Tirem as crianças da sala, chegou Al Jourgensen!
12/07/13 07:05Semana passada, escrevi aqui no blog que a biografia de Nile Rodgers, “Le Freak”, havia batido todos os recordes de histórias insanas de drogas, sexo e niilismo.
Esqueçam o que eu disse: chegou um livro que faz a história de Nile parecer a de um escoteiro: “Ministry: The Lost Gospels According to Al Jourgensen”, autobiografia de Al Jourgensen, líder dos grupos Ministry e Revolting Cocks.
Escrito em parceria com o jornalista Jan Wiederhorn, o volume de Jourgensen traz algumas das histórias mais escabrosas e absurdas que já li. É uma barbaridade atrás da outra.
Jourgensen nasceu em Cuba, em 1958. Seu nome verdadeiro é Alejandro Ramirez Casas. Sua mãe tinha 16 anos e o pai prontamente sumiu. Al veio com a família para Miami, fugindo de Fidel Castro, e acabou em Chicago.
Adolescente, começou a tomar gosto por música, drogas e confusão. Obcecado pelo classic rock de Led Zeppelin, ZZ Top e Pink Floyd, virou um vagabundo em tempo integral, matando aulas para fumar maconha e cheirar cola. Fugiu de casa inúmeras vezes e chegou a ser internado em um manicômio, onde recebeu eletrochoques e, segundo o próprio, se esbaldou ao visitar uma ala reservada a jovens ninfomaníacas e perturbadas.
O livro conta a trajetória musical de Jourgensen, desde as bandas amadoras de rock na universidade – onde sobreviveu vendendo cocaína e anfetamina para os colegas – ao início de sua paixão pela música eletrônica na gravadora Wax Trax, de Chicago.
O Ministry, banda que ele fundou no início dos anos 80, começou imitando New Order e Depeche Mode, fazendo um som dançante e acessível, depois deu uma guinada e começou a incorporar guitarras barulhentas às batidas eletrônicas. Foi Al que misturou o som industrial ao thrash metal, tornando o Ministry um sucesso em todo o mundo com álbuns extremos como “The Mind is a Terrible Thing to Taste” e “Psalm 69”, influenciando Nine Inch Nails, Tool, Slipknot, Linkin Park e tantos outros grupos.
Al Jourgensen deveria ter o corpo estudado pela ciência. Perto dele, Lemmy e Keith Richards são exemplos de comedimento. Já sofreu inúmeras overdoses, foi internado pelo menos uma dúzia de vezes, esteve envolvido em incontáveis desastres de carros e motos, e viu, segundo o livro, ao menos dez amigos próximos abraçarem o capeta.
É impressionante a capacidade que ele tem de estar perto da morte. Os companheiros Jeff Ward (Lard) e William Tucker (Ministry) cometeram suicídio; Mike Scaccia e Paul Raven, ambos do Ministry, morreram de ataques cardíacos antes de completaram 50 anos; o amigo e colaborador El Duce (Mentors) morreu atropelado por um trem enquanto fazia saudações nazistas para o condutor. Al estava no palco do Viper Club, em Los Angeles, enquanto River Phoenix morria de overdose na calçada, e fazia um show no clube ao lado de onde o amigo Dimebag Darrell, do Pantera, foi morto a tiros. Isso sem contar as inúmeras groupies que sofreram overdoses e a partida de amigos como Timothy Leary e William Burroughs.
Al teve o dedão do pé amputado depois de usar, por dias, uma bota onde havia deixado uma seringa cheia de heroína. Estava tão anestesiado que nem percebeu que a agulha necrosou seu dedo.
Uma da melhores histórias do livro é sobre Burroughs, com quem Al teve uma longa amizade. Uma vez, no aniversário do escritor beatnik, Al resolveu surpreendê-lo e marcou uma apresentação exclusiva do circo de freaks de Jim Rose, especializado em suspensões, pirecings genitais, e que contava com um “artista” que levantava pesos com os testículos.
Burroughs parecia entediado. “O que foi, Bill, não está gostando?”, perguntou Al. “Isso é coisa de criança”, respondeu Burroughs. “Uma vez, no Marrocos, vi um homem que engolia três serpentes de cores diferentes, daí você escolhia uma cor e ele regurgitava a serpente certa. Aquilo sim era um show!”
Al morou com Timothy Leary por dois anos e foi cobaia de experiências com drogas conduzidas pelo papa do LSD. Na época, Leary vivia confortavelmente na Califórnia, bancado por amigos milionários. “Você sabe que é um sucesso quando as pessoas te pagam apenas para você ser você mesmo”, disse Leary a Al.
O livro tem histórias hilariantes com Madonna (Al cismou que ela cheirava mal e torturou a cantora com insinuações sobre seu odor corporal), Courtney Love (Al e Mike Scaccia passaram uma turnê inteira roubando pacotes de heroína do quarto de Courtney, até que ela, assustada, aceitou fazer sexo com ele), Fred Durst, do Limp Bizkit (Al ganhou uma grana preta para mixar uma música do grupo e disse a Durst que, para cantar igual a ele, Durst precisaria usar seu chapéu de caubói e gravar pelado, o que Durst imediatamente fez) e Ice Cube, a quem Al perseguiu, pelado, no camarim do Lollapalloza.
Isso sem contar lendas medonhas envolvendo sanduíches de peru defumado e o grupo The Cult, a noite em que Al e amigos viraram o trailer do Slayer dentro de um rio congelado, o “rito de iniciação” de um jovem roadie chamado Trent Reznor, Al atirando com uma pistola 22 no chão e obrigando Jello Biafra a dançar para não ser atingido, sexo com uma groupie esquelética e purulenta que, anos depois, Al descobriu ser Marilyn Manson, Gibby Haynes, do Butthole Surfers, fugindo da polícia e esquecendo de jogar fora o cachimbo de crack que segurava, El Duce tentando agarrar a sexagenária mãe de Al, uma festa de Natal da família Jourgensen onde Al e a filha de 7 anos passaram a noite vendo “Scarface” e sexo grupal envolvendo universitárias, Al, e o septuagenário Timothy Leary.
Sascha Konietzko, do grupo KMFDM, conta que ele e os roadies odiavam tanto Chris Connely, vocalista do Ministry, que se vingavam regravando os samples que Connely usava nas canções. “No último show da turnê, Chris tinha que disparar um sample com a frase ‘Kill, kill, kill! You will not kill!’ (na faixa “Thieves”); nós gravamos no lugar alguém dizendo ‘Por favor, quero um frango assado pra viagem!’, você tinha de ver a cara de Chris quando ele apertou o botão e o público todo ouviu o pedido da galinha. Al achou aquilo hilariante.”
Confesso que fiquei surpreso com as opiniões venais de Al sobre Paul Barker, seu companheiro no Ministry por 17 anos. Barker é descrito como um aproveitador sem talento, que não colaborou em quase nada com a banda. Al diz que ele é quem fazia todo o trabalho no estúdio e que Paul só colhia os louros.
Tive a sorte de ver algumas sessões de mixagem de “Psalm 69”, em 1991, e minha lembrança é bem diferente: os dois pareciam parceiros. Lembro que era Paul, inclusive, que estava na mesa de mixagem, testando efeitos e sugerindo mudanças.
O negócio agora é aguardar o livro de Paul Barker.
Al Jourgensen é um personagem lendário da cena underground. Considerado o Pai do Metal Industrial, Al (também conhecido como Alain Jourgensen, Alien Jourgensen, Hypo Luxa, Dog, Alien Dog Star e Buck Satan) é a figura central do Ministry, banda que fundou no começo dos anos 80 inicialmente tocando New Wave Synthpop e que logo se transformou em uma forma densa e pesada de musica dançante mas passando longe de ser Musica Pop.
Porra até parece que o cara é o Charles Manson.
Dentre todas as loucuras do Jourgensen não me parece que tenha matado ou prejudicado seriamente alguém, a não ser talvez ele mesmo.
Ninguém aqui está fazendo propaganda do estilo de vida do cara.
O louco é ele. Foda-se.
O livro deve ser legal…
Sempre leio os comentários Me pergunto: Se não gostam do que o Barcinski escreve por que leem? Mas ai lembrei que esse povo são os pseudos intelectuais – indies – hipster- coxinhas que acham sabem tudo de literatura, musica e cultura e querem medir tudo e todos com sua régua blasé e insossa e ficam patrulhado e criticando quem tem opinião contraria ou gosto diferente dos deles!!!
Fábio: Nunca te ocorreu que as pessoas podem gostar de algumas coisas escritas por um determinado autor, mas não gostar de outras? Parece que sua visão é bastante maniqueísta e absurda a esse respeito: só se deve ler aquilo de que se gosta? Mas como saber se gosto, se não leio? Se não gosto, não devo opinar? Não gostar de uma determinada resenha escrita pelo Barcinski é o mesmo que não gostar de tudo o que o Barcinski escreve? De acordo com você, aqui deveria ser um espaço destinado apenas a comentários de quem curte o que o dono do blog escreve, fazendo jus ao termo “confraria”, é isso? Quanto a patrulhar a opinião dos outros, me pareceu que aqui rolou justamente o contrário. A “Confraria dos Tolos” repudiou tudo aquilo que se opôs à posição crítica do dono do blog. E os puxa-sacos de plantão, como você, sempre vêm ao rebote, para defendê-lo. É hilário, deprimente e constrangedor isso!
Renata, na boa, já deu. Tanto é verdade que opiniões contrárias não são repudiadas aqui, que você escreveu várias e eu respondi a todas. Mas você insiste em confundir discussão com repúdio ou “patrulha”.
Tá cheio de gente drogada que come merda e faz sexo bizarro com mendigos e animais campestres e se mastuba com peixe podre e come cabeça de rato cru com molho de leptospirose e cancer.
No entanto, não sabem fazer musica foda!
A verdade é que na maior parte do tempo pessoas como Al Jourgensen estão levando as coisas a sério, e focadas no trabalho/arte.
Considero muito mais perigosos e nocivos “ao comportamento humano e à moral e os bons costumes” esse povo coxinha que não sabe distinguir um relato de “apologia” do que doidões como Al Jourgensen. Até porque, tem que ser muito débil mental ler um livro desses e se influenciar ao ponto de fazer tudo o que ele fez, mesmo diante de tantas tragédias em meio às maluquices. Já encomendei meu e-book, assim como tenho o “Fix – The Ministry Movie” original em casa. E nem por isso injetei heroína. Mas, admito, a história de vida deste sujeito, a qual acompanho desde os fragmentos pré-Barulho publicados na Bizz, me estimula a ler mais, me informar mais e ser menos relapso ao mundo que me cerca, ao mesmo tempo em que temo pela força de gente supostamente patrulheira da moral e bons costumes. Estes sim são perigosos…
A propósito, indico também o livro do Chris Connelly, onde ele traça um perfil um perfil nem um pouco amoroso sobre Al Jourgensen (não é o tema central do livro, é bom frisar), ao mesmo tempo em que reforça tudo isso aí que o livro do próprio Al diz: http://www.amazon.com/Concrete-Bulletproof-Invisible-Fried-Revolting/dp/0946719950/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1373887236&sr=8-2&keywords=chris+connelly
E concordo com a geral aí que após o Dark Side of Spoon o Ministry ficou metal demais, perdeu o lado vanguarda de antes, ainda que compusesse grandes músicas. Por sinal, o troço deixou de ser assim após a saída do Paul Barker.
sugestao do proximo post: idolos hipters brasileiros domesticados. vai ser o maior sucesso!!!!!kkkkkkkkk
Esse DUCE não foi investigado como possível assassino do Kurt Cobain , contratado pela Courtney? passava direto num documentário no GNT. Quem ficou chocado com com o Al, Se você ligar a TV no Brasil ou sair na rua vai ver os moleques adoradores de funk e de rap que idolatram roubos, fuzilamentos sumários (‘assaltado que se mexe pede bala’, ‘militar bom morreu’). Dinheiro e sexo justificam tudo. Pronto. Viram, o Al Yourgensen é até careta, aqui qualquer um faz o que ele precisou ser rico e famoso pra fazer.
Foi sim, mas a acusação era ridícula demais e ninguém levou a sério.
Segundo o Doug Freel 70% do livro é pura ficção Jourgenseniana, e os outros % não passa do senso de humor exagerado de um junkie.
Gozado, muita gente disse o mesmo sobre o filme do Doug Freel: que ele não colocou nada sobre o processo criativo da banda e só se concentrou nas loucuras do Al. O próprio Mike Scaccia considera o filme “um lixo”.
Por falar no documentário, o Al sem toda aquela camuflagem (óculos, bandana, cartola…), é a cara do Almir Sater?!
rsrsrs, desculpe, mas estou gostando do bate papo / discussão, e não teve como não rir qdo lembrei do Almir Sater! ( Sem diminuí-lo, apenas comparando fisicamente).
Se tratando de depravação, nós sempre iremos nos surpreendemos com coisas que vem como vem a carniça para o abutre. É da humanidade ser atraído pela decadência. Olha a figura acima, vez por outra encontro com coisa parecida quando entro em um porão velho. Quanto de inseticida já não usei diante de seres cobertos por ferrões e anteninhas – sensores mil. Um bom messias isso sim é raridade hoje.
Misery loves company…
Por outro lado, pelos nomes dos discos da banda, pode ser que o cara estivesse tentando atingir a iluminação pelo boquete, assim como o monge Daruma o fez após anos contemplando um muro branco. Vai saber…
Com tantos traços de seres da veneração do induísmo, vai que chegue lá.
Só pelo papo de que o Barker ‘não fazia nada’ já desconfio que essa biografia é um monte de lenda para impressionar. Não boto fé no papo desse cara dando uma de ‘mais pirado da terra’.
Que tal ler o livro antes de tirar alguma conclusão?
É, rsrsrs, isso seria mais ‘esclarecedor’.abs
caraca!!!!nunca dei tanta risada vendo os comentarios rrsss. agora q vi. estava sem net. a unica coisa q posso dizer e q sou fan do ministry.o q o cara faz e problema dele. livro com otimas estorias. drogas estam inseridas na sociedade do mesmo jeito que babacas reacionario malas.quem tem medo da realidade vai asssistir carrossel. mais uma coisacoisa : al jourgesen e um genio.rrvolucionou o metal. arregacou com george bush.alguem fez isso com o lula? so pq o cara se droga seus filhos tb vao?cara…cresci com uma galera q curtia rock pesado e hj todo mundo cadado e com filho e ninguem cheira nem leva pico. todos sabem educar muito bem seus filhos.tenho um de 5. uma coisa e certa problemas sempre vao ter.ou vc encara ou vai assistir malhacao. barcinski!!! otimo texto e continue assim!!!!
Como seria bom se essa biografia fosse lançada aqui no Brasil com uma tradução decente.
Sei lá… mas como um cara que tenta acompanhar musica, não me surpreendeu as loucuras do Al. Se não me engano, bom tempo atrás na saudosa revista Bizz, o próprio Barça (não tenho certeza se foi ele mesmo) fez uma matéria com o Ministry, Helmet e Sepultura juntos em uma turnê. E desde lá vi uma porrada de historia sobre as doideiras do Al. Não entendo as criticas da moçada pra cima do jornalista, ele só reproduziu a real sobre um fucked up.
Fui eu que fiz sim, aquele foi um showzaço.
Viva os loucos xara!! Eles sao sempre mais divertidos!!! Otima dica!
‘Os sensatos têm mais que aprender com os loucos do que os loucos com os sensatos’ ,aumenta o som e não levem a vida tão a sério,vida longa aos loucos,viva essa confraria de tolos!
GG Allin e muito mais loko ..não tem nem comparação http://www.youtube.com/watch?v=Q9AvIpoV0ps&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DQ9AvIpoV0ps
Não dá pra botar fé em tudo que um junkie diz…especialmente a respeito de EX-parceiros…rs
Isso é verdade.
No princípio da década de 90 eu era um típico garoto metaleiro – algo como um Butthead tropical.
Rodando o dial, descobri um programa obscuro que rolava na madrugada. O locutor, um sujeito com forte sotaque carioca anunciou que rolaria Psalm 69, na íntegra, em primeira mão. Foi um choque. Para alguém criado a base de Megadeth e Metalllica, aquilo era entrar num outro mundo, numa outra esporreira.
Mas verdade seja dita: Depois de Psalm 69 a banda nunca mais foi a mesma. Depois que o Paul Barker saiu, parece que virou uma mera banda de metal moderno, a la Slipknot
André Veiga comigo ocorreu o mesmo… O Psalm 69 mudou minha forma de ver a musica pesada!!!
Quanta besteira preconceituosa, o fato do cara ter passado por situações escabrosas não torna a vida dele menos interessante, aliás pelo contrário é bem legal conhecer todos os tipos de seres humanos, mesmo sem concordar com o caminho de vida deles. Não acho que o texto tenha ficado pesado, muito pelo contrário foi um dos melhores que já, aliás gosto muito do Ministry, mas sou um cara com a vida totalmente oposta da dele. Roqueiros loucos sempre causaram esse impacto na sociedade, não sei como alguém se assusta com isso ainda.
Pra mim, esse gênero “literário” “junkie/crazy (semi-)rock stars biographies” é uma coisa menor, frívola, superficial, literatura vagabunda mesmo – meus parâmetros são os grandes da literatura e os filósofos, é do que gosto. Porém, me incomoda certa “patrulha do gosto” que, primeiro, confunde o apreço do jornalista pelo gênero com uma suposta apologia ou, ao menos, uma chancela das atitudes relatadas na obra. Ainda que o André, no presente caso, fosse um simpatizante ou mesmo um apologista da porralouquice, no texto, em nenhum momento, ele elogia ou incentiva esse tipo de comportamento. A segunda coisa é que se alguém, num texto jornalístico, expõe os podres de determinado personagem, isso pode até ser visto, segundo o caso, como mau jornalismo, sensacionalismo, superficialidade, o que for, porém, não necessariamente como uma afronta à moral ou como um ato deletério contra, sei lá, os jovens; fosse assim, notícias sobre, digamos, crimes e atos indecorosos cometidos por políticos deveriam ser evitadas, sob pena de isso influenciar os adolescentes. E mais: o André sequer relatou e/ou inventou as histórias, simplesmente reportou o que vai numa obra que está aí, publicada.
O melhor comentário até agora, sem dúvida!
acho que vc pegou o bonde errado. o que vc escreveu não faz o menor sentido quando o assunto é Al Jourgensen. recomendo a biografia do fiuk ou ivete sangalo.
Não peguei o bonde errado, não! Gostei do que Carlos Campos escreveu. Se você tem algo importante a dizer sobre o que ele escreveu, diga logo; do contrário, cuide da sua vida, não preciso de nenhuma recomendação de leitura.
Ué, se não precisa, por que lê?
Barcinski:
Em primeiro lugar, ler uma resenha de livro não necessariamente significa querer recomendação de leitura. Posso ter lido essa sua resenha por mera curiosidade, não necessidade.
Em segundo lugar, a minha resposta era especificamente para o Clodoaldo, que me recomendou a leitura da biografia do Fiuk ou Ivete Sangalo, o que considerei uma sugestão desnecessariamente provocativa.
Em terceiro lugar, não entendi a sua intromissão meio sem pé nem cabeça.
É possível a gente se manifestar neste seu Blog sem sofrer algum tipo de bullying? Ao que parece, não!
Ah, que gozado: discutir agora virou “bullying”. Fique tranquila que não vou mais responder a seus comentários, Renata, pra vc não se sentir intimidada, tá?
Renata, muito obrigado pelo elogio. Quanto ao tal Claudionor, é a outra face do que ele mesmo critica (no caso, os, sei lá, “bom-mocistas”): ele é o “paga-de-junkie”, apriorista bocó e maniqueísta caipira. Em seu (dele) mundo bidimensional, ou você gosta de histórias de “astros” do rock comedores de vômito ou automaticamente é um adorador de Xuxa e Restart.
Discordo que isso seja um gênero literário, literatura é uma coisa completamente diferente, mas nada impede que um livro retratando um rockstar seja um grande livro.
Ok, vá ler Homero e Cícero então. Certamente, você leu o “Satiricon” de Petrônio ou viu o filme. Na Roma Antiga, tudo ok enfiar um consolo de madeira envolto em um capa de couro e aspergido com ervas para curar a disfunção erétil do protagonista, sério? Também não tinha problema pegar a mulher do dono do navio que transportava a galera toda e usar um menor lindo para salvar a pele? E, claro, você com certeza se lembra de como os três engabelaram uma cidade inteira se passando por nobres ricos – também se lembra que Eumolpo foi jogado do alto do rochedo, como se fazia em Marselha?
Literatura clássica, parceiro. Tá lá. Um puta livro. Recomende praqueles que não gostam dos “grandes da literatura” e passe por literato sempre.
Seu comentário foi um exemplo perfeito de uma palavra sem tradução apropriada para o português: self-righteousness. Além de Petrônio, dê o “Decameron” de Boccaccio para seus filhos lerem – se é que você passou o gene pra frente. Outro monstro clássico, outro manual de putaria e malandragem. É literatura ruim também?
AB, será q daqui a uns 2000 anos gente como Jimmy Page, Keith Richards, Lemmy, Slash e Nikki Sixx serão grandes exemplos de arte clássica? Do fundo do meu coração, espero que sim.
Barça, parece que quando você escreve de música – e quando esta dá margem a assuntos “escatolo-correlatos” – os ouvintes do Garagem surgem das cinzas e os comentários aumentam de qualidade!
Incrível cara!
Parabéns!
Pois é, a fênix ressurge!
André, para não assustar a criançada, sugiro um texto mais leve ao estilo ” Al Jourgensen e sua turminha da pesada causando altas convulsões”….
…e se metendo em mil e uma trapalhadas!
Boa a ironia, mas o fato é que no texto há uma certa dose de entusiasmo, digamos assim, no lugar onde deveria haver ojeriza.
Não há não. Não há um elogio ou crítica a nenhuma das atitudes. Por favor, não invente “fatos” pra tentar corroborar a sua opinião.
Boa, Agilberto! Pessoas normais não ficam urrando de entusiasmo com essas histórias horríveis. No máximo ignoram ou sentem nojo! Não é normal ficar gritando por aí “Chegou Al Jourgensen o fodão! Tirem as crianças da sala!
Analfabetismo funcional é uma praga. Agora “tirem as crianças da sala” virou elogio. E quero distância de “pessoas normais”.
Quanta caretice! É óbvio que não há apologia nenhuma no texto. Trata-se de um relato sobre uma autobiografia. E se há algum entusiasmo, é porque o livro tem histórias fascinantes. Confesso que, embora tenha uma vida convencional, também me interesso por essas biografias de criaturas extremas. E não fico enojado quando leio ou assisto algm documentário sobre GG Allin, Iggy Pop, Gibby Haynes ou Al Jourgensen. Imagino que para parentes e amigos dessas figuras não deve ser nada fácil, mas como eu não tenho nenhum vínculo real com eles, não vejo motivos para ter crise de consciência. E, de mais a mais, a história do rock é contada pelos loucos, junkies, caras que viveram excessos de todos os tipos. E isso vem desde de Chuck Berry, Elvis e companhia. Não sejam ingênuos.
Eu não quis dizer que você corrobora esse tipo de coisa, longe disso. Eu apenas acho que o texto passa uma “leveza” ou “naturalidade” que considero inadequada. Ou seja, discordei da sua maneira de enfocar o assunto.
André, a culpa foi um lote de danoninho estragado que chegou na lancheira desse povo.
Explicando melhor: não há essa coisa de bom ou mau. Nesse assunto, eu apenas acho entendiante o que o Barcinski e seus discípulos acham interessante.
Acha tão entediante que escreveu uma dúzia de respostas. Se eu acho algo entediante, não perco meu tempo, ora.
Acho entediante o assunto propriamente dito, mas não desprezo uma discussão inteligente, quaisquer que sejam os motivos.
Rapaz, desconfio demais dessa autobiografia. Sempre fui fã mortal do Ministry (a ponto da minha primeira tatuagem ser o M da época do “Houses of the molé”), mas a banda pós-Barker virou um negócio sem propósito e sem personalidade alguma. Todas as empreitadas seguintes do Al Jourgensen (discos ordinários, coletâneas sem propósito, o filme sobre a banda que ainda não vi, seguidas separações e reuniões) me pareceram truques caça-níqueis para resgatar um passado glorioso, mas totalmente sepultado. Não consigo escutar nada que o Al grave hoje em dia, o cara virou um esboço mal feito e bufônico de si mesmo – ao passo que tenho curtido bastante os projetos atuais do Paul Barker. Mas mesmo assim leria o livro, só pra dar umas risadas.
Concordo! Só mesmo os mais fanaticos para continuarem ouvindo Ministry, o som não é mais o mesmo! A cada novo álbum foi deixando de lado o industrial, o humor negro e foi ficando mais trash, entrou numa de engajamento político anti-bush e foi perdendo a graça. Hoje em dia só escuto o som mais antigo, Ministry pra mim já acabou.
Assino embaixo dos dois comentários. Pra mim, o último grande momento do Ministry foi o “Dark Side of the Spoon”. Se teve coisa legal depois, não me lembro.
Também parei de ouvir por ali.
André, nao conheco p… nenhuma do Ministry – o que vc recomendaria pra começar a entender a banda? valeu!
Tem uma coletânea muito boa, Greatest Fits, acho um ótimo começo.
obrigado, vou conferir
O ministry foi uma das poucas bandas de metal pesado que a revista bizz comentava. E foi o unico disco que comprei por indicação da revista e gostei!
Tem certeza? Não teve capa com Sepultura? Metallica?
Lembro de ler do Gwar também.
Taí algo com o qual não concordo: “único disco que comprei por indicação da revista e gostei”. Conheci Grandaddy, Radiohead, QOTSA, Ryam Adams e etc., por indicação da revista, bandas que nunca me canso de escutar. Enfim… gosto é gosto!
Outra coisa: como se cria polêmica com pouco, não? Não há um só elogio, a menor referência que se poderia considerar elogio, no post, mas a ditadura do “politicamente correto”, atenta como urubus sobrevoando carniça, não perde oportunidade e, para embasar seus argumentos fajutos, distorce qualquer coisa que se diga, pra valer.
Eu sabia que ia dar esse tipo de polêmica. É verdade que drogas nunca é bom, mas acho que dá para levar no bom humor. Por exemplo, um colega meu chegou em casa tão doidão que dormiu e só conseguiu tirar metade da meia de um pé. Foi encontrado pelo irmão, sentado, com metade da meia dependurada e roncando feito um porco. O outro dormiu com um pedaço de pão pra fora da boca. Acho hilário quando esses malucos (Bowie, Steven Tyler, etc…) dizem que não se lembram de nada do que fizeram nos anos 70. Mas dessa vez o Barcinski errou um pouco a mão, ficou pesado o texto e consequentemente, sem graça (exceto o lance da Madonna, muito bom) e um tanto desagradável. Se bem que eu acho que metade do que está escrito não deve ser verdade. Eu tenho os dois discos citados e gosto demais do Ministry. Há algo deles depois que vale a pena? Eu parei de acompanhar a banda ainda no início dos anos 90.
Como assim, o texto ficou “desagradável”? O texto simplesmente lista histórias da vida do cara. Se ficou “desagradável”, culpe as histórias, não o texto, certo?
Exato, eu culpo as histórias e não o texto. É que uma coisa está ligada à outra e o texto acabou ficando desagradável de ler.
Concordo. Primeira vez que acho que errou a mão. Ficou pesado de ler. Crítica construtiva 🙂
Acho toda crítica construtiva. Mas não inventei nada, as histórias estão no livro. Se vc achou um texto sobre o livro “pesado de ler”, sugiro passar longe do livro.
Eu vou passar longe do livro não por ele ser pesado, mas por falta de interesse mesmo. Acabei de ler uma biografia da Billie Holiday, essa sim, pesada, mas no sentido mais humano do termo.
Ah, saquei: o Al Jourgensen gostar de heroína é lixo, mas a Billie Holiday gostar é poético e “humano”. Essa é boa. Já li a autobiografia da BH e a história é tão barra pesada quanto.
Acho que a da Billie é até mais barra pesada, mas em um outro sentido. Não se trata de julgar um ou outro, cada um faz o que quer da vida. Mas a história da cantora tem componentes dramáticos alheios à vontade dela. O estupro quando ainda adolescente, a miséria, a insegurança patológica e o estabelecimento, levada pela mãe, em um prostíbulo durante grande parte da juventude. Muito diferente da porralouquice desenfreada relatada no texto. Não estou julgando ninguém, mas que há diferenças nas histórias, eu não tenho dúvida. E só para deixar claro: para mim não há uma só pessoa no mundo que seja lixo.
Desculpe, mas vc não leu o texto então. O pai do Al largou a família, deixou a mãe de 16 anos sozinha, a família fugiu de Cuba para escapar da perseguição castrista, e Al foi internado e sofreu eletrochoques quando adolescente. Se vc acha isso só “porralouquice desenfreada”, então realmente não vamos concordar.
Tudo bem, analisar psicologicamente pessoas tão distantes da gente é problemático, mas eu acho que a relação entre as loucuras da cantora e sua infância catastrófica é muito mais evidente quando comparadas às atitudes (que considero frívolas) do líder do Ministry.
Ah sim, Agilberto, você só “esqueceu” que o sujeito perdeu vários amigos e colaboradores para drogas e tiros. Isso estava no meu texto, mas, aparentemente, vc não levou em consideração na hora de emitir uma opinião sobre UM LIVRO QUE NÃO LEU! Mas vc deve achar isso “frívolo”, certo? Pra mim já deu. Tchau.
E olhe que desta vez nem houve menção ao “glorioso” episódio em que o tal Jourgensen quebra a concorrência no negócio de pagar boquete num banheiro de parada de ônibus!
Tem comentarista aí dizendo que lê essas histórias por vontade de fazer igual ao junkie doidão, mesmo sem ter “coragem” para tanto… Pergunto: queriam fazer tudo MESMO? Queriam quebrar a concorrência desse jeito aí?
Eu estou completamente fora!
Quanto mais desagradável, mais legal a história é.
Conversa cultural moderna:
— Acho que o mais louco de todos é o boqueteiro de parada de ônibus do Ministry.
— Que nada — responde o outro — mucho loco mesmo é o Ozzy Osbourne!
— Esses novatos não sabem de nada — intervém o terceiro — foda mesmo é o Jerry Lee Lewis, que tomou mais drogas e fez mais merdas que esses dois juntos!
— Músicos são doidões de segunda linha. Foda mesmo era Charles Bukowski, que bebeu um volume equivalente ao Loch Ness, com dinossauro e tudo!
E assim vai…
Deixa o Bukowski em paz!
Não leve a mal. Gosto do que ele escreveu. “Misto Quente” é um livraço. Tem contos ótimos também.
Minha crítica é que muitos deixam de lado a qualidade da literatura dele para falar de seus porres pantagruélicos, o que me parece besteira…
“Um leitor vive mil vidas antes de morrer. O homem que nunca lê vive apenas uma.” Citação do quinto livro das Crônicas de Gelo e Fogo do George R.R. Martin. (Guerra dos Tronos).
Vi muita gente abaixo te criticando pelo texto por uma suposta apologia ao comportamento do Al Jourgensen. Que bobagem e que pena.
Não é porque gostamos de um certo tipo de livro que idolatramos ou concordamos com o personagem, seja ele fictício ou não.
Acho que é mais para o oposto, ler uma história que não tem absolutamente nada a ver com a nossa vida nos mostra o quanto o ser humano é maluco e quão diferente pode ser de nós mesmos. Isso nos coloca naquele ambiente sem precisamos experimentar na prática aquilo que lemos.
Eu, por exemplo, gosto de HQ, literatura fantástica e policial. Gosto de biografias também, mas num segundo plano.
Nem por isso, agora que o Super Homem voltou, vou vestir um uniforme azul, com uma cueca vermelha pra fora da calça e sair por aí. (se bem que tem quem goste…)
Quem te lê aqui sabe bem o tipo de vida que você leva. Achar que o texto é uma apologia as drogas ou a um tipo de vida maluca é puro analfabetismo funcional.
Presumo que os leitores consigam diferenciar interesse jornalístico de apologia.
Pois é, acho que a maioria dos seus leitores consegue. Mas tem alguns que não.
E nem acho que é só interesse jornalístico, pois qual o problema de pessoalmente alguém gostar de um livro assim?
Mas o que muita gente não entendeu é que gostar da história não significar gostar das atitudes.
A propósito, literatura de fantasia como Senhor dos Anéis e Guerra dos Tronos não é sua praia, né?
Cara, nunca li Senhor dos Anéis, não tenho nem como opinar. Não gosto muito desse tipo de literatura, não é minha praia.
Este livro parece ser bem mais interessante: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/mg/2013-07-12/holocausto-brasileiro-60-mil-morreram-em-manicomio-de-minas-gerais.html
Tô com esse na fila, parece interessante. “Mais” interessante não sei, até porque comparar livros de temas tão diversos me parece impossível.
Rapaz, eu fiquei impressionado demais com essa história…
Acho que o próprio “Capeta” iria ficar chocado ao saber das histórias desse cara quando for recebê -lo lá! 😛
Barça, será que teremos edição traduzida?