Shop in Rio: alguém vai lembrar esse festival pela música?
23/09/13 07:05Se a vida começasse agora e o Rock in Rio 2013 fosse meu primeiro show, eu não iria mais querer saber de música pelo resto da vida.
Poucas vezes tive tanta vontade de ir embora tão rápido de um lugar. Música ruim, line-up parado no tempo e um público mais interessado em ganhar brindes e pular de tirolesa. Já viu aquele filme “Westworld – Onde Ninguém Tem Alma”? Lembra muito.
O Rock in Rio não é um festival de música, é um shopping center com um show no meio. O Shop in Rio. Não há um metro quadrado sem um anúncio ou uma promotora de sorriso falso distribuindo brindes de patrocinadores. Nunca vi um blitzkrieg corporativo desses.
Segundo a organização, o custo do evento foi de 135 milhões de reais. Desses, 8,8 milhões são verba pública, captada via Lei Rouanet. Os organizadores dizem que têm todo o direito de arrecadar pela Lei, e têm razão. Mas nem tudo que é legal é ético, e não dá nem para começar a discutir como é indecente dar dinheiro público para um evento desse tamanho.
E o público, que pagou um preço alto pelo ingresso, acha super legal tirar foto na frente de um anúncio de chiclete. Na sexta, o tempo de espera para pular de tirolesa chegou a SEIS HORAS. Vi gente implorando por um balão com logotipo de um carro. Havia um stand de uma marca de cosméticos onde você podia ganhar um novo penteado – desde que aceitasse um dos “estilos” impostos pela empresa.
O parque de diversões da Cidade do Rock tinha uma parede de escalada patrocinada por uma estatal, uma tirolesa paga por uma marca de cerveja e uma roda gigante com logotipo de um banco. E não dá para esquecer a “Rock Street”, uma cidade cenográfica típica de parques de diversão de Orlando, com casas de fachada falsa, cada uma de um patrocinador. Parecia um Hard Rock Café gigante.
Ninguém está pedindo para o Rock in Rio virar um festival alternativo. Claro que Roberto Medina não vai trazer o Godspeed You! Black Emperor ou montar um palco de bandas indies da Islândia.
Mas com headliners que já garantem 85 mil pessoas por noite, não seria possível ousar um pouco, pelo menos nos palcos secundários? É só comparar o line-up do RiR com outros festivais gigantes, como Coachella e Roskilde, para sentir a diferença de qualidade, especialmente nos palcos menores.
O Coachella, realizado durante três dias de abril, também vendeu 85 mil ingressos por dia, mas com um line-up muito mais ousado. As atrações principais foram Stone Roses, Blur, Phoenix e Red Hot Chili Peppers, além de nomes como New Order, Nick Cave, The XX, Sigur Rós, Jurassic 5, Dead Can Dance e Hot Chip.
Leia aqui minha crítica do Nickelback; aqui sobre o show de Bruce Springsteen, e aqui, um texto sobre a overdose de homenagens a artistas mortos nesse Rock in Rio.
Será que o Rock in Rio deixaria de vender um mísero ingresso se Sebastian Bach fosse substituído por Nick Cave? Ou se o Wilco tocasse no lugar de Phillip Philips? Claro que não. Os ingressos esgotaram antes do anúncio do line-up completo.
Também é óbvio que boa parte do público gostou do festival. Fã é fã. Vai dizer para um adorador do Metallica ou da Beyoncé que os shows foram iguais aos de dois anos atrás?
Falando em Metallica, vi uma cena que valeu o festival: pai e filha pequena, lado a lado, tocando “air guitar” e cantando todas as músicas. Bonito demais. Só espero que a menina tenha oportunidade de ver outros festivais menos caretas e previsíveis. Crescer com o Rock in Rio 2013 de modelo não dá.
OS SHOWS
Estive no Rock in Rio nos quatro últimos dias. Aqui vão, resumidamente, as impressões sobre os shows que vi.
Rob Zombie – Sangue, trash e terror. Divertido demais. E com John 5 na guitarra!
Metallica – De banda inovadora ao Nickelback do thrash. Sad but true.
Ben Harper e Charlie Musselwhite – Emocionante ver o lendário gaitista tocando tão bem.
Matchbox Twenty – Me lembrei do festival de bandas do colégio Bennett, em 1983.
Nickelback – Tudo culpa do Aerosmith.
Bon Jovi – Vi do melhor lugar possível: de dentro do táxi.
Ivo Meirelles – Protestou contra o país. E o país protestou contra Ivo Meirelles.
Pepeu Gomes e Moraes Moreira – Pepeu tocando com os irmãos foi um absurdo. Pena que a voz de Moraes não deu as caras.
Skank – Pop de FM de qualidade. Se não acredita, compare com o Jota Quest.
Phillip Phillips – De novo, lembrei o festival de bandas do colégio Bennett, em 1983.
John Mayer – Cada geração tem o James Taylor que merece.
Bruce Springsteen – Olê, olê, olê, olê… Brucê… Brucê…
Helloween – Melhor interação de cantor com platéia: “Esse lado canta o refrão. E vocês – apontando pro outro lado – calem a porra de suas bocas!” Metal rules.
Kiara Rocks – Não sei quem agencia essa coisa, mas deixo meus parabéns. Botou uma banda de sarau de colégio no palco principal do “maior festival do mundo”.
Slayer – Gary Holt mandou bem, mas Slayer sem Dave Lombardo não é Slayer.
Avenged Sevenfold – Misfits na Broadway.
Iron Maiden – “Scream for me, Brazil! Again! And again! Annd again…” A melhor definição foi de meu amigo Bernardo Araújo, do “Globo”: Eddie é uma espécie de boneco de Olinda em versão Belzebu”.
Tb sinto falta dessa ousadia do line-up. RIR podia ser tipo o Glastonbury.. colocar headliners bem conhecidos, mas jogar a galera indie no sunset.. Ia ser lindo ! hahaha Ta aí o Lolla como exemplo.. acho que traria mais conteúdo ao festival.
E uma das coisas que mais me irritou esse ano foi essa coisa de estar lá pelo evento e não pelos artistas. Fui nos dias pop e me vi no meio do show da Beyoncé (que segundo a organização foi a artista mais pedida pelo público, o que me fez pensar que teria mtus fãs dela lá) gritando e cantando as músicas sozinha no meio de um bando de gt que tava parada olhando pro palco. Nem dançar o povo dançava.. isso não me impediu de curtir o show, mas foi uma das diferenças gritantes que vi de 2011 pra 2013.
2011 acho que tb tinha gt lá só pelo evento, mas o número era beeem menor. No dia do Coldplay eu fiquei lá atrás e, no entanto, todo mundo cantava todas as músicas e curtia pra caralho o show. Me senti num show de turnê, as pessoas visivelmente estavam lá por eles e não pelo festival em si.
Resumindo: me decepcionei mtu com o público desse RIR, espero que em 2015 isso mude, mas não tenho muitas esperanças não.
Ser alternativo e reclamar das atrações do Rock in Rio – evento privado e que visa, exclusivamente, ao lucro – é o mesmo que um rockeiro se queixar do line-up da Festa do Peão de Barretos ou um fã de jazz criticar as atrações que “tocam” no Criança Esperança.
O primeiro Rock in Rio deixou uma marca profunda em quem o viu, logo, essas pessoas nutrem sempre uma expectativa de uma reedição daquilo: um festival inesquecível, cheio de grandes atrações, mesclado com artistas de qualidade menos conhecidos, arrebatando corações e mentes. Porém, a realidade nua e crua é que é que o Rock in Rio é um negócio. E só. Quem são os atros disponíveis? Quanto querem pra tocar aqui? Publicidade, Globo, celebridades, ‘sponsors’ e vamo que vamo. Qualidade musical? Esse critério nem é considerado.
Ah é? E o terceiro Rock in Rio? Foi o melhor de todos, e não faz tanto tempo assim.
Foi ótimo, sobretudo por Neil Young e R.E.M., dois gigantes, por qualquer critério que se queira, além de várias outras boas atrações. Mas já ali o critério não era “vamos fazer um festival em que a qualidade e/ou a relevância seja(m) critério ‘sine qua non’ para a escolha dos artistas” ou “que uma grande parte dos convidados seja formada por nomes verdadeiramente interessantes artisticamente”. Simplesmente calhou de haver ali nomes mais respeitáveis, mas me lembro muito bem, porque foi o último que acompanhei de perto, que toda a baboseira conceitual é a mesma de hoje, sem tanto aparato porque nem existia a tal “Cidade do Rock” ainda, mas com o mesmo apelo.
E o terceiro poderia ter sido ainda melhor se não tivesse rolado a boa e velha “sacanagem” com os cachês das bandas nacionais. Ficaram de fora O Rappa, Raimundos, Planet Hemp, entre outras que poderiam ter rendido bons shows.
Pois é, Barcinski, quando a gente vai ver o Nick Cave tocando de novo por aqui ?
Nunca, infelizmente.
Achei interessante também o seu comentário sobre o Skank. É provavelmente, a única banda pop decente que temos e eu vejo uma tremenda má vontade da crítica com eles.
Uma banda bacana, cheia de hits e que evoluiu muito desde o início da carreira. Podem errar bastante, mas já fizeram ótimos discos como Calango, Cosmotron e Maquinarama.
Caramba !
Vi zentos comentários se referindo a este post como “coluna”, “matéria”, “crítica”, etc …
Não precisa ser bacharel em jornalismo para saber que este é um BLOG pessoal de um jornalista da Folha. Aqui ele coloca a visão PESSOAL dele e não a cobertura jornalística (que ele linkou no texto).
O grande problema da nossa classe média é o analfabetismo funcional, a incapacidade de entender o que lê. A falta de repertório, de conteúdo, de capacidade de entender o que são alhos e o que são bugalhos.
A votação feita pelo Rock In Rio do melhor show, segundo o público, até agora mostra o seguinte: Avenged (31%), Beyoncé (13,5), Nickelback(13,2) e o Bruce(8%).
Votação pela Internet não vale.
Votação pela internet? Fala sério…continuo afirmando que só Grace Potter e Alicia Keys prestaram no RIR 2013…
By the way no dia metal e heavy metal a tirolesa e os brinquedinhos tavam vazios, quem gosta de rock vai pra festival e nao vai pra ficar em brinquedinho!
As únicas coisas que gostei do RIR 2013 foram a Grace Potter e a Alicia Keys…Coisas lindas!!
Alicia Keys foi realmente foda. Bruce Springsteen e Metallica mandaram super bem também. O Barça pode até dizer que este último é o “Nickelback do thrash”, mas fazer um show bem feito com repertório foda são outros quinhentos…
Rapaz, já ouvi uma teoria sobre essa tara que os brasileiros têm em relação a marcas. E um problema de deslumbramento. A classe média, público básico do RiR, anda deslumbrada diante das coisas que hoje tem acesso e há alguns anos não tinha. Há 20 anos mesmo para a classe média era complicado o acesso a viagens e marcas internacionais. É um mundo novo pra galera e todo mundo quer curti-lo ao máximo. Em alguns anos, o deslumbre deve passar e o público deve mudar seus hábitos.
Cara, vc tem razão em varios pontos, mas aqui no rio somos tao carentes de festivais que a galera embarca e dá até pra se divertir… O show do Ben harper com o Charles Musselwhite foi incrivel!!!! o melhor do festival, fui pra ver os caras e não me arrependi, só acho que deveria ter sido no palco principal. E sim, era ridículo a loucura por causa dos brindes, mas se brasileiro vende votos por brinde não daria pra esperar coisa diferente.
Recalcado…isso sim…onde esse cara aprendeu a ser critico?…no festival de bandas do colégio Bennett, em 1983?
Sou eu Andre, quem agencio o Kiara Rocks!! Sua conhecida de anos… Sou foda mesmo obrigada, mas se a banda fosse ruim teria sido rejeitada não? Ainda mais pelo público que estava lá …
Vc quer coisas alternativas mas o que pode ser alternativo para vc pode ser um lixo pra mim..
Nesse caso, tenho muito orgulho dos meus meninos que subiram lá achando que iriam tomar porrada e foram aplaudidos como forma de reconhecimento pelo esforço de cada um deles…
rock in rio é um festival que respeita acima de tudo o público e deixa a gente no final com vontade de quero mais.
Um beijo amigo e veja se vc não esta ficando um velho gagá( hehehehehe).
Medina, vc tem meu respeito e admiração.. Quem pode, pode).
Oi Monika, tudo bom? Não sabia que vc era a agente. Gosto muito de você e te respeito demais, mas a banda não dá, pelo menos a julgar pelo que mostrou no palco PRINCIPAL do Rock in Rio, enquanto Rob Zombie e Offspring tocavam no secundário. E gagá é alguém que acha legal um grupo que abre um show com um cover de “Ace of Spades”. Beijo.
Ao meu ponto de vista a intenção eram bandas brasilieiras abrir o palco mundo, no entanto, os rapazes podiam ter tocado mais músicas próprias, e mostrado um repertorio com irreverência e criatividade.
O problema foi a patriotada de insistir em ter banda brasileira lá no palco principal e deixar gente com história, repertório e identidade com o metal, como o HELLOWEEN, no palco menor, um absurdo. Se o Ghost enfrentou resistência (de novo, público grande de metal exige repertório forte), imagine uma banda genérica como são as brasileiras. O Kiara sabia que se tocasse o próprio repertório entraria em conflito com o público, e se comportou como banda de cover, aqui entre nós, dos males o menor, ao menos foram humildes. Mas que sirva de lição aos empresários que querem empurrar suas “revelações” guela abaixo. Boa sorte ao Kiara, o negócio é construir repertório primeiro, brilhar depois.
Cabia o Matanza nessa?
Medina, vc tem meu respeito e admiração.. Quem pode, pode….pedir 8 milhões através de lei Rouanet e lucrar mais de 100 milhões.
8 milhões não, eles pediram 12, arrecadaram 8,8 milhões. Quem pode, pode.
Os caras tocaram simplesmente OITO covers…
Vc pode ser a Monika Foda, Monika Cavalera, etc.
Mas bem que dessa vez poderia ter escolhido ser a “Monika Escolho Bandas Boas pro RIR 2013” !!!
Medina, vc tem meu respeito e admiração.. (Quem pode, pode).
Pior de tudo é que essa grana dava pra levar muitas coisas de cultura pra quem realmente precisa…
Barcinski: enquanto tiver marketeiro travestido de jornalista falando este tipo de sandice abaixo, as meninas de 17 só vão escutar do pior:
“John Mayer conseguiu neste sábado (21) no Rock in Rio algo que nem Jimi Hendrix, Jimmy Page, Eric Clapton ou outros deuses da guitarra conseguiram em suas carreiras. Fazer com que uma multidão composta em sua maioria por jovens mulheres se apaixonassem por solos de guitarra.”
Acredite se quiser!!
http://g1.globo.com/musica/rock-in-rio/2013/noticia/2013/09/john-mayer-balanca-coracoes-com-solos-de-guitarra-e-atributos-de-gala.html
Caracas, o cara só pode estar julgando o desempenho desse mayer no mundo das celebridades, ou mais especificamente, entre as pernas das celebridades. Que critério para julgar um guitarrista! E ainda comparar ao Page, como um cara desse se mantém empregado numa empresa jornalística desse porte?
Capitalismo é o lamarca virar uma marca.
Amigo,
Me desculpe mas hoje em dia eu sinto que esta na moda essa coisa da “odiação” – Aponta o dedo aqui e outro ali e no final das contas não gosta de absolutamente nada. Concordo em todos os pontos quando diz que o Rock in Rio deixou de ser um festival de música para um evento capitalista de primeiro mundo. Sorte do Medina e azar o nosso! Acho que tem um limite para tudo e ele passou desse ponto faz tempo, porém dizer que todas as atrações foram ruins. Pode ser que não seja o que pensou quando escreveu, porém é o que parece quando se lê. Iron Maiden, Metallica, Nickelback, Avenged, John Mayer, entre outros fizeram bons shows.
Como assim, “não gosta de nada”? Elogiei vários artistas, leia o texto. Se vc acha que Nickelback e Avenged fizeram ótimos shows, beleza, cada um com seus problemas. Abraço.
André, viu o show da Grace Potter & The Nocturnals? Era a única atração que me interessava no festival e achei que foram muito bem. Pena que em virtude da participação do Donavon Frankenreiter (inventada pelos organizadores), eles tiveram pouco tempo pra tocar suas próprias músicas.
E embora não seja chegado em Bruce Springsteen, acabei assistindo o show dele até o final e gostei bastante.
Não vi, só da TV da sala de imprensa.
Também gostei do show, tanto pelas músicas como pela “presença” de palco da moça.
Não vi MOLLEJO mas vi BRUCE SPRINGSTEEN! (E acho que não preciso ver mais nada nessa vida)
Uma coisa que reparei da televisão foi um sem número de cruzeirenses e de corinthianos se matando para mostrar as bandeiras dos times para as câmeras de TV. É pra isso que foram ao show? O Brasil é peculiar…
Adorei a crítica sobre o show do Nickelback. Só não digo que é irrepreensível porque o som o QOTSA não me desce…
Barça você chegou a ver o show do Muse? Vi um pedaço e parece que rolou um playback ali não? Muito perfeita e artificial a voz do Mattew Bellamy….
Vi 15 minutos pela TV, não aguento Muse.
Foi claramente playback. Não digo o show todo, porque fui cochilando aqui e ali, mas o começo foi escandaloso.
A matéria é razoável, tem sua razão sim. Mas o Metallica continua foda. Eles só estão velhos, poxa vida! Você está exigindo demais de músicos talentosíssimos, mas, HUMANOS.
E o Paul Boostaph do Slayer mandou muito bem sim, deu conta do recado, como já deu conta do recado muitas outras vezes !!!!! Slayer foi o ponto alto do festival, junto com o Sepultura mostrando que sabe inovar e que merece ficar consagrada como uma das maiores bandas de todos os tempos.Sou baterista e sei reconhecer boa música e bons músicos…
Sobre o padrão “balada” do Rock in Rio acho que é um ajuste aos tempos atuais de multiculturalismo dominante. Antigamente os headbangers despachavam a garrafadas artistas fora de lugar, agora sobraram só uns tiozinhos que vaiam isolados da meninada dominante que quer badalar a qualquer custo. O conceito do Rock in Rio é 100% Marquês de Sapucaí e a platéia que atrai é cada vez mais por esse caminho, no futuro só uma minoria vai lembrar o nome dos artistas, todo mundo quer é estar lá e colocar uma foto legal no facebook.
É meio patológica essa paixão por inovação dos jornalistas especializados. O que há de errado em o artista estabelecer sua franquia e viver bem dela? Iron, Metallica, Bruce Springsten, se estabeleceram, sabem que não podem e que também não querem fazer mais do que já fizeram, e o público também não quer que eles mudem, é um belo casamento. Concordo que a organização do Rock in Rio errou muito ao trazer artistas novos que vendem bem, mas pouco têm a dizer, e que houve erros (Helloween, Offspring e R.Zombie são artistas para o palco principal). Mas aí exigir uma renovação radical do que é clássico e funciona eu discordo, repetir é para quem pode.
Estabelecer franquia?
André, não me parece muito interessante um jornalista/crítico que escreve “trash” questionar a expressão de alguém aqui. Afinal, você é pago pra isso, nós não. Acho que você entendeu o que o j.j. quis dizer com ‘estabelecer franquia’.
Eu acho que existem sim críticas ao evento. Uma delas é quanto à distância do transporte público aos portões do RIR. Muita gente sofreu com isso.
Acho que foi um erro bandas como offspring e helloween no palco sunset fazendo com que o lugar ficasse superlotado.
Mas vamos lá, falar de um projeto empresarial que visa ter lucros é um tanto hipócrita, não?
Aliás, aqui no site da Folha tem limite pra visualização de matérias gratuitas, à partir de um tanto se tem que pagar. E existem propagandas/patrocínios ali do lado da matéria.
Aí você fala de inovação em um evento e critica o fato de haverem brinquedos? Aliás, o tal air guitar que você cita aconteceu onde mesmo? Não teria sido na tal ‘banca de chicletes’? Pq lá tinha um em que MUITAS PESSOAS se divertiram. Acho muito estranho se falar de inovação e comparar alguma coisa ao James Taylor.
Aliás, por falar em inovação, o estranho mundo de Zé do Caixão vai bem?
E quanto às bandas, o Metallica de fato fez um show muito parecido com o de 2011, mas eu estava no meio do público e não vi uma sequer pessoa parada. O Iron Maiden tocou novamente e fez um show sensacional. O Helloween, cujo vocalista Andy Deris ‘mandou um lado calar a boca’ fez um show excelente! TODOS ao redor cantavam as músicas, inclusive as novas.
O Nickelback é uma banda que uma geração ouviu e ouve, e se isso aconteceu, foi culpa da imprensa, de onde vc faz parte, que fez a molecada ouvi-los. Eu vi menina chorando lá pq eles tocaram a música dos seus 15 anos.
Em um dos comentários acima, sua resposta foi que não aguentou 15 minutos de Muse. E é este cara que a Folha põe pra fazer a crítica do evento?
É nítida a sua preferência musical por algumas bandas, o que eu acho uma falha tremenda.
Caro amigo, fico muito triste de ver jornalismo sendo feito à base da opinião de gente que ‘não aguenta 15 minutos’ de alguma coisa. Aliás, o princípio da imparcialidade fica onde? Isso aqui me parece muito mais um texto da Caras ou da Contigo, ou seja, uma fofoquinha sem fundamentos.
Não escrevi “trash”, foi justamente o contrário. O leitor reclamou porque eu escrevi “thrash”.
mário, a imparcialidade jornalística é um mito. você aprende isso na primeira aula de qualquer curso de comunicação social do país. mas isso daqui é um artigo de opinião, ou seja, o autor não deve ser imparcial.
acho que argumentos ad hominem não cabem nesse tipo de discussão. a folha enviou vários jornalistas pra cobrir o festival. o cara não é pago pra fazer todas as críticas. óbvio que se ele não estiver escalado pra fazer a crítica do muse, ele não tem obrigação nenhuma de ouvir o show dos caras.
e não há nada errado em questionar o porquê de haver verba pública num evento privado que claramente se bancaria sozinho. ou, além disso, por que o ingresso é tão caro se há, de fato, tantas marcas lá dentro tentando se promover. elas, sim, deveriam investir no evento, já que o retorno seria grande: um monte de gente pagando caro pra fazer publicidade espontânea pra algum produto, ainda que não queiram.
p.s.: ninguém ouve nickelback por causa da imprensa. para esse crime, não existe apenas um culpado… é uma combinação de fatores, hahaha. 😛
Eu disse claramente que só fui aos quatro últimos dias do festival. Portanto, não vi o Muse. Vi uns minutos pela TV e fui dormir, que era melhor.
André, não vou insistir muito no ‘trash’, este não é o foco, mas veja o seu comentário sobre Rob Zombie.
E você foi nos últimos 4 dias mas não comentou algumas bandas, citou o Jota Quest que foi no primeiro final de semana, enfim, foi incompleto.
Isis, quanto à verba pública, eu até concordo em partes, mas não é disso que eu falo. É que este comentário geral de ‘é dinheiro por todos os lados’ é um pouco estranho. Haviam muitos patrocínios sim, mas isso é resultado da construção da marca Rock in Rio, que vale muito, a visibilidade é muito grande, todo mundo quer exibir ali, e se fosse diferente, meios como a própria Folha não repercutiriam o evento, não haveriam tantos jornalistas lá. E, vamos comparar, quanto está custando o Show do Black Sabbath com o Megadeth? Quanto custa um Evento em que o David Guetta toca? Vocês lembra o quanto foram absurdos os preços do show da Lady Gaga ali? É só parar pra comparar, pra quantidade de bandas clássicas, grandes, novas, com uma puta estrutura de som, iluminação, pirotecnia e etc, os preços não fazem sentido? Um evento que começa às 14 hrs e termina as 3 da manhã, aproximadamente 12 horas, não faz sentido mesmo? Os brinquedos não eram pagos, brincadeiras como o Air Guitar aconteciam nas ‘bancas de chicletes’ e também eram gratuitas…. Eu acho absurdo sim, a água custar 4 reais e ser repassada pelos ambulantes por até 8 reais como eu vi no meio do público, a cerveja ser vendida a 9 reais… Um Hambúrguer que era nitidamente uma espécie de Hot Pocket ser vendido a 15 reais, sem nem um molho. Mas, apesar disso, eu fui com uma mochila com biscoitos, barras de cereal, e uma garrafa com água. Dessa forma, acabei não gastando tanto lá dentro.
Quanto ao Nickelback, é, não tem um ‘culpado’, as pessoas simplesmente se identificam, e a maioria das que estavam lá gostaram do show, eram fãs, pagariam pra ir no show SÓ do Nickelback e, de repente pagariam mais caro. Diferente de bandas como o Ghost, que foi uma inovação, mas tinham poucas pessoas que gostavam. A própria Kiara Rocks que era uma dúvida grande e ‘abusou’ dos covers foi uma banda que agitou a galera. Não sei, fico com a impressão que inovar pros críticos é chamar o que faz sucesso na Europa mas não virou no Brasil… O Krisiun foi a primeira banda de Death Metal no festival, o Hibria tocou com o Almah e fez um PUTA show, e não vi ninguém falando NADA!
Lembro do Glória, que tocou em 2011, foi alvo de muitos críticos e tá na estrada, fazendo um puta som, vale lembrar que o batera deles era só o Eloy Casagrande, que tá no Sepultura. O negócio não é inovar e blá, blá, blá… É falar mal, é ser polêmico pras pessoas lerem…
Pra fechar, realmente o texto tem que ser parcial, é um blog e tal… eu vi depois, mas fui direcionado pra cá pelo site da Folha… Só acho que deixar tão claro as bandas que se gosta pra escrever, mesmo se tratando de um blog, é um equívoco, dá pra falar da qualidade geral e não tanto do gosto pessoal…
Mário, por favor, leia as coisas com atenção. Rob Zombie cultua a cultura “TRASH” – de lixo mesmo. É a cultura B, de filmes toscos de monstros e vampiros. É diferente de “THRASH”, que quer dizer “debulhar”, “quebrar”, que é o gênero musical criado pelo Metallica e as bandas da Bay Area nos anos 80. Entendido?
j. j., vc acha mesmo q o u2 e o michael jackson ficaram felizes qdo bandas como o nirvana desmontaram o mercado q elas dominavam? ou q os scorpions adoraram qdo as bandas da geração do iron vieram tornar o q eles faziam ultrapassado, pra poucos anos depois serem superados pela geração do metallica? todas bandas q só conseguiram espaço pra aparecerem e crescerem pra ser o q são hj através dessa ‘paixão patológica por inovação’ q te incomoda tanto. pense nisso. repetir é o caminho de quem não tem mais o que inovar. como o próprio rock in rio, aliás.
Não critico o artista inovador, entendo perfeitamente a necessidade deles. Critico vc esperar ameixa do cajueiro. Gente que se estabeleceu com um estilo forte, relativamente inovador, reconhecível e imitado exaustivamente (franquia), vai repeti-lo, e com o orgulho dos vitoriosos.É o caso de gente como IRON-RAMONES-ACDC-PIXIES-Metallica-Mudhoney-Helloween. Eles criam naturalmente um público que quer o padrão. A inovação em geral aparece no ciclo de artistas que precisam se estabelecer, mas é rara, Ghost, Kiara, Avenger que o digam. Claro que existem artistas inovadores por definição, que sempre se arriscaram (Sonic Youth, Frank Zappa, Bowie), mas de antemão sabíamos que não é o caso dos gigantes que vieram para o Rock in Rio.
mas j.j., eu não espero. o objetivo do RIR é fazer o q fez, e inclusive acho a edição desse ano vitoriosa, pois todos que lá foram com quem falei destacaram como todos os serviços e a estrutura funcionaram perfeitamente, o que vai ser um sacode em muitos dos outros festivais mais ‘artísticos’ que tratam o público como gado só pq trazem gente q toca ‘boa’ música – outro conceito BEM discutível. só por isso já valeu o RIR desse ano ter acontecido. o q não tira meu direito de ser indiferente ao conteúdo musical do festival, e questionar esse conteúdo, considerando que supostamente é a MÚSICA o foco do evento. isso não quer dizer q eu ache q o modelo deles esteja ‘errado’, apenas q não é o que eu acredito em apoiar, essa é apenas a minha posição, não a verdade definitiva. tanto que ano que vêm tem mais…
O ponto alto do festival foi quando Bon Jovi lascou um beijo na Maria Bethania.
Barça, sensacional seu post. Viajamos de SP pro RJ somente para ver o Bruce, chegamos no meio do John Mayer e não aguentamos ver 10 min, até procuramos no Google pra ter ctz de que ele não saiu de alguma boy-band recentemente, foi exatamenteo que vc disse.
Sobre o Charlie Musselwhite, só vi hoje pelo YouTube, não ia encarar o público do Bon Jovi por ele, embora seja mega fã, foi um showzaço e merecia uma data melhor (ou mais datas).
Uns dias antes entrevistei o Charlie, que falou uma porrada de coisa legal, se sobrar um tempinho dá uma olhada depois
http://bit.ly/18lZ7Va
Tirolesa e patrocínio de bancos não combinam com credibilidade.
Sorte minha que fui no Rock in Rio I. Era um chiqueiro mas assisti Yes, Nina Hagen e B-52’s. O “pedágio” com Barão Vermelho, Blitz Gilberto Gil e Erasmo não foi tão caro.
OIÊ!
Achei bem triste a matéria, assim como todas as outras que dedicaram tempo útil apenas para criticar o evento.
Primeiramente, um line-up parado não movimentaria cerca de 80 mil pessoas. Se há gosto pra tudo, que mal existe em alguém gostar de Nickelback ou Slayer? Intolerância – neste caso, em gosto alheio – é o primeiro ato errôneo de uma matéria.
Cheguei cedo e aproveitei o único dia que eu fui. Vi os shows que gostaria de ver. Não tirei foto em frente a nenhum lugar sobre gomas de mascar ou coisas do tipo, mas e se tivesse tirado? Que tipo de pessoa vai a um festival para ficar o tempo todo em inércia, apenas vendo um monte de bandas que gosta ou não gosta? Acho que nem você, já que ouviu uma música ou outra e se achou apto para comentar a respeito de um festival inteiro.
Trabalhar em um meio virtual de nome não é motivo para distribuir críticas ao que se é visto… do camarote? Como bom escritor, deveria lembrar-se do antigo princípio de que é impossível agradar a gregos e troianos.
Em suma, quem quis ver shows e pegar brindes para recordar de uma experiência incrível, fez. Quem só foi ver o último show, viu. E assim por diante. Deixe que as pessoas peguem brindes, vejam shows, fiquem em filas, se divirtam. Que mal há nisso tudo? Até isso é politicamente incorreto agora?
NENHUM lugar comentou, por exemplo, da eficácia na logística do evento, além da limpeza dos banheiros que receberam essas 80 mil pessoas. Comida boa, lazer e música. É uma experiência que já recomendei a todos os amigos.
Foi bom pra voce? Que bom! Esta se preocupando muito com o que os outros vao dizer gatinha! Vai la no Facebook postar sua foto na tirolesa, e seja feliz! Xau!
Pois é, Slayer e a tal “Rock Street” não se misturam…só por aí já é possível afirmar que o conceito do RiR é deturpado.