifestações do MPL SEMPRE tiveram a participação de alguns partidos de esquerda, como PSOL, PSTU, PCO e PCB. Estes tem LEGITIMIDADE p/ participarem de QUALQUER manifestação, pois não começaram a levantar bandeiras aqui há duas semanas atrás, como muitos aqui, nem caíram de pára quedas, como a extrema direita. Às vezes é bom parar p/ refletir em quem fez algo de concreto nos últimos anos.
Duas milhões de desculpas
Em meio à avalanche de resoluções e aforismos repletos de ironia vindos de todos os lados, entupidos de preocupação com os rumos destas inusitadas manifestações, pergunto-me, como meu heterônimo pessoano predileto, “Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?”
É claro que também bate à porta do meu juízo (?) até onde irão estas passeatas lançadas à sanha de revoltas populares, mas confesso que fui às lágrimas. Desculpe.
Também não me provoca qualquer compaixão nomenclaturas como “Primavera Tropical” (que babaquice!) ou “O Gigante acordou”. Muito menos os berros “militares” e histéricos “Verás que um filho teu não foge à luta!” ou a proibida para diabéticos “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor…” Só faltou o ginasial “Passou, passou um avião…” Arrrrgh!
Como ainda não atribuo somente ao MPL o mote das revoltas urbanas. Isso foi o estopim, a ponta do iceberg que se desfraldava em gritos e postagens feicebuquianas mirando para todas as direções: obras faraônicas e superfaturadas, cura gay (E eu que sempre achei que o amor tivesse cura!), PEC 37, enfim… Será que estamos consertando uma merda de cada vez, como dizia um célebre cartaz que flanou pelas redes sociais? Não, não estamos. Por mais que nos esforcemos, é quase impossível devolver tanta merda que já fizeram conosco.
Mas retomando as desculpas pela tomada das vias públicas paulistanas, os protestos não foram antipartidários, mas apartidários. Na acepção ideológica do termo, faz toda a diferença. Isso quer dizer que de modo algum incomoda dividir a passeata e as ruas com militantes de bandeira X ou Y, mascarados, caras pintadas e/ou com nariz de palhaço. Só me causa, digamos, estranheza alguns partidários surfarem nestas revoltas e alcunhá-las de “maré vermelha”, “verde-amarela” ou demais tonalidades e concepções. Isso também se refere à constatação de que qualquer manifestação pública é política, não necessariamente partidária. A participação é livre, gratuita e democrática. Mas sem “próxima à esquerda ou à direita”, ok?
Apartidário sem ser antipartidário. Político sem ser apolítico. Antipolítico, jamais!
Todos compactuam com o mesmo princípio? Claro que não! Em eventos de tamanha magnitude, é natural que uma geleia geral se apresente nas ruas e avenidas: punks, nazifascistas, skinheads, militantes apartidários, militantes partidários, mas também funcionários públicos, professores, donas de casa, gays, transexuais, protestantes, católicos, umbandistas, “playboys” da quebrada, garis, universitários, pseudouniversitários, zé-manés (nessa eu me incluo), sindicalizados, analfabetos, iletrados, mineiros, nordestinos, paulistas, paulistanos do Tremembé, do Pinheirinho e do Senhor do Bonfim, da gema, do acarajé, do mangue e da marijuana. Como dizia o mestre Itamar, vulgo Benedito João dos Santos Silva Beleléu, vulgo Nego Dito, Nego Dito cascavé…
Dois milhões de “Nego Dito” nas ruas em uma única noite!
Por isso, caso incomode a alguém, duas milhões de desculpas por sairmos às ruas.
Não se desculpe, esse movimento teve coragem, o que esteva faltando aos outros brasileiros que inconformados com a situação do país se calaram, se fecharam e o máximo que fizeram, foi comentar e reclamar com amigos familiares etc…. ser apartidário é o que realmente falta neste país ; todos partidos tem seus ideais de como se deve governar : a meu ver quando se governa para o PAÍS estará governando para todos ; infelizmente aqui nossos políticos governam para suas contas bancaria .
A julgar pela maioria dos comentários aqui e no facebook sobre os protestos, o direcionamento político do brasileiro é um estranho mix de anarquismo com fascismo, se é que isso é possível.
Eu apoio manifestações totalmente apartidárias. Isso porque nenhum partido está com “moral” para caminhar em passeata com o povo pedindo #mudabrasil. Todos fazem parte desse governo (ou já fizeram em algum momento) e se quisessem já teriam feito as mudanças que o povo grita nas ruas. Somente após a reforma política e uma nova postura desses partidos voltarão a ter credibilidade novamente.
O melhor lugar pra desmoralizar políticos e partidos é na urna.
Concordo 100%.
Agora li na fsp a história de uma militante do PC do B que ficou famosa no Brasil todo na época que o partido dela fazia oposição porque mostrou a (bela) traseira nua durante um protesto. A digníssima hoje é trintona e vive do quê? Vive do nosso dinheiro em um cargo de indicação do PC do B. Ganhou a vida na boa graças a protesto e ainda dá ordens em quem dignamente presta concurso e tem que começar por baixo. Esses militantes passam a vida inteira sendo sustentados pelo contribuinte, aproveitar a presente oportunidade para dar umas bolachas nesses membros de partidos é serviço cívico. Nazista é quem defende esses parasitas.
Os partidos políticos, hoje, detém monopólio quanto à prática democrática, inclusive querendo restringir o acesso de “novos partidos”, mantendo ainda mais fechada a panelinha partidária. Se partidos políticos acham que podem mandar no país de modo tão descarado, tem mais é que ser rechaçados mesmo, a causa é mais do que justa. Não tem nada a ver com apoiar ditadura, ao contrário, é uma maneira de se afastar de um tipo de ditadura mal disfarçado e que não engana mais a ninguém.
Meu comentário simplesmente sumiu de seu BLOG. Por quê?
Tessalian, não sei se vc percebeu, mas comentários aqui no blog são moderados. Se um comentário não apareceu, é porque não tive tempo de moderá-lo. Possivelmente, seu comentário não “desapareceu”, mas nem chegou a ser publicado, porque eu tenho tenho vida e não posso passar 24 horas por dia aqui. Fui checar e há quatro comentários seus no ar. Abraço.
Nossa! PAZ & AMOR, Barcinski!
1) Eu sei que os comentários são moderados, até porque essa informação surge no momento em que se envia o comentário para ser publicado.
2) Cheguei a ver o meu comentário publicado ontem e até respondi a um comentarista que havia respondido ao que comentei. Ocorre que hoje, pela manhã, não localizei nem o meu comentário, nem o do tal comentarista, simplesmente haviam desaparecido, motivo pelo qual lhe escrevi.
3) Ao escrever, o fiz no sentido de você averiguar se não houve nenhum problema técnico para momentaneamente os comentários terem “sumido”.
4) Em hipótese alguma estou querendo que você passe 24h do seu dia aqui neste seu blog, portanto não precisa ser tão ríspido em sua resposta.
5)Gentileza é algo bacana e que lhe falta.
Ah, é, você fala em “paz e amor”?
Dá uma olhada no tom de sua reclamação: “Meu comentário simplesmente sumiu de seu BLOG. Por quê?”
Quem quer “paz e amor” não acusa ninguém de censura, mas procura se informar melhor antes de acusar alguém. Você poderia simplesmente ter escrito: “André, não estou conseguindo encontrar meu comentário, você poderia dizer o que aconteceu?”, antes de vir com grosserias.
O mais engraçado é que o comentário dela está lá…rsrsrsrrsrs…ao menos, achei esse aqui…rsrsrsrsrss…
“Tessalian comentou em 24/06/13 at 15:42 Responder
É bom que não se misturem as coisas. Creio que as manifestações têm repudiado a presença de bandeiras de partidos, porque não querem que as reivindicações se confundam com manipulações (infiltrações/oportunismo) político-partidárias. E eu, pessoalmente, até entendo essa postura.”
Olá, André, divido um vídeo que achei interessante:
http://www.youtube.com/watch?v=BZYLA-Ii5KI
Merece um post ou um comentário seu de repúdio, não?
barcinski. brother. sei que nao tem nafa a ver com esse post mas quando der fsz um post sobre compra de cds e vinyl. lojas e gravadoras. quais as melhores. as taxas. as que tem mais vantagens. as roubadas. fale da secondspin ou se tem coisa melhor. touch and go. sub pop. alternative tentacles. ou qual e o melhor dr todos q pode se achar dr tudo e ainda ganhar brindes. abraco brother!!!
Ô Barça, seu colega Mário achou um mote bacana (“Quem não gosta de partido é ditadura”), mas algumas coisas precisam ser ditas:
1. Claro que é tolice defender a eliminação dos partidos, instituições fundamentais para a democracia representativa, mas repudiar a participação deles nas manifestações não significa defender a extinção, apenas querer que o movimento não sirva de ringue para a enésima disputa com ares de fla x flu entre tucanos e petistas;
2. O verdadeiro manicômio partidário em que se transformou a política nacional meio que insufla esse apartidarismo, que é legítimo e amplamente defensável;
3. O seu colega Mário, partindo de uma bela frase (“Quem não gosta de partido é ditadura”) chega a uma tolice sem tamanho (Hora de escolher: ou dar as mãos aos skinheads ou abraçar a tolerância e a democracia”). Ora, como mostrou o Ibope, a ampla maioria dos manifestantes recusa a participação partidária, mas de forma pacífica, no máximo gritando “sem partido, sem partido”, o que é, repito, mais que legítimo. Ser contra a participação dos partidos não empurra ninguém para as hostes neonazis.
4. Mesmo os grupelhos que foram a gênese do movimento, apesar de posarem de apartidários, possuem ligações umbilicais com partidos. O “Juntos” com o PSOL e o MPL com o PT.
Minha opinião: pelo linguajar e pelo timing (a revolta contra o apartidarismo só se deu quando petistas foram expulsos das passeatas), o seu colega Mário, talvez inadvertidamente (tomara!), apenas serve de caixa de ressonância do oficialismo, que pela boca do Tarso Genro já pôs a culpa de tudo que há de ruim nas manifestações nas costas da “extrema-direita”, a bête-noir de almanaque.
A verdade é que a cacofonia das manifestações, com sua atmosfera de desregramento e anomia, insufla a coragem de grupos mais radicais, mas também de indivíduos com excesso de hormônios e déficit de conexões sinápticas. Ao ver as transmissões, não consigo imaginar que aquelas centenas, talvez milhares, de pessoas Brasil afora que vem vandalizando nos protestos sejam todos neonazis. A Áustria é aqui? Antes pelo contrário, naquela massa multiforme se juntam aproveitadores de várias estirpes: membros de grupelhos de ultraesquerda, neonazis, dantons de twitter, bandidos, playboys, rebeldes sem causa, adolescentes chapados arriando a lombra e até um arquiteto almofadinha que num surto psicótico se achou o Robespierre…
Ah, e antes que me esqueça, a maioria dos protagonistas das lamentáveis cenas, nunca ouviu falar em GBH…
Os partidos foram hostilizados por jovens normais, indignados com a cínica tentativa de apropriação do movimento por grupos de profissionais do protesto sustentados por partidos da base governamental. É uma mentira escabrosa dizer que foram nazistas e skinheads violentos, a maioria simplesmente vaiou quem protesta com dinheiro do governo no bolso. Agora além de ser roubado pelos partidos o contribuinte tem que ouvir insultos de pseudo civilizados. Legendas irremediavelmente podres não podem ser tratadas como se fossem a virgem Maria.
Olha Barça, acho que você errou muito no seu comentário.
Estive nas manifestações e desde o primeiro momento ela foi contra a presença de partidos. A princípio, somente vaias. Não vi nenhum neo-nazista, fascista, anarquista. Quem vaiava eram pessoas normais, que tinham largado o emprego ou estudo para estar ali e, a impressão que tive, não tinham experiência em protestos e mobilizações sociais.
Talvez por isso a presença de um grupo organizado, com pauta própria e mais barulhento (embora menor) parecesse uma ameaça. Como se fosse uma tentativa oportunista de tomar a manisfestação para
Neonazistas deveriam ser bem recebidos numa passeata contra o antissemitismo? A oposição entre os muitos ideais dos manifestantes brasileiros e os partidos políticos não é tão direta, mas ela existe e é fundamental.
Carlos, por favor, um pouco de bom senso: racismo é crime. Um grupo racista, a priori, não pode ser recebido em lugar nenhum.
O Problema maior é a quantidade de partidos… são tantos que você acaba votando no indivíduo e penso que isso é um perigo pois o mesmo que hoje está no PT amanhã estará no PSDB e para eles tanto faz o partido ou diretriz. Não voto há pelo menos seis eleições, vou e pago a multa, mas me recuso a votar no que temos hoje. Gostaria de ter outra opção, mas até agora me sinto com a consiência um pouco mais tranquila de não ter dado o meu voto para essa corja…
Democracia representativa ou partidária não é o único tipo de democracia. Portanto é equivocado dizer que sem partidos não existe democracia, como vários comentários dão a entender.
Estão criando o partido dos antipartidários…
O que eu entendi, ao menos em São Paulo, foi que o Rui Falcão orientou seus militantes a irem uniformizados para as ruas com a intenção de capitalizar para o PT as manifestações. Por isso os militantes foram chamados de oportunistas naquele dia. Por isso quem tava lá rasgou as bandeiras dos caras.
Ser “antipartidáro” ou “apartidário”, tanto faz, é ser inimigo da democracia. Nenhuma democracia pode existir sem partidos políticos, somente as ditaduras. Esses jovens não vivenciaram o horror do regime militar, onde ninguém podia se manifestar contra o regime, sob pena de “desaparecer”. Como não tem referencial de comparação, acham que o Brasil já foi melhor do que é hoje, o que é uma falácia. Eles acham que a inflação de 6,5% alta porque não viveram os tempos da hiperinflação , e também não se lembram que FHC nos legou uma inflação de 12,5% ao ano. Esses jovens precisam estudar mais a história do Brasil contemporâneo!
Aí é que está, não concordo. Não acho o apartidarismo antidemocrático, muito pelo contrário. Já achar que um país se faz sem partidos, não.
A ojeriza do povo aos partidos, sedimentou-se de forma tão forte, graças à corrupção e à roubalheira praticadas, em conluio, entre todos. Diante do povo, político, seja ocupante de qualquer cargo, não tem o mínimo respeito da população. O comportamento imoral de quase todos eles, gerou esse movimento patriótico contra a corrupção.
Desculpe, mas essa é uma tese furada, ainda mais no Brasil.
A democracia é feita com liberdade de expressão e organização, não necessariamente partidária. No Brasil não temos essa liberdade, nem em pequenas cidades um cidadão comum pode se lançar a uma candidatura independente à câmara de vereadores. Em qualquer esfera do poder temos que nos curvar e beijar a mão dos caciques políticos que controlam os partidos. Isso é democracia de verdade??
Numa democracia de verdade os partidos surgem da necessidade natural de organização e direcionamento de pautas para se ganhar espaço no cenário político. No Brasil eles servem principalmente uma pequena elite de caciques. Aqui os partidos são difíceis de se criar (vide Marina Silva atualmente). Os pequenos que são criados ficam reféns de coligações para terem a chance de crescer. O sistema força os grandes partidos a cooptar os pequenos tornando-os pura massa de manobra. O Brasil precisa ampliar as liberdades democráticas, permitindo candidaturas independentes, e contrariamente ao que parece, facilitar a criação de partidos (sim, eles são muito importantes numa democracia), além disso, adotar e testar novas formas de se calcular a ocupação das cadeiras no legislativo. Eu particularmente acho uma aberração o fato de parlamentares menos votados serem eleitos; isso precisa mudar, o atual sistema de coeficiente eleitoral está claramente com problemas.
Ignorar a realidade, tudo bem, para divulgar coisas sobre a qual não se sabe, não é legal. Defendo a liberdade de expressão de todos os partidos. Mas é bom lembrar que, no meio das manifestações, há partidos que não estão em NENHUM governo nem participam do poder, porque preferiram não entrar no jogo sujo de criarem relações promiscuas com empreiteiras, banqueiros e multinacionais. Há partidos que não recebem um centavo do poder econômico porque não acreditam no jogo viciado do sistema, eles há muito tempo acreditam justamente na capacidade de mobilização das ruas. Não que por isso eles devam ser venerados, mas vale a pena conhecê-los. Mas, ainda, se preferir não conhecê-los, não os coloque, sem saber, no mesmo saco dos partidos que estão no poder.
Quem colocou quem em que saco? É para isso que existem eleições, para as pessoas decidirem quais prestam.
Redondamente enganado: Todos partidos recebem verbas públicas através do fundo partidário. No Brasil, partido que não participa do governo, como os nanicos, não são porque não são convidados. Não são convidados porque não tem representatividade significante. Sem este papo-furado de ideologia. Todos partidos participam de qualquer governo, basta ser convidado e oferecer verbas e cargos comissionados. Fui Funcionário público e cansei ver neguinho de todo tipo de partido bater na repartição atrás de uma boquinha comissionada. Você que deveria estudar e conhecer mais o assunto antes de botar a mão no fogo por partido político.
Precisou o povo ir às ruas protestar contra o que todos estavam querendo gritar. Corrupção, é sobre tudo o que se está protestando, o núcleo de todos os males. Vem dela toda a sorte de crimes sobre a sociedade. Ela extrai todos os recursos para a saúde, educação, transportes, e a distribuição de renda com o aperfeiçoamento da mão de obra e com isso menos desafortunados. Porque a OAB, a CNBB e outras organizações estão se escondendo e escondendo do povo tudo o que sabem sobre o que é transparência? Se nada se fizer contra esse maior mal (corrupção) vão acabar dando força para a revolução. Temam a comparação com a Síria e não cheguem a comparação com a Grécia.
O André tem razão: pode-se ser apartidário sem ser antipartidário. Não precisava niguém agredir os militantes dos partidos, como agrediram aos militantes do PT, do PCdoB, do PSTU, do PCB, do PSOL e do PCR, como fizeram os neonazistas e skinheads e que foram aplaudidos pelos “apartidários”. Não precisavam queimar a bandeira do PT. O Rui Falcão errou ao convocar os petistas para a passeata,mas nada justfica a agressão aos partidos.Gostem ou não, os partidos fazem parte da democracia, assim como não ter preferência partidária nenhuma. A política sem partidos políticos é fascismo e não uma democracia.
Desculpe mas querem fazer os mais inteligentes acreditar que esse movimento é APARTIDARIO. Não!! Ele é PARTIDARIO meu caro! Ve-se nas ruas cartazes contra o PT e a Dilma portanto, é PARTIDÁRIO, Quem quer derrubar a Presidente e seu partido jamais será APARTIDDARIO. Para ser apartidário, o foco deveria ser o Congresso nacional onde todos os partidos se reúnem. Ai sim. Aliás, estar explicando isso para alguém da Folha, que desde que Lula entrou até os dias de hoje comportou-se como um partido politico contra o governo, é chover no molhado.
Mas os srs, que já tiveram uma participação nada construtiva na ditadura militar, continuam com a mesma visão. Democracia não é com a Folha.
Claudio, em que planeta vc vive? Certamente não nesse, onde os protestos claramente foram contra toda a classe política, e não só contra um ou outro. E ninguém falou em derrubar ninguém. Acorde.
Desculpe André, também tinha lido o artigo do Mário e manifestado o meu apreço. Achei ótimo, assim como o do Sakamoto, mas pouquíssimos jornalistas fizeram uma análise tão correta e imparcial. Te admiro e gostei do seu artigo, porém em relação a sua resposta ao Claudio, ousarei discordar e te direi que moro em São Paulo e que aqui o movimento foi tomado pela extrema direita e se tornou claramente partidário das teses mais reacionárias encampadas pela velha direitona. O nível de fascismo que presenciei foi assustador, tudo contra o PT e os partidos de esquerda, os chamados vermelhos. Minha filha foi a passeata como jornalista, e se desesperou diante de tal perseguição política. Foi assustador. As pessoas precisaram se despir de qualquer adereço vermelho para não serem linchadas, o cenário foi de guerra, guerra que lembrou a Maria Antonia. Me desculpe, mas SP infelizmente não é Paraty, aqui o grau de despolitização, conservadorismo, reacionarismo e desconhecimento histórico é assustador. Portanto concordo com o Claudio, é PARTIDÁRIO SIM e além de tudo MUITO INFANTIL.
Eu votei na Dilma, mas não votei no governador que comanda o meu estado e nem por isso vou as ruas gritar “Fora”. A hora do bota fora é nas urnas. Mas entendo que as mudanças tem que se dar com quem estiver no governo, pois o governo só trabalha sendo empurrado. Então vamos empurrá-lo e pouco importa a qual partido os governantes façam parte. Importa apenas que façam a sua parte.
Ótima análise, Barcinski. Muita gente não entende o quão violento e antidemocrático é expulsar partidos de uma manifestação. Esse discurso anti-corrupção claramente direcionado a um lado do espectro político é hipócrita, pra dizer o mínimo. Percebo que a maior deficiência educacional do Brasil é mesmo em História: esse pessoal não sabe nem a história da manifestação da qual eles participaram!
Querer interpretar o presente com o olhar preso no passado é o mesmo que tratar leucemia com algum manual de Hipócrates, ou tentar entender o câncer como alguma possessão demoníaca. A história é fundamental para balizar raciocínios, corroborar ou enfraquecer hipóteses, e sobretudo para criar o novo. Nunca foi um manual para se entender o presente, este é muito mais do que uma simples reprodução de eventos ocorridos em algum tempo que já se foi. O movimento é apartidário e antipartidário. Nada demais nisso. Nada de direita ou esquerda, fascista ou nazista. Simplesmente a demonstração clara de um sentimento genuíno de repúdio a partidos políticos no Brasil, que devido a historia recente, representam apenas instituições repletas de corruptos e ladrões, que vandalizam e saqueiam o Brasil. Foram incapazes de se auto depurar, e estão podres da base ao teto. No nazismo, uma bandeira era empunhada, a do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Nos dias de hoje, no Brasil, nenhuma é empunhada. O movimento é de todos os brasileiros, que querem a moralidade e a honestidade. Foi lindo ver, a petralhada e os esquerdopatas enxotados, aos gritos de corruptos e oportunistas. Seria lindo também se fosse qualquer dos outros partidos existentes no Brasil. Estão colhendo o que plantaram. Chega de pilantragem. A catarse social é bem vinda. Vai passar, e o Brasil não será mais o mesmo. Assim espero.
Participe da Nossa Manifestação… “Corinthians, devolva meu dinheiro”,,, a ser realizada dia 4 de julho as 16:00, em frente à prefeitura.
http://www.facebook.com/events/406987829419679/
PTista em manifestação na Paulista é a mesma coisa que pensar na Côrte Francesa participando da Revolução em 1789. Madeirada nessa cambada.
Sensacional !!!