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André Barcinski

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“Secos e Molhados”: 40 anos de um marco do pop brasileiro

Por Andre Barcinski
01/08/13 07:05

Um disco marcante do pop-rock brasileiro está fazendo 40 anos: “Secos e Molhados”, o primeiro LP da banda que lançou Ney Matogrosso.

Foi em agosto de 1973 que o LP chegou às lojas, com uma capa mórbida, em que a cabeça de quatro hippies, pintados como personagens do kabuki, o antigo teatro japonês, repousavam numa mesa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na verdade, o sucesso dos Secos e Molhados se deve a uma conjunção de fatores. Em primeiro lugar, o disco era sensacional, com uma mistura rara de rock, psicodelia, MPB, música folclórica portuguesa e violões “folk”.

Mas o LP bem que poderia ter passado batido pelo público, não fosse a enorme sorte de ter atraído a atenção dos produtores do “Fantástico”, que estreava naquela mesma semana. O programa da Globo colocou uma imagem do Secos e Molhados em sua abertura, o que garantiu enorme visibilidade ao grupo.

A gravadora Continental não acreditava no disco e só topou lançá-lo porque o jornalista Moracy do Val, que havia visto um show do Secos e Molhados e ficara empolgado, insistiu muito.

Inicialmente, a Continental produziu apenas 1500 cópias do disco. No fim do ano, “Secos e Molhados” vendia tanto que a gravadora precisou derreter outros discos encalhados para suprir a demanda de vinil (a crise do petróleo dificultava a importação de matéria-prima).

O disco foi um choque, assim como as apresentações ao vivo, com a presença cênica libidinosa e desafiadora de Ney Matogrosso.

Nem os próprios integrantes do grupo acreditaram no sucesso que obtiveram. “Foi uma explosão totalmente imprevista, até para nós”, me disse Gerson Conrad. “Claro que o disco era muito bom, com uma forte carga poética, músicas muito boas e a voz incrível do Ney, mas ninguém poderia prever que venderia tanto.”

É uma pena que a carreira do Secos e Molhados – pelo menos da formação original, com Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson Conrad – tenha sido tão breve, encurtada por brigas pessoais. O grupo lançaria só mais um LP com os três músicos, em 1974.

 


 

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Comentários

  1. Felipe Cotta comentou em 01/08/13 at 14:44

    Boa, Barça. Realmente é uma pérola. Merecia um relançamento especial deluxe-blablabla, assim como fazem com discos gringos.

    Todo mundo devia conhecer esse disco.

  2. Thiago Peres comentou em 01/08/13 at 14:26

    E o maestro Júlio Medaglia – conforme contou no Garagem – tentou a todo custo convencer a gravadora a lançar o disco no exterior! (Sem sucesso, é claro…)

  3. Danilo Augusto comentou em 01/08/13 at 14:10

    na minha opinião,o melhor disco da história!

  4. Rodrigo Goulart comentou em 01/08/13 at 14:06

    Incrível a vitalidade do Ney, com mais de 70 anos, ainda um puta performer e cantor.

  5. Alexandre Borracha comentou em 01/08/13 at 13:35

    Disco transgressor ! Tenho a minha cópia guardada.

    Eu era pequeno e na minha casa vivia uma tia hipponga. Quando o vídeo passou no fantástico, foi um escarcéu ! Meu pai e minha mãe me proibiram de assistir ou ouvir Secos e Molhados: má influência. Sorte que os dois passavam o dia inteiro fora de casa e minha tia colocava Mutantes, Secos e Molhados, Rita Lee e outras coisas para ouvir.

    Ney vez ou outra faz coisas legais mas, não tenho muito saco pra comprar discos dele.

  6. Anderson comentou em 01/08/13 at 12:45

    Confesso que não ouvi os discos sem o Ney.
    Os dois primeiros discos são sensacionais… com uma mistura muito bem feita conforme você citou no texto.

    E como comentou o Ricardo Dogue, infelizmente, será difícil que se lance uma edição comemorativa como este disco merece…

    Se formos olhar para o que se vende hoje como rock ou como mpb, este disco ainda soa revolucionário…

  7. Ricardo Amaral comentou em 01/08/13 at 12:40

    Cabe lembrar que o compositor principal era o João Ricardo, talvez o mais injustiçado compositor do rock nacional. Seu primeiro álbum solo, que é excelente, nunca saiu em CD e sempre se limitam a falar de Ney quando na verdade a alma da banda era João. É como falar em Beach Boys e focarem no Mike Love, e não no Brian Wilson.

  8. Ricardo Carvalho comentou em 01/08/13 at 12:20

    Não iria tão longe a ponto de elegê-lo como O disco para se levar a uma ilha deserta, mas num top 10 da música brasileira certamente ele estará. E o Ney continua cantando MUITO até hoje.

  9. pabloREM comentou em 01/08/13 at 12:09

    Para mim o melhor disco do pop/rock nacional dos anos 70.

    • pabloREM comentou em 01/08/13 at 12:11

      Cliquei no Publicar antes de colocar que é juntamente com o disco do Clube da Esquina.

      • Anônimo comentou em 01/08/13 at 17:19

        Boa! Acho “Clube da Esquina” até melhor. Depois vem “Força Bruta”, do Jorge Ben.

  10. paulo r. siqueira comentou em 01/08/13 at 12:02

    Essa banda era demais, o baixista é impressionante, porém nunca consegui gostar muito, mas a qualidade é indiscutível.

    • Andre Barcinski comentou em 01/08/13 at 16:23

      Foi o Willy Werdaguer que tocou baixo, não?

      • paulo r. siqueira comentou em 01/08/13 at 16:57

        Não sabia o nome, só que o cara arrebenta nesse disco.

  11. MAURO JOAO comentou em 01/08/13 at 11:57

    EXCELLENTE TOPICO. TODA VEZ QUE VOU AO BRASIL PROCURO ALGUMAS GRAVACOES DOS ECOS E MOLHADOS MAS TENHO DIFICULDADE DE ENCONTRAR.

    SAUDADES……

  12. calenza comentou em 01/08/13 at 11:26

    O segundo LP deles também é muito bom.
    Abs

  13. David Marques Oliveira comentou em 01/08/13 at 11:14

    Coincidência ou não, hoje é aniversário do Ney Matogrosso.

  14. Tiago Nogueira comentou em 01/08/13 at 11:09

    Devido a atual restrição de acesso ao site da Folha de S.Paulo, (quem não é assinante do UOL poderá entrar em 30 links do site por mês) a leitura do seu blog passou a ser mensal. Só agora fui ler a respeito da sessão de “A Fantástica Fábrica de Chocolates” que vc fez em casa. Cara, já exibiu “Os Saltimbancos Trapalhões” para a sua filha? Aqui em casa virou campeão de audiência. Abs

  15. Júnior comentou em 01/08/13 at 11:07

    Já ouvi dizer que o Kiss também se inspirou no kabuki. Quanto a esse disco, discaço. Clássico total.

  16. Geraldeli da Costa Rofino comentou em 01/08/13 at 11:06

    Uma maravilhosa recordação dos Secos e Molhados, o grupo moldou uma nova narrativa, durante os” anos de chumbo”. Viva os 40 anos dos Secos e Molhados.

  17. Neilson comentou em 01/08/13 at 11:05

    O Charles Gavin fez uma belíssima remasterização dos dois primeiros discos. Ambos foram compilados em 1999, na série Dois Momentos. Encontrei numa Americanas outro dia, por módicos $12.

  18. Roberts comentou em 01/08/13 at 10:17

    Fala Barça! Esse disco realmente é um clássico e acho o segundo disco deles melhor ainda. Com certeza os picaretas do Kiss copiaram a ideia de pintar a cara deles, por mais que as metaleiras histéricas digam que não.

  19. Pedro Afonso Bezerra de Oliveira comentou em 01/08/13 at 10:06

    A melhor descrição do fenômeno que foram os Secos e Molhados é do Luiz Carlos Maciel no cd que reuniu os dois discos do grupo:
    “Se, naquele tempo, uma nave-mãe tivesse pousado, por exemplo, na Praça dos Três Poderes, em Brasília e despejasse através de suas portas alguns alienígenas, ela não teria causado um impacto, uma perplexidade e um maravilhamento que pudessem rivalizar com os provocados pelas primeiras apresentações ao vivo de um novo grupo de música popular brasileira chamado Secos & Molhados”. Pedro Afonso Bezerra de Oliveira (Brasília-DF).

  20. Max comentou em 01/08/13 at 9:54

    Cabe dizer ainda que a longevidade da carreira do Ney é impressionante. O vi ao vivo recentemente e o cara está em excelente forma. Fez um show ‘sold out’ sem tocar um hit sequer e, mesmo assim, o lugar veio abaixo. Sem dizer que deve tomar do mesmo elixir que Iggy e alguns outros. Parece que mantém o físico de alguém de 40 anos de idade.

  21. Paulo Eduardo comentou em 01/08/13 at 9:52

    “Sangue Latino”, a melhor música de rock no Brasil.

  22. Pam Beesly comentou em 01/08/13 at 9:42

    Eu sou simplesmente LOUCA por esse álbum. Belíssimas, belíssimas canções e melodias, um evento único na música brasileira.
    Salve.

  23. Enaldo Soares comentou em 01/08/13 at 9:32

    Discaço, é um dos poucos discos de “MPB” que tenho.

  24. Julio comentou em 01/08/13 at 9:31

    humm…Essa rosca na capa era para ser queimada?

  25. Marcelo Fiuza comentou em 01/08/13 at 9:22

    Há um tempo vi no Canal Brasil um documentário sobre um grupo de atores de teatro do RJ que se apresentavam pintados antes mesmo que o Secos e Molhados. Acho que se chama Dzi Croquettes.
    Independentemente disto, acho que o Secos e Molhados e os Novos Baianos são as melhores bandas de rock que já apareceram no Brasil.

    • Andre Barcinski comentou em 01/08/13 at 16:01

      Secos e Molhados se inspirou MUITO no Dzi Croquettes, não foi pouco não. O Paulinho Mendonça, que compôs Sangue Latino e era amicíssimo do Ney, trabalhava em teatro e conhecia muito bem o pessoal do Dzi.

  26. José AB. comentou em 01/08/13 at 9:18

    Grande lembrança. O Ney tem uma baita performance e uma voz como poucos…

  27. sergio barros comentou em 01/08/13 at 9:02

    Aquela androgenia toda…a voz do Ney…foi uma porrada no estomago do cenário musical brasileiro lá pelos 70.Podes crê ,bicho.

  28. Matias Blades comentou em 01/08/13 at 8:59

    Ney Matogrosso é foda! Como canta bem!

  29. Paulo Cooper comentou em 01/08/13 at 8:20

    Barça, reza a lenda que o Kiss começaram a usar máscaras depois que viram um clipe dos S&M, procede essa informação?
    Um forte abraço.

    • Andre Barcinski comentou em 01/08/13 at 8:27

      O próprio Ney fala isso, mas nunca vi confirmação.

      • Claudionor Fontes comentou em 01/08/13 at 8:42

        Essa declaração do Ney Matogrosso é mentirosa, eis a prova definitiva:

        http://whiplash.net/materias/curiosidades/068863-kiss.html

        • Paulinho Perca de Sousa comentou em 01/08/13 at 10:50

          Uma fanzoca chiliquenta do Kiss.

          • Jander comentou em 02/08/13 at 11:42

            Esse paulinho escorrega no quibe.

        • Juliano comentou em 01/08/13 at 10:58

          Nossa que polêmica hein? Claudionor eu não concordo com “prova definitiva” após ler o texto. Existe um intervalo de alguns meses entre o lançamento do primeiro LP dos Secos e molhados(agosto 73) e o primeiro do Kiss(fevereiro 74). Mesmo com toda a explicação pode ser que o Kiss tenha sofrido alguma influência sim. Não creio em cópia mas influência é perfeitamente plausível.

          • Danilo comentou em 01/08/13 at 16:40

            Eu achei muita coincidência, não só as maquiagens, mas também pelo fato do Ney mostrar a língua no final do clipe de “O Vira”, como faz o Gene Simmons.

          • Pdr Rms comentou em 01/08/13 at 21:25

            Mas no próprio texto tem fotos do Kiss no começo de 73 (primeiro show deles) já de maquiagem.

            Não sei, mas se as datas e os fatos do texto forem verídico, acho que é mais plausível que algum empresário que os abordou no México tentou assiná-los para que fossem uma banda concorrente do Kiss (o lançamento do álbum foi justamente um ano antes da viagem ao México).

          • Frank comentou em 02/08/13 at 9:12

            Alice Cooper usava maquiagem em shows antes de ambos, não?

  30. RICARDO DOGUE comentou em 01/08/13 at 8:18

    Realmente é uma DISCOTECA BASICA, pena que no brasil poucas vezes se resgatam faixas raras , e sai uma edição comemorativa como esse disco merece.

    • Marcelo comentou em 07/08/13 at 1:17

      Meu “sonho” seria ouvir uma versão de ‘Primavera nos dentes’ um pouco mais longa, pois quando chega no final da faixa, a banda tá mandando muito e entra um fade out e o sonho se acaba!

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