“A Fantástica Fábrica” não envelhece
16/07/13 07:05Uma das grandes alegrias de ter filhos pequenos é poder dividir com eles filmes e discos que marcaram sua infância.
Dia desses, fizemos uma sessão de “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (1971). Foi uma revelação não só para os pequenos, mas para nós, pais, que não víamos o filme há muitos anos.
Algumas imagens estavam gravadas em minha memória: os Oompa-Loompas andando e dançando pela fábrica; o glutão Augustus Gloop caindo no rio de chocolate e sendo sugado pela tubulação; a desobediente Violeta Beauregard inchando como um balão ; Charlie e o avô, Jack, flutuando depois de tomar um gole do refresco Wonka.
Mas não lembrava – ou era jovem demais para entender – vários trechos que, revendo agora, achei sensacionais.
Não tinha memória do trambiqueiro paraguaio que falsifica o cupom dourado para ganhar o concurso, ou da cena em que um carregamento de chocolates Wonka é levado para a Casa Branca.
Também não lembrava que o filme era tão psicodélico, especialmente na sequência em que Willy Wonka leva os visitantes para um passeio de barco e o cenário vira um pesadelo lisérgico, com imagens de grandes lagartos e insetos.
Outro aspecto interessante do filme é a crítica ao consumismo e à televisão, como o número musical em que os Oompa-Loompas dizem que ler é bem melhor que assistir à TV.
É curioso ver a reação de crianças “modernas” a um filme de mais de 40 anos. Minha filha, que tem cinco, chorou de tristeza quando Charlie abriu uma barra de chocolate e não achou o cupom dourado, e de alegria quando o menino finalmente encontrou o prêmio; ficou com muito medo do enigmático Sr. Slugworth, adversário de Willy Wonka, e adorou a cachoeira de chocolate, um cenário que, hoje, parece tosco e mal feito, comparado aos milionários efeitos de computação de filmes atuais.
Outra diferença marcante entre os filmes infantis antigos e os atuais é o volume. Acho a maioria dos filmes recentes barulhentos demais, cheios de efeitos sonoros de videogame, altos e intrusivos. Apesar de ser um musical, “A Fantástica Fábrica de Chocolate” é mais calmo, inclusive com momentos de silêncio absoluto, que “desaceleram” a narrativa e fazem a criança prestar ainda mais atenção à história.
“A Fantástica Fábrica de Chocolate” já entrou para o Top 3 aqui de casa, junto com “O Mágico de Oz” e “Em Busca do Ouro”.
André,
Fiz o mesmo com a minha filha, quando há alguns anos achei o filme para comprar. Já assistimos incontáveis vezes e comparamos a assistimos a versão do Tim Burton, que aliás a minha filha adora os filmes dele.
Abraço
E os da Disney? Mogli pra mim é imbátivel, foi o primeiro filme que vi na vida, aos 5 anos, me lembro até hoje de estar com meus pais em um cinema em Santos (embora é mais provável que a memória esteja me enganando). Até hoje as músicas estão na minha cabeça, “só uso o necessário…”. Se fosse dar dicas de leitura, me lembro dos manuais Disney (ótimos pra conhecimentos gerais), Monteiro Lobato (a primeira vez que ouvi falar em Ulisses e a Odisséia), uma coleção da Abril em capa dura que tinha “A Ilha do Tesouro”, entre outros e uma coleção do Julio Verne que ganhei do meu tio. “O farol no fim do mundo”, me lembro até hoje. E tem a versão das 20.000 léguas no cinema. Isso pra quando seus filhos estiverem maiorzinhos, claro. Vou fazer com os meus, não sei se vai dar certo.
ops, imbatÍvel. Talvez empate com Pinóquio.
Adoro esse filme e tive a mesma impressão quando assisti há uns anos atrás… impressionante como algumas sequências são meio dark e lisérgicas. Sem contar que o cenário coloridão da fábrica e os próprios Oompa-Loompas são meio assustadores. O negócio influenciou até o Marilyn Manson, que fez um clipe totalmente baseado no filme, pra um dos seus primeiros singles, “Dope Hat”. E, como alguém aqui já sugeriu, outro filme muito legal dessas reprises de clássicos da Sessão da Tarde era As Sete Faces do Dr. Lao!
Nunca consegui assistir esse filme inteiro, para mim era como se fosse um filme de terror infantil.
Em tempo, mas eu adoro o episódio de Futurama em que eles homenageiam/parodiam esse filme.
André, curioso você falar sobre essa coisa de rever algo e entender coisas que quando criança a gente não entendia. Eu estava revendo o Chaves outro dia (não sei o que você acha do seriado mexicano) e percebi que o sucesso é justamente pelas piadas serem de uma ingenuidade incrível. O episódio todo girava ao redor de uma briga do Sr. Madruga com a Dona Florinda porque um varria sujeira da vila pra porta do outro. Quando criança eu não percebia o chroma key horroroso e tudo mais, mas o engraçado é que 20 anos depois ele ainda não me incomoda. A leveza das histórias prevalece! Abs!
Andre, tivemos essa mesma surpresa aqui em casa com o Castelo Ra-Tim-Bum e o Sitio do Pica Pau amarelo.
Minha filha assistiu pela primeira vez na semana passada qdo o avo trouxe uns DVD’s para ela.
A forma tem bem menos apelo do que o conteudo, sem duvida.
No 90’s existiu uma banda chamada Veruca Salt, que era bem parecida com Pixies. O nome é retirado da personagem do filme. Clássico da Sessão Da Tarde
Tem também a ótima banda Wonkavision, de Curitiba.
“Acho a maioria dos filmes recentes barulhentos demais, cheios de efeitos sonoros de videogame, altos e intrusivos.”
Acredito piamente que é por isso que muitos dos grandes clássicos infantis tem vida tão longa.
Por mais que eu goste da dupla Burton/Depp, a refilmagem não passa de um convite (bem caro, por sinal) para que se assista o original.
Fica a dúvida: estas produções modernas, todas com ridículo excesso visual e sonoro, são feitas para crianças com déficit de atenção ou… provocam o nascimento de uma nova geração de crianças que sofrem desse mal?
Para mim a dupla Burton/Depp só funcionou em Edward Mãos-de-Tesoura e em Ed Wood, este último, para mim, o melhor filme de Burton.
adoro a “Fábrica”, junto com Mágico de Oz, um dos meus filmes prediletos até hoje.
Pra mim esse é top 5 da Sessão da Tarde, junto com Dr. Lao, Os Órfãos, Rei dos Reis e Pássaro Azul (este último, apesar de ser um dos filmes mais deprimentes já feitos para crianças, é inesquecível).
Também assisti esse filme com meu filho pouco tempo atrás. Ele também adorou. Aliás, ontem mesmo assisti um “clássico” dos anos 80, o “Gremlins”. Meu filho só faltou querer entrar dentro da tela de tanto que se divertiu. Aquele história de cuidar bem de seus presentes cativa mesmo as crianças. E de certa forma rever esse filme depois de tanto tempo também foi um choque para mim. Ano que vem ele completa 30 anos do seu lançamento!
É verdade, eu assisti essa versão de 71 acho que no ano 2000, ou um pouco menos. Cara, não via desde a infância e também fiquei surpreso com o filme, a narrativa, o timing. Cinema de primeiríssima!
Eu assisto a esse filme a cada 2 anos mais ou menos e não me canso. Cai na besteira de ver a refilmagem do Tim Burton, cara, que horror. E pelo visto Gene Wilder também não gostou:
http://www.huffingtonpost.com/2013/06/14/gene-wilder-charlie-and-the-chocolate-factory_n_3441496.html
Lembro que, quando pequeno, me impressionava e até me incomodava com a crueldade do Willy Wonka em relação às crianças.
Verdade, o filme tem um humor negro surpreendente também.
Snoopy, e Charile Chaplin e os filmes da Disney com o Zé Carioca são preciosidades que meu filho de 7 gosta muito. Eu mostrei a “fábrica” aos 5 mas ele não se interessou. Vou tentar novamente.
Já disse uma vez e repito: a melhor estratégia para seu filho não se alienar ao consumismo é rechear de desenhos fora de época. E ainda mais com essa turma que ainda traz um monte de assuntos interessantes no conteúdo: Charlie Brown, Tom & Jerry, Coiote, Papa Léguas, Frajola e até o Mister Magoo!
Ah, e é verdade, esqueci do Charles Chaplin. Minha filha de 6 anos nunca riu tanto ao assistir “Luzes da Cidade” e “Tempos Modernos”
Acho “Em Busca do Ouro” mais fácil para crianças entenderem.
Ah, tá faltando aqueles filmes, geralmente de dois rolos, de Mack Sennett, os Keystones Cops.
Assistimos muito a Buster Keaton.
E como o Gene Wilder era genial nessa época. Recentemente assisti ao Jovem Frankenstein e ele está brilhante, achei o filme mais engraçado que 99,9% das comédias feitas hoje. Bom demais.
E Banzé no Oeste? Muito hilário…
Sempre achei o Gene Wilder muito engraçado.
A participação de Gene Wilder em O pequeno Príncipe também é ótima. Aliás, um bom filme para crianças.
Wilder é incrível. Além dos citados, ainda tem as parcerias com Richard Pryor e o hilário “A Dama de Vermelho” com a musa Kelly LeBrock.
Apresenta para a sua filha também o filme As 7 Faces do Dr Lao.
Eu adoro, mas acho que ela vai se assustar, não?
Que nada, o meu filho tem 4 anos e deu muita risada.
Vou tentar então.
Pera lá rapa, ela e muito nova. Assisti uma vez com uma galera, tinha uma criança que ficou 1 semana lembrando da Medusa.
Grande filme.
Esse filme marcou minha infância. Batia ponto na sessão da tarde ( bons tempos ). E experimentei uma decepção danada quando fui ver a versão do Tim Burton. Achei-a barulhenta e o Depp não chega aos pés da interpretação do Gene Wilder. Uma decepção semelhante quando fui o ver o primeiro Hulk do Ang Lee, tendo como referência a série de tv dos anos 70.
E a versão com o Johnny Depp? Não curtiu?
O que eu gosto da versão 2005 é o reencontro com o pai dele (Christopher Lee), anos após, no consultório. Isso não tem na versão com o Gene de 1971. mas é a melhor coisa.
Teve uma propaganda que até plagiou esse final, só que ao invés de dentista, o rapaz vai à barbearia reencontrar o pai.
Achei ok, mas a original é muito mais bonita, acredito.
Acho que o grande pecado do Tim Burton foi alterar as musicas dos Oompa-Loompas. Tem coisas que não se mexem…RS.
Sim, também prefiro. Só acho que esse final de 2005 é muito bonito, mas de resto também acho que a de 1971 funciona melhor.
Goonies é uma ótima pedida para essas sessões…
Aliás, me estranha não terem pensado em fazer uma versão 3d para estragar esse filme…
A versão de Tim Burton também é excelente, mais fiel ao livro de Road, o que é compreensível pois na época do primeiro filme os recursos eram limitados (tanto que a cena dos esquilos, do livro e da versão 2005, na versão 71 virou a cena dos gansos). Quem fala que a versão de Burton não presta deveria prestar mais atenção ao que assiste, tenho 41 anos e via o de 71 n vezes na sessão da tarde, marcou minha infância, mas o de 2005 me cativou da mesma maneira pelo capricho da produção e respeito com a obra original.
Concordo plenamente…gosto dos 2 filmes…eles não se anulam, pelo contrário…o roteiro do primeiro fugiu do livro mas a história é mais bonita e as músicas maravilhosas, o segundo filme foi mais fiel ao livro, resgata mais valores familiares…acho bonita a mensagem final onde o Willy Wonka dá a fábrica pro Charlie mas ganha uma família…
Adoro o Tim Burton. É que o pessoal tem essa mania: pra elogiar alguma coisa tem que criticar outra. Prefiro o original mas gosto do novo tembém.
Não sou fã de filmes musicais, mas A Fantástica Fábrica de Chocolates, Mágico de Oz e Mary Poppins são ótimos. Sem contar que a versão antiga Fantástica Fábrica de Chocolate tem a participação do Gene Wilder.
Muito bom mesmo! Eu queria colocar o “Mágico de Oz” pra assistir com meu filho de 4 anos, mas não sei se el vai curtir, tem aquela cena dos macacos voadores que até eu fico com medo, não sei se ele não vai ter pesadelos depois, ehehe!
Coloque o “Mágico de Oróz”. Bem melhor.
Eu gosto das duas versões, a de 1971 acho bem melhor, mas a de Tim Burton é ok. Como cheguei atrasado, eu li o texto e os comentários sobre Al Jourgensen e gostei de tudo, inclusive do debate. Eu fiquei pensando em uma biografia do líder dos Swans…com aquela musiquinha tranquila… Abraço Barça.
Filme que marcou a infância de muita gente, o curioso é que quando era criança não gostava do filme. Quando assisti ao filme novamente, mas já adulto, me diverti muito e percebi que é um grande filme.
André, se possível faça um post sobre o filme “Os Rebeldes” com Steve McQueen.
Um abraço.
não vejo a hora de poder rever todos estes clássicos com meu pequeno que ainda tem poucos meses, mas nas madrugadas com cólicas, já “assistimos” partes de american grafitti, uma noite de aventura, que vale pela beldade elizabeth shue, entre outras velharias.
André, não faltou mencionar que “a fantástica fábrica de chocolate” ainda inspirou o nome da banda Veruca Salt que é a menina riquinha e intragável do filme. Confere?
Verdade, o nome da banda foi tirado do nome da maleta.
Via muito Veruca Salt no Gás Total… saudade quando a MTV era sobre música…
A baixista do Veruca Salt está tocando com o Smashing Pumpkins. No show de 2009 em SP deu pra ver de perto as belas pernas da moça.
Fala, André! Esse filme marcou minha infância também. Me lembro que passou muitas vezes no Cinema em Casa, do SBT. Muito legal você poder compartilhar isso com sua filha. Espero que quando eu tiver filhos, possa fazer o mesmo.
O mais impressionante é a clara crítica aos pais permissivos demais.
Me lembro bem quando, com mais de 20 anos, revi o filme e senti um terror absurdo com a cena da Veruca sendo cercada pelos castores escolhedores de nozes. Aquilo me dá arrepios até hoje.
tem que fazer sessão de Cantando na Chuva, Mary Poppins e os Muppets também.
Os Muppets ela já viu e adora.
caramba, eu estava mesmo namorando o bluray dele pra minha colecao e agora voce me convenceu :). — ps: a refilmagem é vergonhosa.
Fala André, assisti muito este filme na sessão da tarde quando era criança.
Hoje meu filho está com 4 anos e assistimos este filme juntos a uns 2 anos atrás, numa viagem na para a praia, como estava chovendo muito levei o DVD e coloquei para ele assistir para passar o tempo, até hoje ele assisti, ainda comprei a versão do Tim Burton (que também acho muito legal), mas a favorita é a mais antiga.
Agora ele esta na fase do Pernalonga, achei uma coletânea de desenhos antigos do orelhudo e é impressionante como estes desenhos não envelhecem de tão bons.
Abrs.