Do Nirvana aos campos de batalha no Afeganistão: a saga de Jason Everman
09/07/13 07:05Você gosta de Nirvana? E de Soundgarden?
O nome Jason Everman lhe diz alguma coisa?
Pois deveria: Everman foi o músico expulso das duas bandas no intervalo de dois anos.
Em 1989, depois de ser creditado no álbum “Bleach”, em que não tocou (Kurt Cobain pôs seu nome no disco em agradecimento por Everman ter emprestado os 600 dólares para a gravação), ele foi despedido do Nirvana.
No ano seguinte, poucos meses antes de o Soundgarden estourar, ele também foi mandado embora.
Nos dois casos, Jason Everman foi despedido por não se “encaixar” direito na vida de viagens em vans apertadas e noites mal dormidas em pensões vagabundas. Seus companheiros de banda simplesmente se cansaram de vê-lo em silêncio por dias a fio.
Na cena do rock alternativo americano, Jason Everman era considerado uma espécie de “Pete Best”, o baterista que disse “não” aos Beatles. Só que o caso de Everman era pior: ele conseguira ser expulso não apenas de uma, mas de duas bandas de sucesso.
Depois de alguns anos duros, em que passou remoendo as humilhações e vendo seus ex-colegas virarem astros milionários – e um deles, um cadáver ilustre – Jason Everman finalmente achou um lugar onde parecia se encaixar: o exército americano.
Mas Jason não foi um soldado qualquer. Segundo uma reportagem sensacional do jornal “The New York Times”, o ex-grunge foi um verdadeiro herói de guerra, com atuações destacadas no Iraque e no Afeganistão. Leia a matéria completa aqui.
O texto é incrível. O autor, Clay Tarver, conhecia Jason da cena de rock alternativa – Tarver era do Bullet La Volta, uma ótima banda – e descreve não só o fracasso dele no Nirvana e Soundgarden, mas seu longo e doloroso processo de aceitação desse fracasso, além da verdadeira reinvenção pela qual Jason passou até se tornar um “rockstar” de outro tipo, admirado por sua atuação nos campos de batalha.
A história de Jason Everman é uma das mais surpreendentes que li em muito tempo. Daria um filme e tanto. Aliás, aposto que já foi comprada para o cinema.
“In September 1994, influenced by Renaissance icon Benvenuto Cellini (who stated that a well-rounded man is an artist, warrior and philosopher), he left Mind Funk to join the Army 2nd Ranger Battalion and the Special Forces, serving tours in Afghanistan and Iraq.[4] After receiving an honorable discharge in 2006, Everman went on to earn a Bachelor of Arts in philosophy from Columbia University School of General Studies on May 20, 2013.[4] General Stanley A. McChrystal wrote a letter of recommendation for his application”
Vou ouvir “Born in the Usa” do Mala Springsteen em homenagem ao Joaci…
Bah!!!! Um bando de maricas metidos a machos falando d um zé ruela metido a Shwarzenegger.
Quero saber da biografia da ex-cantora cega, aquela q não enxergou o palco, caiu de uma altura de 5m, voltou a enxergar e hoje é coordenadora da Marcha das Vadias.
Qdo a gente acha q já sabe tudo sobre o grunge surge mais uma história interessante.
Valeu ter dividi-la conosco, Barça!
Dá vontade de ir pros EUA agora com uma câmera, achar o cara e sair fazendo um documentário sobre ele. Ou descolar um email, fazer um monte de perguntas e escrever uma biografia. Que baita personagem… houve um tempo que Hollywood pagava para quem conseguia inventar pessoas assim.
como são interessantes as pessoas que não conhecemos…
barça, obrigado pela matéria. realmente é uma história sensacional. o artigo original é um primor. fiquei emocionado com o percurso deste figura. no final do texto, quando o autor sugere que ele seria o professor de filosofia mais cool da turma, everman balança a cabeça e diz que não teria paciência e preferia ser barman em qualquer lugar. poesia pura.
Não entendi a foto. Pensava que o uso de barba era estritamente proibido no exército.
Acho que nas forças especiais,devido à necessidade de se misturar aos habitantes locais,não há restrições.Acho,não tenho certeza.
Durante uma guerra é complicado manter-se barbeado e até mesmo devidamente asseado.
No nosso exército com suas leis draconianas. Outra coisa, não faz sentido se barbear para lutar contra o Taliban nas montanhas do Afeganistão.
Finalmente gostei de um texto seu. Sujeito realmente interessante esse Everman! É curioso que bandas punk, alternativas, anti-sociedade, anti-tudo, acabem expulsando um sujeito por ele ser anti-social. Sempre desconfiei que essas bandas que tentam passar uma imagem de loucura são na verdade muito caretas. Afinal com dinheiro não se brinca!
coincidentemente estou lendo o “Mais Pesado que o céu” e o destaque dado ao Everman é quase tão insignificante qto os créditos em Bleach..rsrs…..sensacional saber a reviravolta que a vida do cara deu…
ao contrário do Pete Best q é o eterno ex Beatle…rs
Cá para nossas bandas tem a história do cara que foi chamado para tocar baixo com a Legião Urbana, achou que estava sendo sacaneado e diante da pergunta “Você toca baixo?” do Renato Russo, soltou um “Não, eu só toco ‘alto’ hahaha”. Renato Russo não achou lá muita graça e cada um seguiu seu rumo. Se não me falham os neurônios foi o Gian Fabra, está numa das biografias da banda ou do Renato.
Que figura! E pela foto dá pra ver que o cara é “padrão”. Carabina 5,56 toda equipada que ele segura com propriedade, dedo fora do gatilho e levemente inclinada para baixo numa posição de maior segurança.
“Padrão”… Peguei o “bizu”, vc é verde-oliva? 🙂
Barça, tava lendo aqui que tem uma casa “Cowntry” no Olimpia, em SP em que não permite a entrada de chapéu de palha, só de cowboy. Os caras se apoderam de uma tradição e depois acabam com ela.
PS: R$ 200 a entrada.
Chapéu de palha é coisa de caipira. Lá é “country”, sacou? Country-gourmet.
André, a história do Everman é realmente interessante mesmo, mas ele saiu das duas bandas somente pelas divergências comportamentais???? Ele era tão anti rock & roll assim????
Olha, segundo o artigo, o cara não era lá muito sociável, esse teria sido o problema. O curioso é ele ter sido expulso por comportamento antissocial de uma banda cujo líder se matou com um tiro, não?
Pelo o que eu li na biografia do Kurt ele encanou com o cara (como implicou com vários integrantes que passaram pelo Nirvana) seja pela postura metaleira em cima do palco ou pelo fato dele pegar direto as fãs, o que o Kurt não aceitava. E também pelo fato do cara ser tão anti social como Kurt Cobain, isto acabou criando uma repulsa em Kurt, já que o mesmo acabava se afastando depois de um tempo das pessoas que ele se identificava.
Se não me engano, o Everman saiu do Nirvana pq tinha um estilo de musical mais heavy metal, o que desagradava o Cobain. Acho que isso foi contado no “Come as you are” ou no “Heavier than heaven”. Alguém confirma?
nos livros é dito isso. o Everman era um “metalhead” e Cobain não aceitava. o estranho é que ele se encaixava perfeitamente no Soundgarden. ou seja: ele devia ser um mala mesmo, por isso mandaram ele passear.
faltou falar qual o instrumento dele. guitarra ou bateria?
Tocou guitarra no Nirvana, depois baixo no Soundgarden, se não me engano.
Músico antissocial, frustrado e com medo de encarar com coragem os fantasmas, resolve ingressar na máquina de matar do império para abater talibãs e seu povo civil indefeso – ‘war casualties’ as usual – que resiste sem apoio de fuzil com mira laser, capacete de kevlar, visão noturna térmo-optica, vacina contra antrax, neocid para chato e piolho, destroier com vant, submarino com interceptação de amplo espectro, submarino nuclear, enfermeira sem burcka, colete de aramida, mídia novílíngua nefasta, GPS militar, ração da NASA, insulina em pó, povilho granado, meia de algodão, OTAN, bombardeio Stheath, Google, projeto PRISM, coca Zero, skipe, férias em dobro, plano de saúde para os pais, drones e B52, marmita quente, divisões Rangers e Deltas, ipad e iPhone, musica mp3, helicóptero cobra, Hummers, band-aid, canivete suisso, kit de ressucitação, anti-biótico ‘new generation’, apoio de psiquiatra, prozak, herva holandesa, cocaína pura da Merck, morfina 100% PA, folga semanal, show de rap e r&b de rednecks, computador vestível, bota de fibra de carbono, misséis patriot, intendencia de apoio, MIT, vale do silício, Intel, ARPA, unhex para o dedão do pé, cueca lavada, contrato de trabalho e carteira assinada, possibilidade de carreira política, e como não um fotógrafo à mão para o devido registro e os inevitáveis copyrigth ……etc,etc….Causa estranheza ver um cara antenado como o nosso colega A.B, humanista e sensível para enxergar coisas legais e divulgar para a aldeia não entreolhar o absurdo de toda a situação, desde à exaltação desmiolada de uma atitude escapista ao non-sense da coisa toda…O desfecho então do texto quando menciona as possibilidades cinéticas é de doer. Como diria a moçada hoje…Sem Noção!!! PS. R. Burton foi exatamente o que foi dito…um legítimo espírito colonialista, independente de seu valor como escritor.
Ah, saquei, Joaci é quem decide se uma história é interessante ou não. Desde quando achar que uma história é digna de registro significa compactuar com as opiniões e atitudes do personagem? E onde foi que Joaci viu “exaltação” a alguma coisa? Certamente não no meu texto. De acordo com seu raciocínio simplista e deveras fascistóide, só merecem ser contadas as histórias de quem Joaci admira. Tô fora.
Na parte que me “toca”, um total devaneio resumir Burton a um mero “espírito colonialista”, mesmo pq ele tinha inúmeras razões para detestar a Inglaterra e seu povo e o uso puramente mercantil das colônias. Se ele foi útil ao império britânico não há dúvida que também usou o império para alcançar os seus objetivos e trazer ao mundo ocidental e sem censuras toda a sabedoria indiana, persa, africana, assim como traduzir Os Lusiadas e muito das obras de José de Alencar para o inglês e muito muito mais…
Burton e a Inglaterra apenas se toleravam
por interesses mútuos.
Concordo.
Fascistóide?!! Onde A.B? Não disse que voc\e exaltou o personagem. Mas a história contada por um jornalista yankee e ‘part pris”. Por favor me aponte onde você apontou as contadições de uma biografia ”autista” como esta é, que retiro o meu comentário. De qq forma admiro sua honestidade intelectual em publicar e debater o tópico. Mas, reflita…, perspegar rótulos de fastitóide nas opiniões divergentes não te pareces excessivo? ou melhor quase …fascistóide? Acho que exercer uma vigilãncia crítica da máquina cultural americana e totalizante dos nossos dias uma tarefa obrigatória. Um grande abraço do seu fã.
Disse sim: “desde à exaltação desmiolada de uma atitude escapista ao non-sense da coisa toda…” Abraço.
Bem entendido, eu me referia à biografia, não a sua opinião sobre as motivações íntimas do biografado. Contudo, mantenho minha opinião que mesmo reconhecendo o “valor jornalístico” da matéria para um público em particular – particularíssimo diria – a divulgação do fato requer mais profundidade. Quantos heróis talibãs existem? Possuem histórias humanas, contraditórias e …cinemáticas? Existiria por acaso a de um poeta pacifista que se viu obrigado abandonar suas ilusões? Quantos dos seus foram mortos pelos drones? pela malária, pela fome? Afinal de contas quanto vale a vida de um druso, de um afegão, de um plantador de ópio curtido de sol?
Você diz que o texto não é competente para criticar a “exaltação desmiolada” da reportagem. Não há exaltação alguma no texto, em nenhum momento o autor emite um juízo de valor sobre as atitudes do personagem.
Provavelmente o Afeganistão era uma mar de prosperidade e tranquilidade antes de chegarem os malditos yankees. Também devem ser esses opressores que proíbem as mulheres de estudarem e mostrarem o rosto e a toda a população de ouvir música, escolher a religião que bem quiserem e etc.
Impressionante como tem maluco que ve chifre em cabeça de cavalo. Tem uma galera com um complexo de vitima dos EUA que dão no saco…em tudo veem “a maquina americana fazendo a cabeça da classe média brasileira” etc.
Pombas, a materia é sobre um cara que é um Pete Best duas vezes! Se depois ele fosse pro exercito, ou pros medicos da salvação, ou virasse carteiro em Aberdeen não ia fazer diferença! E sim a historia de passar por duas bandas historicas!
Entendeu ou precisa ser desenhado por esta “mente colonizada pelos imperialistas americanos?”
Gustavo, acho que você está submestimando a capacidade do Barcinski de provocar indagações e debates. Peter Best como leitmotiv do post é muito pobre para o potencial da provocação deflagrada.
Peter Best!!!?? Are you serious?!!
Joaci mais uma vez dando sua visão particular da história do pop – chamaremos de Joapop. Agora vem dizer que a história de Pete Best não é relevante. Boa, Joaci.
Joaci, você é completamente maluco, e mala.
Ridículo ficar julgando a vida do cara (Everman) assim. “O capitalismo, ele se juntou ao império”. Coisa de esquerdista nóia que transforma QUALQUER COISA em relação de poder.
Falando no Everman minha banda favorita dele é o O.L.D. Um grupo de grindcore/death metal da gravadora Earache com o qual ele gravou um disco, aliás produzido pelo John Zorn, no começo dos anos 90.
Joaci,
Viu quanta coisa o maldito capitalismo produziu?
Sabe o que é engraçado? É que em um mundo governado pelo Talibã você seria morto, ô estrupício!!! E o colunista também! E eu também! E todos que não aderissem ao islamismo tal como entendido pelo Talibã.
Seria cômico se não fosse trágico…
Não entendi! Vc quer dizer que as máquinas de destruição são o preço a pagar por um regime liberal e capitalista. Esta posição nem o Chenney teria coragem de endossar. Sequer o D. Trump. Sim, sou engenheiro e pessoa cética e racional. Sei do papel bélico no avanço da ciência – lembra da cena impactante do arremesso do fêmur usado para rachar o crânio do inimigo em 2001 e sua transmutação em rodopio da estação espacial, S.K sabia das coisas – Mas lembre-se que isto não diminui a convicção que são instrumentos de morte e destruição. Não aprovo o Talibã in limine, mas quem já contou a sua história? Trágico é você encerrar o debate me qualificando como vc fez!
Hj me perguntaram pq sou antissocial, misantropo e etc. Dei como exemplo esse comentário do tal Joaci. Entenderam perfeitamente.
Que relevancia tem a opinião de um cara que se esconde atrás de um nome ginasiano fake ?!
“…com atuações destacadas no Irã e no Afeganistão”.
Não seria Iraque?
Tem razão, erro meu, muito obrigado, vou corrigir.
Na verdade o Brian Epstein dispensou o Pete Best por causa da insatisfação do George Martin com o baterista.
Caraca…Olha a metranca do cara!
Coloquei essa reportagem no Twitter este final de semana, bem interessante mesmo.
Coincidentemente, li ontem o artigo no NYT.
E como o “rockstar” deve ter sofrido nas mãos dos Drill Sergeant… Impressionante essa história!
Show de bola pelo destaque, Barça.
A história é mesmo impressioante. Faltou falar a sobre a chave de ouro: o cara acabou de se formar em Filosofia pela Columbia… É um Richard Francis Burton do século XXI.
Valeu a lembrança, a história é mesmo sensacional, mas tem muito pouco a ver com o Burton, que é um caso a parte na história da humanidade. Aliás se Everman daria um bom filme, Burton renderia uma franquia inteira ou até uma série com suas aventuras extraordinárias, mesmo que uma dessas histórias, (a nascente do Nilo), já tenha virado um bom filme:’As Montanhas da Lua”.