Hoje é dia de LCD Soundsystem e Basquiat
10/07/13 07:05Os canais HBO exibem hoje dois documentários sobre personagens interessantes da cultura alternativa.
Às 20h, o HBO Plus mostra “Shut Up and Play the Hits”, filme-concerto do derradeiro show do LCD Soundsystem, banda de James Murphy (veja horários alternativos aqui).
Logo depois, às 23h, o HBO Signature traz “Jean Michel Basquiat: Radiant Child”, documentário sobre o polêmico e cultuado artista plástico (veja horários alternativos aqui).
É uma boa chance de comparar os filmes e perceber como um deles – o de Basquiat – tem o cuidado de ser informativo e respeitar quem não conhece a obra do artista, enquanto o filme sobre o LCD é excludente e sofre do mal de achar que todo mundo precisa saber, de antemão, quem é James Murphy.
Já escrevi sobre “Shut Up and Play the Hits” no blog (leia aqui).
Sobre “The Radiant Child”, é um excelente trabalho sobre a vida e obra de Jean-Michel Basquiat (1960-1988). O filme conta com uma entrevista do pintor, feito pela diretora Tamra Davis em 1986, além de depoimentos de artistas como Julian Schnabel (que dirigiu um longa ficcional, “Basquiat”, em 1996), donos de galeria e críticos de arte, além de músicos como Thurston Moore.
Basquiat foi um dos maiores nomes da arte norte-americana do fim do século 20. Desprezado por muitos como um pintor menor, fez a cabeça de muita gente com suas obras cheias de cor e figuras expressionistas, que falavam de temas como racismo e a vida no submundo das metrópoles.
Nascido de pais de descendência haitiana e africana, Basquiat fugiu de casa cedo e foi morar na rua. A mãe acabou internada num manicômio, enquanto ele perambulava pelas esquinas de Nova York e ganhou fama como grafiteiro. Sua arte foi admirada por Andy Warhol e virou “cult”.
Além de pintor, Basquiat fez parte de bandas de rock e foi personagem importante da cena “No Wave” de Nova York, que revelou nomes como Lydia Lunch, Sonic Youth, James Chance e Teenage Jesus and the Jerks. Sua morte por overdose de heroína, aos 27 anos, colaborou para o crescimento do culto em torno de sua arte.
O filme de Tamra Davis fala sobre tudo isso de forma clara e informativa. O que prova que mesmo um filme sobre arte de vanguarda não precisa ser de interesse restrito a uma minoria de privilegiados.
P.S.: Hoje estarei fora o dia todo e impossibilitado de moderar comentários até a manhã de quinta. Peço desculpas e prometo que todos os comentários enviados serão publicados quinta de manhã.
AB, por indicação sua estou assistindo agora o filme sobre o Basquiat. Honestamente, eu o conhecia mais de nome e porque pegou a Madonna. Mas tinha uma grande curiosidade de ler ou ver algo sobre ele por ter sido um ícone dos anos 80. Muito legal a trilha ter sido feita pelo Mike D e o Adrock, caras que foram contemporâneos dele. Nem imaginava que ele primeiro teve uma banda antes de realmente viver da pintura. É de virar a cabeça quando se é um vagabundo de rua numa noite e na seguinte você vende um quadro pra Debbie Harry e depois passa a valer milhares e ser exposto em galerias de toda parte. Abs e valeu pela dica!
E o melhor: os quadros são demais. Nunca achei que ele fosse só hype, como dizem alguns…
É mesmo! Viu aquele sketch em que ele dá um direto num artista almofadinha da cena de então? Ele foi vender os postais pro Warhol, numa mesa de restaurante. Com certeza, vou procurar conhecer mais pinturas dele!
Não deixa de ser engraçado perceber como os documentários parecem fazer jus ao período retratado, talvez mais que propriamente aos artistas em si. Tenho pelo menos um amigo que viveu e abraçou como causa própria o período pós-punk e essa despretensão parece típica desse momento da cena pop, onde música, cinema, literatura e pintura pareciam andar de mãos dadas, interagindo e interferindo umas com as outras direta e indiretamente; o mesmo se dá com essa geração à qual Murphy se afilia e da qual parece querer ser porta-voz: gente que muito fala e pouco faz.
o filme de 1996 parece bem fiel a historia, e o Bowie de Warhol ficou sensacional!
Tava lendo sua critica do doc do LCD Soundsystem. Gosto da banda mas o doc me passei e terminei não assistindo. Mas conheci o James Murphy em um bar aqui em NY e ele não foi a mala que vc pintou. Muito pelo contrário, ele foi extremamente simpático. Até comentou que gosta muito do Sepultura e que é amigo do pessoal da banda
Podia ter falado isso nom filme, em vez de ficar posando de dândi.
Acho LCD uma banda chata e superestimada. Agora o documentário do Basquiat avisarei minha esposa que é professora de artes e gosta do trabalho do cara.
Um comentário fora do tópico, começando com uma noticia do UOL:
“Festival que passa por 6 capitais terá Red Hot em BH e no Rio e Stevie Wonder em SP e Brasília”
Barça, o que está havendo? Por que essa mania desses festivais longos, cansativos, em locais péssimos onde só quem paga o famoso “setor VIP” consegue ver alguma coisa (e olhe lá…)???
O que houve com os shows de um artista só, nas boas casas adequadas, até mesmo nas que ainda existem (nem tão boas assim…)? Por que temos agora que agüentar uma onda de Woodstock cheias desses “hipsters” que acham lindo ficar a 1000 metros do palco se lambuzando na lama e pagando 300 reais num hot dog malfeito, numa “empreitada” de 580 horas, em vez de assistir a um show do Stevie Wonder, por exemplo num Credicard Hall que seja, num Espaço das Américas que seja…não dá mais pra assistir show nessa cidade!
Desculpe pelo desabafo…
Fora do tópico: Barça, aqui vai um link do NY Times sobre o Aristides de Sousa Mendes, caso vc não tenha lido ainda. A foundation is trying to bring recognition to Aristides de Sousa Mendes, a diplomat who helped thousands of people to escape Nazi persecution and later died in poverty. http://www.nytimes.com/2013/07/10/world/europe/in-portugal-a-protector-of-a-people-is-honored.html?pagewanted=all
Mais um pra sua lista dos que morrem aos 27 anos?
olha isso que lindo!!!
http://www.youtube.com/watch?v=T5LbYqcrB_U
Sempre que leio sobre Basquiat me vem à cabeça Hélio Oiticica, seus parangolés e as colagens de cocaína em telas.
Agora, Shut up and play the Hits, onde foi mesmo que ouvi isto? Ah, Shut Up’n Play yer Guitar, de um tal de FZ.
Um cara que pegava a Madonna merece todo o meu respeito.