Black Sabbath: o gigante acordou
27/06/13 07:05Tenho medo de bandas velhas que se reúnem para fazer discos novos. Normalmente, é sinal de abacaxi.
Estava especialmente receoso com esse disco novo do Black Sabbath, até porque é uma de minhas bandas favoritas.
Escuto Sabbath religiosamente há mais de 30 anos. Lembro perfeitamente do dia em que fiz 13 anos, ganhei de presente um vale da Toc Discos e voltei para casa com meu exemplar de “Volume 4”, que tenho até hoje.
Mas que surpresa: “13”, o primeiro disco do Sabbath com Ozzy em 35 anos, é muito, mas muito bom.
A bolacha foi produzida por Rick Rubin. E Rubin, que não é bobo, sabe que mexer no som do Sabbath seria um sacrilégio.
Quando o assunto é Black Sabbath, sou ortodoxo: Sabbath pra mim é Ozzy, Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. Era divertido ouvir Ronnie James Dio, mas nunca foi a mesma coisa, sempre pareceu banda cover, apesar de ter feitos bons discos.
Na época, até gostei dos primeiros discos solo do Ozzy, mas a verdade é que eles envelheceram mal demais. Aquele metal oitentista americano, com o Ozzy de penteado à Maria Braga e guitarristas de quatro braços e 20 dedos em cada mão, não me desce.
Randy Rhoads, Zakk Wylde, Jake E. Lee, Brad Gillis… Todos ótimos guitarristas, que certamente deixam o velho Tony Iommi no chinelo em termos de velocidade e técnica. Mas prefiro mil vezes ver um bom jogo de futebol a um torneio de embaixadinha. No meu time, Randy Rhoads não amarra nem a chuteira de Tony Iommi.
Preciso ouvir “13” mais vezes, mas fiquei muito impressionado com o ritmo lento e mastodôntico das músicas. Rick Rubin sabe que velocidade é coisa de jovem, e diz que incentivou a banda a esticar as músicas ao máximo, algumas até seis, sete, oito minutos. Aprovei: Sabbath, pra mim, sempre foi mais stoner que qualquer coisa, som de bêbados chapados andando sem pressa de chegar.
Fiquei até com vontade de ir ao show no Brasil. Já vi o Sabbath com formação original – “13” não tem Bill Ward, substituído pelo baterista do Rage Against the Machine – e foi uma coisa linda. Foi na turnê “Reunion”, em fevereiro de 1999, no Spectrum, na Filadélfia. Lembro três coisas: de ficar impressionado com a total ausência de uma pessoa negra entre as 18 mil presentes, da quantidade de lojas de armas em volta do lugar, e de chorar sozinho em “Into the Void”. Vida longa aos príncipes da escuridão…
Concordo com Vossa Senhoria, “13” é muito bom mesmo e tem que ser ouvido faixa a faixa mais de uma vez,prinicpalmente se estiveres “preso” no trânsito.
Porém, a minha divergência com relação à sua opinião é a de que Ronnie James Dio deixava Ozzy no chinelo, principalmente “ao vivo”; Heaven And Hell, Mob Rules,Dehumanizer e The Devil You Know são excelentes discos,além de Born Again com Ian Gillan que também deixa o senhor Osbourne “a ver navios” ao vivo.
No YOUTUBE tem shows feitos na Austrália e poderás constatar o que estou lhe dizendo.
Sou tão fã, mas tão fã do Rhandy Roads e do Zakk Wylde que me contive pra não falar besteira. Totalmente pertinente sua opinião, esse “som de bêbado sem pressa” é ótimo! Se você nunca ouviu, escute o álbum “Book of Shadows” do Zakk Wylde, aposto que vai gostar!
Som de bêbado sem pressa foi demais mesmo. Lembrei a música “Junkhead” do Alice In Chains… que sempre disseram ser influenciados por BS.
Aliás o disco novo do Alice in Chains é muito bom também!
Conseguiram dar uma “atualizada” no som sem ficar piegas ou perder o peso. demais mesmo.
O produtor trabalha deitado em uma cama no estúdio…. não me admira que o som seja “sem pressa”…kkkkk
Oi Barcinski!!
Não entendi o nome do disco.
O certo não seria Is God dead?
Desculpe, mas não sei inglês fluentemente.
Não, o disco chama “13”; “God is Dead?” é uma música do disco.
É verdade, eu tô loqueando.
Acho que eles quiseram com o nome da música afirmar e questionar ao mesmo tempo.
Ainda tenho a tua resenha sobre o primeiro do Sabbath até hoje. Eu gosto dos quatro primeiros e Sabotage!!!
Bom!!! Não interessa pra ninguém, mas me orgulho em dizer Sabbath Bloody Sabbath foi meu segundo disco, em 74. O primeiro foi Muscle of Love do Alice Cooper. No primeiro Rock’n’Rio, o único que fui (sou das antigas, claro), na porta do Hotel onde estava o Ozzy, havia alguns fãs esperando por ele e todo cabeludo que descia de um táxi gritavam “é o Ozzy!”. Até que chegou um carioca e disse “sou eu, é o Dose!”. No show, veio um cara e me perguntou “já teve aquele que come morcego?”. Bons tempos.
Você prefere o Gillan ou a dupla Coverdale/Hughes, Barça? Ou pra ser mais radical ainda, o Rod Evans? Eu fico, disparado, com o Gillan.
Gillan, gosto muito do Born Again.
André, acho que ele perguntou sobre o Deep Purple…
Born Again é muito subestimado. É um puta disco!
Também acho.
É impressionante o peso que Tony Iommi coloca na guitarra e o perfeito entrosamento com o baixo de Geezer Butler. Tinha o mesmo receio de que esse retorno do velho Sabbath fosse uma piada, mas os velhinhos parecem eternos e, ouvindo o álbum, voltei aos anos 70 quando ouvi Black Sabbath pela primeira vez.
Respeito a opinião de todos, mas para mim o Ozzy é o mais fraco dos vocalistas que passaram pelo sabbath, entretanto é o mais carismático.
Um amigo meu uma vez me falou que o problema da banda que acompanha o Ozzy em carreira solo, é o Ozzy! RS
Essa questão lembra a do Paul Dianno no Iron Maiden. A voz do cara tecnicamente é fraca, mas o “encaixe” nos arranjos é fabuloso.
Até que enfim alguém que concorda comigo, ou vice-versa, a voz do Ozzy sempre foi fraquissíma, porém, ele é muito carismático, e tem uma figura ótima.
André, costumam comparar o Sabbath com o Led e com Deep Purple, mas sem entrar no mérito de qual é a melhor tecnicamente, na minha opinião, o som do Sabbath envelheceu muito melhor. E das três, o Sabbath foi a mais influente.
Difícil dizer. O Led influenciou todo mundo também.
Gente, Led é INCOMPARÁVEL a qualquer banda, é o Top, e voz,jamais haverá um Fred Mercury di novo!!melhor vocalista de todos os tempos, ele era completo, perfeito!
Gostei bastante. Tirando a modorrenta faixa 4, tudo ficou bem “sabbath”.
Dificilmente algo me deixa mais contente do que reconhecer em outra pessoa o gosto (justificadamente exacerbado) pelo Black Sabbath e, mais especificamente, pelo Vol. 4.
O disco novo é muito bom mesmo, só que se formos usar o seu critério, não é do Sabbath, já que o Bill Ward nem chegou perto da bateria. E Tony Iommi é um deus, subestimado demais, mas acho injusto você chamar o Randy Rhoads de “guitarrista de e quatro braços e 20 dedos em cada mão”. O cara estudava violão clássico, e nem eles estava muito feliz pelo jeito clichê que o Ozzy (ou a Sharon?) queria que ele tocasse na época. Os solos dele podem até serem considerados simplórios se comparados com os verdadeiros guitarras de 20 braços tipo o mala do Malmsteen.
Ih!!!, Barça sou negro e fiquei com a pulga atrás da orelha, também sou fanzaço do Black Sabbath, mas por acaso você sabe de alguma declaração racista dos caras, ou simplesmente por não ter negros por tratar-se de uma banda de heavy metal?
Não, nunca ouvi nada nesse sentido, foi só uma constatação. De fato, não se via um fã negro no público da banda, e aquilo me chamou atenção.
Tô viajando ou você disse uma vez que também não havia mulher nenhuma na platéia nesse show?
Posso ter dito, porque é verdade.
Mulher também é artigo raro em show do Rush! rs
Não tem nada a ver com Black Sabbath em si, mas de fato os negros, na época, estavam mais ligados na soul music, na Motown que era maravilhosa também. Sãos poucos os que gostam de rock apesar do maior de todos Jimmy Hendrix, ser negro. E ainda tem Little Richard, Chuck Berry e todo mundo do Rythm and Blues.
“Mick Jagger white nigger”… The Sex Pistols.
Nos EUA a questão de música é muito politizada também. Reza a lenda que J Hendrix não tocava em rádio branca porque era negro e não tocava em rádio negra porque fazia música de branco. E ele teve de trocar de músicos por pressão dos Panteras Negras (que de sua parte frequentavam as festas chics de Park Evenue)….
Ironicamente, o pior disco do Sabbath foi produzido pelo Ice-T.
Tem a famosa história de um show do Sabbath nos EUA durante os anos 70 (mais precisamente no auge do movimento Black Power).
Como a banda não era mto conhecida ainda e pelo nome, a plateia do show era majoritariamente negra, pois eles achavam que era uma banda formada apenas por negros…não saíram de lá mto satisfeitos com que viram.
O Disco é bom, mas poderia ser melhor. Particularmente, gostei mais do disco solo do Iommi de 2.000, do Fused, com Glen Hughes e as músicas feitas sob a insígnia do Heaven & Hell. Acho que se a banda tivesse investido na linha ultra-pesada destes discos, teria saído um disco de mais impacto. Deste jeito, ficou bom, gostei, mas não ficou nem setentista nem moderno, e o Rubin não produziu o disco bem.
Concordo em tudo
“No meu time, Randy Rhoads não amarra nem a chuteira de Tony Iommi.”
Concordo. As três notas de Black Sabbath valem mais que qualquer solo já feito na Terra
Cara, tenho a mesma opinião que você, prefiro 6 notas musicais com sentimento do que 250 notas em um segundo, sem sentido algum…. Aliás, odeio guitarristas virtuosos que se julgam roqueiros!!! kkk
Po Barça, seus tweets sobre futebol fazem falta… kkkk
Fiz um blog só pra falar de futebol – na verdade, do Fluminense, se te interessar: piorparaosfatos.wordpress.com
É sobre futebol, ou Fluminense afinal?
Gostaria de dizer que é sobre futebol, mas só falamos do Flu – foi mal!
Dei uma olhada no blog… eu torço pro tricolor também, mas pro paulista… Sou são paulino (hétero)…. uma pena, blog do fluminense não rola! Abraço!
Qual o motivo de ter de afirmar que é “hetero” após dizer que torce para o Soberano? Depois o pessoal fica te zoando e você acha ruim…
Realmente Randy Rhoads não amarra nem as chuteiras de Tony Iommi, ainda mais porque morreu há mais de trinta anos…
é bom, sou fa tb! mas to preferindo ouvir os ‘filhos’ do sabbath http://www.youtube.com/watch?v=prahqr9ICZc
Saiu uma matéria bem legal sobre o Rick Rubin na Newsweek, exatamente pelo fato dele ter ajudado o Sabbath chegar #1 das charts na gringa.
http://www.thedailybeast.com/newsweek/2013/06/26/rick-rubin-on-crashing-kanye-s-album-in-15-days.html
THE MOB RULES!
Disco fraco.
Vai ouvir Iron Maiden então….
Um álbum muito bom. Também fiquei surpreso com o resultado. Fiquei curioso com a edição especial que vem com um dvd, mas o preço é proibitivo.
Depois do IV para mim do melhor disco do Sabbath é o Heaven ‘n Hell com o Dio, sou suspeito pois adoro o Sabbath com os dois vocalistas !!
André, o “playback” do Ozzy ao vivo não te incomoda?
Sim, isso é sabido, mas fazer o quê? Só o Ozzy estar vivo é um milagre.
Verdade? Eu não tinha idéia que o Ozzy fazia Playback!!
O Roger Waters também faz a mesma coisa.
Eu acho uma pena.
Ozzy solo é muito ridículo, não dá. Eu comprei o primeirão e ficava irritado, porque toda a música o Ozzy soltava um “all right now” para o Rhandy começar a sua subida na escala pentatônica.
Isso. O disco foi gravado com o batera Brad Wilk, mas que está na turnê é o Tommy Clufetos.
Não sei se ambos teriam capacidade para lustrar as baquetas de Bill Ward, mas eu mesmo preferia o Mike Bordin, que já se apresentou com o Ozzy aqui no Brasil e acredito que era o baterista desse show que vc viu em 1999.
Algum problema com o blog, Barça? Não estou conseguindo abrir a caixa de comentários desde ontem e a formatação está bem estranha.
Obrigado pelo toque, já avisei à Folha, tá estranho sim…
Concordo com você André Black Sabbath é Ozzy, Geezer Butler, Bill Ward e Iommi o Rei Dos Riffs. Acho impressionante a influência exercida pelo Sabbath nas mais diversas bandas, toda vez que escuto a introdução de Heater Moves and Eyes do Melvins agradeço a Iommi e Companhia pelos serviços prestados.
Esse Rick Rubin merece um post seu, ou já fez?
Merece sim, boa ideia.
Concordo em relação aos guitarristas. A guitarra de Iommy é o Sabbath. No entanto, em relação ao Dio…acho que participou do melhor disco do Sabbath: Heaven and Hell. Uma obra prima.
Já comprei o ingresso – estão praticamente esgotados – para o show de Porto Alegre.
É isso…
MELHOR DISCO? Sério isso?
Pois é: eu alguns amigos que, gostam muito de Sabbath, achamos. Já outros, acham Paranoid…vivemos discutindo isso em meio a vinhos e cervejas…
Abraço
É só em meu computador ou realmente seu Blog está mal diagramado Barça?
Pois é, que estranho, já escrevi pra Folha pedindo pra eles verificarem…