Feliciano não aprende
06/08/13 07:05Drauzio Varela, em sua coluna na “Folha”, com o ótimo e certeiro título de “Fascismo em Nome de Deus”, disse tudo (leia aqui) sobre as ameaças de religiosos à decisão da presidente Dilma em sancionar o Projeto de Lei que garante o atendimento imediato em hospitais de vítimas de violência sexual.
“Um Estado laico tem direito de submeter a sociedade inteira a uma minoria de fanáticos decididos a impor suas idiossincrasias e intolerâncias em nome de Deus? Em que documento está registrada a palavra do Criador que os nomeia detentores exclusivos da verdade? Quanto sofrimento humano será necessário para aplacar-lhes a insensibilidade social e a sanha punitiva?”, escreveu Drauzio.
Já escrevi várias vezes aqui sobre o absurdo de permitir que políticos usem suas convicções religiosas para decidir a vida do país inteiro. Mas a reação do Pastor Marco Feliciano à decisão de Dilma mostra que alguns ainda insistem em confundir as coisas.
As palavras de Feliciano são asquerosas e absurdas. O deputado – e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados – diz que o projeto possibilitará que mulheres que engravidaram após uma relação sexual sem consentimento, “porque estava com dor de cabeça”, façam aborto.
“Esse projeto, além de ser para vítima de estupro, também fala de sexo sem consentimento, profilaxia da gravidez, como se gravidez fosse doença. Uma mulher grávida de dois meses dizendo ao médico que o marido fez sexo à força, ou ela não queria porque estava com dor de cabeça? Aborto feito. Não há como comprovar que o sexo foi sem consentimento.”
Repetindo: são palavras do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Não dá para aguentar mais o obscurantismo e intolerância de servidores públicos que não entendem a diferença entre defender suas convicções religiosas e achar que elas se aplicam a toda a sociedade.
P.S.: Estarei sem acesso à Internet por boa parte do dia e só poderei moderar os comentários no início da noite. Se o seu comentário demorar a ser publicado, peço um pouco de paciência.
Estou lendo o post atrasado. Só digo uma coisa: o que você esperaria que saísse de dentro da cebeça de um Feliciânus?
Tenho tentado acompanhar os diversos debates e quero deixar aqui uma posição, Sobre o Estado laico, em primeiro lugar tenho que dizer que a gênese dele não está isenta de influências que possam ter sido originadas em pensamentos ou correntes religiosas (se foram ou não foram mesmo é outra história, mas vamos supor que tenham sido). Assim como a religião, o Estado se vale de diversas fontes, seja a filosofia, seja a sociologia, seja uma série de fatores que moldaram a identidade cultural de um povo. Como conciliar esse grande caldeirão? Simples (pero no mucho): se estabelece um conjunto de regramentos fundamentais, que em nosso caso é a Constituição, que vão revestir de legitimidade essa maçaroca de conceitos. Alguns valores vão ser “constitucionalizados” outros não, sempre se pautando em (um suposto) anseio social. Nessa cooptação, certamente muitos conceitos tidos por religiosos podem ser incluídos nessa norma fundamental. O problema que acontece, quando se fala na indevida influência da religião nas pautas de políticas públicas, é que certos pensamentos não encontram amparo na Constituição. Por exemplo, um pastor ou eclesiástico que quer instituir uma norma que discrimina o papel da mulher na sociedade ou no contexto do serviço público está tentanto impor um conceito que não foi recepcionado pela Constituição. No caso desse asno chamado Feliciano, ele ou propõe medidas que estão completamente em descompasso com a constituição (racismo) ou então distorce o cerne de medidas para fazer parecer que se tratam de algo diferente do que realmente se tratam (esse caso da “legalização” do aborto). Seria como, em um exemplo mais banal, um legislador se pautar em valores “futebolísticos” para beneficiar membros do Flamengo com base na importância cultural do futebol e no fato da torcida do Flamengo ser a maior do Brasil. Como se resguardar desse tipo de iniciativa para presevar políticas públicas isentas? Impedindo que, em uma ordem constitucional estabelecida, elementos como crenças religiosas ou o futebol possam pautar o exercício de funções públicas. Assim, em teoria pelo menos, você impede que um grupo religioso imponha seus valores sobre os demais assim como o flamenguista atue com base no fato de ser flamenguista, mesmo que ambos sejam maioria.
Barcinski, mais abaixo você disse: “Ótimo, agora equiparamos ideologia política a religião. Só faltava isso”. A relação é muito mais íntima, profunda e complexa do que pode, absurdamente, parecer. Um exemplo: a burocracia foi instituída na Rússia com um propósito muito bem definido e de fundamentação totalmente espiritual: corromper a vontade da população. Assim um indivíduo era obrigado a enfrentar filas por horas em busca de comida ou agasalho, para então receber um papel, ir do outro lado do estado, pegar outro papel, depois retornar, quando então era avisado de que o suprimento havia acabado, devendo voltar no dia seguinte e assim por diante, finalmente vencidos pelo cansaço. Há boa bibliografia sobre o tema. Recomendo especialmente “Encontro com o Mal”, do Sergei Prokofieff, uma geral sobre a revolução bolchevique e seus efeitos devastadores sobre toda a humanidade, cujos ecos até hoje sentimos. Por trás da ideologia nazista, igualmente havia forte fundamentação de teor espiritual. É de se perguntar como oficiais e soldados alemães conseguiam, por exemplo, amontoar ou incinerar pilhas de cadáveres e ao final de mais um dia de trabalho retornarem para suas famílias tranquilamente. Só um “treinamento” muito específico para fazer com que seres humanos conseguissem realizar ato tão vil com seus semelhantes, o mais naturalmente possível, como se estivessem empilhando papéis no escritório. Nada disso é sem razão.
O ponto não é esse, Lucas. É óbvio que ideologias têm religiosidade por trás. Só não entendi o que há de “espiritual” em não ter o que comer.
Veja bem, não estou falando de religiosidade, de crença ou fé. Estou falando de coisas concretas, onde a religião e a ciência se encontram, pela via mística ou alquímica, como queiram. Respondendo à sua pergunta, o que há de (fundo) espiritual é o conhecimento de técnicas de dominação e manipulação, castrando a capacidade de reação ou simplesmente eliminando milhões de pessoas. Por outro lado, lembre-se que o ideal ariano de Hitler era alto, forte, loiro enquanto ele era o oposto a isso. Como conseguia manipular, dominar e matar vendendo uma imagem da qual ele próprio era a antítese é algo a se perguntar.
Fausto, não viaja. Isso aqui é point de roqueiro “cabeça-aberta-contracultura-esquerdismo-prafrentex”. Não vão entender o que você está dizendo nunca.
Ah, saquei, as pessoas não conseguem compreender o que eles estão dizendo.
Eu sou espírita, nunca faria um aborto, contraria os dogmas da minha religião, mas não posso deixar minha religião, por si só, adentrar em assuntos políticos, como única justificante. Assim, em termos práticos, até por que trabalho com direito, não consigo acreditar que apenas o aborto por justificação, como no Brasil, nos casos de estupro, risco a vida mãe e anencefalia, seja correto. Primeiro, pois o estupro não se diferencia grandemente da posse mediante fraude, segundo, porque em outras nações em que o estupro é por opção as taxas diminuíram, pois as futuras mães para abortar passam por uma comissão composta por assistentes sociais, psicólogos e médicos, sendo que muitas optam pela colocação da criança para a adoção, ou mesmo pelo filho. Acho que a lei nos presentes moldes somente afeta a vida de mulheres pobres, pois as ricas abortam sim, mas em bons lugares, não com carniceiros. Terceiro, a presente lei não está descriminalizando o aborto, apenas facilitando o tratamento de mulheres estupradas, o que por si só é um ato de respeito aos direitos humanos, coisa que parece seu Feliciano não entender.
Desculpe, mas não há dogmas no espiritismo. Como você deve saber, a religião espírita é o ponto mais alto em termos doutrinários e filosóficos no nosso planeta. Como consequência, tem a explicação mais lógica, simples e sofisticada do porquê gestantes não devem abortar. Mas isso já é mais complexo e não cabe discutir nesse espaço.
Maria, o que seria “estupro por opção”?
Coloquei errado, queria colocar abortamento por opção.
André, sua paciência é de Jó mesmo. Tem o cuidado de responder pra cada leitor religioso a diferença entre Estado Laico e um suposto “Estado ateu”. É evidente que ninguém no Estado quer que os religiosos sejam proibidos de exercer seu credo. Não existe nenhum projeto no congresso pra reeditar a o costume romano de jogar cristãos para os leões no coliseu, ainda que os evangélicos vistam a carapuça de perseguidos – suas ações para impor sua fé para aqueles que não são cristãos tem sido por demais perniciosas. Sugiro que vc faça um post só pra tentar explicar pros seus leitores o óbvio (as vezes ele precisa ser dito). Estado laico é aquele onde todas as religiões podem professar sua fé – e por isso mesmo o ele deve ser separado da religião, seguindo regras definidas pela constituição e não por regras escritas na Bíblia – até mesmo por que o Estado legisla para católicos, evangélicos, umbandistas, corintianos, palmeirenses, até para gente que não acredita em Deus – como os ateus. Desse modo a moral cristã não faz sentido algum pra muita gente na população, o Estado Laico apenas resguarda o direito dessas minorias de não aceitarem um Estado Modelo Século XVI, onde o poder do Estado e do rei deriva de Deus.
Eu não poderia ter explicado melhor que você, Virgilio. Obrigado. Mas já fiz um texto tentando explicar isso – o tema era a reza coletiva em eventos esportivos – e recebi mais de mil comentários, muitos deles me acusando de ateísmo, demonismo e outros “ismos” mais.
Não é nada disso, todos aqui sabem o que é um Estado laico e um Estado ateu, sua explicação é desnecessária. Só estamos tentando aprofundar a discussão (e não estamos conseguindo por falta de retorno). Tem a ver em considerar a religião sob o ponto de vista filosófico e sua natural influência na formação do Estado.
Nem todos sabem a diferença, isso fica óbvio pelos comentários. Fui.
Virgílio, e por que você acha que, digamos, um deputado, não pode defender projetos tendo como base o seu credo?
Carlos Campos, o deputado pode fazer o que bem entender — embora “defender projetos tendo como base o seu credo” me pareça uma aberração, uma vez que ele legisla para os brasileiros de TODAS as crenças. Mas enfim: assim como ele tem o direito de defender os projetos que quiser, também tem que aguentar a reação da sociedade depois. Democracia é isso. Esse Feliciano fala as maiores atrocidades e depois fica posando de perseguido. Tenha dó, né. Não sabe brincar não desce pro play!
Ok, Mário, e um deputado comunista pode defender projetos tendo como base sua ideologia?
Ótimo, agora equiparamos ideologia política a religião. Só faltava isso.
Não, Barsinski, larga de futilidade. O caráter soteriológico do comunismo já foi explicitado por inúmeros estudiosos, é só procurar. O comunismo subverte muito mais as expectativas da sociedade atual do que o cristianismo.
Bom, se procurar, acha-se qualquer coisa, depende da fonte, não é mesmo? Até a salvação pelo comunismo.
Claro que pode, Carlos… Você leu o que eu escrevi? Eu disse que acho uma aberração um deputado defender projetos baseado em suas crenças pessoais, mas que ele tem o direito de fazer isso. Assim como a sociedade tem o direito de reagir ao que ele faz e professa. O Feliciano e seus seguidores podem falar alto, mas não falam pelo Brasil todo. Aliás, falam por uma parcela muito pequena não só dos brasileiros, mas dos próprios evangélicos. Ele pode espernear o quanto quiser. Enquanto continuar defendendo o obscurantismo, vai continuar tendo que engolir as reações da sociedade. Democracia é isso.
Não equiparei nada. Apenas perguntei. Só gostaria de saber quais são os argumentos que explicam por que um parlamentar não pode apresentar um projeto tendo como base seus preceitos morais dessa ou daquela religião, mas o defensor de uma ideologia assassina que matou, por baixo, 160 milhões de pessoas pode.
P.S.: Atenção, sei que nenhum dos intolerantes anti-cristãos daqui leu Karl Marx, mas ele afirma textualmente que para levar a cabo a “revolução” é, sim, necessária a ELIMINAÇÃO do outro. Nem vou citar Trótski ou Gramsci. O pai de todos já basta. Então, que não venha nenhum pateta dizer que o comunismo foi desvirtuado por Pol Pot, Mao, Stalin e outros mimosos.
Mário, esqueçamos por um momento o Feliciano. Já disse aqui: ele é uma aberração. O que ele diz, nada tem a ver com o cristianismo que ele diz professar. É um cretino semi-analfabeto que só não merece menos atenção porque, afinal, é um parlamentar e chefe de comissão.
Você disse: “embora ‘defender projetos tendo como base o seu credo’ me pareça uma aberração, uma vez que ele legisla para os brasileiros de TODAS as crenças”. Há alguns problemas aí.
Primeiro, por que você acha que defender projetos segundo sua crença é uma “aberração”? Ora, se os projetos não se basearem em suas crenças pessoais (religiosas, políticas, ideológicas), vão se basear em quê?! Você acha que um político deve ser um autômato repetidor de comportamentos pré-estabelecidos? E quem determinaria esses comportamentos? O povo? Que povo? “Ah, ele deve lutar pelo bem das pessoas”. E o que seria esse “bem”? Difícil, né? Proponho uma questão: o político A ou B apresenta um projeto de endurecimento das penas contra os exploradores de trabalho escravo, justificando-o dizendo que, como cristão, ele vê como intolerável que alguém possua escravos. O que os intolerantes diriam? Que é uma “aberração”? Que ele não pode propor um projeto desses fundado em suas crenças pessoais? Que o estado é laico? Desgraçadamente, o marxismo cultural no Brasil está difundido a tal ponto, que se dá por certo que TUDO o que vem da religião é ruim, nefasto, corrompedor.
A outra coisa: o fato de ele legislar para todos os brasileiros não quer dizer que ele tenha que abrir mão de suas convicções, caso contrário, tanto faria você eleger José, João ou Jacó. Normalmente, o sujeito não trabalha baseado em suas crenças porque ele foi eleito pro cargo; ele foi eleito pro cargo por causa de suas crenças.
Na democracia é assim, ela abriga, até, uma (aí sim!) aberração que defenda, sei lá, a tortura. O regime tem ferramentas evitar que alguns absurdos assim não vão adiante, mas é do jogo democrático essas coisas existam.
Ops, o parágrafo saiu troncho. Corrigindo:
“Na democracia é assim, ela abriga, até, uma (aí sim!) aberração que defenda, sei lá, a tortura. O regime tem ferramentas para evitar que alguns absurdos assim não vão adiante, mas é do jogo democrático que essas coisas existam.
Carlos, os evangélicos não cultuam santos. Suponha que algum deles propusesse uma lei que extinguisse o feriado da padroeira do Brasil. Ele estaria defendendo um projeto com base em seu credo, mas que vai contra a fé da maioria da população. E aí?
O que você não entende, Virgílio, é que, para aqueles que acreditam em Deus, a religião não é algo meramente subjetivo, sem implicações práticas, mas algo que deve permear todas as ações do indivíduo.
Por exemplo, se formos discutir a pena de morte: A ciência pode dizer qual o método mais eficaz de execução, e até mesmo pode sugerir através de pesquisas se a instituição desta pena diminui ou não os crimes. Mas isso é só. A partir daí, a decisão de se a pena de morte deve ou não ser aplicada passa a ser moral. Um pode achar que todo maconheiro deve ir para a cadeira elétrica. Outro pode achar que apenas assassinos e estupradores devem morrer. Outro ainda pose achar que todos merecem uma segunda chance, ou que a possibilidade de erro judicial torna a pena de morte uma instituição temerária. Como decidir entre estas opções? Não há critérios científicos, apenas morais. Ora, nesse momento os religiosos tem que esquecer que acreditam em Deus? Mas se esse é o fundamento da vida deles? E, uma vez excluída a opinião religiosa, quais critérios deveriam ser utilizados para chegar à decisão?
Nenhum religioso no Brasil está querendo impor uma determinada religião à totalidade da sociedade, mas apenas fundar a política em valores que consideram inegociáveis (como você também certamente faz, a não ser que acredite que não existem valores inegociáveis), estando em primeiro lugar a defesa da vida desde o seu início.
O que eles querem dizer é o seguinte, Vieira: mesmo que suas motivações anti aborto sejam puramente morais “nós, patrulheiros do bem pensar progressista, moderno e esquerdoso descobriremos o abominável fundamento religioso de suas convicções”. Ou seja, mesmo que você seja contra o aborto por razões éticas, sem religião, eles atribuirão motivações religiosas à você e o tratarão como uma aberração.
Se você é religioso, será “linchado” como o Fausto – e mandado “tomar no cu”, num dos mais belos argumentos aqui apresentados.
Andrea, numa boa, pare de bancar a coitadinha. O texto tem 185 comentários e o ÚNICO que trouxe um xingamento, eu explicitamente disse que não toleraria. Não venha dar uma de perseguida e vítima de intolerância, por favor. O debate está quente, porém respeitoso.
Eu não disse que a culpa do xingamento era sua. Apenas quis dizer representava a moderna “histeria atéia” que veio fazer companhia para a já velha histeria religiosa.
191 comentários, um xingamento. E esse coitado solitário representa a “histeria atéia”.
Abortistas, de maneira geral, gostam de falar em termos genéricos como “problema de saúde pública”, “direito da mulher sobre o corpo”, “liberdade de escolha” e etc. Quando mostramos para eles fotos de fetos retalhados e dizemos “é isso que vocês defendem” eles ficam revoltados e dizem que isso é “apelação”. Ora, se ater aos fatos é apelação? Lembrar do que estamos falando é apelação? Se você acha que a mulher deve poder abortar quando quiser, ótimo. Mas, pelo menos, tenha a coragem de dizes:
– Eu acho que a mulher tem o direito de retalhar o ser humano que está dentro do seu útero sempre que assim o desejar.
Pronto, pelo menos é uma atitude mais honesta!
E extremistas, de uma maneira geral, adoram desvirtuar um debate. Uma atitude honesta é não qualificar esta lei aprovada como um incentivo ao aborto. Nem mesmo Reinaldo Azevedo (uma espécie de porta-voz dos conservadores), encampou essa ideia. Estamos falando de ESTUPRO, não de controle de natalidade.
Colei um link errado no comentário anterior: http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/12354-conferencia-academica-busca-normalizar-pedofilia.html
Nem precisava corrigir: Ninguém iria ler mesmo…
Vou dar um exemplo de onde esse laicismo radical vai nos levar:
Para quem não sabe, já existe em países europeus e nos EUA um forte lobby pró pedofilia, que conta com respeitados acadêmicos. Se duvidarem, leiam os seguintes artigos, dos quais cito um pequeno trecho:
“Os palestrantes falaram para os 50 participantes presentes sobre temas que variavam desde a noção de que pedófilos são “injustamente estigmatizados e demonizados” pela sociedade até a ideia de que “as crianças não são inerentemente incapazes de dar consentimento” para fazer sexo com um adulto. Na discussão também houve argumentos de que o desejo de um adulto de ter sexo com crianças é “normativo” e que o Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (MDEDM) ignora o fato de que os pedófilos “têm sentimentos de amor e romance por crianças” do mesmo jeito que adultos heterossexuais e homossexuais têm sentimentos românticos uns pelos outros.” (http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/12355-conferencia-pro-pedofilia-provoca-horror-nos-participantes.html e http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/12355-conferencia-pro-pedofilia-provoca-horror-nos-participantes.html)
Pois bem, como se opor a pedofilia sem recorrer a argumentos morais? Impossível. Mas alguém pode objetar, dizendo que a moral não depende da religião. Concedamos esta hipótese. Diriam então que a pedofilia traz danos irreparáveis às crianças. Acontece que, como os artigos citam, já estão surgindo inúmeros estudos, supostamente respeitáveis, que dizem que os danos às crianças são muito exagerados e que, no fundo a interdição do “sexo intergeracional” (é o termo que eles usam) não passa de um preconceito baseado na moral cristã. Ora, uma vez que esse argumento seja aceito, cai imediatamente por terra a segunda objeção, que seria a questão do consentimento, pois ninguém exige consentimento da criança para que ela seja submetida a algo inócuo, ou até mesmo prazeroso.
Isso que eu acabei de falar é monstruoso? Sim, é horrendo! É diabólico! Mas existe. Existe, e não podemos nos opor a isso com base apenas na ciência. Ao contrário do que o colunista acredita a moral não surge do nada, sempre existe uma visão do mundo subjacente. E, lamento informar, a noção de bem depende da existência de um Bem absoluto. Dito de outro modo, se não há Deus, nenhuma moral tem fundamento objetivo. Esse é um ponto onde os religiosos e os ateus mais famosos sempre concordaram.
Não existe laicismo “radical”, até porque não existem “níveis” de laicismo. Ou o Estado é laico, ou não é.
” Em segundo lugar, aviso que acatarei a sugestão do Caio (18:51) e procurarei um lugar mais propício para um debate com algum nível para não ter que enfrentar constantemente a “ignorância invencível”.
Como este é meu último comentário neste blog, peço que o dono do mesmo me permita ser um pouco longo. ”
Que feio, Andre Fausto !!!
Avisa que não vai mais participar, que é o último post e volta com outro nome. Está claro que é você postando como Vieira.
Que atitude mais ridícula.
Pede pro Barcinsky checar os IPs pra ver se conferem.
Ah, sim, tenho todo o tempo livre do mundo pra isso, vou fazer isso já. Mas que é curioso que André Fausto também escreve meu nome com “Y”, é.
Provavel que sejam diferentes, se eu postar um comentário do trabalho e outro comentário da minha casa os ip’s serão diferentes.
Insistir em que não é o André Fausto só torna mais ridícula a situação.
Esse tal de “Vieira” é inacreditável! É uma demonstração cabal do nível da confusão mental desses paranoicos de extrema-direita. O que tem a ver pedofilia com o assunto em questão?
Tem a ver com o fato do autor afirmar repetidas vezes que deve existir uma separação total entre a religião e a política. Dei o exemplo apenas para exemplificar que essa separação total só pode existir no nível verbal, mas não na realidade. Analogamente, posso dizer que alguém está em pé sobre os próprios ombros, mas na prática isso é impossível. Toda decisão política pressupõe valores, e estes por sua vez não podem ser derivados da ciência, mas apenas de uma cosmovisão totalizante. Essa cosmovisão pode incluir Deus ou não. Segundo a posição do autor, as leis só poderiam se basear na visão dos que não acreditam em Deus, sendo qualquer posição baseada na existência de Deus rejeitada in limine. Ora, além de criar uma óbvia divisão de categoria entre os cidadãos, essa posição levanta a questão terrível de qual será a base para a construção das leis se a idéia de um Bem substantivo é rejeitada e todos os valores passam a ser encarados como meras construções sociais.
Lá vem Vieira/Fausto inventando coisas. Onde alguém disse que “as leis só poderiam se basear na visão dos que não acreditam em Deus”? Thomas Jefferson, defensor maior da separação entre Igreja e Estado, não era ateu, mas sabia que só um estado laico seria capaz de garantir liberdade religiosa. E juro, essa é a última linha que escrevo, não aguento mais.
“Se Deus não existe, tudo é permitido” – Dostoiévski
Vieira, após o seu comentário só não entende quem não quer.
Exatamente. Dostoiévski foi um gênio que percebeu com rara clareza para onde a civilização estava caminhado. Seu livro “Os Demônios” mostra com clareza as ideias que desembocariam na Revolução Russa, nos morticínios comunistas e até mesmo nas Marcha da Vadias e fenômenos assemelhados.
Os progressistas brasileiros nem desconfiam de quão velhas são as suas idéias.
E o pior é que o PT, que se julga “esquerdista”, dá todo suporte para esse cara, e para outros partidos “cristãos”, porque não querem perder os votos dos evangélicos que votam em quem o pastor mandar. Com isso, ninguém do PT move um único dedo contra toda essa palhaçada…
Barcinski, realmente não entendo essa oposição à manifestação religiosa dentro do jogo político. A religião é, para bilhões de pessoas, parte séria da vida diária, como, por exemplo, a luta sindical é parte cotidiana de trabalhadores, ou, no seu caso em especial, a música e o cinema. Será que estaria certo alguém que quisesse impedir a manifestação, dentro das casas legislativas, de qualquer pessoa envolvida com atividade sindical, ou cultural? Claro que não! Isso, de modo algum, seria a Democracia.
Você compara luta sindical a religião? É sério isso? Quer dizer que, porque um acha que criaturas andam em cima da água, leis podem ser criadas partindo dessa “verdade”?
Leis podem ser feitas com base em um ideário comunista, ou abortista, ou gayzista… Mas ai de quem ousar propor uma lei que tenha como base a moral cristã de 90% da população brasileira. Aí o nosso Estado Laico corre perigo… …
O cara fala em “criaturas que andam em cima da água”, em outro post se indigna com uma oração feita por atletas, brinca de impor rótulos pejorativos a todos que não comunguem da mesma opinião dele, e vem posar de bom moço, dando aula de tolerância e democracia….
Por favor, não desvirtue o que eu escrevi. Eu não reclamei que atletas oram, mas que exigem que todos façam o mesmo. Não minta, por favor.
Religião é “achar que criaturas andam em cima da água”? É sério isso?
Foi um exemplo, dado especificamente para demonstrar como as crenças de um não se aplicam a todos.
Está aí a explicação, sua idéia de religião é primária. Como tudo na vida, há as mais simplórias e as mais complexas e sofisticadas. Não se trata de criaturas andando sobre a água, mas de tentar desvendar o que estamos fazendo por aqui unindo moral, filosofia e ciência. Portanto, não é tão simples como parece.
Não interessa o que eu acho de religião ou não acho. O que interessa é que religião e Estado não podem se misturar. Isso é bem simples, mas muitos preferem fingir que não entendem, para impor suas crenças a todos.
Eu não sou tão fanático assim contra a mistura de religião e política. Acho que o ideal é não se misturarem mesmo, também não me agrada essas bancadas religiosas no Congresso, mas onde é que está essa lei universal e imutável que impede que a religião possa influenciar uma nação? Os iluministas são infalíveis? Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Buda e outros não podem absolutamente cooperar na formação de um Estado? Achar que não me parece dogmático.
De novo: não precisa ser “fanático”, porque o assunto não se presta a “níveis”. Não existe Estado “meio” laico ou “25% laico”.
Depende. Um Estado laico não pode criar uma lei pela qual a mulher que engravidou porque não usou preservativo não terá acesso à saúde pública. Nesse caso eventual protesto de religiosos seria legítimo e mais afinados com as liberdades individuais. Por outro lado, os religiosos não podem fazer lobby para criar uma lei pela qual a fabricação, comércio e uso do preservativo fica proibido no país. O problema não é a religião. São alguns religiosos que querem impor ao mundo as regras de sua comunidade.
A mulher não é propriedade do Estado. O corpo da mulher é propriedade da mulher. E ponto final. Principalmente se consideramos o caso de estupro, a mulher é quem deve decidir o que fazer com a gravidez. Não somos a favor do aborto em si, somos a favor do direito à escolha da mulher.
E o corpo de outro ser? É propriedade da mulher também?
E o que isso tem a ver com o que eu escrevi…? (Se você postou por engano como resposta à minha mensagem, me desculpe).
Vital, minha mensagem saiu abaixo da sua, mas eu estava questionando Loli.
Barcinski, claro que faço essa comparação, afinal, se a religião – qualquer uma – não faz parte de sua vida, faz parte da vida de outros, que a levam tão ou mais a sério que luta sindical; por acreditarem em “criaturas que andam sobre as águas”, eles têm menos direitos do que os que não acreditam? Os representantes dessas pessoas devem ficar mais calados do que os representantes dos que não acreditam? Por que os sindicalistas são melhores que os católicos, evangélicos, budistas e por ai vai?
Quanto a criação de leis, devo lembrá-lo que, muito dos conceitos que incensamos hoje em dia, como o de Direitos Humanos, nasceram dentro de um ambiente religioso e não, como se alardeia por ai, num ambiente de “Razão Iluminista”.
Isso não interessa, Luciano, e esse é o ponto. Preceitos religiosos não podem se misturar ao Estado.
“Isso não interessa, Luciano”?! Simples assim?!
Sim, é simples assim. O que eu acho ou não de determinada religião não interessa. Não é esse o ponto. O que você não parece entender é que a defesa do Estado laico é a defesa da liberdade religiosa. Só um Estado laico garante que todas as religiões serão tratadas igualmente. Quem vê o laicismo como uma “ameaça” à religião é geralmente quem está acostumado a impor sua crença aos outros.
André, o problema para mim, que sou católico, não é o laicismo. Não o vejo como ameaça, mas sim a má compreensão do seu significado. Como se pode defender a liberdade religiosa, se ao mesmo tempo querem colocar uma mordaça nos pastores evangélicos, como se estes não pudessem participar da política? Quem, afinal, pode dizer o que pensa na política? Se amanhã, por exemplo, quiserem votar uma lei que permita toda e qualquer forma de aborto (ou qualquer outro assunto polêmico desse tipo), um deputado que é religioso (nem me refiro aos pastores), não pode influenciar e até tentar barrar a lei, motivado pelas suas convicções?
Pela última vez: participar é claro que eles podem e devem, Edu. O que não podem é querer impor suas crenças a toda a sociedade.
Resumindo, o Barcinky acredita que toda religião pode ser permitida, mas apenas dentro das casas e dos templos. É mais ou menos a liberdade que os cristão desfrutam na Arábia Saudita ou no Irã. Quando deixam suas casas e vão votar, os cristãos tem que fingir que não acreditam em Deus. Ou seja, na prática, o Estado deixa de ser laico (ou seja, não protege nenhum culto específico) e passa a ser ateu (ou seja, proíbe a atuação política plena de pessoas religiosas).
Não desvirtue o que eu falei. Eu defendo justamente que TODAS as religiões possam ser proferidas livremente. Para isso, o Estado não deve se misturar a elas e nem elas, ao Estado. Simples assim.
Vieira, não entendi. A Arabia Saudita e o Irã são estados laicos? Os muçulmanos não acreditam em Deus?
André, a moral cristã e os eventos bíblicos são coisas completamente diferentes. Você pode duvidar da existência destes últimos, cuja comprovação é, muitas vezes, impossível, mas jamais negar a existência da primeira, porque é matéria de fato: ela existe.
E muito, aliás, quase tudo o que você ensina à sua filha no que toca aos hábitos e à moral é, quer você queira ou não, de origem cristã.
Pense na Roma antes de Cristo; vá ver quais eram os valores e comportamentos dos cidadãos da Grécia antiga; e imagine como você teria sido educado se se chamasse Muhammed Al qualquer coisa e vivesse, digamos, na Arábia Saudita, sob a cultura islâmica.
Ao querer criticar o boçalíssimo Marco Feliciano, você, nos comentários, erra feio no tom ridicularizando os cristãos e querendo vedar-lhes o direito à manifestação política sob a ótica religiosa. Bom, primeira coisa: o que o Marcos Feliciano diz NADA tem a ver com o cristianismo!!! Ele é um sujeito boçal, rematado ignorante, um analfabeto de quinta categoria, um idiota, um sujeito que não tem capacidade intelectual nenhuma para exercer o sacerdócio, já por ser mais fanático que fiel, já por sequer saber ler. Querer identificar o cristianismo com a fala desse quadrúpede ruminante é um erro grave. Segunda coisa: aqui quem fala é um agnóstico.
Carlos, na boa, pare de dar lição de moral. Em nenhum momento eu comparei Feliciano a ninguém. Não me interessa no que você acredita ou não, e espero que o mesmo valha para você em relação a mim.
Eu disse que você comparou o Feliciano com alguém? E aponte em que lugar eu dei “lição de moral”!!!
Você tem essa mania de, quando não tem argumentos, ou fugir afetando desprezo ou atribuir ao outro coisas que ele não disse.
Ora, se você não agüenta brincar, porque se mete a falar sobre o que não sabe? Entre as suas incríveis leituras de biografias de roqueiros muito loucos e “tratados” de jornalistas norte-americanos “explicando” tudo sobre o mundo da música pop, diga lá: quantos livros de ética, de filosofia da religião, de filosofia moral, de teologia você já leu? A que corrente de pensamento você se filia? Quais são as bases do seu código moral? Obedece a alguma hierarquia de valores?
Calma, são só perguntas retóricas (no seu caso, claro). Sei que se eu apresentasse as mesmas questões a uma pessoa intelectualmente preparada e honesta, ela as responderia objetivamente. Você vai soltar algum desaforozinho e pular fora, como é de hábito.
E se você espera que eu não me interesse pelas coisas nas quais você acredita, por que diabos você escreve um blog? Se não interessa a ninguém o que você pensa, a sua crença, seus valores, seus propósitos, porra, ENTÃO PRA QUE VOCÊ PUBLICA TEXTOS DE OPINIÃO?!! Essa é boa.
Como faria você, sempre muito adulto: tchau, Barcinski.
Ué, quem é que estava aí pontificando: “quase tudo o que você ensina à sua filha no que toca aos hábitos e à moral é, quer você queira ou não, de origem cristã”? Se isso não for lição de moral, não sei o que é. E foi você que disse que eu associei o Feliciano aos cristãos.
“Ué, quem é que estava aí pontificando: ‘quase tudo o que você ensina à sua filha no que toca aos hábitos e à moral é, quer você queira ou não, de origem cristã’”? Se isso não for lição de moral, não sei o que é”.
Isso não é “lição de moral”. As palavras fazem sentido, ainda que isso não mais vigore neste Brasil tão burro: numa “lição de moral”, entende-se que eu estaria ensinando a você regras conduta (“Barcinski, faça isso, porque é o correto; Barcinski, não faça aquilo outro, que é feio) coisa que eu não fiz, certo? Ou eu perdi algo e a expressão “lição de moral” mudou de sentido?!
Eu apenas relatei um fato: o que você ensina à sua filha, o que eu aprendi com a minha mãe e o que Zé João passa para seus netos em termos de conduta moral têm, indiscutivelmente, seus fundamentos na moral cristã. Não é porque eu estou dizendo, é porque é assim.
Leia, sei lá, a “História do Cristianismo”, de Paul Johnson. Você vai ver quais eram os valores antes da difusão do cristianismo pelo mundo. E não estou aqui a fazer a apologia dos valores cristãos, simplesmente estou relatando um fato. A história é assim, não fui eu quem a escreveu.
Claro que é lição de moral, Carlos. Leia o que vc escreveu. Você quer decidir por mim o que eu ensino ou não aos meus filhos. E se eu não compartilhar do seu conceito de “moral”? Vê lá se eu fico dizendo como você deve ou não se comportar? E de onde você que “é porque é assim”? Imagine se eu encerro uma discussão com a mesma frase?
Ok, André, você não conseguiu entender o meu ponto. Se o que aprendemos em termos de conduta moral no ocidente não tem sua origem, quase em sua totalidade, no cristianismo, então, não sei de onde vem, você poderia nos esclarecer.
P.S.: Para se educar uma pessoa segundo uma moral de ORIGEM cristã, a pessoa pode ser agnóstica, atéia, politeísta o que for. Afinal, o cristianismo ultrapassou os limites da fé, da crença e da religião e se arraigaram na história, na cultura, na tradição, nos hábitos, no comportamento, nas artes, na linguagem. E, também, nos valores morais. É inescapável. O mesmo com o islamismo no Oriente próximo e assim por diante.
Carlos, na boa, pare de querer impingir suas crenças aos outros. “Aprendemos” quem, cara-pálida? E se eu cismar que aprendi tudo que sei com os povos da Mesopotânia ou do Egito? Quem é você para dizer que estou errado?
“Carlos, na boa, pare de querer impingir suas crenças aos outros. “Aprendemos” quem, cara-pálida? E se eu cismar que aprendi tudo que sei com os povos da Mesopotânia ou do Egito? Quem é você para dizer que estou errado?”.
“Minhas crenças”. Eu, que sou agnóstico… Incrível!
Leia e releia esse seu comentário, André. Várias e várias vezes. Quem sabe um dia você não se dá conta do que falou?
Ok, você, então, ficou absolutamente imune a toda a influência do cristianismo no ocidente. Deve ser o primeiro ser humano da história da humanidade a ser 100% impermeável a uma tradição de presença em todos os âmbitos da sociedade durante séculos (no caso do cristianismo, dois milênios). Parabéns, cara! Seguramente, seus valores são ditados pela cultura mesopotâmica, sim. Talvez da China arcaica ou mesmo de alguma tribo bantu.
E tudo o que eu falei é bobagem, mentira, invenção. São só absurdos ditados pela minha “crença” agnóstica. Estou indo jogar no lixo todos os livros que li, esquecer tudo o que aprendi e parar de me iludir com o que vejo todos os dias da minha vida há 30 anos. Devo ser esquizofrênico.
O cristianismo é coisa só de cristãos! Obrigado por iluminar a todos com sua profunda erudição! Mudou minha vida.
Carlos, pra encerrar: eu não disse que vc escreveu bobagem, não invente. Eu só não posso aceitar alguém que se acha no direito de ADIVINHAR o que influenciou outra pessoa. Você pode SUPOR isso, mas não dizer que a moral que eu aprendi veio da origem “x” ou “y”. E se uma pessoa, mesmo sujeita a determinada “influência”, rejeitá-la, não concordar com ela e não se identificar? Quem somos nós para dizer a que conjunto de valores e crenças alguém deve se submeter ou guiar sua vida? Quem é você para dizer que alguém não é guiado pela moral bantu, só pra citar um exemplo que você deu? Pare de achar que o mundo começa e termina onde você já pisou. Isso aí é a base da intolerância.
E quem disse que uma pessoa é obrigada a concordar com o código moral ‘x’ ou ‘y’? Você pode discordar de 100% dos preceitos cristãos (duvido, mas você pode), agora, quanto a dizer que é impermeável a eles vai uma distância muito grande, por mais que você os odeie. Eu tenho pontos de discordância em relação ao pensamento cristão, mas não nego – e nem lamento – a influência que ele tem também sobre mim e sobre todos os ocidentais, exceto você, claro.
Sabia que cada vez que você usa as expressões “se Deus quiser”, “graças a Deus”, “Deus me livre” ou “vixi” (forma coloquial de Virgem, da Virgem Maria), está enunciando um dos milhares de exemplos de influência cristã, mesmo que você seja agnóstico, satanista ou ateu “truezão”? É só um exemplo banal.
Vamos lá, Carlos, pra finalizar – pelo menos da minha parte: eu NÃO DISSE que sou “impermeável” a nada. Só disse que acho errado alguém dizer saber qual a moral que mais influencia o resto da humanidade. Simples assim.
A religião é parte séria da vida diária e de muitas guerras…
Em primeiro lugar gostaria de agradecer as palavras de afeto proferidas por todos vocês, que certamente se acham muito tolerantes.
Em segundo lugar, aviso que acatarei a sugestão do Caio (18:51) e procurarei um lugar mais propício para um debate com algum nível para não ter que enfrentar constantemente a “ignorância invencível”.
Como este é meu último comentário neste blog, peço que o dono do mesmo me permita ser um pouco longo.
1. Nenhum comentarista nem o autor do blog tiveram coragem de se posicionar a respeito do chamado “aborto tardio”, e sabem por quê? Porque qualquer ser humano normal percebe que matar um bebê no canal do parto é uma monstruosidade. Por outro lado, como defendem o direito da mulher ao aborto, porque este aborto deveria ser limitado apenas ao começo da gravidez? Afinal, qual a diferença entre um feto de 12 semanas e um bebê de 9 meses? Ora, a única diferença é o estágio de desenvolvimento. A vida começa na concepção (desafiei alguém a mostrar algum livro de biologia que mostre o contrário e ninguém o fez), quando a junção dos gametas gera um ser distinto do pai e da mãe. A partir daí, o que existe é um contínuo de modificações que não cessará não só até o parto, mas até a morte do indivíduo. Chamar o feto de amontoado de células ou de tecidos é pseudociência, é truque erístico. O feto não é um amontoado de células assim como uma catedral não é um amontoado de pedras. Você pode chamar um tumor de amontoado de células, nunca um feto. O feto possui, desde o primeiro momento, forma humana (no sentido aristotélico). Portanto, matar um feto é matar um ser humano. Qualquer outro ponto de corte diferente da concepção será absolutamente arbitrário. Há quem defenda que o aborto deve ser permitido até 12 semanas. Pergunto eu, por quê? Que mágica ocorre neste momento que faz com que um ser que até então podia ser morto passe a ter direito a vida? Ah, é por causa do sistema nervoso! Mas e daí? Só por que o feto vai ter alguma reação neuronal enquanto é cortado e sugado deveríamos proibir o aborto nesta situação? E se pudermos extrair a criatura por um método indolor? Já outros, acham que o aborto deve ser permitido até os 3 meses. Mais uma vez, por quê? Que mágica ocorre aos 3 meses? Aliás, vocês já tiveram a oportunidade de ver as imagens de um aborto aos 3 meses? Outros, ainda mais evoluídos, defendem o aborto até o momento imediatamente antes do parto (isso é legal em certos estados americanos), como se a simples mudança de ambiente tivesse a capacidade de mudar a substância de um indivíduo. Por fim, existem aqueles realmente despidos de qualquer obscurantismo (como o famoso Peter Singer citado por um dos comentaristas) que defendem o infanticídio com base no fato de que a criança até certa idade não possui consciência suficiente para fazer planos e portanto a sua morte não seria realmente uma perda para ela. Eu, por sinal, respeito mais este últimos, pois pelo menos possuem a coragem de levar as suas premissas até as últimas consequências.
2. Sugiro às mulheres que pensam em abortar o vídeo “O Grito Silencioso” http://www.youtube.com/watch?v=XjUGoSr4MWE, produzido por um dos pioneiros do aborto nos EUA, que chegou a ser reconhecido como “O Rei do Aborto”.
3. Não se preocupem, o aborto logo será completamente liberado no Brasil, não por aprovação no congresso, mas por manobras judiciais e legislativas. Mas, garanto para vocês, o Brasil não será um país melhor depois disso.
4. Para quem não sabe, sou médico hematologista. Vejo todos os dias pessoas lutando pela vida, muitas vezes em vão. Entristece-me muito ver pessoas obcecadas pelo direito de matar. Que Deus nos abençoe e tenha piedade de nós.
Ótimo, já vai tarde. E leve todo o seu conhecimento e erudição para nichos mais elevados onde todos vão fazer amém cada vez que você mencionar que é médico e vomitar seu obscurantismo e seus “argumentos de autoridade”.
Acho o comentário simplesmente egoísta.
E o direito das mulheres que terão um filho acéfalo??
E as mulheres que correm risco na gravidez e não terão acesso a um sistema público de qualidade??
O unico objetivo dessa medida é dar acesso a um serviço do SUS de qualidade.
“E o direito das mulheres que terão um filho ACÉFALO??”.
Pelo que noto, sua mãe abriu mão do direito do aborto em caso de filho “acéfalo”! Hahaha
Você usa várias falácias (típicas da extrema-direita religiosa) principalmente a do espantalho. Acusar quem apoia esse projeto de “abortista” é de um reducionismo estúpido. A pílula do dia seguinte NÃO É abortiva pois impede a fecundação e não mata o embrião, pois ele ainda nem existe. O texto se refere à assistência às mulheres vítimas de estupro e a prevenção da gravidez indesejada. Não é objetivo aqui tratar de quando começa a vida, pois não existe consenso entre os cientistas. O ponto principal é: dar assistência médica e psicológica às mulheres vítimas de violência sexual e impedir que engravidem de seu agressor, um direito inalienável de mulheres que passaram por esta agressão. Me espanta alguém levantar a bandeira de “religioso” como se isso fosse uma distinção que os tornasse superiores aos demais, ignorando direitos básicos das mulheres vítimas de violência sexual e passando por cima do Estado de Direito. As regras religiosas de um grupo NÃO SERVEM para todos, e não adianta usar de falácias semânticas para justificar isso.
Prezado Fausto, no seu esforço “lógico” você propositalmente exclui um dado essencial da questão: que espécie de assistência daremos às vítimas de estupro no Brasil? Seguiremos a Constituição — que, diferentemente da Bíblia, do Alcorão, do Livro dos Mórmons ou do manual da Turma da Mônica, é a TÁBUA DE LEIS DO PAÍS — ou a ignoraremos em nome das convicções de um grupo religioso?
Dizer, como fez Feliciano, que “não há como provar que o sexo foi sem consentimento”, é ofensivo a milhares de mulheres e crianças que todo ano são abusadas sexualmente no Brasil. Essas pessoas não vão ao SUS para conseguir um aborto, mas para se tratarem, física e psicologicamente, da violência extrema de que foram vítimas. E esse tratamento, repito, está previsto na Constituição — o projeto de lei só obriga o seu cumprimento. Sim, esse é o grau de nonsense do país em que vivemos: é preciso de leis que obriguem as pessoas a seguir a Constituição do país.
Não que eu ache que as minhas palavras vão significar alguma coisa para você. Alguém que usa a expressão “gayzista” ou que acha que o Planned Parenthood é uma organização abortista não está obviamente aberto a discussão, mas sim à pregação fanática e irracional. Que Deus nos abençoe e tenha piedade de nós.
1. Planned Parenthood tratando o aborto como a coisa mais natural do mundo: http://www.plannedparenthood.org/health-topics/abortion-4260.asp
2. A Planed Parenthood foi fundada por Margaret Sanger, defensora da eugenia, e do racismo (inclusive a idéia inicial era instalar clínicas em bairros negros para diminuir a sua população) e autora de pérola como essa:
“É reportado que o Aborigine Australiano , a espécia mais baixa da familia humana, apenas um pouco acima do que os chimpazés em relação ao desenvolvimento cerebral, tem tão pouco auto controle sexual que só as autoridades policiais o conseguem prevenir de obter gratificação sexual em público”.[Margaret Sanger]
3. Trecho de um artigo altamente esclarecedor sobre a PP e sua fundadora (http://www.midiasemmascara.org/artigos/aborto/11960-planned-parenthood-aborto-racismo-e-eugenia.html):
Em seu livro de 1922 “Pivot of Civilization” (Eixo da Civilização) ela descaradamente recomendou o extermínio de “ervas daninhas… que invadem o jardim humano”; a segregação dos “retardados e dos desajustados”; e a esterilização das “raças geneticamente inferiores”. Foi mais tarde que ela selecionou os chineses como alvo de sua atenção, escrevendo em sua autobiografia sobre “a incessante fertilidade dos milhões de [chineses que] se espalham como praga”.
4. Em 2009 os médicos da PP cometeram 337 mil abortos. É errado chamar uma instituição que promove 300.000 abortos em um ano de abortista?
Aquele não era o seu último comentário ?
Já sei você tem multiplas personalidades, todas com o mesmo discurso.
Caro Vieira, senta na cadeira e pega um copo d’água que eu vou te dar uma notícia bombástica. A PP trata o aborto como “natural” por um motivo bem simples: o aborto é LEGAL nos EUA. Os estados podem limitar a atividade em certos casos, mas a Suprema Corte autorizou o aborto no país em 1973. Chamar uma instituição de “abortista” é desonesto, porque dá a entender que ela age na ilegalidade, quando esses abortos foram realizados DENTRO DA LEI.
A Planned Parenthood é uma instituição séria de controle de natalidade. Sua atividade abrange planejamento familiar e prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, além de câncer de útero e ovário. Os abortos equivalem a apenas 3% da atividade da PP.
Quanto à fundadora, lembremos que no começo do século XX a eugenia era uma ideia da moda. Isso não absolve Margaret Sanger das coisas nefastas que ela defendia, mas é importante colocar as coisas no devido contexto (Walt Disney também caiu nessa, lembra?). A demonização do Planned Parenthood serve apenas aos radicais religiosos, que parecem muito preocupados com a vida das células mas não dão a mínima para a vida de milhões de mulheres que morrem por falta de assistência médica no mundo todo.
O aborto é legal nos EUA? Não me diga! Acontece meu amigo, que eu não confundo legal com moral; e a PP trata o aborto como um mero procedimento médico, desprovido de qualquer consideração ética.
Não sei se o aborto constitui 3% das atividades da PP, mas sei que eles são responsáveis por 1/3 do lucro bilionário desta instituição.
A devoção ao aborto da PP é tamanha que a instituição faz lobby a favor do “ABORTO PÓS-NATAL”. Isso mesmo, a PP se opõe as leis que garantem atendimento médico aos bebês que sobrevivem ao aborto tardio. Se você não acredita, lei este artigo com o depoimento de um lobista da PP: http://www.wnd.com/2013/03/planned-parenthood-lobbies-for-post-birth-abortion/
Se mesmo sabendo disso você apóia a PP é porque concorda com este tipo de atrocidade.
Aborto pós-natal, Fausto Vieira? Sério? Você tá de brincadeira comigo, hein? Quem plantou essa bobagem na sua cabeça, o Olavo de Carvalho? O fato de que uma lobista da divisão regional da PP se enrolou na hora de responder a uma questão marota de um deputado não faz da instituição uma defensora de tal atrocidade. Não adianta bater perninha e torcer verdades. Mais fácil seria você me mostrar os números: entre os abortos realizados pela PP nos últimos anos, qual a porcentagem de procedimentos tardios? Quais as circunstâncias desses abortos? A PP é séria e trabalha dentro dos limites da lei. Respeito sua resistência moral ao aborto, mas manipulação tem limite. Não brinque com os fatos, porque aqui não tem bobo.
Você não precisa acreditar em nenhuma das dezenas de acusações que pesam sobre a PP. O quê eles assumem fazer -cometer abortos até as 24 semanas – já é suficiente. Você já viu um feto com 24 semanas? Sabia que e alguns casos eles podem sobreviver fora do útero? Sabia que é possível até operar um ser humano nesta idade? Você sabia que nesta idade o aborto é realizado retalhando o ser humano dentro do útero? Você acha que eu devo respeitar uma entidade que promove este tipo de monstruosidade? Dane-se que é legal! A legalização foi baseada, dentre outros fatores, em mentiras absurdas sobre o número de mortes relacionadas a abortos – por sinal, a mesma tática que usam no Brasil, falando de não sei quantas mil mortes (alguns falam em 300.000) quando as estatísticas do SUS (que não discriminam entre abortos provocados e espontâneos) mostram que o número total não chega a 100. Além disso, talvez não seja legal por muito tempo. O movimento pró-vida americano não para de crescer, e existe uma chance real de que o julgamento que liberou o aborto seja revisto devido justamente ao reconhecimento de que ocorreram fraudes durante o processo.
obs: se você não entende palavras, veja a imagem do que você defende: https://www.google.com.br/search?q=abortion&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=dwADUoyOMILg8ASonoGgDw&ved=0CAkQ_AUoAQ&biw=1517&bih=783#facrc=_&imgdii=_&imgrc=zLigofvUNmCgrM%3A%3B5wKFMvdawNZUvM%3Bhttp%253A%252F%252F4.bp.blogspot.com%252F-efvLrZHGr3Y%252FUU0WmVych2I%252FAAAAAAAAAkI%252FqZQP_kXp1kQ%252Fs320%252FAbortion2.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fallbeggars.blogspot.com%252F2013%252F03%252Fthis-is-abortion.html%3B800%3B533
Quando a “direita” quer trazer argumentos contra uma organização de planejamento familiar, usa ideias (ignobeis) de sua fundadora, expostas cerca de 100 anos atras.
Quando a “esquerda” questiona a literatura de um escritor com as mesmas ideias, é acusada de patrulhamento e autoritarismo. Ora, o que vale para Margaret deve valer para Lobato.
Sou contra o aborto . Mas tambem sou contra processar criminalmente quem o faz, dentro dos parâmetros legais.
Estas discussões se travam como se as leis estivessem introduzindo algo novo, que não ocorre.
337 mil abortos. E no Brasil, clandestinamente ?
A TV Ninja já está cobrando patrocínio estatal. A Gaviões da Fiel se postou no Face de armas em punho desafiando neguinho a ir fazer protesto no Estádio de Itaquera. Os jovens lutaram contra o puder e venceram, agora têm meia entrada garantida até os 29 anos. Pronto, o Feliciano não está mais sozinho, a escrotidao é geral.
Reclamar do obscurantismo do Feliciano virou um cliché, quero ver falar do obscurantismo de escala muito mais preocupante defendido pelos pseudo libertários. Os descolados militam por causas ainda mais irracionais, como direitos dos manos, que só elevam a violência urbana, inimputabilidade de menores, como se antes dos 18 fôssemos todos fofos inocentes, e a massificação da maconha e afins, sendo que o Brasil não tem hospital para esquizofrênicos quanto mais para zumbis das drogas. Evangélicos são brutais mesmo, o Feliciano os representa como são.
Como pode um ser humano ser enganado por um sujeitinho tão mentiroso ? Feliciano, eu teria imenso prazer de poder escarrar nessa sua cara de fdp.
Barcinski, excelente matéria. Tão profundo e verdadeiro que incomodou profundamente um dos escravos do criminoso, verme podre, canalha, leviano, rato de esgoto, estelionatário, imundo, pilantra, ladrão, lixo, inimigo público, bandido, marginal, mentiroso, salafrário, vigarista, amoral, pária, sujo, falsário, desonesto, repugnante, quadrilheiro, infecto, covarde, desonrado que responde pela alcunha de feliciano. Esse canalha se assemelha a um vírus, uma doença infecciosa, uma praga à qual é necessário exterminar e desinfetar todos os lugares aonde um dia ele esteve.
É em períodos de crise e insatisfação que surgem mêssianicos, populistas e pregadores da verdade de meia tigela. O perigo maior é quando indíviduos assim chegam ao poder. A história nos mostra a destruição causada por fundamentalistas e seus seguidores. Precisamos ligar o sinal de alerta.
Essa teoria da conspiração, por parte dos evanjéguicos, é cansativa!
Enxergam demônios em tudo e todos que não concordem com eles!
Não tem escrúpulos nem limites, sao o câncer da humanidade de fato! ( me refiro aos fanáticos e não ao todo!)
São tantos os equívocos aparentes que encontro no comentário desse André Fausto, que não sei nem por onde começar. Ele usa, e muito, o termo abortista. Assim como o termo homossexualismo é usado erroneamente na tentativa de tentar implicar a homossexualidade um significado que não lhe é próprio, o termo abortista não é correto, afinal o que as pessoas defendem não é a prática indiscriminada do aborto, mas sim sua legalização (total ou apenas em alguns casos), existe ai uma ENORME diferença.
Enquanto mulher, sinto nojo a cada vez que vejo o nome do Feliciano em alguma manchete de jornal, sei que o que virá abaixo me fará ter vontade de vomitar. Não entendo como alguém machista, racista, homofóbico, fascista, intolerante e discriminador de um discurso de ódio tem coragem de se dizer um discípulo de Jesus. Não sou cristã, mas enxergo Cristo como o maior humanista da história, e tenho pela convicção que sua mensagem de amor não se encontra em nenhuma dessas barbaridades constantemente faladas pelo pastor.
Quanto ao texto e a coluna do Drauzio, é bom perceber que existem pessoas na mídia que se posicionam e defendem fortemente suas convicções. Na prática, a medida aprovada pela presidente vem apenas reforçar a obrigação de algo que já está previsto por lei. O abordo ainda está longe de ser legalizado (mas torço para que esse dia chegue), agora as mulheres passam a ter a possibilidade de tomar a pílula do dia seguinte (que é vendida em qualquer farmácia para qualquer pessoa, eu mesma já tomei algumas vezes) – atenção para a palavra POSSIBILIDADE, pois ela não é obrigada a tomar se não quiser. Além disso, a mulher é informada que em caso de gravidez confirmada existe a possibilidade – mais uma vez, a escolha é da mulher – de realizar o aborto em um hospital público, de maneira segura.
A cada 3 segundos uma mulher é vítima de violência sexual no mundo, e esse imundo vem dizer que as mulheres vão abortar fetos resultantes de uma “transa quando estava com dor de cabeça”? Estava tentando manter o nível, mas vai tomar no cu! Estupro é qualquer relação sexual que acontece sem o consentimento de uma das partes. Então sim, um marido pode estuprar a esposa e isso não significa que ela não tenha o direito de reclamar, isso não diminui a violência, mas realmente não podemos esperar que um machista, homofóbico, fanático religioso entenda essas premissas.
Fico feliz em perceber que apesar de toda a resistência a medida foi aprovada sem nenhum veto e espero que isso seja um sinal de que o governo brasileiro não se deixará levar por ameaças de líderes religiosos e continuará redigindo e aprovando leis que visam o bem da população, e, principalmente, das minorias.
André, o Hélio Schwartzman escreveu um belíssimo texto na folha de hoje sobre esse assunto. Destaco a última frase do texto que é de uma simplicidade e brilhantismo exemplar: “Se existe de fato um ser onisciente, onipotente e que tem horror ao aborto, ele decerto não precisa da ajuda de meros mortais para exercer a justiça cósmica.”
André, um grande absurdo tb é a falsa polêmica que esse Feliciano e seus parceiros promovem. Esse novo projeto apenas ratifica lei dos anos 40 que garante assistência a vitimas de violência sexual. Para mim tipos como Felicianoe Fausto sabem que a lei não é abortista, mas eles se alimentam, se promovem com esse obscurantismo atroz. No mais forte abraço.
Vamos tirar Deus da jogada. O Estado tem por obrigação garantir o tratamento imediato a vítimas de violência sexual. Sendo imediato o aborto não será necessário visto que pílula do dia seguinte é bem eficiente para prevenção de gravidez. O projeto de lei baseia-se nisso e querer enxergar de outra forma é deturpar a realidade. Outro ponto é a legalização do aborto, independente da convicção religiosa, eu como cidadão, concordo com o tão excretado André Fausto, acredito que quando há embrião já implantado existe uma vida (não uma vida em potencial, uma vida) que deve ser protegida. Vão me xingar mas essa vida não pertence mais a mulher que a carrega pois já é um organismo distinto. Resumindo, em caso de violência sexual – todo apoio a mulher com o atendimento imediato, em caso de sexo consentido há outras formas de prevenir a gravidez (inclusive em casos extremos a pílula do dia seguinte) e a atenção das políticas de saúde deve se voltar para isso.É só minha opinião.
Lúcio, quanto à legalização do aborto, também sou contra o ato em si, feito de forma não criteriosa, mas não por questões morais, é mais por não haver esse limite estabelecido, do ‘ponto exato de onde começa a vida’. Mas não acho que o Estado tenha esse direito de ingerência. Os abortos acontecerão, sendo proibidos ou permitidos. A única coisa que vai mudar é a quantidade de gente que vai morrer nesse processo…
Consentimento para quê, se as mulheres são servas e têm que realizar os desejos dos homens para agradar ao deus deles? Dentro desta lógica, o deputado pastor deve fazer mesmo sucesso na igreja dele…Isto não me surpreende mais. O que me surpreende e revolta é a presença deste elemento na presidência da comissão dos direitos humanos de meu país!
Grande Barça. E o Malafaia dizendo que crente não deve denunciar pastor corrupto…Tá feia a coisa, viu.
Não concordo com uma vírgula das palavras o Infeliciano. Mas ele não é servidor público. É representante legislativo daqueles que o elegeram. E, para bem e para mal, esse é o objetivo dele. A questão é: esse cara deveria ter recebido sequer um voto?
Andre Fausto, bancando o dono da Razão.
Todo alienado por religiao é do mesmo fator de extremo fundamentalismo!!! Vai escrever um livro….
xii… tá com um cheiro de Olavo de Carvalho na área (“Vença um debate na internet em 10 passos)… Barcinski, para os radicais de extrema direita qualquer coisa que esteja um pouquinho ao lado já é considerada esquerda absoluta. Enfim, será que as pessoas defenderiam as mesmas coisas se fossem mulher? É fácil ditar regra para o corpo e a vida dos outros. Se uma mulher brasileira e católica não quiser fazer um aborto em nenhuma situação, é um direito dela.
O problema é bem maior, o estado deveria proteger pessoas que são desprovidas da capacidade de analisar se estão sendo exploradas, são manipuladas por esse bando que se dizem representantes de Deus na terra enquanto praticam na cara dura e em tv aberta a prática do estelionato, é muito rabo preso ou falta de vontade pra não ter uma investigação em cima desse pastores. Pastor mesmo é o Valdomijo do Hermes e Renato.
Sou ateu e quero o Estado mais laico possível. Mas não me ofendo com a tentativa de obter o veto da Dilma por parte da bancada religiosa. Também não pretendo fazer com que o Feliciano pare de falar os absurdos dele. É parte do jogo. Se por azar, no futuro os evangélicos passarem a ter maioria no legislativo, é isso que vai garantir que eu continue a me declarar ateu sem ser censurado.
Ainda, deputado não é servidor público, mas agente político, o que é diferente. Um policial, que é servidor público, não pode prender alguém em nome de Jesus. Mas um político pode sim dizer que atua por seus princípios religiosos. Para o bem ou para o mal, não pode haver limites aí. É por isso que existe imunidade parlamentar.
Por quê que aquele que é religioso e defende as suas convicções é obscurantista e intolerante? Vc se acha iluminado mesmo, não? Os padres e pastores que se opuseram a esse projeto de lei estão absolutamente certos, fique sabendo. Aonde fica o direito à objeção de consciência, na medida em que se obriga todos os médicos e hospitais da rede pública (inclusive os mantidos pela Igreja), a realizarem tais procedimentos? Outra, não há a exigência de B.O., nem de laudo médico comprovando a violência. Precisa dizer algo mais? De uma forma sorrateira, está se implementando a prática do aborto no Brasil. Agora, o doutor Draúzio tem lá a sua opinião, e quem somos nós os “religiosos fanáticos” para discordar …
Porque convicção religiosa não pode se misturar a políticas públicas, simples assim.
Então quer dizer que eu, motivado por um princípio religioso, não posso me preocupar com a possibilidade real de se vir a implantar o aborto indiscriminado neste país? Em matéria de aborto, por exemplo, só podem opinar aqueles que não forem religiosos? O país passou a ser oficialmente ateu, por um acaso?
Preocupar pode, claro. O que não pode é exigir que sua convicção religiosa vire lei e se estenda a todos. O país não é ateu, é laico. São coisas diferentes.
Eu sei bem que são coisas diferentes. Agora, vc é que parece não saber fazer a distinção. Quer dizer, aquele que é religioso tem o direito de se preocupar, não de legislar. Vale a pergunta: somente as convicções não-religiosas é que podem se estender a todos? Democracia interessante a tua, né?
Não se faça de bobo, por favor, você está invertendo a lógica. O que não pode é legislar usando a crença religiosa como parâmetro. O Estado é laico.
E tem outra, esse projeto apenas vem regulamentar algo que já era permitido pela nossa legislação. Esses líderes religiosos apenas se movimentaram no sentido de eliminar ou esclarecer alguns pontos controversos ou duvidosos, que poderiam levar, na prática, a uma enxurrada de abortos. Estão fazendo valer o Código Penal, pois aborto ainda é crime neste país.
O que foi pedido foi o veto parcial ou total desse projeto de lei, visando unicamente a proteção ao direito à vida. Não seria preciso nem pastor nem padre para chegar a essa conclusão. É princípio fundamental do Direito e da nossa CF. O Estado é laico sim, mas os deputados são eleitos para legislar de acordo com a vontade da população que representam.
Edu, na verdade não estão querendo fazer valer o Código Penal. O aborto decorrente de um estupro NÃO é CRIME. Simples assim:
Art. 128 – Não se pune o aborto praticado por médico: […]
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Thiago, estou ciente disso. O problema não é os abortos decorrentes de estupro, mas sim os que poderão vir a acontecer, dada a redação do projeto de lei, mesmo quando não haja estupro. É nesse sentido que eu disse que estavam tentando fazer valer o CP.
Infelizmente a religião, ou ateísmo, neste caso, atrapalha a discussão para qualquer lado.
Assim como argumentar ou contra-argumentar qualificando o emissor da mensagem como esquerdista ou direitista.
Aliás, isso destrói qualquer chance de um debate saudável como dá para ver em vários comentários aqui.
Quem acompanha o blog sabe que qualquer fundamentalismo é condenável por aqui.
Eu pessoalmente sou contra o aborto em qualquer relação consensual.
Mas quem sou eu pra julgar um aborto depois de um estupro? Uma das coisas mais abomináveis que podem acontecer a uma mulher.
E a pílula do dia seguinte? É aborto? Não acho. Entendo que todo mundo tem o direito de errar ou de estourar uma camisinha.
Mas acho difícil aceitar o aborto depois do feto estar minimamente formado.
Minha opinião é baseada em fatos científicos? Não. É puramente visual e emocional.
Principalmente depois de ter dois filhos, acompanhar todos os ultrassons, e ver o corpo se formando até antes das 12 semanas.
Aqueles embriões com pequenos braços e cabeçudos eram meus filhos e ponto final.
Agora relação não consensual pra mim é estupro. E aborto nestes casos é uma decisão que cabe à vítima, sendo justificável.
Agora uma dúvida que sinceramente não vi ninguém que é a favor do aborto (em qualquer circunstância) responder de maneira satisfatória é: Até que momento da gestação o aborto é aceitável? (estou falando de relações consensuais)