Pelvs celebra “21 anos de anonimato”
08/08/13 07:05Foram quatro álbuns em 21 anos de carreira. E o grupo carioca Pelvs resolveu disponibilizar toda sua produção – 68 músicas, incluindo os quatro discos, faixas inéditas e demos – de graça. É só acessar o site da banda (aqui) e baixar tudo.
Procurei meu amigo André Saddy, tecladista da Pelvs, para uma pequena entrevista sobre a iniciativa da banda. Mas Saddy, que é um “novato”– tem só sete anos com o grupo – passou a bola para um dos fundadores, Rafael Genu.
O que motivou vocês a disponibilizar toda a produção da banda?
Todas as tiragens dos nossos discos foram pequenas e esgotaram-se com o tempo. Em paralelo, tínhamos esse projeto antigo da Caixa, de reunir todo o material que gravamos ao longo da carreira e ficou de fora dos quatro álbuns. Aos poucos, fomos digitalizando as demos, garimpando registros de shows Brasil afora e gravando covers, coisas novas, para não ficar apenas o registro inicial da banda, e sim as transformações que ela sofreu em mais de 20 anos. O momento agora foi perfeito, pois a Pelvs estava inativa há algum tempo. Eu mesmo passei dois anos morando no exterior e outros integrantes da banda também saíram do Rio ou estiveram envolvidos com outros projetos pessoais e profissionais. Quando voltei da França, no ano passado, decidimos finalmente fazer um site próprio e disponibilizar a única coisa que a Pelvs realmente tem a oferecer ao público: sua obra. Tudo foi feito em parceria com o nosso selo, midsummermadness.
A Pelvs lançou quatro discos de estúdio em 21 anos, alguns com até sete anos de intervalo. Por que tanto tempo entre um disco e outro?
A gente faz tudo muito devagar porque esse é o nosso ritmo. Tirando o Gustavo, que é músico mesmo, o resto da banda tem outras atividades que dificultam um comprometimento maior. No início, tínhamos uma regularidade de Copa do Mundo, como gosta de lembrar o Rodrigo Lariú (sócio do mm e manager da Pelvs). Lançamos “Peter Greenaway’s Surf” em 1993, “MembertoSunna” em 1997 e “Peninsula” em 2001. Depois, os intervalos ficaram maiores e se lançarmos um disco em 2014 já serão mais de sete anos desde “Anotherspot”. Por outro lado, temos alguns períodos produtivos, como agora. Gustavo está terminando de gravar seu disco solo – “Velha” – cantado em português, e na sequência vamos engatar o novo álbum da Pelvs. Metade do repertório já está praticamente definido e vamos gravar novamente em casa, no Pelv Home Studio.
Vocês vêem a Pelvs mais como um projeto entre amigos? Ou chegaram a pensar em fazer carreira com a banda?
Entendo o que você quer dizer com fazer carreira. Pensamos nisso numa época. Quando tinha uns 22 anos e o Dodô (baterista original) saiu da banda, logo após o lançamento do “MemberstoSunna”, cheguei a propor ao Gustavo largar tudo e nos mandar para Londres. A resposta dele foi que não se imaginava morando em outro lugar que não fosse o bairro do Flamengo. A realidade é que somos despretensiosos por natureza, e talvez um pouco preguiçosos. Amigos, com certeza. O que mantém a Pelvs unida é a amizade não só entre os membros da banda, mas também com o core do nosso público.
Vinte e um anos de estrada, para uma banda carioca de rock, e independente, é um feito e tanto. Como vocês sobreviveram no Rio, o túmulo do rock?
A gente sempre teve onde gravar e onde tocar. E um público, mesmo que segmentado, para ouvir. No Freezer, que foi o estúdio do Gustavo e do Dodô durante anos, gravamos três discos, e agora montamos esse estúdio em casa. Amigos muito próximos à banda comandam o Grupo Matriz, no Rio, e volta e meia nos convidam para tocar em suas casas noturnas. A Pelvs sobrevive no underground graças às relações que conseguiu construir ao longo do tempo – e à permanente atividade do Gustavo como músico e produtor. Por exemplo, ele gravou “Pessoas do Século Passado com o Dodô” em 2004 e produziu o último disco do Cigarettes, lançado em 2012. Fora isso, é ótimo ter um “patrão” que também é fã da banda, e o Lariú está sempre com o nome da Pelvs na ponta da língua, quando pinta alguma oportunidade.
Quais os planos da banda para o lançamento do disco? Show? Turnê?
Em 2013, nosso primeiro álbum completa 20 anos. É uma data especial. Até dezembro, vamos fazer pelo menos um show no Rio e um em São Paulo reproduzindo um pouco aquele clima do início dos anos 90. A ideia é dividir a apresentação em dois sets. No primeiro, tocaremos as 21 músicas de “Peter Greenaway’s Surf” na mesma ordem do disco. No segundo, algumas canções da época que entraram na Caixa (sim, porque ainda tem muita coisa que ficou de fora). A partir dessas duas apresentações, esperamos receber convites de outros estados e agendar shows para o início do ano que vem.
Cara, tá rolando um buxixo envolvendo a Fora do Eixo (e o seu irmãozão Ale Youssef por tabela) e eu reparei que você tá meio quieto. Aconteceu algo cara? Abração!
Dani, eu conheço e tenho amizade com o Yousseff, mas não sou “irmãozão”, aliás, não o vejo há uns dois anos. Já escrevi inúmeras vezes sobre o Fora do Eixo, inclusive critiquei o Capilé por ter ficado em cima do muro quando começaram as manifestações. Por favor procure que você acha.
Se procurar acha, com certeza, mas e a sua posição?? Com certeza você acompanha a movimentação nas redes sociais e tem uma opinião sobre as denuncias escabrosas de jornalistas (onde me incluo), de músicos, cineastas, produtores e outros agentes culturais.
Fiz um texto, sai amanhã. Mas escrevo sobre esse assunto há muito tempo, inclusive critiquei o fora do Eixo há algumas semanas, por ter ficado em cima do muro quando as manifestações começaram. E na boa, essas “denúncias escabrosas” não são novidade. Podem estar na pauta do dia por causa da entrevista do “Roda Viva”, mas não são novidade.
Sempre achei essa banda uma m…
PELVIS É UMA BOSTA!
Calma!
Acho que conheci a Pelvs no finado Retrô,tenho o vinil do Peter e esses dias achei o cd na Galeria do Rock,aguardarei esse show em SP com ansiedade!
Não foi a midsummermadness que lançou a primeira demo do Killing Chainsaw?
não, o midsummer madness relançou. A própria banda lançou em 1989.
Parabéns pela espetacular entrevista com o João Gordo na Rolling Stones. Sensacional.
Viva o Gordo de verdade.
Legal que vc gostou, também gostei de fazer. Abraço.
O Pelvs é massa! tenho o “Península”.
O Honkers (citado por Alexandre Moreira) também é muito bom. Sou da Bahia e tive oportunidade de vê-los ao vivo várias vezes. Showzaço!!
Tenho todos os discos da Pelv’s, todos originais, com exceção do ”Peter Greenways…” que o Lariu me presenteou em CDR.
”Even if the sun goes down” é uma das melhores canções do indie brasileiro. Aquele trumpete na música é hipnótico!!!!
Tive o raro prazer (igual ao Carlton!!!) de vê-los no festival Coquetel Molotov em Recife, na mesma noite do Teenage Fanclub.
Parabéns e obrigado ”Barça” por bancar o ”coveiro”.
Que som ruim ! Esse inglês sofrível é bisonho. Ainda bem que os integrantes tem outra profissão, senão já teriam morrido de fome.
André, vc conhece a banda bahiana “Brincando de Deus”??
Conheço sim, lembro que os discos eram muito bons.
Messias, o vocalista da brincando..” lançou um disco em 2011. Muito bom!
Ia comentar do solo do Messias… gostei bastante também! surreal uma banda dessas na Bahia.
Detalhe, é um cd TRIPLO. Grande Messias, figuraça.
Não dá pra entender uma banda que não quer fazer carreira internacional cantar em inglês, e com sotaque. E por esse vídeo, mal. Mas vou pesquisar mais no site deles.
a música não é uma ciência exata. A banda toca para se divertir acima de tudo. E o “broken english” faz parte disso.
Sem problemas, só que vira coisa para iniciados, de turma, saber que isso faz parte do “estilo” da banda. Certas músicas do Pavement também causavam estranheza, parecia que tudo tava fora do tempo e o vocalista tinha acabado de acordar. Às vezes funciona, outras vezes não.
Exato. Várias bandas que eu gosto causam estranheza parecida. Jamais esperaria um ingles correto de uma banda brasileira ou japonesa. Assim como não esperaria um português perfeito de uma banda inglesa que toque samba.
Pelo post fica óbvio que a banda nunca fez o jogo do mercado, da auto promoção, e outras coisas mais. Mas cantar em inglês pode ter contribuído para os 21 anos de anonimato, rs. Brasileiro só perdoa cantar em inglês se não souber que é brazuca (geração Morris Albert) ou se fizer carreira no exterior, como CSS e Sepultura.
Teria o Lariú mais sorte se o Mid Mad fosse em SP ? Sei não ! Gosto do selo/zine, tem coisas realmente bacanas – Pelvs – e coisas realmente chatas – Pulovers.
Uma vez, eu e Lalariu trocamos farpas por email por causa do Man or Astro-man?. A banda tocou pelos lados do ABC Paulista – São Bernardo do Campo – num moquifo e não foi para o Rio. Digamos que, ele soltou um comentário bairrista que foi interpretado de uma maneira meio besta – da minha parte. Mas, fazer o quê ? O público do Rio não quis o MOAM. E também não quis o Dick Dale tocando em palcos cariocas – show foi até cancelado por baixa venda de ingressos.
A minha última aquisição do MID MAD foi o último albúm do Fellini.
Barcinski, já deu uma olhada no blog Pequenos Clássicos Perdidos ? Vá e não se arrependerá !
“Baixa venda” é um modo elegante de dizer que o Dick Dale não vendeu UM ingresso no Rio. Fiz um show do Sisters of Mercy no Via Funchal, deu 4700 pessoas. No Rio, num sábado, menos de 300. Banda pra fazer sucesso no Rio tem de usar havaianas ou ter barba do Los Hermanos.
Extinto Via Funchal ! Aquilo já deixou saudades !
…e de preferência tocar de graça.
Hahahahaha……que sacanagem.
Nenhuma sorte Alexandre. Moro em SP há mais de 3 anos e nada mudou. Posso te dizer, com conhecimento de causa agora, que as coisas aqui não são tão melhores assim como parecem. Pelo menos para as bandas que costumo trabalhar. Mas isso já não me incomoda há anos…
Aliás, o midsummer madness fará 25 anos em 2014, é o evento mais importante do ano que vem, mais do que a Copa do Mundo hehehehehe.
Pullovers nunca foi, não é e jamais será do midsummer madness. Então, fico feliz que só temos coisas realmente bacanas 😉
Me lembro do comentário sobre o MOAM, foi infeliz mesmo. Se não me desculpei naquela época, desculpas atrasadas. Mas acho que o acontecido está longe de caracterizar o Rio como túmulo do rock. Basta pesquisar iniciativas antigas, como a do Rato no Rio, e outras muito recentes como a do Queremos, para ver que muitas coisas acontecem por lá. Pode não ser fácil para todos estilos (nunca foi para as bandas do mm) mas existe muita coisa boa rolando.
O nome do muquifo em SBC era Planeta Rock. Além do MOAM, também tocaram por lá bandas gringas como Seaweed, Superchunk, Fun People, Madball e Lag Wagon. Como essas bandas/promoters fechavam as datas dos finais de semana para as capitais (são paulo, curitiba, bh, etc), acabava sobrando um dia de semana pro show de SBC, e por isso muitas dessas bandas fizeram o primeiro show em território brasileiro no supracitado muquifo. Era surreal e classe ao mesmo tempo.
Boa Barça, não conhecia, gostei e vou baixar, Valeu pela dica. Você poderia fazer um post sobre mais bandas como a Pelvs. Hoje em dia não dá pra escutar nenhuma banda nacional, são ruins demais, uma mesmice…gosto muito de Plebe Rude, Camisa de Venus.
PS: Acho que você vai gostar disso.
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/08/1323409-lady-gaga-grava-video-nua-sobre-metodo-corporal-de-marina-abramovic-veja.shtml
Se merecem as duas!
Cadê sua sensibilidade artistica que não consegue se emocionar diante de uma Lady nua e refletindo.
Não é da mesma praia, mas é do Rio; alguma notícia da Dorsal Atlântica?
Por onde andaria Carlos “Vândalo” Lopes!?!?!?
Tá rolando um “revival” da Dorsal, vai ter até um documentário.
Rapaz, outro dia postaram aqui com o nome dele, num tópico sobre o Al Jourgensen. Se não foi o próprio, foi homenagem: Carlos Vândalo comentou em 12/07/13 at 13:32
Entendemos André Fausto e o meu julgamento é que tua vida é boa, honesta, mas não é interessante de ser compartilhada. Se não gosta, passe reto.
O interesse pelo louco junkie Jourgensen é justamente pelo fato de o cara ser um total desajustado, aloprado, fora dos padrões e NÃO SER UM MODELO SOCIAL. Nos interessamos também por aquilo que não deu certo, ok!?
Esse selo midsummer madness lançou muita coisa boa, inclusive o Melodias de uma Estrela Falsa do Astromato que é um dos melhores discos do rock brasileiro que eu conheço
Existem milhares de bandas como essa pelo Brasil. Não me refiro à qualidade, que é excelente, mas sim à falta de espaço para o rock no momento atual da música brasileira, onde um bando de iluminados, que mandam em tudo, impõem sem péssimo gosto musical aos brasileiros. Meus parabéns e meu respeito à Pelvs e a todas as demais bandas de rock brasileiras.
Nossa, Pelvs, há uns 2 meses tava escutando umas fitas K7 antigas, e no meio tinha uma com o disco “Peninsula” gravado. Escutei muito entre 2003 e 2005, enquanto estava na faculdade! Legal!
Sinceramente? Nem de graça!
André, a Pelvs é uma grande banda. Assisti um show dela em 2001, em Belo Horizonte. Na mesma noite foi exibido o documentário “Maldito” sobre o Zé do Caixão. Ainda teve show do Luna. E você foi o DJ que fechou a noite. Chegamos até bater um papo. Lembro que você me disse que estava querendo fazer um documentário sobre luta-livre. Depois chegaram o John e Fernanda Takai e vocês ficaram conversando. Ainda sobre a Pelvs, “Peter Greenaway’s Surf” e “Melodias de uma Falsa Estrela”, do Astromato, são meus discos preferidos do indie rock brasileiro. Por sinal, ambos são da midsummer madness.
Lembrei do Second Come, por onde eles andam será?
Cara, Second Come acabou ! O vocalista, Fabio, já faleceu, não me lembro bem em que ano.
Para matar saudades:
http://www.youtube.com/watch?v=loafjBfO8_Y
abs
Bullit, no site da mmrecords tem um tributo ao Second Come com Pelv’s, Snoozer….vale a pena comprar. Lá tbm tem todos do Second Come pra download.
Eita banda ruim !!!! essa com os Cigarretes foram das piores bandas cariocas de todos os tempos.
Muito legal a Pelvs.
André, desculpa eu ser um pouco implicante, mas vc não acha injusto chamar uma cidade de onde foi criado o Rock In Rio e o Circo Voador de “túmulo do rock”?
Não. Sou do Rio e posso afirmar que é o túmulo do rock. A maioria das bandas de rock que tocavam no Circo não eram do Rio, e Rock in Rio tem até em Lisboa.
Então tá moço! fico imaginando como chamaríamos poa (engenheiros, nenhum de nós) e bh (pato fu, j quest, skank…)
Ué, e o rock não pode ter vários túmulos?
Será que o pessoal do Sepultura pensou nisso quando deu o nome à banda?
De qualquer forma se o Rio é túmulo do Rock ou não, eu acredito em necrofilia…
Eu tbm Clínio.
Pelvs é bacana hein, tinha o Peter Greenaway´s Surf e acho que me roubaram, acho que esses shows ai do Pelvs tinha que rolar em mais cidades do Brasil, outra banda da Época que achava bem bacana era o Valv.
saudades do Valv!
Valv era foda!
Nao concordo com o “tumulo do rock”,apesar de toda esquina tem alguem escutando funk, pagode e etc. No rj tem mt bandas alternativas boas e sempre ta rolando algum show ou festival em algum lugar.
Ah, é sim.
Second Come que o diga…
Orbitei por 7 anos da minha vida tocando um podcast focado apenas em bandas independentes brasileira. E ao meu ver/ouvir, a Pelvs ao lado da baiana The Honkers, são das mais espetaculares bandas brasileiras. Com trabalhos alguns níveis acima da grande maioria de bandas que pipocaram no Brasil. Merecem mais atenção.
E o Wolf Attack? hahahhaa
Que é isso man, assim fico enrubescido…
que honra ouvir isso de ti…com um dos programas + fodas de música alternativa que esse Brasil já viu!!!
se deus quiser e o diabo deixar (e a lentidão baiana dos Honkers tb), esse ano sai coisa nova!!!
coloquei nossas demos em ordem cronológica no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=OenkCbwC_P8
http://www.youtube.com/watch?v=EW1-ElnfOGo
http://www.youtube.com/watch?v=qGWhQ441Gqs
http://www.youtube.com/watch?v=mtPTNGVR-ck
qq coisa, dá um saque no:
http://www.fotolog.net/thehonkers
sim somos old school…usamos flog ainda-ehhehehe
coloquei tb online os trampos de minha outra banda q tive, + underground que os Honkers, a The Futchers (q tb rolou várias vezes no Loaded, inclusive saiu numa coleta de vcs):
http://www.youtube.com/watch?v=rBlzWWdX7MA
http://www.youtube.com/watch?v=FAl2r4g–gI