Finalmente: Monomen no Brasil!
30/08/13 07:05No início dos anos 90, Seattle era a capital americana do rock. A gravadora Sub Pop fica lá, e o grunge estava no auge.
Mas os shows mais divertidos da região não rolavam em Seattle, mas numa pequena cidade 145 quilômetros ao norte, chamada Bellingham. Em Bellingham ficava a sede da gravadora Estrus e a casa do grupo Monomen.
O líder do Monomen era Dave Crider, chefão da Estrus e figura mitológica da cena de rock de garagem do noroeste americano. Em meados dos anos 80, ele já tocava em grupos locais e fundou o Monomen em 1987.
O nome “Monomen” é uma homenagem a Jeff “Monoman” Connoly, líder de outra banda importante dessa onda de revival do pré-punk, The Lyres, de Boston (aliás, recomendo o livro “Vinyl Junkies”, de Brett Milano, sobre colecionadores obsessivos de vinil, que tem um capítulo inteiro sobre Jeff Connoly e seu amigo Pat McGrath, dono da gravadora/loja Looney Tunes).
A gravadora de Dave, a Estrus, lançou bandas como Mummies, Man or Astro-Man?, Phantom Surfers, Monkeywrench (projeto paralelo de membros do Mudhoney), Mooney Suzuki, Gas Huffer, Superchargers e uma penca de outras. Só coisa fina.
Amanhã, o Monomen começa uma pequena turnê no Brasil. O grupo toca sábado em Brasília (Porão do Rock) e domingo em Goiânia (infelizmente, o show de São Paulo, que deveria ser hoje, foi cancelado devido ao atraso na chegada dos vistos da banda ao Consulado do Brasil em Buenos Aires, onde o grupo se apresentava).
Dave Crider já esteve no Brasil com duas outras bandas, Watts e The DT’s. De sua casa em Bellingham, me disse, por telefone, que adora o público brasileiro e que sempre se surpreendeu com o gosto dos brasileiros pelo rock de garagem típico da Estrus.
Perguntei a Dave por que a molecada do noroeste americano gosta tanto de bandas de garagem de estilo pré-punk sessentista. “Você precisa lembrar que a banda pioneira do estilo, o Sonics, veio daqui”, disse, antes de citar também Wipers e U-Men como grupos influentes da região.
Difícil imaginar um programa melhor do que ver o Monomen. É uma chance raríssima, já que a banda fez poucos shows nos últimos anos. “Quando achamos que uma turnê pode ser divertida, nos juntamos e tocamos”, diz Dave. Esse é o espírito.
E vejam só as mensagens desses fãs do Monomen no México…
O Nordeste chora……
Barça, você esqueceu de mencionar o obscuro single “Serial B is gittin’ near” com participação especial do vocalista Fred.
Putz, pois é. E vc não sabe da maior: o Fora do Eixo vai fazer um festival de bandas indies estatais no Itaquerão, com patrocínio da Caixa.
Já que não puderam vir pra cá, vou pra sala escutar coisas da Estrus, incluindo Lyres, Fuzztones, Monomen e, lógico, Man or-astroman? e uma ou outra coletânea Estrus. Chateação não virem para SP.
Valeu a dica. Assisti ao show de Brasília ontem e foi mesmo diversão pura.
Sério? Mais detalhes, por favor.
Eles fizeram um show de uma hora mais ou menos. Enquanto tocavam havia uma projeção de imagens atrás da banda (provavelmente escolhidas por eles) de cenas bem típicas da década de 60: dançarinas de programas de TV da época, caras vestidos de astronautas em filmes B, corridas de carros, e por aí vai. Tocaram alto, rápido e com raiva ! Foi excelente. Logo após a primeira música o guitarrista mais cabeludo soltou um “filho da puta” em bom português para saldar o público. A única pena é que não havia muito público (devia ter umas 400 ou 500 pessoas). O local onde foi o festival “Porões do Rock” onde eles tocaram é muito grande e na mesma hora estava rolando o show do Suicidal Tendencies, que atraiu mais público. Mas valeu muito à pena. Fiquei fã dos caras.
Demais, Paulo, valeu pela descrição, deve ter sido bom demais.
Não sabia que o Man or Astro Man? era da mesma cena, mas sabia que tinha muita coisa em comum. Não sobrou nenhuma data para o Monomen vir para Sampa?
Sinistros esse fã mexicanos do “Monomen”…
Barça, comemoramos em 2013 vinte anos do “In Utero” mas não esqueçamos dos 10 anos do SUMDAY, do Grandaddy. Um grande disco!
Monomen, Lyres, Fuzztones: putz, há quanto tempo eu não desencavo essas maravilhas da prateleira para ouvir! Quem me aplicou tudo isso foi um amigo de São Paulo, nos anos 90, quando passei cinco anos estudando por lá. Ele era dono de loja (“Sweet Jane”) e me “obrigou” a comprar essa moçada toda.
Sweet Jane, puta loja legal ! Comprei um monte de raridades por lá !
Não conhecia. Gostei.
MC5 feelings…
André, aproveitando o post, deixa eu te cobrar uma coisa: há cerca de um ano meio, dois anos, ainda na plataforma antiga, eu sugeri que você fizesse uma postagem falando sobre as mais importantes gravadoras/selos de rock. Você disse que era uma boa idéia, mas acabou não escrevendo sobre isso.
No Garagem, você e o Paulão sempre falavam sobre selos importantes ao anunciar certas bandas: “essa banda é da histórica gravadora Y, que lançou tais e tais artistas”. Sempre fiquei curioso pra saber mais sobre essas pequenas gravadoras e seus catálogos. Se puder escrever algo, eu ficaria muito feliz.
Farei sim. Vai dar trabalho, mas faço semana que vem, promessa.
Obrigado!!! E desculpa a cobrança! Aguardo ansioso.
Tranquilo!
André, por onde começar a conhecer e gostar do Monomen????
Os dois primeiros discos – “Stop Draggin Me Down” e “Wrecker” – são fantásticos, pode comprar sem medo.
A Estrus realmente tinha um catálogo surreal de bandaças. Uma das melhores e que deixou só um álbum era The Mistreaters. E o Psychopahia Sexualis, do Makers, também foi lançado via Estrus.
Era a casa do rawk ‘n roll, assim como a Man’s Ruin foi meio que a referência absoluta em stoner rock. Acho que isso renderia um post: selos clássicos 🙂
Ótima idéia. Fui algumas vezes a Bellingham no festival da Estrus, o Garageshock, tinha muita coisa boa. Rolava num bar pequeno, nego tomava cerveja em jarra de liquidificador, era sensacional.
Putz, pena que foi cancelado em SP. É o melhor tipo de show de ver atualmente, com preço razoável e que evita as habituais irritações dos shows maiores.
Aliás, uma coisa que não entendo atualmente: várias casas menores (pelo menos em SP) marcam shows desse porte no meio da semana anunciando o início em um horário e invariavelmente (e intencionalmente) atrasam pelo menos 1 hora. Quem acaba sendo prejudicado, como sempre, é o público que depende de transporte público e que trabalha cedo no dia seguinte. A lógica que essas casas seguem acho que é fácil entender, mas é um desrespeito absurdo com quem paga e se desloca até esses locais e fica sujeito a isso.
Concordo inteiramente.
Não são apenas os pequenos não. Já tive que ficar esperando 1h30 O Rappa pq a banda estava no trânsito de SP…
Como se o trânsito da cidade fosse alguma novidade…
Nesses shows maiores infelizmente a gente já acaba esperando ser tratado quase sempre como gado. Ainda mais difícil de aceitar são essas casas menores, pois na teoria é menos complicado atender 700 pessoas do que 20 mil.
Tem a própria questão da “concorrência” com o Sesc por shows menores, o Barcinski já escreveu sobre isso um tempo atrás. O problema é que a maioria das casas, além de não poderem praticar o mesmo valor de ingressos que o Sesc, acaba optando por tratar o público como idiota, começando shows quase à 1h da manhã num dia de semana (e sem divulgar esse horário muitas vezes) e cobrando muito alto por bebidas, por exemplo.
Não sabia que o show de SP tinha sido cancelado. Uma pena! Salvo engano, a Estrus já lançou material de uma banda brasileira: Thee Butchers’ Orchestra.
Fala, Barça! E essas datas do Bob Mould confirmadas em São Paulo, hein? Dias 4 e 5 de outubro no Sesc Pompéia. Imperdível! Abs
Sério? Não sabia. Vc sabe que repertório ele vai tocar? Os discos novos?
Ele vem com o Jason Narducy no baixo e com o Jon Wurster na batera. É a turnê do Silver Age, mas eu acredito que ele deve tocar um pouco de td, não? Tão tentando levar o show pro Rio através daquele Queremos! http://www.queremos.com.br/concert/2013/10/RJ/bobmould
Demais. Se eu estiver em SP, não perco.
André, já ouviu o Saicos? http://www.youtube.com/watch?v=tsdTKQb6o6Q
Claro, tem um filme sobre eles, vi uns trechos no Youtube, a história da banda é fantástica. Vale um post qualquer dia desses.
Andre,
Por que as garage bands gostam tanto da temática sexploitation e B Movies (Sci fi e horror)??? Conhece a gravadora Voodoo Rhythm Records, da Suiça? Este é o berço dos Monsters, Hormonauts, Reverend Beat Man e outros.
Acho normal o cara curtir bandas pré-punk e cinema B, tem tudo a ver. Não conheço essa gravadora e nem as bandas, são boas mesmo?
São muito boas. Dê uma checada http://www.voodoorhythm.com/Monsters.html
O projeto brasileiro Butcher’s Orchestra já gravou por este selo.
Vi um show do Monsters há uns 10 anos e foi sensacional. Os caras têm dois bateristas, que tocam de frente, um pro outro, e dividem o mesmo bumbo. E o guitarrista, Rev Beat-Man, é uma figuraça.
Pô André, agora caiu a ficha.
Recebi um convite essa semana desse show, por coincidência no mesmo dia que vc escreveu sobre VIPS.
Pois é, nesse convite descobri que na sua “ex” eu sou VIP!!!!
Porém, estava escrito “The Mono Men”…. (e no título do email The Mono Man).
Ao meu ver não temos um mono jeito de escrever o nome desses caras…
A banda é “Men” e o cara que inspirou a banda é “Man”.
Desculpe a minha ignorância, mas se escreve “tudojunto” ou separado?
Valeu pela dica, não conhecia, parece muito legal. Pena que não deu certo aqui em sampa…
Monomen. Junto.
Chupa o dedo SP!!!
Totalmente off, mas bacana para ilustrar o seu post do dia 27:
http://noticias.r7.com/blogs/acabou-o-brasil/pum-da-funkeira-anitta-vira-capa-de-revista/2013/08/29/
Quanta notícia interessante. Anitta, Bruna, Monique… como conseguimos ficar tanto tempo sem saber isso????
Bom FDS e Abração…
Barça, duas perguntas:
– Na mesma linha do Monomen, tem uma banda que eu curto e tenho uns quatro CDs que é o Fuzztones, não lembro de ouvir isso no Garagem. Conhece? gosta?
– Segunda pergunta, quando teremos novo Garagem?
Abraço
Tocamos muito Fuzztones no Garagem, adoro a banda. Quanto a novas gravações, tá difícil, tô no meio de uma obra.
Bom dia Barça! Faz tempo que eu não entro no blog. Monomen é foda, alguém poderia trazer o Mr. Airplane, Shake Around, um show divertido hoje é o Hunx and his Punx é meio que um Butchers Orchestra só que até mais primitivo, mas é rock roll.
Sabe que gosto muito quando você publica esses posts de bandas que não tenho a mínima ideia de quem sejam. Ainda mais quando faz isso de sexta-feira….passo o final de semana caçando músicas.
Muito legal esse “clip” da música num show deles. Acho demais bandas de garagem porque a distância do público é somente um degrau.
Eles só tocam nesses lugares pequenos, os shows são legais demais.