Livros celebram clássicos do Cinema Nojo: “Evil Dead” e “O Massacre da Serra Elétrica”
17/07/13 07:05A editora brasileira Darkside Books, especializada em terror e fantasia, está lançando dois livros imperdíveis para quem gosta de cinema extremo: “O Massacre da Serra Elétrica”, de Stefan Jaworzyn , e “Evil Dead: a Morte do Demônio”, de Bill Warren.
Os volumes trazem entrevistas com os diretores, equipe e elenco, além de apreciações críticas dos filmes. Ambos são lindamente ilustrados, com fotos dos filmes e de bastidores das filmagens, pôsteres e reproduções dos roteiros originais. Coisa fina, para fãs de verdade.
Se você já viu os filmes, as pesquisas de Jaworzyn e Warren revelam detalhes e curiosidades surpreendentes; se não viu, é uma boa desculpa para conhecer duas das produções mais influentes e marcantes do cinema de horror dos últimos 40 anos.
“O Massacre da Serra Elétrica” dirigido pelo americano Tobe Hooper em 1974, é um marco do gênero “jovens estúpidos encontram assassinos seriais em locação remota”. Cinco amigos, em visita ao Texas, acabam vítimas de uma família de canibais liderada pelo sádico Leatherface.
Hooper tinha 21 anos quando decidiu fazer o filme. Era do Texas e conhecia bem o senso de isolamento de comunidades remotas do Estado, que pareciam viver à margem da sociedade e onde discussões ainda eram resolvidas na bala ou na foice.
Parcialmente inspirado no assassino serial Ed Gein, que também foi o “modelo” do Norman Bates de “Psicose” e do Hannibal Lecter de “O Silêncio dos Inocentes”, Hooper criou o personagem Leatherface, um maníaco que ataca pessoas com uma serra elétrica.
Quando o filme foi lançado, os Estados Unidos ainda estavam em meio à Guerra do Vietnã e a um período de total desconfiança no governo e nas instituições. Hooper decidiu divulgar o filme como uma “história real”, usando o argumento de que, se o governo poderia mentir para o país sobre a guerra, ele poderia muito bem contar uma mentirinha sobre um filme.
Deu certo: feito com menos de 300 mil dólares, rendeu, só nos Estados Unidos, cem vezes mais, puxado por uma campanha de divulgação sensacionalista e por intenso boca a boca. Ainda hoje, “O Massacre da Serra Elétrica” é uma experiência intensa. O filme tem um ar documental que o torna ainda mais escabroso e assustador.
Já “Evil Dead”, dirigido em 1981 por Sam Raimi, 22, retoma o cenário de “O Massacre” – cinco estudantes em uma cabana perdida na floresta – mas com uma novidade: os vilões são eles próprios, possuídos por demônios.
Duas das paixões de Raimi – os livros de horror de Lovecraft e as comédias dos Três Patetas – foram as grandes inspirações de “Evil Dead”. A filmagem foi um martírio. Com um orçamento ridículo – 90 mil dólares – as condições de trabalho eram as piores possíveis: morrendo de frio, a equipe teve de queimar móveis para se aquecer, e várias cenas foram filmadas com a câmera amarrada a uma bicicleta para simular a fluidez de uma “steadycam”. O resultado foi tosco, porém engenhoso.
Além de revelar Sam Raimi e o ator Bruce Campbell, o filme marcou um dos primeiros trabalhos no cinema de Joel Coen, que trabalhou como assistente de montagem.
“O Massacre da Serra Elétrica” e “Evil Dead”: dois filmes baratos, com efeitos especiais de quinta, elencos amadores e dirigidos por moleques de vinte e poucos anos. Hooper e Raimi são prova de que talento sempre importa mais que orçamento.
Esses filmes são mesmo as jóias da coroa dos nichos terrir e psicopata massacra adolescentes. Como lembraram, outro que desenvolveu um subgênero foi o espetacular holocausto canibal do deodato, tão barato que os caras devem ter corrido risco de serem presos, holocausto canibal quanto mais velho mais politicamente incorreto fica.
Barça, tô pesquisando os filmes da Criterion, e um muito estranho, porém muito interessante, é o “Equinox”, e me pareceu influência para o Sam Raimi.
Outro título muito bom na Criterion que achei foi o Repo Man. Do caralho.
Aliás: listei uns 80 filmes dessa coleção…
AB, e o Darkman? Você não gosta? Aquele ritmo de HQ é tão legal.
Li a sua coluna sobre comida de rua. De duas uma: ou você vem aqui pra Praia Grande e a gente vai comer uma porção de peixe frito no quiosque 7 com molho tártaro aqui no Canto do Forte, ou então um sanduíche de mortadela na São João. Ou então um almoço no PASV. Eu pago.
Abs!
Preciso ir nesse Quiosque 7, vale a pena então?
Vale. Pode vir, eu garanto. Dá pra pedir com meia porção de cebola frita, se você quiser um pouco de emoção estomacal rsrsrs
EVIL DEAD é um filme ultrajante, ousado, forte, nojento, e por tudo isso, arrebatador. Um dos poucos filmes que, respeitado o envelhecimento natural que vem com o passar do tempo e com a evolução da técnica cinematográfica, pode ser verdadeiramente chamado “filme de terror”. Duro mesmo foi ver sozinho, de noite, na casa de um amigo em viagem, e depois encarar os ruídos da noite… eu já sentia a “presença” maligna me rondando!
Ah, sim, e resolveram fazer o remake (ou continuação, depende o ponto de vista). Pessoalmente, apesar de algumas cenas ultrajantes, faltou o climão pesado do filme original.
Mais inesquecível a cena do EVIL DEAD 2… quando revelado que a mulher do arqueólogo foi enterrada no….. porão! (mostra risada macabra no… porão!).
Bons tempos de cinema de rua nos anos 80 que nao voltam mais…
vi os 3 livros na livraria há um tempo atrás e não sabia do que se tratava, obrigado pelo esclarecimento! Provavelmente vou comprar.
Filmes de terror são o melhor gênero para quem está começando no cinema ou tem pouca grana para rodar um filme. Os melhores, quase sempre acabam sendo os mais baratos. Hitchcock sabia disso quando fez Psicose com uma equipe e um orçamento bem menores do que ele costumava usar.
Até filmou em PB pra cortar custos e pra deixar a cena do chuveiro menos “sangrenta”.
Só uma correção de nerd.. mas o Gein foi inspiração para o Buffalo Bill no Silencio dos Inocentes, não do Lecter. O negócio do Gein era fazer artesanato com resto humanos.. cinto de mamilos, abajur de pele etc. Parece que também queria mudar de sexo e se vestia com e pele das mulheres, assim como o BB.
Gein inspirou Lecter também. Há até um livro sobre isso: http://www.amazon.com/Gein-Real-Hannibal-Lecter-ebook/dp/B00D30BE04
não é que é… nem foi tão nerd minha correção então.
Ótimos filmes. Mas detestei as continuações de “Evil Dead”. Perdeu no terror e exagerou na comédia. O terceiro foi feito para explorar a o sucesso do primeiro e arrecadar mais alguns dólares. Péssimo!
André,
Ganhei de presente os dois livros (Evil Dead e Massacre) da minha esposa, e como somos grandes apreciadores do gênero, achamos incrível.
A edição está realmente ótima, com muitas fotos e depoimentos dos atores. Para quem é fã, um prato cheio!!!
A respeito das diferentes capas do mesmo livro, é pelo fato de uma versão ser capa dura e outra não, apenas isso.
Ainda não comecei a ler na integra, pois estou terminando a biografia do Bon Scott (highway to hell).
Os dois filmes tiveram remakes nos últimos anos, porém nada supera os originais.
A cena do jantar no massacre é histórica..
Não conhecia essa editora Darkside Books, acabei de entrar no site e adorei. Tomara que não caia o nível que nem a Conrad. Longa Vida!
Outro filme da época que eu gostava era Quadrilha de Sádicos. Achava assustador. E alguém aí lembrou de um filme com a Matilda May, que espetáculo.
Força sinistra ou Lifeforce…Quadrilha de Sádicos foi outro filme que ganhou refilmagem, até que ficou bacana, saiu com outro nome, acho que Viagem Maldita.
O Wes Craven no começo de carreira era bem na linha do Raimi e do Hopper(No bom sentido). Além desse tem o Last House on the Left de 72, que é um show de doença mental.
Para usar uma expressão como “um show de doença mental” certamente você é uma pessoa com sérios problemas.
Fausto = o chato
Sou um cinéfilo hardcore, mas filmes b, gore e afins não me descem de jeito nenhum. Caros Tobe Hooper, Dario Argento, Roger Coman, James Carpenter, Jack Arnod, Edward Wood, José Mojica Marins, sinto muito.
Então George Romero você curte?
não, esqueci dele
Sacanagem esquecer dele…Ainda mais com essa onda de zumbi que temos hoje.
Ave Romero!
Quando mais dinheiro se coloca no orçamento de um filme de terror, menor a chance dele ser aterrorizante.
Lindamente ilustrados?
Sim, vc viu os livros?
André,
mais uma: o “Massacre” tem um dos erros de tradução mais legais no título, já que o Leatherface usa uma motosserra. Uma serra elétrica ia precisar de uma extensão muuuuuito grande pra ser usada no deserto.
É mesmo… que estupidez da tradução
Cara, muito boa a sua observação … Sou fã do filme e nunca tinha reparado …. boa!
Verdade!
O Ramones fez uma música que remete ao filme, “Chainsaw”, que saiu no primeiro disco de 1976.
“Texas Chainsaw massacre/ they took my babe away from me…”
No livro se fala sobre isso (uma nota do tradutor ou da editora, claro). Uma Motoserra NÃO é uma serra elétrica…
Outo detalhe lembrado a respeito do título original é a menção ao estado do Texas ( “Texas Chainsaw”) que para o público americano tem toda uma relação com terra onde as coisas se resolvem na bala.
Na tradução para o português, nada de Texas!
Sem falar que Evil Dead gerou duas ótimas continuações, com cenas totalmente impagáveis do Bruce Campbell. Vi as duas no cinema, e lembro que ri muito.
Acho Cannibal Holocaust (1980) muito mais pesado que estes dois.
Também gosto do Cannibal Holocaust, canibal italiano da melhor qualidade. Pena que matam animal de verdade no filme. A indiazinha empalada é uma beleza!!
Bom dia Barça.
Estou procurando na Saraiva o livro do Evil Dead e encontrei dois com capas diferentes, a que você leu é capa com a cara do Bruce Campbell toda ensanguentada ou só com título do livro (filme), ou é tudo a mesma coisa?
Obrigado!
abs
Com Bruce Campbell na capa. Não conheço essa outra versão.
Pois é, na livraria Blooks aqui no Rio também encontrei essas duas versões.
É o mesmo livro, só que um deles é a edição em brochura e o outro, a capa dura (mais caro). A mesma coisa foi feita pela editora com o livro do Massacre.
Obrigado pelo esclarecimento, não sabia dessa diferença.
Mesmo título, mesmo autor. A do Campbell na capa é a edição de luxo ilimitada…R$ 10,00 de diferença. O conteúdo é o mesmo.
oops..LIMITADA.
Mauricio, é tudo a mesma coisa.
A diferença é que um é capa dura o outro nao
Valeu galera!
Vou pegar a versão capa dura.
abs
Falando em filmes de terror, você viu o livro do Kirk Hammett sobre sua coleção inestimável de itens do gênero?
Não li não, mas parece interessante, valeu pela dica…
O massacre é o primeiro e o melhor da linha “corra na frente que atrás vem gente” (Jason, freddy, Meyers tão mais pra história como farsa). Já o Evil Dead gerou monstros como hellraiser, do qual vi a mãe crente de um amigo meu quebrar a fita cassete na minha frente (isso sim que é crítica de cinema! Vade retro, Satana!)
O Hellraiser original também é outro filmaço do gênero…
E os filmes do Rob Zombie?
Gosta desses também Barça?
Gosto sim, acho que o cara tem a mão pra filme de terror.
Barcinski, gostaria de incluir o “Halloween” do Carpenter.
O filmes custou 325.000 dólares e arrecadou nada menos que 47 milhões só nos EUA.
E tem aquela música clássica dos filmes de psicopatas…clássico!
O site Business Insider fez um Top-16 entre os filmes de baixo orçamento e boa bilheteria…
http://www.businessinsider.com/low-budget-movies-that-were-big-hits-2013-7#
Essa editora está bem interessante. Relançaram o livro “pscicose”, há algum tempo fora de catálogo por aqui. O Tobe Hooper sumiu, né? Nunca mais vi nada dele. Já o Raimi foi tragado pelo sistema e hoje faz coisas como “oz – mágico e poderoso”…
Gosta dos dois como diretores, André?
Isso que era filme bom de terror que realmente assustava!
Até hoje eu assisto e adoro!
O engraçado é o título em português ser O Massacre da… Serra Elétrica, pô… a parada funciona com gasolina!!
Tope Hooper no final dos anos 70 começo dos 80 detonou com o Massacre, Salem´s Lot, Pague Entrar Reze para Sair e Polteirgeist.
Depois de Massacre os filmes marcantes de Hooper foi Poltergeist e Força Sinsitra, como esquecer da bela Mathilda May pelada o filme todo?
Do Sam Raimi eu adorei o Darkman, para época o filme foi marcante.
Uma moto-serra é movida a gasolina e uma serra-elétrica é movida a eletricidade.
O nome certo seria “O massacre da motoserra”. E até hoje usam essa tradução errada e ridícula, mesmo nessas continuações que fizeram.
Ia comentar isto. A serra não era elétrica, coisas bizarras, curiosas ou engraçadas dos títulos em português.
Isso aí até que chega se engraçado, o foda são os que meio que são spoiller. Tipo Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres, praticamente conta o final do filme kkk
Mas se é assim, o título sueco original também não ajuda: “Os Homens Que Odeiam as Mulheres”.
E “Mudança de Hábito”, que em terras lusitanas virou “Do Cabaré para o Convento”?
imagina o cara correndo atras da galera com a serra ligada na tomada… hahaha… eita traducao mal-feita
Da série de filmes que você NÃO deve mostrar a sua filha.
Eu tinha 13 anos quando assisti Evil Dead, lembro até hoje do misto de medo e risadas que nós demos. Que filmaço, o 2 é melhor ainda. Parece que tem um remake ou algo do gênero não é?
Teve um recente sim.
Também acho o II melhor, vi faz pouco tempo, demais, tem as cenas mais absurdas em um filme.
O Massacre da Serra Elétrica eu nunca assisti, agora Evil Dead…
Ali por volta de 1986-87, quando os videos cassetes viraram bem de consumo acessível, era comum minha turminha pré-adolescente se reunir pra assistir filmes. Normalmente alugávamos filmes de aventura ou aqueles filminhos americanos de escola/faculdade que rolava uns peitinhos. Até que um dia, um infeliz levou Evil Dead.
A capa e contra capa já eram assustadores. Lembro que pensamos bem antes de assistir ao filme. Mas por fim assistimos.
Incrível como a experiência de ver um filme depende não só da idade, como também do “momento cotidiano” que se vive. Hoje, provavelmente, seria tratado como comédia de filme-B pela molecada.
Na época, onde todos eram bem mais inocentes, o terror após ver o filme foi incrível. Eu lembro de ter medo de ficar sozinho em casa…qualquer barulhinho estranho já me faziam sair correndo pra fora de casa…passar numa praça no meio da noite então, nem pensar. Comecei a ter medo do tal de “Demônio” (e daí já nos atrevemos a assistir O Exorcista e A Profecia).
Bons tempos em que um filme mexia com você.
Aliás, dois marcos dessa época: tentar assistir Evil Dead (quem assistia era tratado como macho-alfa pelas mocinhas) e tentar alugar Taboo…..hahahaha.
Evil Dead clássico! Merecia sessão tripla na Big House com O Iluminado e A Bruxa de Blair! Depois acabar com South Park, ahaha!!! Abraços!
Groovy!!!!!!!!!