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André Barcinski

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Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Bowie, Nile, e a gênese de um disco clássico

Por Andre Barcinski
26/06/13 07:05

Escrevi ontem sobre a autobiografia de Nile Rodgers, “Le Freak”. O livro é tão bom que decidi estender o assunto e falar de um dos trechos mais interessantes, o encontro de Rodgers e David Bowie, que resultou no disco “Let’s Dance”. Foi o LP mais vendido da carreira de Bowie e acaba de completar 30 anos.

 


 

O disco foi um choque para os fãs mais ortodoxos de Bowie, acostumados ao pop cerebral do camaleão. Bowie nunca fizera um disco de “entretenimento”, feito apenas para dançar, e por isso “Let’s Dance”, pelo menos a princípio, foi mal recebido. Demorou um pouco para o público perceber como Bowie, novamente, estava pensando à frente de todo mundo.

Para entender a gênese de “Let’s Dance”, é preciso certa perspectiva histórica: no fim de 1982, a indústria musical passava por um furacão chamado “Thriller”. O disco de Michael Jackson – o mais vendido da história – inaugurou a era dos megapopstars – Madonna, Elton, Whitney – que dominaria o pop nos anos seguintes, conhecida por “Era Michael Jackson”.

A indústria do disco passava por uma grave crise. A discoteca havia vendido muito até 1978, mas o gênero sumiu de repente e causou, junto com a segunda crise do petróleo, uma hecatombe nas vendas de discos. Gravadoras passaram a concentrar esforços apenas nos artistas de maior potencial de venda e despediram artistas aos milhares. Em 1979, o número de discos vendidos no mundo caiu pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra.

No início dos anos 80, a palavra “dance” era quase um palavrão. A discoteca era ridicularizada, e artistas como Donna Summer e Gloria Gaynor, que tinham reinado pouco antes, estavam por baixo. A nova moda eram videoclipes superproduzidos e artistas pop de forte apelo visual – a MTV havia estreado em 1981, é bom lembrar.

Bowie havia acabado de assinar um contrato nababesco com a EMI – parte da “Era Michael Jacskon” – e não podia arriscar um fracasso comercial. Ele já havia combinado fazer seu disco seguinte com o amigo e colaborador Tony Visconti, que havia produzido seus cinco discos anteriores. Mas um encontro casual mudou seus planos…

Numa noite no fim de 82, Bowie foi a uma casa noturna em Nova York. Era um local freqüentado por góticos e por uma tribo curiosamente inspirada no próprio Bowie, os new romantics – movimento que geraria bandas como Duran Duran, Visage e Adam Ant.

Nessa boate, Bowie encontrou dois sujeitos pra lá de Bagdá: Nile Rodgers e Billy Idol. Rodgers e Idol eram amigos, cheiravam mais que dois tamanduás e ficaram petrificados quando viram Bowie no clube. Nile ainda tentou manter a calma, mas Billy Idol, que nunca foi conhecido pela discrição e bons modos, gritou: “Wow! Motherfucking David Bowie!!!”

Bowie e Nile Rodgers bateram papo por horas. Falaram de música e cinema. Nile foi para casa e esqueceu o papo. Semanas depois, recebeu um recado: Bowie queria que ele produzisse “Let’s Dance”. O homem por trás do Chic era justamente o sujeito que Bowie procurava para fazer um disco de dance music moderno e sem saudosismo, que apontasse novas direções para a música pop.

E foi exatamente o que aconteceu: com “Let’s Dance”, Bowie deu o salto comercial que tanto queria e fez um disco artisticamente relevante, que influenciaria toda a nova cena eletrônica/pop que surgia, como Duran Duran, Depeche Mode, A-Ha, Culture Club, etc.

O sucesso do disco foi uma surpresa até para Bowie. Ele queria, desde o início, fazer um disco dançante, mas orgânico, que não soasse excessivamente robótico ou “frio”. Por isso convidou o guitarrista de blues Stevie Ray Vaughan para tocar e pediu ajuda a Nile Rodgers, um músico que sabia, como ninguém, criar grooves marcantes.

Anos depois, numa cerimônia de entrega de prêmios, Bowie agradeceria publicamente a Nile Rodgers: “Tiro meu chapéu para Nile, o único homem capaz de me fazer começar uma música com um coro!”

P.S.: Demorou, mas veio: conforme prometido, aqui vai o link da matéria sobre viagem à Chapada Diamantina com crianças. Bom proveito…

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Comentários

  1. neder comentou em 27/06/13 at 16:00

    Só agora vi as fotos da Chapada. São maravilhosas. Obrigado por compartilhar. Mas a Nina andou 14 km na boa mesmo…? Pela abundância de sorrisos lindinhos nas fotos ela tirou de letra…

    • Andre Barcinski comentou em 27/06/13 at 18:36

      Em sete horas, foi sussa…

  2. Preto comentou em 27/06/13 at 14:48

    “let’s dance” foi o último grande disco do bowie.

  3. Willian Ifanger comentou em 27/06/13 at 13:39

    Grande história.

    Poucos discos podem se dar ao luxo de inciar com uma trifeta de “Modern Love” (uma das músicas mais bacanas e dançantes de todos os tempos), “China Girl” e “Let`s Dance”.

    Acho esse disco fantástico….e por mais que seja datado, nos remete à uma época bacana demais.

    ====

    Muito legal o texto da sua esposa. Belas fotos. Baita viagem e aventura.

  4. West comentou em 27/06/13 at 12:23

    Sensacional.

  5. Roubocoop comentou em 27/06/13 at 3:58

    Alguém aqui tem preconceito? Não? então pelamordedeus aguentem esse vídeo, por um minuto antes da surpresa garantida, we indies and hipsters, and then leave me alone! http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=VhQK-6iI7cI

  6. Tinho comentou em 26/06/13 at 19:23

    Barça,

    uma linda sua filhota!
    E bacana o texto sobre “Let’s Dance”

    abraço

    • Andre Barcinski comentou em 26/06/13 at 20:10

      Valeu!

  7. Alex comentou em 26/06/13 at 18:36

    Legal o texto. Voce coloca as informacoes dentro do contexto da epoca, o que e’ sempre importante.

    Uma coisa tem que ser dita: neste disco tem a faixa “China Girl” que martelou muito nas radios. Eu era moleque e nao conhecia a versao de do Iggy Pop, co-autor da musica, de 1977. Quando ouvi pela primeira vez caiu meu queixo. Ou seja, o Bowie e o Nile transformaram uma cancao de desespero e agonia num popzinho agua com acucar para combinar bem com o clima do album.

    http://www.youtube.com/watch?v=9iTNrtU15Xk

    • Andre Barcinski comentou em 26/06/13 at 20:10

      Bem lembrado, as versões são bem diferentes mesmo.

  8. jAH comentou em 26/06/13 at 16:30

    SRV tocou em Let’s Dance? Essa é nova para mim.

    • Eduardo Messias comentou em 02/07/13 at 12:50

      jAH e pessoal, sim, e foi, digamos, Bowie que, ao assistir ao SRV e Double Trouble em Montreux, levou o texano a seguir as raízes mais do blues. Isso porque, após a gravação do Let’s Dance, o pessoal do estúdio sairia em turnê, mas SRV preferiu trabalhar com seu recém-lançado Texas Flood. Eu já tinha ouvido “Let’s Dance”, mas só comprei o disco do Bowie depois de saber da presença do SRV. De qualquer forma, quem gosta da guitarra em “Let’s Dance” e não conhece SRV, procure “Texas Flood” de 83, pela Epic.
      Ganhamos dos dois lados. Ambos, discos antológicos.

  9. Rodrigo Oliveira comentou em 26/06/13 at 15:11

    Barça, o trecho que você escreveu sobre como a “era disco” foi ridicularizada no começo dos anos 80 é uma das coisas que mais chama a minha atenção. Fazendo uma analogia, a febre da discoteca foi tão rápida quanto o período do Velho Oeste: durou pouco, mas rendeu um trilhão de materiais. Não vivi essa época (tenho 31 anos), portanto só imagino o choque que deve ter sido sair de uns sons dançantes e orgânicos no fim dos anos 70 para, 2 ou 3 anos depois, dançar ao som do synthpop do Yazoo, por exemplo…

    • Andre Barcinski comentou em 26/06/13 at 15:17

      O fim da discoteca quase acabou com a indústria do disco. Já viu as imagens do Disco Demolition Derby? Procura no Youtube, são impressionantes…

      • Rodrigo Oliveira comentou em 26/06/13 at 16:12

        Ainda não vi, mas vou procurar. É uma época muito interessante (tanto musicalmente quanto em outros aspectos). Valeu, Barça!

  10. Roberts comentou em 26/06/13 at 15:05

    Tô ouvindo no trampo agora (como é bom ser funcionário público hehehe) para variar mais um grande disco do Bowie…. e esse baixo pulsando a cada música? Clássico!

  11. Vítor comentou em 26/06/13 at 14:58

    Um disco marcante sem dúvida, mas “clássico” eu não diria. Afinal, “Modern Love”, “China Girl” e “Let’s Dance” são realmente três canções excepcionais, mas o restante é perfeitamente dispensável de qualquer boa coletânea que se faça do Camaleão, IMHO.

    • Andre Barcinski comentou em 26/06/13 at 15:11

      Um disco ter três músicas numa coletânea de um artista com 45 anos de carreira é uma boa média, não acha?

      • Vítor comentou em 26/06/13 at 15:20

        Verdade. Mas que disco dele não tem pelo menos três grandes canções? O problema é escolher apenas três melhores em discos como Space Oddity, Hunky Dory, Ziggy ou Low, o que é justificável pelo nível de excelência que o cara estabeleceu. Enfim, é Bowie competindo consigo mesmo.

  12. Pirilampo comentou em 26/06/13 at 14:32

    Muito se fala nesse Bowie, mas a verdade é que não conheço ninguém que realmente goste das musicas dele, a não ser os críticos e alguns moderninhos ex-leitores da bizz. Ou melhor, dizem que gostam, mas em seus IPODS genéricos as musicas do David estão lá só para dar um toque de classe á sua lista de MP3.

    • Andre Barcinski comentou em 26/06/13 at 15:08

      Nossa, que radical o Pirilampo, trata-se de um revoltadinho.

      • Pirilampo comentou em 26/06/13 at 15:51

        Não lembro de algum dia alguém ter me dito que ao menos escutou alguma musica de David bowie. Não vejo nenhuma genialidade nesse sujeito, não aprecio criticos e não sou revoltado.

        • Andre Barcinski comentou em 26/06/13 at 16:52

          Ui! Revoltadinho!

  13. paulo r. siqueira comentou em 26/06/13 at 13:46

    Sempre tive um pouco de preconceito com a disco music, achava uma queda de qualidade no funk dos anos 60 e 70, pois me interessava mais por James Brown, Parliament etc., mas depois que ouvi Chic e O´Jays até comecei a gostar um pouco mais do estilo. Agora cá entre nós esse disco do Bowie é fraco demais, tirando as 3 primeiras não sobra mais nada, bem ruinzinho.

  14. adalberto comentou em 26/06/13 at 13:33

    Barça, só de curiosidade… vc gosta de Let´s Dance? Acho meio chato. Não era melhor ele ficar em Scary Monsters?

    • Andre Barcinski comentou em 26/06/13 at 15:10

      Gosto demais do disco. Como muitos discos daquela época, não envelheceu tão bem quanto outros do Bowie, hoje parece datado, mas é bom demais.

      • neder comentou em 26/06/13 at 15:57

        Bem observado. “Let’s Dance” tem aquela sonoridade oitentista que infelizmente datou alguns discos, mas o belo repertório e o pique contagiante permaneceram.

  15. Juliano comentou em 26/06/13 at 13:23

    Acho que essa fase “futuro do pop dançante” do Bowie começou depois de Berlim. Acho o Scary Monsters bem por esse caminho. Mas concordo que o Let’s Dance deu um salto muito grande! Sensacional.

  16. João Gilberto Monteiro comentou em 26/06/13 at 12:32

    André, só uma dúvida: No texto vc diz que a disco decaiu nos EUA em 1978, mas não foi justamente quando essa “febre” chegou no Brasil?????

    • F de I comentou em 26/06/13 at 12:53

      O Brasil por acaso é nos EUA?

    • Andre Barcinski comentou em 26/06/13 at 12:54

      Foi, com a novela Dancin Days. Mas o auge no exterior foi com Saturday Night Fever, de 77. Em 79 rolou o famoso “Disco Demolition Derby”, em Chicago, que marcou, simbolicamente, o “fim” da era disco. A verdade é que a discoteca foi um fenômeno muito rápido.

    • Augusto dos Anjos II comentou em 26/06/13 at 16:40

      Vale lembrar que filmes e discos levavam até meses pra chegar nestas progressivas paragens de Pindorama. Muito menos informações sobre os artistas. A garotada de hoje (o tiozinho aqui incluído..rs) vive o paraíso da informação da internet (e desinformação também)…
      Essa famigerada novela esticou essa onda por anos aqui nas Capitanias…

  17. Guilherme Braga comentou em 26/06/13 at 11:45

    A música deixou de ser cerebral, mas os clipes…

  18. pabloREM comentou em 26/06/13 at 11:19

    Esses dias ainda comprei um CD/DVD The Best Of David Bowie 1980-1987. Só clássicos. Modern Love continua sendo uma das minhas músicas prediletas do cara.

  19. neder comentou em 26/06/13 at 11:04

    “Let’s Dance” é disparado meu disco favorito de Bowie. Depois dele curto a fase clássica que vai até “Diamond Dogs”, mais o “Station to Station” e “Black Tie White Noise”. Nunca tive paciência para a chamada trilogia de Berlim. Consigo apenas, num esforço da razão, reconhecer as qualidades dos discos.

  20. Andre Lima comentou em 26/06/13 at 10:50

    Tem história de David Bowie que não seja fascinante? Nem consigo imaginar o papo entre ele, Rodgers e Billy Idol…

  21. Willian comentou em 26/06/13 at 10:39

    André, as fotos da Chapada me lembraram muito Ibitipoca, em Minas. E lá você tem a vantagem de os três circuitos que existem poderem ser feitos cada um num dia. O mais cansativo é de 12 Km, ida e volta, sendo a ida de subida, as vezes íngreme.

    Com certeza vocês vão gostar.

  22. Carlos Silva comentou em 26/06/13 at 10:38

    Muito legal o post, e valeu pelo link da viagem à Chapada Diamantina. Costumo olhar aquele blog de viagens de vez em quando, mas não tinha visto esse post e o de Paraty. Parabéns pela família e pelas aventuras!

  23. Anderson comentou em 26/06/13 at 10:08

    Bons tempos, bons discos, boa música.
    E excelente matéria!

  24. Bruno comentou em 26/06/13 at 10:07

    Só uma coisa me causou estranheza… Tamanduás cheiram???

    • F de I comentou em 26/06/13 at 11:50

      Formigas. Tamanduás e o Ozzy.

  25. Soares comentou em 26/06/13 at 9:44

    Lembro da época… Até na rede globo tinha um programa chamado video clip, passava nas tardes de sábado ou domingo e direto rolava esse clipe do Bowie Let’s Dance. Sobre a Chapada Diamantina, que beleza de imagens heim! E eu aqui na selva de pedra tomando chuva com frio…rsrs. Sempre quis conhecer cavernas. Parabéns!

    • Willian comentou em 26/06/13 at 11:47

      Clip Clip.

      • Soares comentou em 26/06/13 at 13:43

        É a mesma coisa..rsrs

  26. Celso comentou em 26/06/13 at 9:43

    Barça, só um detalhe/dúvida: esse “disco dançante, mas orgânico, que não soasse excessivamente robótico ou ‘frio'” ele já não havia feito (Young Americans)?

    • Andre Barcinski comentou em 26/06/13 at 11:36

      Mas “Let’s Dance” ia justamente contra a corrente “robótica” que imperava. No caso de “Young Americans”, foi meio que uma homenagem do Bowie à música soul americana, inspirado pelas viagens que ele fez pela América. Acho ambos discos sensacionais, mas “Let’s Dance” é mais festeiro, me parece. Vale lembrar que “YA” tem até “Across the Universe”, não é um disco escapista, só pra dançar.

  27. F de I comentou em 26/06/13 at 8:47

    A cocaína, desde “mil novecentos e bolinha” inspirando as mais belas coisas do mundo… Honey White… como diriam “meus amigos” do Morphine.

    Billy Idol é foda! Genial.

    Turma boa citada aqui hein?

    Falando em new romantics… sempre escuto Bronski Beat com meu amigo Kassab.

    • Eidur Rasmussen de Sousa comentou em 26/06/13 at 9:48

      O Gilberto?

      • F de I comentou em 26/06/13 at 11:49

        Sim.

        Meu ídolo…

  28. Agilberto Marcílio comentou em 26/06/13 at 7:58

    Comprei o LP logo que saiu, gosto demais dele até hoje. Ainda me lembro perfeitamente do impacto que me causou o início de “Modern Love”.

    • Andre Barcinski comentou em 26/06/13 at 9:09

      É um absurdo aquele começo, bem lembrado.

    • j.j. comentou em 26/06/13 at 11:45

      Putz estava lendo o texto e o começo de modern love me veio a cabeça também. Foi um trabalho e tanto o desses caras.

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