Por que ninguém perguntou a Bruce sobre Raul?
01/10/13 07:05Sábado, meu amigo Álvaro Pereira Jr., em sua coluna na “Folha”, revelou a história por trás das homenagens que Bruce Springsteen fez a Raul Seixas (leia aqui).
Álvaro havia me contado o caso na terça, 17 de setembro, um dia antes do show de Bruce em São Paulo e cinco antes da apresentação do cantor no Rock in Rio.
Na ocasião, concordei que “Sociedade Alternativa” seria uma ótima opção de “cover” para Bruce, e dei minha sugestão: “Asa Branca”. Achei que Bruce e a E Street Band fariam uma versão matadora do clássico de Gonzagão e Humberto Teixeira.
Na quarta, dia 18, Bruce arrepiou quem foi ao Espaço das Américas com uma versão soul de “Sociedade Alternativa”.
No dia seguinte, Álvaro me disse que estava pensando em contar a história na “Folha”. Mas como a coluna dele é quinzenal e a seguinte só seria publicada no sábado, dia 28 – uma semana depois do show de Bruce no Rock in Rio – ofereci o espaço aqui do blog. Pensei: se Bruce cantar “Sociedade Alternativa” no Rock in Rio, todo mundo vai escrever sobre o fato, e não podemos levar um “furo”.
Veio o show do Rio e Bruce repetiu a homenagem. Para nossa surpresa, ninguém se preocupou em tentar descobrir por que Bruce Springsteen havia cantado Raul. Ninguém.
E olha que Bruce ficou dando sopa no Rio: foi à praia duas vezes, tomou banho de mar, almoçou em churrascarias, conversou com fãs e até tocou violão no calçadão de Copacabana.
Durante esse tempo todo, ninguém chegou perto dele e fez a pergunta óbvia: “Bruce, como você conheceu Raul Seixas?”
Porque isso não é pouca coisa. Um dos maiores nomes do rock homenagear o maior nome do rock brasileiro é, sim, uma grande história. Tanto que Paulo Coelho, co-autor da música, fez uma coisa raríssima: publicou comentários em um blog, falando da emoção que sentiu ao saber do tributo e contando detalhes da composição da música. Por sorte, ele escolheu fazer isso aqui no “Confraria de Tolos” (leia).
O caso só me deixou ainda mais decepcionado com o estado do jornalismo musical brasileiro. O que está acontecendo? Não temos mais repórteres de música?
Quando o Google substitui a rua como fonte de informação, é porque tem algo muito errado com nossa imprensa musical.
Hoje, todo mundo sabe a cor da meia que Bruce usou quando gravou a demo de “Born to Run” – contanto que isso tenha sido publicado em algum blog obscuro. Mas quando é preciso ir à rua e apurar, bate aquela preguiça…
Nossa cobertura musical está assim: opinião demais e jornalismo de menos.
Claro que escrever críticas de shows é uma função importante do jornalista. Mas não é a única.
Eu não ia ao Rock in Rio desde 2001, mas fui a essa edição e fiquei espantado com a sala de imprensa, que mais parecia um hotel. Tinha bufê, geladeiras lotadas de guloseimas, funcionários prestativos trazendo macarrão para jornalistas e até – acreditem– um massagista full time, para aliviar as lombares cansadinhas dos repórteres.
Havia também um escritório da assessoria de imprensa oficial do evento, onde qualquer um podia pegar updates sobre os BBBs e pseudocelebridades que estavam na área VIP. Tudo para “facilitar” nossa cobertura.
A verdade é que esses grandes eventos se esforçam cada vez mais em controlar a cobertura e garantir matérias positivas (um exemplo: o Rock in Rio ofereceu uma entrevista com o Metallica, contanto que o assunto fosse só o recente filme da banda).
Isso faz parte de uma tendência mundial, que cresceu nos últimos 15 ou 20 anos, de ver a imprensa como parte da engrenagem de comunicação das corporações de entretenimento, e não como uma potência autônoma e independente.
É preciso combater essa visão. E a única maneira de fazer isso é ignorar a cobertura fácil e conveniente empurrada pelos eventos e voltar às ruas. Afinal, rapaziada, sol faz bem.
Raul nunca foi de faer média com ninguem, acho que por isso que a imprensa em geral pouco cita o nome dele…a verdade é que Raul ainda incomoda a muitos…
Bruce Springsteen não deu entrevistas sozinho além do Álvaro. Ele não é menos preguiçoso que ninguém, só é o editor do Fantástico. O cara não ia parar dentro do mar da barra ou na sala de massagem do rock in rio e dizer “Ah, claro senhor jornalista alheio, vamos bater um papo sobre meu trabalho agora”. Vc sabe que não é assim, tanto que falou isso aí do Metallica. Se fosse fácil, ou pelo menos possível, a Folha faria.
E, convenhamos, era óbvio que alguém que teve contato com eles tinha indicado a música. É uma história boa pro Álvaro contar. Já vc querer dar aula de jornalismo e apuração por isso é exagero. Um amigo seu deu uma dica interessante de cover para um grande artista. Calma aí.
E daí que ele não deu entrevistas? Desde quando isso impede um jornalista de se aproximar dele e perguntar alguma coisa? Isso só corrobora o que eu disse: todo mundo fica chupando o dedo, esperando o que a assessoria permite. Bruce ficou dando sopa dois dias em Copacabana, mas o pessoal estava em casa teclando, que é mais fácil.
O cara ia dar plantão por dois dias na praia e com sorte sair com o grande furo: “Cover de Bruce foi dica de um jornalista, o único brasileiro que conversou com ele antes, que surpresa, vamos morrer”. Vc sabe que não valia, senão a Folha destacaria alguém – não vc, claro.
Afinal, ouvimos aqui uma lição contra a preguiça e o teclar em casa, vinda do jornalista que validou a cobertura de sofá dos festivais de rock no Brasil.
Bom, Antônio, pra que precisamos de jornalistas se você JÁ SABE o que vai sair, não é mesmo? Mais um formando da Escola Mãe Dinah de Comunicação Social…
Claro que eu NÃO SABIA, mas perseguir o Bruce por dias no Rio, sem saber onde ele ia aparecer (afinal não somos Mãe Dinah), para com sorte falar por alguns segundos com ele não é uma ideia tão óbvia como vc quer fazer parecer.
Claro que alguém poderia tentar. Tem a famosa história do Kurt Cobain, mas ele só topou pq não era jornalista. Mas se vc apostava tanto nisso, poderia ter ido lá, em vez de ficar dando liçãozinha agora.
É óbvia sim, Antonio. Aliás, nada mais óbvio, desde Gutenberg. Chama-se “ir atrás da notícia” e não, como você faz, adivinhá-la.
Hahahahahahaha……sensacional.
em 2011, o coldplay perguntou a jornalistas o q tocar de brasileiro, e tocou. UAU QUE NOTÍCIA. vamos recuperar essas histórias e escrever um livro reportagem sobre o tema. vamos correr atrás. vc será o primeiro, e vai parar a beyoncé no meio da rua para perguntar pq ela tocou lelek.
e combinado, sem cobertura de sofá mais.
Antônio, na boa, a conversa estava razoavelmente boa até agora. Tchau.
Veja aqui, Antonio, como estava mole fazer perguntas ao cantor. Esses aí do Globo, por exemplo, poderiam conversar com ele se estivessem interessado em jornalismo musical. E pelo que o texto informa, qualquer redator de fanzine entrevistaria Bruce Springsteen sem necessidade de plantão…
http://ego.globo.com/rock-in-rio/2013/noticia/2013/09/bruce-springsteen-toca-viola-no-calcadao-do-rio.html
veja esse cara de azul atrás do bruce em quase todas as fotos, neder. vc ganha um soco dele na sua cara se não adivinhar pq não seria possível puxar um papo maior com o cara que valesse o jornalista ficar rodando o rio por dias para tentar saber onde ele ia aparecer.
Antônio, o pauteiro vidente da Gazeta de Mãe Dinah, adivinha mais uma: o segurança de Bruce ESPANCA QUALQUER UM que se aproxime do Boss…
André, mestre do imprevisível, midas do jornalismo das ruas, aguardo te ver bronzeado voltando de Los Angeles com uma história emocionante sobre Beyoncé ter escolhido Lelek.
Toninho Pulitzer, setorista de Twitter, pauteiro-vidente que usa a bola de cristal onde outros jornalistas usavam a caneta, infelizmente não vai dar, porque estou trabalhando em três livros daqueles old school mesmo, com entrevistas e pesquisa. Sou velho, fazer o quê? Queria eu ter a sua capacidade de adivinhar o futuro e ter resposta para tudo… E tome cuidado com os guarda-costas de celebridades, hein? São perigosos.
Porra Antonio, se liga !
É óbvio que o mérito da questão, se valia ou não colar no BS na praia ou onde fosse não é a tese defendida pelo AB no post.
Ele pegou o gancho para elocubrar sobre a mudança clara no posicionamento da imprensa, no caso, a musical. Noutros tempos, defende ele, estivesse o BS ou outro cara do calibre “dando sopa” na praia, alguém ia colar no mano para perguntar o que fosse nem que fosse apenas para encher liguiça num dia de pauta zero.
Hoje o carinha vê na porcaria do facebook ou no twitter de alguém e relata a partir disso ilustrando com fotinha do instagram.
A crítica dele, nitidamente, é ao desuso do antigo corpo a corpo do repórter, hoje midiatizado pelas nefastas redes sociais.
Se a Folha faria ou não, se vale a pena ou não, é decupagem inútil de ago que não foi abordado no post. Ademais, isso é mais consequência que causa. A preguiça do jornalista e do jornalismo, a meu ver, é ensejada pela exigência mirim do público dos veículos, satisfeitos que são aos 140 caracteres de alguém que acha isso ou aquilo.
Se assim não fosse, estaria aí a Piauí para desmentir.
Obrigado, Peçanha. Claro que o espaço para escrever diminuiu demais e as assessorias de imprensa tentam, a todo custo, controlar as informações de uma forma obsessiva. Mas isso não significa que todo mundo precise ficar na frente de um computador esperando informações caírem no colo. Em tempo: no RiR de 91, as melhores pautas fora obtidas com artistas andando perto do hotel.
Tudo muda, e categorizar como positivo ou negativo é faculdade das gerações que se seguem.
Ingenuidade querer ou achar que situações como a do “Quase Famosos” aconteçam hj em dia. São outros quinhentos e nem há como não ser.
Concordo com vc que existe essa “preguiça” mas acho tb que parte dela é em função de tudo como é : fácil, rápido, incolor, insípido e inodoro.
Assim como os enlatados e congelados mataram a comida da vovó, facebook/twitter/instagram matarão o jornalismo de gravador.
Li por aí que zentos porcento de leitores leem apenas as manchetes. Ou seja : leem o tweet do jornal. Como sou otimista acho bom até, estão ao menos abrindo o jornal !
Eles lêem a versão online, claro.
Eu estive no RIR no dia 21/09 e eu nunca tinha ido ao RIR, foi a primeira vez de uma senhora de 64 anos. Amei! Assistir ao Bruce Springsteen começando o show com a música Do Raul Seixas não tem preço. Foi muito bom ouvir todos cantanto o Viva, viva… em coro e o vigor do artista também no auge, aos 64 anos.
Parabéns pelo Blog.
Mesma idade do Bruce? Parabéns, Marinete, e não venha com essa de “senhora” não, que 64 é o novo 44! Fico feliz que vc goste do blog!
Não é de hoje.Você mesmo comentou quando o Sonic Youth fez um dos últimos(espero morder a língua) shows por aqui e ninguém com acesso perguntou nada,provavelmente nem sabiam quem eram.
Pensei em citar o SY na coluna. Ao que tudo indica, foi mesmo o último show da banda, e não teve ninguém pra perguntar isso pra eles…
Show horrível por sinal hein!?
Não foi horrível não… estava a 50 metros de distância do palco… o show foi animal…dadas as circunstâncias (horário do show, tempo de duração…etc )
Uma pena a Kim Gordon ter envelhecido…. gata demais!
Pois eu acho ela cada vez mais gata.
Barça, ela está com 60… com certeza continua linda e inteligente… mas é uma senhora…rs
Por falar nela Barcinski, ja viu essa entrevista que saiu no comeco do ano? Kim Gordon lavando a roupa suja do divorcio com o Thurston: http://www.elle.com/pop-culture/celebrities/kim-gordon-sonic-youth-profile
“E a única maneira de fazer isso é ignorar a cobertura fácil e conveniente empurrada pelos eventos e voltar às ruas.”
Lembrei da cobertura que o José Augusto Lemos fez da turnê do New Order por aqui em 1988, publicada pela Bizz. Pé na estrada com a banda por nove dias. Antológico.
Acho que grande parte desta cobertura “sem sal e sem açúcar” é “mea culpa” dos rockstars de hoje.
Queria ver uma entrevista assim, se seria possível, com um Layne Staley ou com o Kurt… até mesmo com o Oasis.
Trágico…
Sim, é conveniente pra eles. Usam as redes sociais pra divulgar o que querem e se escondem cada vez mais atrás de assessores…
Não fui ao Rock in Rio e nem no show do Bruce em SP. Eu assisti ao show dele pelo Youtube. Na minha humilde opinião, talvez ele deve ter escolhido essa música por ter o refrão e acordes fáceis de decorar e o arranjo que fizeram para a música ficou pobre, talvez pela falta de tempo para aprimoramento, como se fosse aqueles improvisos de banda de barzinho.
Ah, tá bom. O arranjo é mais complicado que o da música original. A banda transformou a música num soul à Motown, especialmente com os metais. Se vc conhecer alguma banda de barzinho que toca como a E Street Band, por favor me avise, ok?
é bem isso Barça!! e mais uma vez outro ótimo post…pra refletir.
Não sei se é o caso, mas fica aqui um comentário quase que desabafo…a impressão que me dá é que parece que nesse País o rock se resume a Anos 80/Legião Urbana/Titãs para boa parte das pessoas, sinceramente.
Mas é isso mesmo. Parece que o rock brasileiro nasceu com a Blitz…
Não quis questionar a experiência da banda, e nem posso questionar pois estava ótima no restante da apresentação. Quanto a banda de barzinho me referi a situação quando é feita uma música de improviso…para dar segurança no que está fazendo, a banda costuma a não improvisar muito para não sair da melodia, usando poucos acordes. Isso é feito quando alguém pede uma música para a banda tocar e a banda conhece muito pouco ela. Enfim, para mim não estava nada de errado, apenas normal em relação a um americano tocar de improviso uma música brasileira, com pouco ensaio. A impressão que me causou é que quiseram fazer um agrado ao povo brasileiro.
Esta história só comprova como a assessoria dos artistas os metem em roubadas…Se o Bruce soubesse que o Álvaro Pereira Júnior representa um dos bastiões da extrema-direita na imprensa brasileira, algo contra o qual ele tanto luta e que moldou sua imagem desde o início de sua carreira, nunca pediria a opinião deste sujeito para nada, afinal não dá para imaginar o chefão pedindo conselhos para Diogo Mainardi, Bush, Sarah Palin e afins! Dito isso, fiquei muito contente com o cover, mas se a canção tocada fosse do Caetano Veloso, Gilberto Gil ou Chico Buarque a repercussão seria bem diferente, pode ter certeza.
É sim, Cleibson, o Álvaro é da extrema direita, inclusive todo mundo da Globo come criancinha no almoço. Tá no cardápio.
André, o problema não são rótulos de direita ou esquerda, a tragédia é ser venal. No “jornalismo” da TV Globo, o que não falta é essa escória. Veja o Pedro Bial, por exemplo. Escreveu uma bio chapa branca do Roberto Marinho. Certa vez, a filha do Jucelino , convidou Carlos Heitor Cony pra escrever a biografia do pai. Contanto que não falasse no livro sobre as amantes do mesmo. Imediatamente Cony recusou. Simples assim. Não Conheço esse jornalista chamado Álvaro, nem o trabalho dele. Mas será que, para quem tem competência, não existe melhor atividade que ser editor do Fantástico?????
Bom, fica difícil discutir quando você generaliza todos os profissionais de uma empresa como “venais” e supõe que profissionais não prestam porque trabalham para um programa que não é do seu agrado.
Se for pra escrever sobre amantes de JK,era melhor chamar
o Nelson Rubens ou a Sônia Abrão.Aliás,a Bloch Editores,
onde o Cony trabalhou,era especialista em inventar notícias
nas revistas Manchete e Amiga,onde diziam que o ator “X”,a
cantora “Y” ou o apresentador “Z” tinham Aids.Era apelação
pura,coisa de cafajeste,mesmo.
Por que, vc considera Raul menor que os nomes que citou?
Tiago, aonde eu escrevi que acho o Raul menor do que os artistas citados? Meu pensamento é justamente o oposto, mas não é isso que a panela musical brasileira acha e esta mesma panela detém o controle de grande parte da mídia musical brasileira…Quanto ao Álvaro ser de extrema-direita, Barça, basta ler os seus infelizes textos para saber. Ele tem todo o direito de sê-lo, mas negar isso é ir contra o que o cara escreve…
Cleibsom, qual sua definição de “extrema direita”? Adoraria saber.
Alguns exemplos de extrema direita:
Garrincha;
Terto do Sao Paulo;
Edu do Palmeiras;
Renato Gaucho do Gremio…
Cafuringa era de extremíssima direita, não esqueça!
Marcelinho “Spit Fire”….
Barça, basicamente é aquele que acha que pobre tem que se danar, que o estado não deve fazer nada para ninguém e só cobrar impostos e que se a pessoa não subiu na vida é porque não se esforçou o suficiente e o fracasso é todo culpa dela e de mais ninguém… Estava esperando alguém citar o nefasto Fora do Eixo e me enquadrar dentro desta merda e já o citaram aí embaixo!
Ah, tá bom. E a “extrema esquerda” seria o quê, na sua visão? Alguém que acha que ricos têm que se danar e que o Estado precisa fazer tudo?
Nílton Batata.
Nelinho, este era direitaço mesmo, jogou até a bola por cima do Mineirão http://www.youtube.com/watch?v=psJJEdZHpcU
Ah, mas era direita recuado!
É isso aí mesmo, Barça…E tanto uma extrema quanto a outra são tão rasas e maniqueístas que não merecem ser levadas à sério.
Então porque vc leva a sério? Para com isso, Cleibson, deixa de bobagem.
Cleibson,desculpe meter minha colher,mas o poder não liga para esse papo de esquerda ou direita,seguir uma ideologia é recusar-se a pensar.Quem manda pensa apenas em continuar mandando não importa sob qual rótulo. Procure num bom sebo o livro ´´A Nomenklatura“,é muito bom e você verá que quem mandava sob o comunismo continua mandando.O resto é distração para as massas…Abraço
Mas eu não levo à sério, Barça, te garanto que não estou bufando em frente ao computador! Só acho estranho o Álvaro se vangloriar desta história escrevendo o que ele escreve. Se pelo menos ele estivesse indicado algo ao Arnold Schawarzenegger ou ao Charlton Heston…
Por favor, pare de usar expressões como “extrema direita” à toa. Porque quando pintar alguém que realmente seja de extrema direita, ninguém vai perceber.
Nilton Batata o último extrema-direita, o post do Cleibsomserviu para alguma coisa!
Bush? Aquele do Machine Head?
hahaha…sensacional…
Esse Cleibsom é do Fora do Eixo.
Sempre acho divertido quando uns maluco surgem com as palavras “bastiões da extrema-direita” garantia de altas risadas virão.
Haha Fred, muito boa. São os mesmos que tratam a Coca-Cola como “água negra do imperialismo americano capitalista”.
Como o pessoal gosta de falar mal do Diogo Mainardi, o Swift brasileiro! rsrs
O Bruce tinha que ter tocado uma do Gil, aquela da internet, “Com quantos gigabytes se faz uma canoa, um barco que veleje…)
Melhor que isso, só mesmo se ele tivesse tocado “Canção da América”, já imaginaram que lindo, todo mundo com o braço levantado e o celular aceso, como se fazia com os isqueiros antigamente?
PS: O Caetano agora também é de extrema direita, achei que todo mundo soubesse. Ele tem até uma coluna n’O Globo.
Opa vomitei
Imagina a cena, o Bruce de olhos fechados, cantando a música do Milton Sofrimento, aquele clima de cerimônia de formatura…
Esse Cleibsom é parente do seu Creysson do Casseta &
Planeta e deve ser o novo reforço do Corinthians ou do
Fluminense pra 2014.Rarará!
Vc estava cobrindo este dia o RiR?
A que dia vc se refere? O do Bruce?
Isso André!
Pergunto no sentido de: não rolou uma coletiva?
André, esse “jornalismo dito sério” feito por esses programas engraçadinhos (penico, cqlixo) também não afasta uma objetividade e o conteúdo nas entrevistas?
Digo isso pq uma vez cobri um evento e quando a Pitty resolveu ela mesma conversar com a imprensa, as perguntas eram no estilo “você gosta do NxZero”?
Um pouco antes, um grupo de skatistas profissionais estava respondendo perguntas sérias, quando um assessor do evento disse em voz alta: “Que pena que o Pânico não está aqui, isso está muito sério”…
Ah, mas perguntas bizarras sempre rolaram. No Rock in Rio de 91 tinha um repórter de uma rádio do Nordeste que andava com um gravador pendurado no pescoço e fazia as perguntas mais engraçadas. Lembro que ele perguntou para o Judas Priest: “Vocês poderiam fazer um retrospecto dos 40 anos do rock’n’roll”? Daí o Rob Halford respondeu: “Agora?”
Boa!
Eu vejo essa sua inquietação no jornalismo esportivo (leia-se jornalismo de futebol)
Para os programas que se dizem sérios sobre o assunto, tudo é motivo para fazer uma piadinha.
Outro dia vendo o G.Esporte, o Santos goleou o Naviraense por 10×0, eles fizeram tanta brincadeira com a edição da reportagem que eu não entendi a ordem dos gols e quem os fez.
Eu fico imaginando o cara que assiste a esses pseudo analistas e se anima em estudar jornalismo. Pensa oq? Vai para uma coletiva de imprensa chamar um jogador argentino de Zé Ramalho…
isso realmente é triste André, tava pensando nisso esses dias, ao ver o Multshow com músicos e vjs sem interesse jornalístico nenhum na cobertura do RiR, como já tinha sido no Loolla…
Mesmo caso ocorreu na extinta mtv, q abriu mão de jornalistas para colocar blogueiros e gente descolada como vj…
Juro q estava com esperança da nova mtv dar uma mudada nisso, mas já vi q continuará a mesma coisa…..
Ainda bem que para quem gosta de música ainda existem os blogs como o seu por exemplo…hehe
Ahhh e isso n se restringe a música….esportes por exemplo, futebol é um saco ver a prepotência de ex-jogadores q mal sabem falar dizer coisas como “vc n jogou, n sabe opinar”…enfim…parabéns a vc, ao Álvaro e a tantos outros, pq ser jornalista hj em dia não deve ser nada fácil…abs!
Cara, sensasional e emocionante tudo o que eu lí a respeito sobre a história desta versão.
E que alívio que não rolou nada de Legião Urbana…
Me ocorreu que ninguém se perguntou porque Bruce tocou Raul, pelo fato de que a imagem passada é que foi mais uma forma dos artistas gringos agradarem o público local. Assim como o “bunda suja” da Madonna, os “e aí, galera”, do Paul, ele canta uma música do país em cada show que faz. É claro que tocar uma versão de uma música é um trabalho muito maior que aprender algumas palavras em português, mas a própria história revela que o Bruce faz isso em todo lugar e não reverenciou o maior roqueiro brasileiro, pois podia ter cantado desde gonzagão até ultraje e, se o pedido fosse feito a alguém mais sem noção, ele emendava um “ai, se eu te pego” sem dó.
Não é verdade, Fernando. O Álvaro mandou textos sobre cada uma das sugestões, além de clipes de cada um do Youtube. Springsteen escolheu Raul porque achou a melhor opção. Springsteen não é um fantoche que faz o que lhe sugerem só para agradar.
E’ o que esta’ faltando no mercado, materias com conteudo. Aquele tipo de texto que depois de ler, voce aprendeu algo ou te levou a refletir sobre o tema mais profundamente.
André, isso me fez lembrar de quando o Kajuru foi demitido da Band.
http://www.conjur.com.br/2004-jun-10/kajuru_critica_autoridades_demitido_tv_bandeirantes
No Brasil, ser jornalista sem chapa branca não deve ser fácil. Mas não justifica esse corpo mole que você relatou, não é?
Nada justifica corpo mole, vc tem razão.
Agora você foi cirúrgico: a imprensa tem sido tratada (e deixada ser tratada) como uma engrenagem do Entretenimento.
A cobertura do Multishow do Rock in Rio (e de outros eventos anteriores) mostra bem que o que menos importa é jornalismo e sim factóides de revista Caras. Os “profissionais” escalados não acrescentam em nada…nem como âncoras e muito menos como jornalistas.
E é muito difícil combater isso porque depende, e muito, do consumidor. E o consumidor hoje é um tapado.
Por fim, grande matéria do Álvaro contando sobre a escolha de “Sociedade Alternativa”…grande história….parabéns a todos os envolvidos. Mas melhor ainda, foi a explicação que ele deu pra NÃO tocar “Comida”…….hahahaha.
A cobertura do Multishow, na minha opinião, nem pode ser considerada “jornalística”, mas promocional. Era a TV “oficial” do evento, nunca vai criticar nada. O problema é quando isso passa por cobertura jornalística.
Ora, a própria Rede Globo que é uma das patrocinadoras do evento esconde isso dos seus telespectadores. Aí o coitado do telespectador dos telejornais da emissora, assiste aquelas coberturas de oba-oba do Rock in Rio, muitas vezes sem nem perceber que está assistindo uma matéria de divulgação do evento, e que nem passa perto de ser jornalismo.
Penso que nos dias de hoje, o jornalismo (de maneira geral), está na UTI e em estado gravíssimo.
Tudo virou uma grande peça de propaganda. É sempre mais confortável repercutir um release do que criar alguma informação nova ou interessante. O salário é o mesmo e vc vai ficar bem com os patrões.
Olá André,
Mudando de assunto, mas nem tanto assim, você vai escrever algo sobre o fim da MTV Brasil na TV aberta?
Abs
E por que você não perguntou?…Levase o Bruce no programa do Coffin Joe…Seria uma maravilha.
O Bruce não dava, mas o Ozzy, da última vez que esteve aqui, tentamos. Mas não rolou, infelizmente.
Uau !…Ozzy e Zé do Caixão, ficaria para história.
Ué, mas eles estão vindo aí, 15/10 em BH, se não me engano. Barça queria muito poder ter visto de perto o Nils Lofgren em ação, só isso já valeria a pena, infelizmente não pude ir. Esse cara é fantástico, ele toca no “Tonight’s the Night” do Neil Young, sensacional o feeling do homem, não?
Nils tocou só no Crazy Horse e na E Street Band. Tá bom?
E no blog do a.forastieri ele escreve.”me pergunto que espírito endiabrado soprou o hino de Raul Seixas e Paulo Coelho no ouvido de bruce.”e um sacana!!!
Pô André, esses dois últimos textos seus valeram o mês! Cada história boa!
Eu tava conversando semana passada com um amigo sobre a homenagem do Bruce e ele também me fez a pergunta que (quase) ninguém fez, de onde o Bruce tirou essa idéia? Será que ele já conhecia o Raul?
Bom, taí a resposta. Valeu!
Agora quanto a questão da preguiça dos jornalistas, acho que isso se estende a outras áreas também, cinema, TV e porque não o futebol?
Mas isso vai também ao encontro do que você fala sempre aqui, boa parte das notícias são aquilo que o público quer ver. (quem tá pegando quem, subcelebridades fazendo de tudo para aparecer, etc.). Triste.
É isso mesmo, estamos cheios de setoristas de Twitter. Uma pena.
Mas afinal, como ele conheceu Raul? E porque escolheu “Sociedade Alternativa”?
Leia a coluna do Álvaro, por favor, tá linkada no meu texto.
Desculpa, André. Não tinha lido a coluna do Álvaro aqui no Confraria, tá explicado. Mas o problema não deixa de existir, se ele não tivesse explicado, até agora ninguém saberia.
Sim, é verdade.
Pessoas, leitores do Barcinski, compartilhem em suas redes sociais, enviem para as rádios e jornais de sua cidade. Em Porto Alegre, a Rádio Ipanema tá ficando assim durante a tarde. Apresentadores repletos de “opiniãozinha”. Ah, adorei, ah, irado, ah! não curti, ah, nada a ver.
Parabéns, Barcinski, jornalismo sério sempre terá espaço e valor. Pode ser na internet, no telefone, onde for, mas é isso que as pessoas querem.
Até agora essa pulga não saiu da minha orelha! Como diabos Bruce Springsteen conheceu Raul Seixas!?
Incrível, daqui a pouco o próprio vem a publico e explica, já que ninguém perguntou!
Jornalismo coxinha, mas não é só na música não e também não é só no jornalismo, é só entrar em qualquer rede social pra ver um bando de desinformado discutindo sobre o que nem conhecem, só por noticias recentes e tal, principalmente na área da música.
Sempre achei Bruce Springsteen o Lulu Santos da gringa, mas isso é opinião pessoal.
Sociedade Alternativa foi uma escolha muito feliz. Uma homenagem muito melhor do que todas aquelas longamente planejadas e ensaiadas para o Rock In Rio. Fui aos dois shows e, quando o Bruce começou a cantar em São Paulo, quase cai para trás.
Quanto ao Rock In Rio, recebi ontem um email pedindo meu feedback sobre o festival. O questionário, longuíssimo, me perguntava, em primeiro lugar, sobre quais marcas me lembrava de ter visto no festival, se tenho carro, conta no banco, qual stand gostei mais, coisas assim. Senti falta de perguntas sobre a música, os shows, porque parei de responder aquela idiotice. Fico imaginando se tais perguntas, que para mim deveriam vir primeiro lugar, estariam jogadas lá no fim da pesquisa….
Sério que vc recebeu esse questionário? Se importa de me mandar por e-mail as perguntas (andrebarcinski.folha@uol.com.br)? Adoraria ler isso. Abraço.
Concordo com tudo, mas afinal como Bruce conheceu Raul???
“Nossa cobertura musical está assim: opinião demais e jornalismo de menos.”
Perfeito. E não é só a cobertura musical.
“Opinião demais e jornalismo de menos” – sintetizou perfeitamente. O que vejo de jornalista de Facebook não é brincadeira. Estive lendo coisas do Everett True e do Michael Azerrad recentemente e notei como faltam jornalistas que convivem com bandas e artistas. O motivo disso você até já citou, a imprensa virou engrenagem de comunicação das corporações de entretenimento. A rapaziada anda muito desinteressada, também (ou se interessando por lixo). É a lama total, da cultura ao jornalismo. Nada tá escapando. No Brasil, então, nem se fala. “Barulho” foi, aliás, uma das melhores produções brasileiras sobre música! Antes tarde do que nunca: valeu, Barça, pelo livro. Deve ter sido uma viagem e tanto escrevê-lo, em todos os sentidos. Abraço!
Foi sim, mas hoje não rolaria. As bandas são muito mais controladas. Em 91, liguei pra casa do Flea e consegui ir a um ensaio do Chili Peppers. Isso nunca aconteceria hoje.
O exército americano, durante a recente invasão ao Iraque, também levou jornalistas em suas incursões, garantindo uma cobertura chapa-branca da maior parte da imprensa americana.
Isso rola desde a Segunda Guerra Mundial, não é de hoje.
Sim.
John Ford, por exemplo, foi levado para filmar no Dia “D”.