Herbie Hancock, Nelson Freire, Madredeus, Jards Macalé? De graça?
20/08/13 07:05Devo estar alucinando, não é possível: Herbie Hancock, Madredeus, Nelson Freire, Hamilton de Holanda, Raul de Souza, Nouvelle Vague, Jards Macalé e outros, de graça? Além de filmes, debates e palestras gratuitos? Em três das cidades históricas mais bonitas do Brasil?
Pode crer: a partir de sexta, 23 de agosto, Paraty, Ouro Preto e Olinda recebem o festival MIMO. O que começou em 2004 como Mostra Internacional de Música de Olinda cresceu, chegou a outras cidades e se firmou como um dos eventos culturais mais bacanas do país (veja a programação completa aqui).
Não posso esperar para ver Herbie Hancock tocando na Praça da Matriz, em Paraty (6ª, 22h30) e o Madredeus, no mesmo local (domingo, 21h).
Também quero muito conferir apresentações de artistas que nunca vi ao vivo, como o jordaniano Rum Tareq Al Nasser (sábado, 22h30) e o Duo Milewski, formado pelo violinista polonês Jerzy Milewski e a pianista brasileira Aleida Schweitzer.
Outra atração que parece imperdível é o alemão Stephan Micus (leia mais aqui), cujo trabalho não conheço, mas que chega muitíssimo bem recomendado. O concerto será sexta, às 19h30, dentro da Igreja da Matriz.
O festival traz ainda filmes sobre música, incluindo documentários como “Tropicália”, “Simonal – Ninguém Sabe o Duro Que Dei”, “Pernamcubanos – O Caribe que Nos Une” e “Olho Nu”, este sobre Ney Matogrosso.
P.S.: Por falar em alucinações, ontem estava assistindo a um documentário sobre Arnaldo Antunes no Canal BIS e julguei ter ouvido o músico Curumim comparar Antunes a Noel Rosa, Cartola e Chico Buarque. Alguém mais ouviu, ou foi só um delírio meu?
P.S. 2: Acabo de saber que Elmore Leonard morreu. Farei um texto pra “Ilustrada” de amanhã, e outro aqui no blog.
Herbie Hancock é o mais um da safra que quanto mais velho fica ainda melhor.
É surpreendente até hoje para mim ouvir as marcantes “Blow Up”, “Rock It” e “River”, a capacidade de variar deste cara é mais uma prova sublime de seu talento.
Em 2008 o multifacetado artista ainda abocanhou o Grammy.
Como são as coisas, né, vou para Pernambuco em setembro visitar parentes e, com uma notícia assim, ainda de quebra vou num festival ímpar. Mas putz, em Olinda não terá Hancock.
Adré, o que vc achou do doc do Ney? Acho que hoje, vivo no Brasil. ele é o artista mais importante, criativo e transgressor, daquela tal mpb.
Não vi, espero assistir essa semana. Mas sou fã do Ney, é um artista fantástico e transgressor.
Saudades do “Tudo é Jazz”, um dos melhores festivais de jazz já realizados no Brasil, na década passada, também em Ouro Preto, relativamente perto de onde moro. Em um lugar aconchegante – eu sempre fiquei a poucos metros do palco, sentado – passaram músicos como o fantástico baterista brasileiro Paschoal Meirelles, o pianista cubano Gonzalo Rubalcaba, Patricia Barber, Jon Hendricks, Hermeto Paschoal, o excelente violonista Romero Lubambo, Luciana Souza (há muito a maior cantora do Brasil), Michel Legrand, o mítico baixista companheiro de Hancock no segundo quinteto famoso de Miles Davis, Ron Carter, o trio sueco sensacional E.S.T, o “Charlie Parker italiano”, Francesco Cafiso, Jason Moran, um dos melhores pianistas do jazz atual, o também excelente pianista Aaron Goldberg, um show fantástico do acordeonista francês Richard Galliano acompanhado do eletrizante Hamílton de Holanda, Duduka da Fonseca, o trio de Joshua Redman, a maestrina sensação Maria Schneider, herdeira musical de Gil Evans, um brilhante sexteto de Wallace Rooney, João Donato, e a inesquecível apresentação do quinteto de Dave Holland com o fantástico Robin Eubanks no trombone ao lado de um dos melhores saxofonistas atuais, Chris Potter. Isso tudo na pequena Ouro Preto, durante praticamente toda a década passada, sob a orientação do colunista de jazz do JB, Luiz Orlando Carneiro.
Meu Deus, que lista fabulosa!!! Só não conheço o Raul de Souza desta lista. Mas os demais são monstros! Na Multicultura passou há duas semanas um show do Hamilton de Holanda com o Yamandu, coisa finíssima! Hancock, Nelson Freire… Que m#$@ que não vai ter em São Paulo. Paciência.
Só espero que o público seja de pessoas educadas e verdadeiras admiradoras desses artistas, porque aqui em Sampa eventos gratuitos deste tipo têm atraído uma horda de imbecis mais preocupados em conversar, “azarar”, fumar maconha, mexer em seus i-phones e ficar tirando “fotinha” pra postar no “Feice” e no “Instangram” do que ver os artistas, que muitas vezes eles nem conhecem.
Isso não é exclusividade só em SP, é mundial. Pessoas educadas? Nem em igrejas tem mais…
Raul de Souza é um dos maiores trombonistas de jazz ever… maior do Brazil com certeza, ele era fenomenal nos anos 1960…. hoje em dia entao?….
Barça, já ouviu falar no Filipe Catto? Ele esteve no programa do Jô na semana passada… achei o estilo dele bem parecido com o do Ney Matogrosso (guardadas as devidas proporções).
Não conheço, Danilo. Acho que vi um pedaço de uma entrevista dele no programa do Moska, no Canal Brasil.
É verdade o timbre de voz dele bem o do Ney Matogrosso….ouvi uma música dele parece ter talento.
Achei muito bom o CD de estreia do Catto.
O canal Arte1 está anunciando, ainda sem data definida, a transmissão de um concerto da filarmônica de Los Angeles, com Dudamel na regência e Hancock ao piano, executando Rhapsody in Blue. Vi um trecho no YouTube e o negócio foi muito bacana.
Demais. Quando souber, avise, por favor.
Algumas semanas atrás comentei com você a respeito do show do Hancock. Que bom que irá acontecer mesmo. Espero que um dia esse festival se estique até São Francisco do Sul-SC que é do lado da minha cidade. Afinal, também é uma cidade histórica, a segunda ou terceira mais antiga do Brasil se não me engano.
Quanto ao Arnaldo Antunes, vi que estava passando mas passei batido antes de ouvir qualquer coisa.
Eu estava assistindo ao documentário sobre o Arnaldo Antunes porque não tinha conhecimento desse canal BIS. Leio sempre seu blog e vi a dica do programa do Ron Wood. Só que me enganei no horário, era 9:30 da manhã. Aí vi aquela comparação e tive a mesma sensação que você descreveu: “será que eu ouvi direito?” Fico pensando como será contada a História daqui a algumas gerações.
André a programação do Mimo como um todo, está ótima, e ainda mais de graça, se estivesse em algumas das sedes, iria com certeza, mas sobre o Curumim, acho que ele foi “curumim” demais na comparação, o Arnaldo Antunes era ótimo nos Titãs, na carreira solo ele alterna bons e péssimos momentos, mas não chegou nunca aos pés dos citados…
Curumim comeu muito aipim, só pode…e aí, vai rolar um (novo) post sobre o Elmore Leonard?
Claro. Tô fazendo um pra Folha, sai amanhã, então vou escrever aqui no blog quinta.
Gosto do Arnaldo Antunes, a melhor fase do Titãs era quando ele ainda estava na banda, mas comparar com Noel Rosa foi rídiculo mesmo. Mas afinal quem é esse Curumim?
o arnaldo antunes é, no máximo, um arremedo de david byrne com pretensões a paulo leminski. as letras que ele escreve são ótimas pra trilha sonora de comercial de banco, celular e supermercado. e pensar que ele era o melhorzinho dos titãs.
Herbie Hancock e Nélson Freire? Que demais! Há alguns anos pude assistir a um free festival de Jazz em Rio das Ostras, bem legal. Não sei se ainda rola.
Opa, rola sim. O Festival chama Rio das Ostras Jazz & Blues Festival, acontece sempre no feriado de Corpus Christi e esse ano teve a 11ª edição.
Bom saber. E aquela orla, que tinha sido toda arrumada, resistiu ao tempo( e às administrações)?
A Orla tá meio detonada, mas deve entrar em reforma em outubro/novembro. O Festival esse ano foi bacana, teve Stanley Clarke, Vernon Reid e o John Primer, que fez o melhor show na minha opinião.
Quando era menino eu tinha um primo que era dentista. Se vc tocasse Vivaldi durante 40 minutos ele amansava e virava um… OGRO. Tenho trauma de dentista até hoje.
… mas por que estou falando isso? …ah, ele também se chamava Aranaldo
O post valeu pelas dicas.
O “PS” valeu pelo post !
Acho que o próprio AA não faria tal comparação.Pô;Cartola??Noel,Chico Buarque(que já foi muito comparado a Noel,com mais propriedade)?Não vou falar em qualidade, mas tem uma cena que se o SESC e a Cultura fecharem fecha junto.
Ahh…esqueci! O doc do Arnaldo Antunes acabou de passar nesse momento. O que me irritou é o fato de só falarem bem do cara! “Gênio! Poeta!” Só babação de ovo…q saco.
“árvore
pode ser chamada de
pássaro
pode ser chamado de
máquina
pode ser chamada de
carnaval
carnaval
carnaval…”
Que isso, Barça, que preconceito! Isso é puro Cartola!
Muito legal a oportunidade de ver coisas boas e de graça! Aqui em SP tá rolando o Bourbon Street Fest que alterna apresentações na casa em Moema (pagas) com outras de graça no Parque Ibirapuera. Este fim de semana tem um imperdível. Leo Nocentelli, guitarrista do Meters!
Demais mesmo.
Programa de índio.
É sim, Nelson Freire e Herbie Hancock são desprezíveis. Bom mesmo é o Perca.
Programa de índio foi a participação do Curumim.
uhahuauhauhauha
Se confundiu ali com o ano, André. “Começou em 2014…” Abraço!
Falando em coisas diferentes, estou morando em Dubai, recebi uma proposta de emprego no começo do ano e vim parar aqui.
Consequentemente estou conhecendo um monte de coisa diferente, na TV local por exemplo eles transmitem muitos festivais pequenos de música (daqui e de fora) e uma banda me chamou a atenção, chama Affif Brothers ( não confundam com o político Afif de São Paulo hehe ).
É um quarteto que mistura jazz com algumas coisas locais mas sem soar picaretagem pra turista ouvir, é bem bacana. Não sei se era conhecido antes, mas foi a primeira vez que ouvi.
[]’s
Nunca ouvi falar, vou procurar. Valeu.
Eu vi um depoimento de um musico meio hippie tão entusiasmado com fato de tocar com aa que eu mudei de canal.