Começou o Brasileirão do Eike
03/07/13 07:05Depois de um mês de interrupção, finalmente voltamos ao que interessa: Libertadores e Brasileirão.
Aqui em casa, estávamos na maior expectativa pelo jogo de domingo entre Botafogo e Fluminense. Seria o primeiro jogo oficial no “new” Maraca – ou Parque dos Cururus, Coxinha Arena, Playba Palace – em três anos.
“Seria”, porque o “clássico vovô”, mais antigo embate de times grandes do Rio de Janeiro, será disputado na Arena Pernambuco.
Com todo respeito aos pernambucanos, mas isso é uma aberração. Se você é torcedor do Sport, Náutico ou Santa Cruz, imagine que o estádio onde você se acostumou a acompanhar seu time – Ilha do Retiro, Aflitos ou Arruda – fique em obras por três anos e, quando pronto, o primeiro clássico é disputado a 2300 km de distância. Faz algum sentido?
Pensando bem, até que faz. Depois que o governo pagou 1,2 bi do nosso dinheiro pela reforma do Maracanã e deu a concessão para um bilionário em queda livre que está derrubando a Bolsa, qualquer coisa faz sentido.
Os clubes grandes do Rio ainda não chegaram a um acordo sobre o uso do Maracanã com o consórcio liderado por Eike Batista. Enquanto isso não acontece, os times jogam longe do Rio e de seus torcedores.
Aconteceu exatamente o que todos os “pessimistas” previam: o futebol brasileiro foi privatizado e está nas mãos de quem não gosta de futebol e não tem o menor respeito por sua história.
Não bastasse o estupro arquitetônico de estádios clássicos – Maracanã, Mineirão – e os elefantes brancos que serão o “legado” da Copa do dinheiro público, os clubes vão virar reféns. Aliás, já são: a maioria tem dívidas impagáveis com o erário – culpa de suas péssimas administrações –e aceitam tudo calados.
No meio disso tudo, precisou um estrangeiro – o lateral Arbeloa, da seleção espanhola – dizer a frase mais certeira e bonita sobre o “novo” Maracanã. Perguntado sobre suas impressões da “arena”, Arbeloa disse: “Tenho que dizer que quando estivemos no Maracanã não tive a sensação de jogar em um estádio com tanta história. Você chega e vê um estádio moderno, novo, cheio de cores, então não é capaz de te transmitir a história, dos jogadores que passaram aqui. Tem vestiários confortáveis, modernos e amplos. Não é como quando vamos a Anfield, La Bombonera, ao Monumental, que você sente o tempo, te transmite a história. Eu gostaria de ter jogado antes da reforma.”
Para o espanhol, as “cores” e a “modernidade” do Maracanã são menos importantes que sua história. Arbeloa mostrou respeito às tradições do futebol e foi na contramão desse oba-oba supostamente modernizante, mas que no fundo esconde uma obsessão em aniquilar o passado a qualquer preço. Uma frase de craque.
Na noite de terça-feira, quando esse texto já estava escrito e programado para publicação, o “consórcio” que administra o Maracanã anunciou que o estádio receberá Vasco vs. Fluminense, dia 21, mesmo que nenhum clube ainda tenha assinado o acordo pela utilização do Maracanã. Que bonzinho ele. Leia aqui.
P.S.: Hoje começa a FLIP, em Paraty. Amanhã, às 16h30, na Casa Folha, participo do debate “Comida de rua vs. comida de chef”, com minha colega da “Folha”, Alexandra Forbes. Na sexta, às 20h, na Casa da Cultura, encontro Lobão para o debate “Rock, MPB e cultura popular”.
O Maraca estava bom depois da reforma para o Pan. Só que não atendia às especificações da FIFA. Logo, tudo tem a ver com a decisão – lá no passado – de trazer a Copa pra cá.
Com todo o desconforto dos estádios – e era realmente grande – tenho muitas saudades do que era assistir um clássico nos anos 70 ou 80. Aqui em São Paulo eu me lembro dos fogos, do papel picado e da festa das bandeiras no Morumbi ou Pacaembu divididos. Um pouco antes dos times entrarem, as torcdas começavam a desfraudar as bandeiras numa competição que era um show à parte. Curioso que numa época de ditadura ainda se conseguia ter criatividade e espontaneidade numa manifestação popular. Hoje tudo ficou mais pasteurizado e, no pior sentido, proibido.
Visualmente era muito bonito. A emoção era grande. Mas sejamos sinceros, a insegurança e o medo eram grandes. Tudo podia acontecer. Conforto nenhum. E eu digo que em matéria de estádios, entramos para um novo padrão, queiram ou não. Pessoas sentadas, como gente, assistindo a um espetáculo. Estádios lindos. Conforto. Eu não fui em vários estádios velhos, por puro medo e desconforto total: vila belmiro, barueri, vasco, só para citar alguns. Prefiro um jogo pasteurizado do que aquela violencia gratuita e animal que todos, todos mesmo, condenávamos. Basta ver os jogos da libertadores, em que os jogos são disputados em estádios de quinta categoria. Só muito corajosos ou quem aceita qquer coisa para ver um jogo pra achar esses estádios antigos bons…
“Prefiro um jogo pasteurizado…”. Bom, tem gosto pra tudo né?
André, pensei que quando vc falou no Brasileirão do Eike pensei direto na Série B pq, sei lá, a fortuna dele tá caindo pelas tabelas, daqui a pouco nem as panicats e subcelebridades em geral vão querer saber dele ou dos seus herdeiros…
Verdade, tá indo por água abaixo. Coitados dos acionistas…
Os estoques do Eike estão virando pó….rárárá…
Que o Maracanã era extremamente desconfortável não há dúvidas, mesmo que a memória afetiva de alguns selecione apenas as coisas boas. As bilheterias de gado, o cimento sujo pra sentar, os corredores mal iluminados com rios de mijo, era uma experiência realmente insalubre.
Mas era possível se corrigir esses problemas sem estuprar a identidade do estádio, sem transformá-lo em mais uma arena shopping, como tantas outras.
Esses arquitetos novos não compreendem que, quando se têm uma jóia histórica em mãos, deve-se trabalhar de forma a restaurá-la e valorizá-la – e modernizá-la sim – mas não impor uma pasteurização que não respeita as características e o charme do local.
Esse é um fenômeno que não vêm acontecendo somente com estádios, mas com bares, padarias, pontes, praças e prédios de toda a cidade.
Acho que está faltando essa matéria nos cursos de Arquitetura, e espero que corrijam isso antes que o mundo vire uma imensa Barra da Tijuca.
Cimento pra sentar? Vc certamente não ia lá há mais de dez anos. Desde 2000 ou 2001 já havia cadeiras em todo o estádio.
Mas e as cadeiras onde era a geral? Não foram colocadas para o Pan 2007?
Sim, mas mesmo assim, era um espaço democráticoe bacana: torcidas misturadas e crianças de graça.
Desculpa André, me expressei mal.
Vc disse que no começo do século já tinham cadeiras no estádio todo. As cadeiras onde era a geral, não foram colocadas um pouco antes do Pan?
O estádio estava lindo! Aliás, mesmo com as gerais vazias o Maracanã era lindo…
Eu tenho pena disso. O tobogã do pacaembu também era assim, porém sem cadeira até hoje.
As azuis? Sim, foi quando acabaram com a geral.
A geral tinha um problema da FIFA (vai vendo que esse lance de padrão fifa há tempos irrita o nosso futebol) que não permitia pessoas assistirem partidas em pé.
Teve o jogo decisivo de 1993 (um ano após a final Bota X Fla) entre Brasil X Uruguai que ficou vazio exatamente devido ao padrão FIFA.
Mas, se não falha a minha memória, na decisão do Carioca de 1995, com o gol de barriga do atual técnico gremista, tinham torcedores por lá.
Nunca assisti jogos na geral do Maraca. Era um lugar bacana, pitoresco, democrático e barato, mas a visão deveria ser horrível.
André, pode ter certeza que os pernambucanos não fazem questão alguma de receber o jogo do Fluminense X Botafogo por aqui. Apesar de serem grandes times, os torcedores por aqui estão mais interessados em assistir os jogos dos times locais. Que o digam as médias de público do time do Santa Cruz, por exemplo. Esse jogo foi trazido pra cá pelos administradores do elefante branco que é o estádio da copa, pra tentar sustentar aquela Arena.
Acho ótimo, tem de torcer pros times daí, claro.
Espera aí: quer dizer que aquele protesto na cerimônia de encerramento não era coisa de esquerdista chato e realmente tinha fundamento? A que ponto chegamos…
PS: dizem que São Januário receberá os jogos de rugby para as olimpíadas. Quero ver como que vai ser com ele, o Engenhão e o Maracanã (sim, porque o Maracanã SEMPRE tem aquelas “reformas cosméticas” de uns R$ 10 milhões) interditados.
André, acho engraçado essas pessoas que desprezam a história e pedem modernização aqui no Brasil, pois, na maioria das vezes, são estas mesmas que se aglomeram para visitar locais túristicos no exterior como o bar no qual fulano frequentava ou o restaurante mais velho da cidade X e por aí vai… daí, quando voltam, dizem que lá é tudo lindo…
Vai entender…
abraço
O Brasil ganhar a Copa das Confederações é a mesma
coisa que ganhar o Campeonato Piauiense da Segunda
Divisão-se é que existe-ou conquistar o Campeonato
Mundial de Peteca.Menos pro Galvão Bueno e Luciano
do Valle,claro.Pra eles,o Médici ainda é o Presidente
do Brasil.É patriotada que não acaba mais.
Se Fluminense e Botafogo tivessem seus próprios estádios, não precisavam passar por isso. Coisas de Rio de Janeiro e do Curintia.
Que besteira, Juliano, o Maracanã é – ou era – público. Não torne isso aqui uma briguinha clubística de jardim de infância, por favor.
É que diferente de SP,Curitiba,Porto Alegre e Recife,os
times cariocas,menos o Vasco,não tem estádio.O Flamengo,
que tem a maior torcida do Brasil,nunca pensou em ter um.
Desde Getúlio,o Rio virou uma espécie de cidade-estatal.
Até quando foi criada Brasília,muitos órgaos do governo
federal ficaram no Rio até hoje.No Brasil é assim:todos
criticam o Estado,defendem a livre iniciativa,mas na hora H,
vão todos correndo atrás dele.O caso mais emblemático foi
o patrocínio da Petrobrás(Lubrax)na camisa do Flamengo.
Eu tenho 30 anos, e 20 de Mineirão. Ainda não tive vontade nem coragem de conhecer o Novo Mineirão ao vivo. Mas é triste demais vê-lo pela TV, e não reconhecê-lo. Numa transmissão, não consigo diferenciá-lo do Maracanã por exemplo. Além disso gramado encolheu enormemente também.
Verdade, pela TV parecem o mesmo estádio.
Mas esse tipo de coisa sempre acontecerá. Já cansei de ouvir pessoas mais antigas reclamarem com saudades da Concha Acústica do Pacaembu.
Mas eu concordo. Aquilo não se parece com o Mineirão.
Mineirão novo tá muito bonito. Maracanã tbem. Eu tenho vontade de conhecê-los ao vivo. E tinha perdido a vontade de vê-los decaídos e velhos, antes da reforma. Enfim, não comprem ingressos, pois eu quero ver a copa do mundo e jogos do Timão nesses estádios. Vejam pela tv que eu vou ao vivo, com conforto e qualidade. Pra vcs que gostam de coisas velhas, vejam pela tv em preto e branco, ou escutem no radinho em casa, pois tem ‘charme’ e faz parte da história….
Pra encerrar: vc nunca foi ao Maracanã, não é possível. Dizer que estava “decaído” é mentira. O estádio já tinha passado por DUAS reformas.
Frequentei o Maraca até anos 90, creio que antes das reformas, é verdade. Recentemente fui ao Engenhão, algumas vezes. Pode ser que tenhamos padrões diferentes para estádios. Por exemplo, eu frequento o Pacaembu. Tem gente que acha o estádio bom. Eu, quando entro lá, tenho a impressão que estou nos anos 40? Ou 70, se vejo o tobogã. Tenho pena da torcida visitante e das crianças, que ficam em setores cegos. Só opinião pessoal, eu prefiro entrar num estádio estilo europeu do que um estilo sulamericano. Prefiro o Maraca novo, com cadeiras, do que a geral antiga, com 200 mil pessoas. Quero conforto e segurança, em troca do preço do ingresso.
Não estava decaído não Denis. Acho que tirando o problema da final de 1992, que pessoas caíram da arquibancada, não lembro de nenhum outro problema envolvendo o Maracanã.
Acho melhor ter mais respeito com o sr. Eike Batista, um dos maiores homens da história recente do Brasil. Homem desbravador, que levantou e mantém a economia deste país. So por ele ser dos mais ricos já devia causar mais respeito desta coluna feita por esquerdistas e roqueiros desmiolados. Quero saber se vocês tem os carros que ele tem e se já namoraram a Luma de Oliveira.
Ler um comentário desses pela manhã é ótimo, melhora o humor de qualquer um.
Deve ser zoeira…
Acho que o pessoal da Turma do Didi ainda não te encontrou.
Estão perdendo um humorista de mão cheia.
Isso que você está dizendo é mesmo sério??!! Nunca fui e nem pretendo ser de esquerda, nem de direita. Conheço pessoalmente o Eike, que sempre recebeu tudo pronto, inclusive as informações do subsolo brasileiro que seu pai gentilmente repassou e que lhe valeram como sua principal fonte de recursos para o enriquecimento, a outra fonte foi o BNDES, que lhe abriu todo seu capital. Gostaria de saber a opinião do Rodolfo Landim, que foi presidente do grupo e o primeiro a levar calote, que conheço. O que devemos mesmo respeitar??? Qual é o projeto dele que deu certo? Não costumo lacrar meus conceitos, mas realmente essa tua abordagem só pode ser piada!
André, só uma frase que eu não gostei no texto: “os times jogam longe do Rio e de seus torcedores.”
Esses times grandes do Rio têm uma torcida considerável no Brasil inteiro, principalmente no nordeste. Recentemente o Flamengo jogou em Brasília e a partida teve muito mais torcedores do que teria se fosse no Rio.
Eu acho que entendi o que você quis dizer no texto, mas também acho legal esses times grandes jogarem de vez em quando para os seus torcedores que moram longe do Rio, sem contar que pode ser uma boa oportunidade pra ganhar uma grana extra (esses caras não bobos, não fazem nada à toa).
Pera aí, Sergio, o fato de terem torcedores fora do Rio não quer dizer que não estarão jogando longe dos que moram no Rio, né? Claro que acho legal jogarem fora do Rio de vez em quando, mas não nos primeiros jogos depois de 3 anos sem o Maracanã.
certo, entendi. Só mais uma coisa, permita-me uma alfinetada clubística, acho melhor você tomar cuidado ao falar mal do Eike Batista pois o Fluminense deve assinar contrato com ele pelos próximos 35 anos e além disso o Eike é botafoguense!
Nao tenho nada contra o Eike, apesar de eu achar que ele e’ um playboy asqueroso e faz tudo, calcula cada gesto para se autopromover.
Mas…………..nao tinha ninguem melhor para (ou menos pior) para administrar o maior simbolo do futebol brasileiro. Afinal o Maracana e’ importante ate’ para nos corinthianos, foi la’ que ganhamos o mundial de 2000.
Aqui no Brasil reclamam do Eike. Mas ao elogiarem os europeus, não se esqueçam que os donos de clubes e estádios são governos, mafiosos, ex-ditadores e investidores em geral. Aí todos acham uma beleza. Mas quando é no Brasil…
Não é bem assim, não generalize, por favor.
Berlusconi, Abramovich, Akhmetor, Mansour bin Zayed, Kadafi, dentre outros, são ou eram donos de times europeus e/ou acionistas e/ou investidores, só para citar alguns casos, segundo a imprensa dita séria do Brasil publicou em seus jornais e sites. No Brasil tivemos Kia, Parmalat, bicheiros no rio, etc.. Existe também relatos e livros que tratam do tema, sobre a FIFA. Futebol é dinheiro também, e de certa maneira, está contaminado por interesses diversos.
Pra não deixar os elefantes brancos tão brancos é preciso levar jogos de outras praças pra Brasília, Manaus, Natal, Campo Grande.
Campo Grande não terá estádio FIFA. Cuiabá terá.
Acho que esse clássico seria mais interessante se acontecesse no Godofredo Cruz, Rua Bariri ou no estádio do Madureira, cujo nome me foge agora. E transmitido com narração do Januário de Oliveira, comentários do Gerson e reportagens do Adison Coutinho. Esse desrespeito à tradição e esses tempos de arenas, pseudocraques e pseudocomentaristas já encheram a paciência…
Flamengo X Coritiba vai ser em Brasília(!). Lobão vai render um bom papo.
Falou em historia/patrimonio muita gente sai correndo,mas tem os que preferem passar por cima mesmo,afinal “velharia” soh serve para atrapalhar e fazer pensar.
Fui no Rio algumas vezes mas nunca tive a oportunidade de ir no Maracanã, mas mesmo pela TV as imagens que primeiro me vem à cabeça são aquelas dos tiozinhos com os Motorádios coloridos no pé do ouvido, as cascatas de serpentina, o foguetório…Se eu soubesse que fariam isso com o velho Maraca com certeza teria ido antes!
Perdeu!
Eu fui várias vezes…pode ter certeza que mesmo o estádio sendo mítico, era um tremendo desconforto. O torcedor quer conforto, segurança, organização. E isso era tudo que o Maracanã não tinha. Querer a volta de padrões antigos, 200 mil pessoas espremidas como gado, é só para quem vê pela tv mesmo.
Desconforto? Isso simplesmente não é verdade. As cadeiras azuis ficavam pertinho do campo, eram divididas pela torcida, crianças iam de graça, era um barato.
Desculpe, eu ficava na torcida, sou corintiano e sentava no concreto duro mesmo. Desconfortável, a torcida pagante sempre foi tratada como gado. Agora estão tentando dar um mínimo de conforto aos que curtem futebol, mas não são bárbaros nem animais. Estamos mais próximos dos níveis europeus, padrão FIFA, que TODOS pediam, todos mesmo. Querer estádios de padrão varzeano para os dias de hoje, desculpe, não dá mais. Aqui em SP, nos tempos de estádio ‘com charme e história’, tinha briga na torcida, o pessoal jogava copo de ‘mijo’ e fumava maconha, tinham mais de 70 mil pessoas num Pacaembu que só cabem confortavelmente uns 30 mil…e olhe lá. Os estádios eram um lixo. Podemos reclamar da administração, da FIFA, dos cartolas, da corrupção, disso e daquilo, mas os estádios eram muito ruins mesmo e esses são lindos e confortáveis na medida do possível, padrão século 21. Saudades de coisa ruim, eu não tenho não…
Nas arenas, num passe de mágica, adeus mijo, maconha, superlotação e brigas de torcidas. Com o padrão FIFA surge um novo povo. A culpa da barbárie era dos influentes espíritos demoníacos que se arrastavam pelos cantos do Pacaembu.
Ninguém faz xixi em arena!
As reclamações nas ‘arenas’ foram de preços abusivos e filas nas lanchonetes. Não vi ninguém reclamando que tinha gente bêbada jogando copo de urina nos outros (imagine, Morumbi com 150 mil pessoas…o pessoal urinava no chão mesmo!!) vamos reconhecer…os estádios são melhores mesmo, e muito melhores, mesmo que alguns achem que perdeu o charme. Mas todos colegas que conheço, e textos jornalísticos que li, falam bem dos estádios europeus e mal dos sulamericanos. Agora que estamos copiando coisa boa, o pessoal reclama? Não entendo…
Essa é boa. Os ingressos para ver a seleção no Maracanã custavam 300, 400, 700 reais. Não era plateia de futebol.
Isso eu concordo, a plateia de futebol está mudando em razão do preço dos ingressos. Se isso é bom ou ruim, é questão de opinião. Mas que eu prefiro ver um jogo com segurança e conforto, prefiro. E isso tem um preço. E prefiro ver jogo ao vivo que pela tv.
Impressionante; vc está respondendo pra vc mesmo? É isso?
Para termos um estádio confortável, seguro e organizado, com as pessoas bem tratadas etc, é preciso demolir e construir um outro?
Sim, contruir um novo é mais barato que reformar tudo. Jornalistas reclamavam das instalações pra trabalhar, falta de tecnologia, etc. Os estádios foram construidos numa época que as pessoas nem tinham carro. Como ir no Morumbi, deixar seu carro onde? Os tempos mudaram, e tudo tem q ser adaptado.
“tiozinhos com os Motorádios coloridos no pé do ouvido”; geralmente com a respiração presa e sem piscar. Ou chorando.
O texto não explica porque o jogo foi transferido para Pernambuco, outra ‘arena’ FIFA, ao invés de estádios mais próximos e mesmo no estado do Rio. Fiquei curioso para saber as razões desta escolha. Se é tão longe, por que lá e não em Wembley, Alemanha, São Paulo ou China? Outro ponto que não entendo é que o povo e comentaristas sempre pediram estádios à altura dos europeus. Quando estão prontos, reclamam que não tem a ‘história’. Ué…sabíamos disso…então sem nostalgias infantis e bola pra frente. Vou ao Pacaembu, que é um estádio de arquitetura e história magníficos, mas o tordedor reclama que é um estádio ruim, desconfortável, etc. Então pergunto, o que o torcedor quer, afinal? Wembley também tinha história, foi demolido, assim como vários outros estádios europeus. Enfim…bola pra frente. Ao espanhol Arbeloa, se ele quer história, que vá ao museu, mas duvido que ele aceite receber salários, camisas, chuteiras e estilo de vida dos tempos antigos. Aí ele quer tempos modernos. Aviões modernos, hotéis confortáveis, treinos, alimentação. Enfim, o tempo não volta. Nostalgia não leva a lugar algum. Sejamos sinceros, o Maracanã antigo podia ter história, mas era MUITO desconfortável, os cartolas aceitavam tratar o torcedor como GADO (colocavam mais de 200 mil pessoas dentro, uma aberração e um acinte contra as normas de segurança que todos lutam para modernizar), e agora o pessoal simplesmente prefere o antigo e sem segurança e conforto? É realmente intrigante….pedem o padrão FIFA para tudo, mas quando o padrão FIFA está aí, querem o padrão péssimo de volta???? A questão sobre o mando de campo, local de estádio, etc, é quetão administrativa. Mostra a competência e capacidade de nossos dirigentes, ou seja, patético. Desmandos, desvios, incapacidade gerencial. Mas nada que não possa ser mudado. Os estádios FIFA estão aí, agora precisamos de dirigentes padrão liga européia…tirem os nossos cartolas coronéis…e vamos colocar o futebol em ordem…
Ué, e onde seria, com o Engenhão interditado? Aliás, muito estranha – e providencial para o governo – essa interdição do Engenhão, não?
Eu que pergunto…talvez não tenha entendido o que eu escrevi…qual o critério para jogar a 2300km de distância, e não a 400km, por exemplo, no Morumbi, Pacaembu, Brasília, Salvador, Volta Redonda, no Vasco, nas Laranjeiras?
A desculpa é chamar a torcida que os times cariocas têm no Nordeste.
Pacaembu, ruim e desconfortável…???
Pois é, também não entendi essa. Pacaembu é ótimo, fácil de chegar, perto de metrô, tudo de bom.
E tem história, hein… No gramado, nas arquibancadas, na praça Charles Miller, no museu… Parece que isso não tem mais valor hoje em dia, mas para os “antiquados” que ainda curtem esse paraíso só resta rezar para que nenhum consórcio o transforme numa arena.
Eu gosto de melhorias, coisas boas. A que história (do Pacaembu) as pessoas se referem? Saudosismo? Nostalgia? Por que eu não tenho saudades das brigas das torcidas, banheiros quimicos imundos, falta de estacionamento, pontos cegos nos cantos do estádio, tobogã onde senta-se no concreto e quando está cheio só consegue ver o jogo de pé, quedas dágua da cobertura em dias de chuva (em cima de sua cadeira numerada), falta de estrutura em torno do estádio (bilheterias, flanelinhas, invasão dos torcedores nas ruas por falta de calçadas, atrapalhando o trânsito e a vida dos moradores). Aceitarmos essas falhas como coisa normal, e legal, em nome de uma história, acho q é não querermos coisas boas e melhores. E acredite, no Pacaembu o torcedor só conseguia ver o jogo em pé, e colocavam mais de 70 mil pessoas lá dentro, onde só cabem em segurança umas 30 mil. Alguém tem mesmo saudades disso?
Sim…Pacambu, o ‘melhor’ estádio de SP, é ruim, em relação ao preço cobrado. Numeradas, são de 70 a 500 reais em jogos do Timão. Nem banheiro decente tem. Aliás, fiquei uma meia hora na fila de banheiro químico no último jogo, sujo. Cobertura, nem pensar. Cadeiras quebradas. Sem estacionamento. Compare com qualquer estádio novo e veja o ‘conforto’ do Pacaembu.
Olha, a Arena Palestra nem foi inaugurada e já não tem estacionamento, ou melhor, tem sim: dois shoppings que ficam envolta do estádio.
Faz muito tempo que estou querendo participar da FLIP. O trabalho não me permite.
Vou ter que pedir demissão para poder aparecer no próximo evento.
cara…futebol do brasileirao perdeu a graca. jogador q ganha muito mas muito dinheiro e sem qualidadw.inclusive tecnicos. sou de sp e juro pra vc… e muito ms divertido assistir un jogo de varzea do que ir no morumbi ou no pacaembu.
Claro, por isso tem tanto jogador brasileiro que está nos melhores times do mundo. Deve ser pq n jogam nada…e técnicos brasileiros rodando o mundo….várzea em SP nem tem mais…foram-se os tempos. Morumbi só tem jogos do SP, ainda bem, pois é fora de mão e também já passou do tempo de dar uma reformada. Pacaembu ainda é o único estádio em SP que presta. E olhe lá…
Creio que os fatos relacionados no texto fazem sentido se imaginarmos que o Brasil foi descoberto no primeiro dia do governo petralha e o que aconteceu antes deixou de existir, todavia, é tudo tão irreal quanto a riqueza do Eike Batista, um ícone da era Lula, via BNDES, tão sólido que se transforma no ar.
Quem diabos disse alguma sobre coisa sobre governo “x” ou “y”?
Arbeloa… Sonhando até agora com o Neymar!
Sim, mas que importância isso tem? O Neymar joga muito mas não abre a boca pra dizer nada em favor do futebol, só posa no Instagram.
Neymar não precisa dizer nada sobre futebol…ele simplesmente JOGA futebol.
Precisa sim. Ou ele é um fantoche?
Pra falar o que? Já temos Pelé, Romário e Ronaldo falando…acho que os jogadores fazem melhor só jogando…é o que sabem fazer.
Eles não são cidadãos?
São cidadãos, mas melhor jogando bola que falando…
Ele é um fantoche. Gosto demais dele como jogador, afinal, sou santista. Porém, falando esse cara me dá vergonha: bonequinho de media training, todas as suas respostas são ensaiadas e calculadas para não “machucar” ninguém. É uma marionetezinha idiota, sem autonomia nenhuma e sem opinião. Uma entrevista de jogador de futebol é maçante e vazia, a do Neymar é um chute no saco.
Carlos, concordo com sua opinião. Jogadores hoje são treinados para falar coisas politicamente corretas, e se promover. E o que tem de errado nisso? Eu sou corintiano e vou ao jogo para ver o gênio que ele é em campo e não para ouvir qquer coisa que ele fale pela tv. Nem quero saber quem ele ‘tá pegando’, quem ele vai votar pra presidente ou a cor que ele mais gosta. Quero é ver ele driblando e fazendo gol.
Não abre a boca pra falar sobre futebol, mas pra se jogar e berrar igual mulher tendo um filho a cada falta que recebe, isso ele faz bem.
Há jogadores que só se interessam em jogar, nada mais, e estão no direito deles. Nem todo mundo quer ser politizado ou se interessa por história.
É como se um político ou jornalista tivesse que jogar bola….hoje em dia o pessoal nunca se dá por satisfeito, sempre acha defeito em tudo e critica até os que fazem muito bem alguma coisa…
Andre, menos criticas aos empresarios que controlam as arenas atualmente. Os culpados de verdade sao os coroneis, mafiosos e populistas que reinaram na Federacao Carioca, Paulista e CBF nos ultimos 20, 30 , 50 anos.
Se o Fogao e o Flu nao tem estadio ou nao tem forca para comandar o Maracana e’ pq forma incopententes.
E agora quem sofre e’ o torcedor.
Eu disse que os clubes são reféns por incompetência deles mesmos, por favor leia o texto. Acho que todos merecem críticas – clubes, governos, federações, CBF e empresários.
E pq não os jogadores? Cadê alguém – como o por exemplo o próprio Neymar citado acima – para bater o pé e dizer que Flu X Bota, por respeito as tradições dos clubes, as torcidas, a imprensa carioca e etc – deveriam jogar no Rio?
Cadê os nossos atletas fazerem greve quando atrasa salários nos clubes? quando um jogador se machuca e não tem atendimento num protótipo de estádio como a Vila?
Também acho.
Oi Barça. Aqui em Porto Alegre aconteceu algo parecido. Quando a seleção francesa veio para o amistoso com a seleção brasileira no novo estádio do Grêmio (a Arena), os treinos foram no estádio antigo (o Olimpico). Perguntado a um jogador francês sobre o que ele achava da questão arena x olímpico, o jogador falou que a Arena é muito bonita e tal, mas que parece um estádio europeu. Já o Olímpico tinha “charme” que poucos estádios na Europa tem, e que isso se encontra somente em alguns lugares na América Latina. Ele não acreditou que o estádio vai ser demolido daqui a alguns meses. Pena. Eu também adorava o velho casarão.
Não sabia, ótima história. Aliás, ainda não ouvi NINGUÉM que tenha conhecidos os estádios antigos e novos, e dito que prefere os novos. Ninguém.
Trazendo isto que dissestes para um contexto musical, certa vez o vocalista do Soundgarden disse – no auge da época grunge – que quando ia a locais mais distantes crente que veria diferenças culturais, lá estavam os fãs da banda… todos de flanela e bermuda. Creio que ele não tenha achado o “charme” como definistes.
Os estádios antigos tinham charme? Pode ser…mas que eram criticados severamente por todos pela insegurança e desconforto, isso eram. É igual casa antiga, bonita de se ver, arquitetura legal, história, fotos velhas nas pareces, móveis velhos…na hora de morar mesmo, ninguém quer. Todos querem segurança, conforto, tecnologia compatível.
Não é verdade. Nunca vi ninguém falando mal do Maracanã recentemente. Era ótimo.
Não estive tão recentemente no Maraca (estavam em reforma, aliás), não posso dizer. Do passado posso, fui lá muitas vezes e era um estádio grande e símbolo de nosso futebol, bem localizado e coisa e tal. Para a época, era um dos melhores. Mas o tempo passou e prefiro o padrão atual, se considerar apenas conforto e segurança. Pode-se perder em questão de vibração de torcida, etc, entendo isso. Mas não tem comparação, eram daceiras de madeira ou no concreto mesmo, coisa anos 50…a Europa já tinha abolido isso faz tempo. Já fui no Engenhão, estádio bonito, porém mal localizado. Estádios do Vasco, Fluminense…também tem charme e história, mas são ruins, velhos, sem segurança e conforto algum. Ou alguém aqui ainda prefere esse padrão antigo? Então que jogue no Bangu, Madureira, Portuguesa, tem história e charme…
Agora sim. Arbeloa deu uma declaração EMBASADA. Muitos chiaram contra o novo Maraca, mas poucos apresentaram argumentos sólidos.
Lúcio de Castro (ESPN) foi outro com destaque nessa turma.
Concorde-se ou não, há de se respeitar argumentos.
Minha opinião: o Maracanã estava muito bom depois da reforma para o Pan de 2007. Não era necessária sua semi-implosão, como houve. Gastou-se rios de dinheiro num país subdesenvolvido, será entregue de mão beijada à iniciativa privada, etc, etc…
Mas isso tudo não prejudica o fato de eu achar que o estádio ficou lindo.
Concordo 100%. Estava ótimo daquele jeito.
Ainda não fui ao novo Maracanã. Mas aqui em SP, todos os estádios são um lixo, com ou sem história. Estamos no século 21 e os estádios são do começo do século passado. Detalhe, os preços dos ingressos são tão altos quanto na Europa…
Ainda me pergunto para quê serve esta Recopa…
Para derrubar o Ney Franco, já que o Tite, dificilmente cai.
Se for por aí, como tricolor que sou, também vejo vantagem!
Vou com o Arbeloa, história é tudo! O pior é que poderíamos ter conciliado “os confortos modernos” com a preservação histórica dos estádios.
Eu aprecio essa ‘história’ dos estádios. Bombonera, Pacaembu, Maracanã…mas estamos no século 21, tudo mudou. A Europa demoliu todos estádios antigos e ‘charmosos’. Sobrou algum para contar a história? Alguns mantiveram a fachada (não é o caso do Maracanã?), mas nenhum estádio deixou de se atualizar. História é para os livros. Se for diferente, quero também o Pelé em campo, os uniformes antigos e, principalmente, os preços dos ingressos antigos. Pagar 500 reais para sentar no concreto sujo, não dá mesmo…
DEMOLIU? Tchau, Denis.
Estadio da Luz, estádio de Wembley, estadio de Berlim, todos demolidos, para citar alguns. Tchau então….
Lendo seu comentário sobre os debates na FLIP, fiquei com inveja de não poder estar aí.
Fora o evento, que deve ser ótimo, é legal morar em Paraty ?
Nós adoramos. É uma cidade com graves problemas de infra-estrutura (ainda não tem sistema de esgoto, por exemplo), mas estamos bem otimistas com a nova prefeitura, já se mostra um milhão de vezes melhor que as anteriores. E tem muita coisa legal pra fazer – praias, cachoeiras, trilhas, etc. Recomendo.
Barça, tu usa a fossa séptica?
Claro, todos usamos. É o jeito.
A fossa séptica, quando bem feita, é um bom sistema, desde que a densidade populacional do local seja baixa. Não dá para prédio de apartamentos, por exemplo. E só aceita resíduos orgânicos, nada de papel etc.
Aqui em Bsb, cidade moderna, planejada blablabla, e capital da merda, (ou de merda, dependendo do ponto de vista), o bairo mais bambambam é todo na base da fossa séptica(viu Paraty?), e só agora se inicia uma obra monumental de instalação de manilhas de esgoto, de olho na arrecadação(a conta de água dobra); mas como não há um projeto de uma nova estação de tratamento, é coisa para anos. Eu uso um produto que consiste em uma sopa de bactérias anaeróbicas que fazem o trabalho sujo, e a minha nunca vazou, sinal de que o sistema está cumprindo sua função. Há que ter atenção para a profundidade do lençol freático, onde se utiliza cisterna, para evitar a contaminação.
Obrigado pelas informações cocôlinas….
Imagina o que iria dizer o Arbeloa se ele tivesse conhecido as super padocas paulistas …