Larguem o Twitter!
10/09/13 07:05Cada vez que vejo outra polêmica sobre declarações no Twitter me sinto aliviado por ter largado essa porcaria.
O último arranca-rabo envolveu o jornalista – e meu amigo – Flávio Gomes, que discutiu, em sua conta pessoal no Twitter, com torcedores gremistas depois de o time gaúcho ter vencido a Portuguesa, time de Gomes, com um pênalti polêmico (leia mais aqui).
O tom das frases postadas por Gomes não agradou à direção da ESPN Brasil e a emissora demitiu o jornalista.
Não consigo tirar uma coisa da cabeça: se tudo que eu disser em casa durante a transmissão de um jogo do meu time parar nas redes sociais, eu seria não apenas despedido, mas processado e, provavelmente, preso.
Por sorte, não tenho mais Twitter e não corro risco de dizer algo de que vou me arrepender depois.
Quantas vezes você não publicou uma frase no Twitter e depois se arrependeu? Aconteceu recentemente com Luana Piovani e Alexandre Herchcovitch.
Quem nunca “tuitou” algo que não devia que atire o primeiro Iphone.
Não estou dizendo que as pessoas não devam ser responsabilizadas pelo que dizem. No fim das contas, cada um escreve o que quer, e aqueles que se sentirem ofendidos têm todo o direito de protestar.
Mas o imediatismo do Twitter é um convite à insensatez. E os ridículos 140 caracteres eliminam a ponderação e transformam qualquer discussão numa briga de foice.
Num mundo sem Twitter, Gomes teria xingado o juiz e o adversário, desabafado sua frustração, e seria o fim da história. Mas quando as palavras aparecem numa tela e se propagam por incontáveis seguidores, não dá para conter o tsunami de julgamentos e opiniões. Uma vez no domínio público, aquela frase, muitas vezes impensada, raivosa e inadequada, cola na pessoa como uma mancha que não sai.
Alguns leitores escreveram perguntando o que achei da atitude da ESPN Brasil.
Nunca trabalhei na emissora e não conheço sua hierarquia e diretrizes, então acho que seria leviano opinar sobre isso. Mas sou telespectador assíduo do canal, gosto muito da programação, e quero acreditar que um pedido de desculpas seria suficiente para acalmar os ânimos dos ofendidos. Afinal, estamos falando de futebol.
num mundo cada vez mais politicamente babaca essas coisas se tornarao cada vez mais frequentes. claro que o flávio falava ali como torcedor e nao comentarista da espn, mas fica difícil separar as coisas por ele ser uma figura pública e ter feito os comentários no calor do momento. na verdade, o jogo foi mesmo roubado e os gremistas mereceram ser xingados. eles e metade dos malas que frequentam a internet. só acho um exagero esquecerem todo o passado de um profissional, seus bons servicos prestados e experiência e jogar tudo no lixo por causa de discussoes futebolísticas. um pedido de desculpas público, como bem sugeriu o andré, resolveria tudo. inté.
Barça, sempre me diverti à beça com o twitter do Flávio Gomes. Diversas vezes entrava só pra ver o que ele estava postando. Assim, claro que ele pega pesado muitas vezes, mas mesmo sua grosseria no twitter é um alento perto de tanta boçalidade e caretice que vemos por aí. Enfim, acho que tem muita coisa que se leva a sério demais, mas aí é outra história. Enquanto isso nós, fãs da ESPN Brasil, é que perderemos de ver um grande profissional no melhor canal do país. Sobre o twitter, é de bom tom utilizá-lo com um suco de maracujá do lado, rsss.
Tem ferramentas que transformam a pessoa, como o carro; já conheci caras 100% pacíficos, que ao pegar no volante viravam uma besta, soltando xingamentos e resmungos pra todo lado.
Acho que a internet tem efeito parecido pra alguns, caso do Flávio Gomes, que acompanhei muito tempo pelo rádio e sempre teve comportamento exemplar, mas nas redes sociais é a tal besta-fera, descontrolado e – o que mais me impressiona vindo de um jornalista – sem noção do alcance do que escreve pra milhares de seguidores. A ESPN tentou se livrar do problema provavelmente pelo comportamento prévio, até porque se aliviassem agora, talvez acontecesse de novo.
Ainda bem que não sou pop e, apesar de ter, não uso Twitter, principalmente em dia de Corinthians.
Em relação a esse jornalista, apesar de eu ser Imortal, ele não deveria ser demitido, jornalista tem que emitir opinião, essa história de processar, é muito mais pra movimentar dinheiro e encher os bolsos do judiciário de grana fácil (advogados, custas processuais, etc…)
Em relação à opinião dele, por que ele não falou do gol mal anulado (impedimento inexistente, gol do kleber de cabeça) do Grêmio, queria seria o 1º gol do jogo?
Ele ofendendo o Grêmio… me parece que ele é mordido com o Imortal, por meu time ter revertido os 2×0 da final do brasileirão de 1996.
Não tenho informações suficientes para definir o que motivou a atitude da ESPN, mas acredito que tenho pesado mais para demissão do Flavio Gomes foi a conotação homofóbica dos seus comentários. Lembremos que a ESPN faz parte do grupo Disney, e as empresas americanas tem tido um cudidado enorme em afastar qualquer comentário ofensivo aos gays de suas marcas. Pode ter sido ordem expressa ‘de fora’, e a direção da ESPN Brasil não teve muito o que fazer senão acatar.
Sinceramente, não vejo o que que o twitter tem a ver com as calças nesse caso. Não vejo razão pra dar um desconto pelo fato das declarações terem sido feitas via twitter. Falar o que ele falou em uma, duas ou mil palavras não muda o fato de que o que ele falou foi inadequado e, obviamente, vai gerar repercussão. Antes de largar twitter, tem sim que largar mão de falar asneira, por qualquer meio que seja.
Folha, coloca o botão “curtir”, rrsrs. Concordo.
Gus, numa boa, por favor diga onde eu disse que a culpa é do Twitter. Eu disse que as pessoas são responsáveis pelo que escrevem. O Twitter só facilita a boçalidade.
Barcinski, eu não disse que você culpou o twitter nem que eximiu o sujeito da responsabilidade. Até porque isso seria absurdo. Mas você diz que “o imediatismo do twitter é um convite à insensatez” e que o número de caracteres inviabiliza a ponderação, como se a maneira como o twitter opera fosse um incentivo maior a manifestações desse tipo do que outra plataforma virtual ou de qualquer outro tipo. Não vejo o twitter tendo esse papel, por isso falei que não cabe um desconto.
Mas é verdade, as características da ferramenta incentivam a discussão rasteira, com pouco espaço de texto e publicação imediata. Pra piorar, não adianta você apagar um tuíte de que se arrepende, porque sempre vai ter alguém que já o copiou ou retuitou. É o demo.
Barcinski, duvido que o Flávio Gomes tenha sido demitido apenas por esse episódio.
Acompanho o twitter e o Blog do Gomes há anos e o acho um ótimo jornalista.
Grande texto, grande conhecedor de automobilismo, personalidade forte, inteligente.
Na TV era um bom moço, correto e profissional.
Mas na internet o cara é um poço de grosseria e falta de educação.
Qualquer opinião contrária era acompanhada de respostas tipo “vai de f***” “enfia no c***” e etc…
Já vi aqui no blog, ou na época do twit você mesmo discutindo e discordando de vários leitores e nunca se utilizou desse tipo de baixaria.
Não concordo com a demissão mas o cara não pode sair por aí xingando todo mundo e achando que está tudo bem.
Tem que ter um mínimo de controle emocional…
Exatamente isso, o twitter do cara é um antro de incoerência e grosseria. Ainda por cima deu uma opinião incoerente (pq todos sabem que o Grêmio teve um gol legítimo anulado um pouco antes) contra uma torcida fanática. Sendo assim, parafraseando o próprio jornalista, se F****.
Eu tinha reparado isso também. E parece que ele é de uma vertente política e se ofende quando alguém o contraria. Ter opinião é OK, o problema é a desproporcionalidade e grosserias das respostas que ele às vezes dava.
Sei de gente que já teve prisão decretada por mostrar demais em rede social. Era uma ação judicial para cobrança de pensão alimentícia. A mãe da criança entrou com o processo, alegando que o pai, embora tivesse recursos, estava devendo e se negando a pagar várias prestações. Pedia que ele fosse notificado para pagar o débito, sob pena de prisão. O cara apresentou justificativa escrita no processo, dizendo que estava desempregado, sem bens que pudesse vender para saldar a dívida, etc. O juiz, meio na dúvida, resolveu procurar o cidadão no Orkut (era a época do Orkut). Achou e viu lá na página dele comunidades do tipo “eu tenho o carro tal”, “sou sócio do clube tal”, fotos de viagens recentes, etc. Dúvida desfeita, o juiz mandou expedir mandado de prisão.
Pois é, Ana.
Mas mesmo assim eu ainda acho que redes sociais fazem muito mais bem do que mal. O problema é quem usa (realmente, não é pra todo mundo. Quem é mais temperamental e com papas na língua corre riscos) e como usa. Agora, para pessoas que vivem outra realidade, ocmo por exemplo em países de regimes autoritários (e conseguem burlar o uso restrito à internet), o Twitter é uma brecha essencial para protestos e denúncias de violações de direitos. Ontem mesmo saiu uma entrevista na Ilustrada com aquele artista chinês, o Ai Wewei, que já foi preso e tá com passaporte confiscado. Ele diz que consegue exercer sua liberdade de expressão pelo Twitter, que seria a sua nação. A Yoani Sanchez também conseguia falar e divulgar suas ideias pelo Twitter (concorde-se com elas ou não). Fora isso, autores de livros, músicos independentes podem até conseguir divulgar trabalhos usando redes sociais. Acho até que dá pra dizer que o preço da passagem de ônibus em SP baixou, em certa medida, graças ao Facebook, rs.
“sem papas na língua”, aliás, rs.
Saiam do twitter, facebook, orkut, tumblr, myspace. yourspace, rede social é coisa de vagabundo, usem a internet para aprender.
Não concordo, O Kajuru por exemplo continua o mesmo, não precisa ter várias personalidades de acordo com o lugar.
Eu concordo com tudo André. Mas fiquei sabendo dessa sua opinião através do Xico Sá que postou o link no Twitter. Outro dia li um outro dos seus excelentes textos através de uma indicação do Juca Machado no Facebook. Então, vou continuar poraqui, concordando com você. Abraço,
Tranquilo, foi só uma sugestão. Abraço.
Não concordo com o que o FG fez, mas penso que a ESPN errou duas vezes no caso. Primeiro e, para mim, o principal erro, foi tentar colocar um bom jornalista especializado em automobilismo, como é o caso do Flavio Gomes, para ser um apresentador forçado de futebol, esporte no qual ele não esconde seu clubismo (isso, além de reduzir sensivelmente o espaço dos esportes a motor na emissora). Além disso, é possível imaginar que esse não foi o único motivo para que a demissão fosse feita pela direção da emissora, e que a polêmica com os gremistas na internet foi apenas a gota d’água. Mas, caso o mau uso do Twitter tenha sido a única causa para o banimento do jornalista do canal, receio que foi aberto um precedente perigoso. Gomes usou muitas vezes o Twitter para falar mal de outras torcidas, mas só agora, com a mobilização dos gremistas, é que esse comportamento errático teve destaque. Pode-se dizer então que a emissora “cortou a cabeça” de um membro importante do seu plantel, para satisfazer e tentar acabar com a revolta de uma parte de torcedores que se sentiu incomodada com seus atos. Penso que a situação merecia uma reprimenda séria para o jornalista, mas não necessariamente precisaria culminar com uma demissão. Abre-se então um precedente perigoso para que uma nova onda de descontentes cause novas demissões em qualquer canto da imprensa
A série de impropérios escrita pelo Flavio Gomes não chega a me causar nenhuma surpresa. Mesmo quando participava do Bate-Bola, Flavio sempre mostrava um certo enfado em apresentar a atração e ter de ler as mensagens no mural. No Twitter não foi a primeira vez que ele provocou e até mesmo xingou outros torcedores durantes jogos da Portuguesa. Ainda que estivesse de folga e, segundo muitos colegas dele, fizesse um personagem na rede social, penso que ele passou dos limites no tom das críticas. Entendo que o jornalista isento totalmente não existe, mas que toda pessoa pública, mesmo deixando explícitas suas preferências, deve tentar respeitar o diferente. Pena que isso não seja regra para nenhum dos lados, inclusive no caso dessa polêmica. Em 2006, quando o narrador Pedro Ernesto da Rádio Gaúcha, tripudiou o São Paulo na transmissão da final da Libertadores da América, após um gol do atacante Rafael Sóbis do Inter de Porto Alegre, não vi ou li uma revolta grande por parte dos moradores do Rio Grande do Sul. Claro que não se deve nivelar o jornalismo pelos maus exemplos, mas o que podemos notar quando eles ocorrem, é que não existe lado perfeito ou longe de equívocos, quando se lida com paixão.
Caro Alexandre, não tenho qualquer simpatia pelo sr. Pedro Ernesto – na verdade, tenho sérias restrições -, mas há que se fazer alguns esclarecimentos: quando o INTER ganhou o primeiro dos dois jogos decisivos da LIBERTADORES DE 2006 (2×1 no Morumbi, com dois gols do Sobis), o que o narrador fez foi dizer que o atacante ‘rasgou e pisou a camisa do São Paulo’, o que, ok, não é nada simpático, mas é bem diferente de chamar pelo twitter os gaúchos das baixarias que ele chamou, de dizer que o Grêmio é isso ou aquilo (e olha, tá falando aqui um COLORADO!) e insinuar que houve arranjo pra prejudicar a Lusa. Em nenhum momento, o Pedro Ernesto soltou qualquer impropério aos paulistas, apenas, como tu disseste, deu uma tripudiada
(Ops!) Só pra finalizar: o Pedro Ernesto fala para uma emissora regional, não é um comunicador de projeção nacional, que fala para uma rede, como é o caso do Flávio Gomes. Então, são duas coisas: o cara foi de baixíssimo nível e ainda incitou ódio regional. Depois, os caras, na maior hipocrisia, vem pedir pra que as pessoas desarmem os espíritos, que qualquer declaração fora do tom de jogadores, cartolas e treinadores pode servir de estopim para a violência no futebol.
olá André… gosto muito também dos comentaristas da ESPN, mas como estrangeiro não me surpreendo muito com a atitude do Flávio Gomes. Entendo isso como algo normal já que na maioria das vezes os brasileiros se comportam mal nas redes sociais… bastam ver no facebook, aqui mesmo no seu blog, pessoas insultam outras, etc. já vi uma vez um cara insultar José Iniacio Werneck da Gazeta. ok, se não concorda com a pessoa, mas aqui já passam no ataque… enfim… não é questão de largar o twitter mas de saber usar as redes. aliás, eu participei de uma formação internacional com o canal francÊs RFI, e sabia que tem aulas para usar adequadamente os microblogs?
abraços
Olá Serge,
Concordo com sua opinião sobre o comportamento tupiniquim nas redes sociais e web em geral. Sigo muitos fóruns estrangeiros e a coisa às vezes esquenta, mas é raro a baixaria pessoal. Falta-nos educação, em tudo, e é um comportamento que tende a se reproduzir. Algumas coisas básicas não são observadas, como: não responda a um troll; isso quase sempre te transforma em um deles, ponto pra eles. É como spam: não se responde a spam, a não ser que vc queira receber mais. Ou como chamar para a porrada o cara que te fechou no trânsito; trate como animais ou bárbaros, o confronto só te reduz ao nível deles. Mas, ah, filho de dona Iaiá não leva desaforo pra casa…
De resto, pessoas públicas, e que adoram polemizar, deveriam criar um avatar, mesmo que manifestamente identificado com o próprio, para ser identificado. Isso ajuda a separar a persona do profissional e a estabelecer as bases que permitem a separação (se é que possível) entre os comentários “profissionais” e os privados. Quem não tolera provocação não devia nem chegar perto destas coisas, não é à toa que existem programas para impedir que vc mande mensagens imediatamente se estiver bêbado, drogado, apaixonado, enfim: propenso a mico. Mas a gente chega lá, devagarinho. Abs,
Justa a demissão do Flávio. Há muito tempo ele vinha abusando nos comentários. Sem falar na falta de respeito com os colegas de profissão. Todo mundo sabe que ele age como se preferisse ver os filhos morrerem do que trabalhar na Globo, mas era ridículo ele chamar constantemente a repórter que cobria a Fórmula 1 de “ariana”, para dar a emissora a conotação nazista. Ele pode odiar a emissora o quanto quiser, mas deve tratar com respeito as pessoas que trabalham lá, ainda mais que muitos de seus colegas de ESPN vieram de lá.
Pessoas comuns podem usar o twitter a vontade, falar um monte de merda inútil que não dá nada, é o que a maioria faz. Já os famosos não tem nada a ganhar com o twitter, mas tem muito a perder.
Barça, o que eu quero mesmo saber é como será sua vida daqui pra frente, com a saída do Bell Marques do Chiclete com Banana. Pode desabafar, cara, você está entre amigos.
Também falaram que Sinatra não sobreviveria sem a banda de Tommy Dorsey.
Interessante é que há um tempo atrás, passei a seguir o Flávio no twitter, mas desisti logo em seguida por causa do “teor” ofensivo de alguns tweets. Gostava muito do trabalho dele como jornalista, na ESPN, mas no twitter revelou um outro lado que não me interessou. Sigo outros jornalistas do canal, como o Mauro Cezar, PVC, Antero, Juca, e até o Julio Gomes, que já saiu, que são caras ponderados também na rede.
Twitter é a invenção mais inútil dos últimos tempos. Me desculpe quem gosta, eu acho que é coisa para desocupados.
Concordo.
Larguem o Twitter e o Facebook também. Parafraseando um conhecido meu ” o facebook e o twitter são os palanques dos desocupados”. Sem fazer juízo de valor, o jornalista que é uma figura pública deveria conter sua paixão futebolística. Não gosto do politicamente correto, mas desta vez o jornalista exagerou. Forte abraço
Como COLORADO, fiquei secando o tricolor meio distraidamente e claro que lamentei a marcação do pênalti. Vendo o lance depois, me pareceu ser lance de interpretação (particularmente, acho que não foi falta). Mas o Grêmio reclama da anulação de um gol legal do Kléber, e tem razão – agora, querer fazer compensação é brabo, também, convenhamos. Também o cara pode ter marcado porque era a favor do time da casa (juiz caseiro tem aos montes por aí) ou pelo fato de o Grêmio ser o clube com maior tradição, vá saber. O mais fraco foi penalizado. Achei que o mais grave, no caso, foram as expulsões, um exagero, totalmente injustificadas. (Pra ser imparcial, também admito que o pênalti em cima do Damião, a favor do INTER e contra a Ponte, também é duvidoso – embora o Gaciba tenha considerado que foi falta.)
Agora, o problema, no referido caso, foi agir como torcedor sendo jornalista – que, a gente sabe, tem paixão, o cara pra cobrir futebol tem de ter envolvimento com a coisa, antes de tudo foi um torcedor –, mas pra atuar como repórter/comentarista precisa ter um mínimo possível de imparcialidade, ainda mais quem trabalha para um veículo alcance nacional. Ou então vai trabalhar em outra editoria, aí deixa o lado torcedor aflorar à vontade. Mas pior que o Flávio Gomes, que, sabe-se, é torcedor da Lusa, foi o Arnaldo Ribeiro, fazendo acusações sobre as quais cabe até ação judicial, dizendo que deveriam monitorar as ligações do presidente do Grêmio, Fábio Koff, para a comissão de arbitragem, e afirmando que parece que foi encomendado. Putz, o cara é macaco velho, meu, se ainda fosse estagiário!
O que eu lamento nessa história toda é que infelizmente há uma animosidade besta entre paulistas e gaúchos – talvez os dois brasileiros mais bairristas que há – e que só se acirra com um negócio desses. Ninguém ganha com ódio regional, na boa. Abraço.
Perdão, Barça, mas as manifestações dele foram muito além do limite tolerável mesmo numa brincadeira. O próprio Júlio Gomes (irmão) disse, na sua conta do Twitter, que ambos já esperavam a demissão do Flávio há dez meses em função de um outro episódio parecido – de destrato e desconsideração com várias pessoas.
Não acredito que você coadune com frases como “gaúcho todo é f**** da p***”, “vão ter que enfiar a bomba de chimarrão no c*” e outras de igual jaez. Concordo contigo que o Twitter é uma arma para manifestar sua posição pessoal e não precisa estar necessariamente ligada à posição da empresa (e esta, por sua vez, tem todo o direito de não querer se vincular a uma posição que seu código entenda como incorreta) – mas, no caso do Flávio, a manifestação pessoal dele (independentemente de ser jornalista, verdureiro ou presidente da república) foi reprovável de qualquer maneira, especialmente quando entra na esfera regional (e não só de um clube em si). Mereceu – e muito – sua demissão. Acho que é mídia demais para alguém que não tem tanta relevância assim.
Jeferson, por favor, leia meu texto. Onde diabos eu digo que concordo com o que ele escreveu?
Não disse que você concorda (e me desculpo se o texto deu esse entendimento). O problema é que relevar a questão a um pedido de desculpas deixa implícito que é tolerável essa conduta – e COADUNA (aqui, sim, esse entendimento é correto) com as sentenças que ele proferiu no Twitter.
Respeitosamente, minha opinião, apenas.
O que mais uma pessoa que errou pode fazer a não ser pedir desculpas? Cometer harakiri? Eu acho que pedir desculpas é um gesto dos mais nobres. Não é pouca coisa.
É lindo, nobre, mas, no caso, desculpas não são suficientes, e a demissão, inevitável.
O outro jornalista, que fez declarações menos graves, foi perdoado.
Em alguns casos, desculpas só funcionam pra quem pede!
Não, por favor, continuem no Twitter e mostrem como são realmente. Sempre é bom saber, de verdade, como são.
Será que o Twitter é tão revelador assim, Ader? Será que qualquer papo de boteco precisa ser imediatamente espalhado pelo mundo? Isso dá a real dimensão do caráter de alguém? Ou as pessoas não podem falar alguma coisa no calor do momento e depois se arrependerem? Você nunca desejou que alguém que te fechou no trânsito morresse?
Cara, não revela todas as dimensões de alguém, mas é um microcosmo interessante pra verificar padrões. Nunca julgo um twitter e raramente acompanho discussões em 140 toques. Mas, o Gomes tem um longo histórico insensato, até mesmo quando escrevia o que concordava, via nele uma atitude até infantil. Meu, eu nunca desejei que alguém morresse por uma fechada de trânsito, mas já liguei pra reclamar na empresa do caminhoneiro que dirigia como um maluco. E, meu, acho que o pior é a platéia anônima que meio que parece diluir a gravidade do que se diz. O Richard Dawkins disse uma esses dias também que… Não foi fácil. No mais, que Gomes esfrie bem a cabeça consertando seus carros, seja menos irredutível e se arrependa do conteúdo postado, já que pra ele o pior foi a consequência.
O problema agora é a consequência: se já estamos num modo de vida coxinha, cercados de plantonistas de tudo que é representatividade, com uma reação dessa da emissora – uma das poucas sem rabo preso – agora a temporada será de jornalistas mais calibrados e ponderados além da conta…
Eu não acho que o mundo vá perder muito se os jornalistas, e as pessoas de um modo geral, passarem a pensar duas vezes antes de mandar o outro enfiar uma bomba de chimarrão no rabo pq o juiz marcou um pênalti duvidoso contra o seu time.
O grau de estupidez dos comentários dele no caso é absurdo. É evidente que o cara estava espumando de raiva e não falou aquilo por brincadeira. Ele queria ofender os gremistas mesmo. Acho normal que uma empresa como a ESPN, que tem uma linha de jornalismo esportivo mais séria e ponderada, prefira não ter um funcionário com esse perfil. O que não deixa de ser uma perda pro canal. Quando ele está tranquilo é um grande jornalista. Tem um texto do blog dele sobre a chatice dos fãs do Senna que é muito bom. Enfim, eu gosto do lado polêmico do Flávio Gomes, mas ele errou a mão e tem que ser sofrer as consequências. O que me chama a atenção nesses casos é que o politicamente correto passou a ter um efeito inverso. Pelo jeito, pra muita gente, não há mais limite. O sujeito que é criticado por dizer um monte de asneira preconceituosa e gratuitamente agressiva está sofrendo “patrulha dos chatos politicamente corretos”. Isso, é claro, até eles serem alvo de alguma ofensa. É uma situação parecida com aquela do Rafinha Bastos.
O Twitter é só mais um lugar para as pessoas se encalacrarem.
Flávio Gomes caiu nessa.
Azar dele, da ESPN e de nós, espectadores.
Sou gremista e acho que reação do canal foi exagerada. Talvez ele tivesse devendo internamente na ESPN e essa tenha sido a gota d’agua. Ele tem todo o direito de xingar e falar o que bem entende pois estava num momento de raiva com um erro contra o seu time (que ja passei tb tantas vezes, entendo ele). Talvez o que pegou mesmo foi ele ter falado de “dar a bunda” ou os palavrões mesmo. HAHAHAHAHAHAH