Chico, Gil, Caetano e Djavan: de censurados a censores
05/10/13 10:15Tive de ler a reportagem da “Folha” duas vezes para me certificar de que não estava delirando: Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Milton Nascimento e Erasmo Carlos se uniram a Roberto Carlos na campanha para exigir autorização prévia de biografados (leia aqui).
De Roberto Carlos não se podia esperar outra coisa. Afinal, passou a carreira toda sem dar um pio contra a ditadura e viveu os últimos 50 anos como um verdadeiro monarca, decidindo tudo que podia ou não ser dito sobre ele (não é à toa que é chamado de “Rei”, enquanto Xuxa, outra figura pública que ainda acredita viver na Monarquia, é a “Rainha”) .
Mas Chico Buarque? Um dos compositores mais censurados do país? Gil e Caetano, exilados pelos militares? Gil, o ministro do Creative Commons? Absolutamente surreal.
Na coluna de Ancelmo Gois no jornal “O Globo” de sexta, Djavan justificou assim sua decisão:
“A liberdade de expressão, sob qualquer circunstância, precisa ser preservada. Ponto. No entanto, sobre tais biografias, do modo como é hoje, ela, a liberdade de expressão, corre o risco de acolher uma injustiça, à medida em que privilegia o mercado em detrimento do indivíduo; editores e biógrafos ganham fortunas enquanto aos biografados resta o ônus do sofrimento e da indignação. Nos países desenvolvidos, você pode abrir um processo. No Brasil também, com uma enorme diferença: nós não somos um país desenvolvido.
Brilhante. Quer dizer que, enquanto não formos um “país desenvolvido”, o melhor é recorrer à censura típica das repúblicas das bananas?
O parágrafo de Djavan é tão confuso quanto algumas de suas letras. Ele começa dizendo que é necessário preservar a liberdade de expressão “sob qualquer circunstância”, para logo depois justificar a censura sobre “tais biografias”.
Que biografias seriam essas? As que Djavan e amigos não aprovam?
Depois, o compositor diz que editores e biógrafos ganham “fortunas”. Não sei em que país Djavan vive. Onde eu vivo, se um autor vende dez mil cópias, sai dando cambalhota de felicidade (o escritor ganha, em média, 10% do preço de capa, então faça as contas e verá que escrever no Brasil, com raras exceções, é coisa de maluco ou diletante).
Vivo num país onde o Luis Fernando Veríssimo diz que não sobrevive de literatura. O Veríssimo.
E não adianta Djavan e turma dizerem que não se trata de censura. Claro que é. Só é disfarçada de preocupação de mercado.
Em setembro, durante a Bienal do livro, Ruy Castro leu um manifesto, assinado por 47 nomes, incluindo o historiador Bóris Fausto, o escritor Cristovao Tezza, o poeta Ferreira Gullar, o cineasta Nelson Pereira dos Santos e o jornalista e escritor Carlos Heitor Cony, contra a suspensão da tramitação do projeto de lei que libera a publicação de biografias sem autorização dos retratados (leia aqui).
Um dos trechos do manifesto diz:
“A dispensa do consentimento prévio do biografado não confere ao autor imunidade sobre as consequências do que escrever. Em casos de abuso de direito, uso de informação falsa e ofensiva à honra, a lei já contém os mecanismos inibidores e as punições adequadas à proteção dos direitos da personalidade”.
Ninguém é a favor de biografias mentirosas. Um autor que publica uma calúnia ou informação falsa deve ser punido. Mas também ninguém pode ser a favor de um mercado de livros “chapa branca”, como os ícones da MPB querem criar.
P.S.: Publiquei esse texto sábado, e o índice de leitura do blog cai muito durante o fim de semana. Portanto, esse texto ficará no ar durante a segunda-feira.
Isso é um tapa na cara da Sociedade hipócrita que sempre bajularam esses idiotas que para mim não representam porcaria nenhuma, lembro-me ser forçado na escola a fazer trabalhos com músicas de Chico Buarque e Caetano, lembro-me também de ir várias vezes nesta aula para a Diretoria da Escola, me forçavam a escrever algo que valesse nota sobre pessoas que ao meu ver naquela época eram comuns, nossa eles sofreram na ditadura, que se dane, muitos morreram e sofreram mais que os mesmos citados acima, portanto, brasileiros comuns.
Sou mto fã de todo esse pessoal mas é o seguinte eu acho que na mente de quem escreve essa biografia ou alguém está pagando mto a ele para fazer a biografia ou ele e fã desses caras entao as pessoas devem sim ter o direito de fazer a biografia sobre que é para divulgar para os outros o que eles sabem desses caras mas se nessas biografias existirem informações ou que não procedem com o que realmente aconteceu o correto seria o cantor procurar a justiça e nela trabalhar o seu caso.
Inacreditável como as pessoas mudam! Como você disse, se mentirem, processo neles!
Agora, será que essa iniciativa tem chances de prosperar?
Sabe, André, que lendo alguns comentários, parece que as pessoas nunca leram uma obra biográfica e muito menos tem ideia do trabalho que envolve fazer uma biografia, autorizada ou não.
É muita pesquisa pra não publicar qualquer fofoquinha que se ouve por aí, até pra se proteger contra possíveis processos. Acho que até as editoras devem exigir isso do escritor. Aliás, você sabe bem o que é isso.
E eu não me lembro de uma biografia que tratava como mais importante a vida privada do biografado. As vezes isso é até futilidade.
As pessoas hoje em dia estão acostumadas com as “obras biográficas” da Revista Caras e do Ego e perderam a noção do trabalho profissional.
É bem isso mesmo, vc tem razão.
A questão de direitos autorais ou de uso de imagem, está virando um bom negócio no Brasil. Ou os artistas e família (quando os autores já não mais existem), faturam uma graninha, ou os autores caem no esquecimento, por falta de divulgação, para serem relembrados quase 100 anos depois se houver algum interesse em seu trabalho.
Boa polêmica! E os comentários complementam o post. Na minha opinião a “MPBzada” citada está errada!
Respeito a opinião de todos, e gostaria de comentar algo: “Num país onde a maioria não lê, se tiver apenas um leitor, ainda assim valeria a pena escrever. Se nossos grandes escritores não pensassem assim, não teríamos a riqueza de obras literárias que temos. Acredito que José Verísimo escreve por puro prazer, traz o verdadeiro dom em suas veias, o dom do pai, e é por isso que êle é uma excelência no que faz. Com tanta coisa boa para criar, escrever sobre a vida destes cantores comunistas da MPB que apoiavam o regime castrista, e que hoje partilham da teta deste governo de esquerda é pura falta de imaginação e um péssimo gosto. Eu não perderia meu precioso tempo lendo sobre a vida destes inúteis…
Ivan a maioria não ler porque o acesso a livros é dificultada por causa de preços absurdos cobrados por uma simples obra. Se o preço e as condições fossem favoráveis ao povo com certeza a realidade seria outra.
Mais ou menos, Marco. Frequento bibliotecas públicas e gratuitas que estão sempre às moscas. Brasileiro não tem hábito de ler. Claro que os livros custam caro, mas não acho que este seja o maior problema.
Marcos Leite,veja o número de celulares que tem no Brasil,tem um povo inculto..pra celular tem dinheiro pra comprar
Barcinski está certo. Os livros são caros, mas existem alternativas para se chegar até eles pagando pouco (sebo) ou nada (bibliotecas). E mesmo entre os que podem pagar por livros novos, muita gente simplesmente não se interessa. O problema mesmo é que o brasileiro, de modo geral, tem preguiça de ler, ainda mais depois que cagaram a regra de que, na internet, todo texto deve ser curto. E quando pega um jornal impresso? A primeira coisa que vai conferir é a seção de esportes. Isso é muito desanimador.
a maioria não lê.
Existem sebos com livros excelentes por até 1 real. Existem sim bibliotecas públicas e vivem vazias.Não acredito que o preço seja o maior problema.Tenho amigos professores que me dizem que as bibliotecas das escolas estaduais recebem caixas e caixas de livros excelentes que sequer são abertas por falta de interesse.Comprei há dias uma coleção de livros do Manoel de Barros novinha,os livros nunca tinham sido abertos, por um real cada.Edição caprichada,ilustrada e adivinhe:tinha o selo do governo de São Paulo,parece que as escolas recebem e vendem por peso.Se alguém não lê por não poder pagar uma mixaria dessas em um livro,o problema é outro e mais sério.
Marcos.. gastamos uma fortuna com festa e bebida todo ano. Até quem não poderia gastar tanto assim, o faz.
O problema é falta de costume da leitura mesmo.
Sou professor, e tenho o costume de “entrevistar” meus alunos pra saber o que eles fazem da rotina deles.. geralmente as notas mais fracas são as rotinas de dormir/ver novela/ajudar os pais
Discordo totalmente!
Só não lê quem não quer!
Existem inúmeras biliotecas que disponibilizam milhares de livros gratuitamente e até emprestam para quem quiser ler em casa!
A internet está repleta de pdf de tudo que é livro.
O brasileiro, salvo raras exceções, não tem o hábito da leitura!
No Brasil a cultura da leitura é nicho. A molecada das classes A e da classe C/D despreza a leitura. Não leem nem um livro ao ano.
Hoje em dia, na linha verde do metro aqui em SP, num vagão semi-lotado as 8hs, há meia dúzia de gatos pingados lendo e 50 pessoas jogando joguinhos de bolinhas coloridas no celular.
Concordo plenamente. Eu não gastaria um real com essa gentalha!
Como ja disse em outro local, “Os comunistas jamais desejarão para si o que preconizam aos outros”. Simples assim.
É uma mentalidade mesquinha e retrógrada destes artistas. Uma decepção, pois admiro muito Caetano, Gil w Chico…
Os caras tem medo de expor intimidades, como uso de drogas? Lá fora Keith Richards ou o Clapton falam abertamente de seus “podres” e não perdem popularidade ou ficam “queimados” na mídia… muito pelo contrário
É a tal mania nacional: Ao invés de exigir melhorias para que o país se torne “primeiro mundo”, vamos fazer o que é mais “facil” e ataquemos a liberdade de expressão.
Exato. Dá menos trabalho.
PIMENTA NOS OLHOS ALHEIOS É REFRESCO !
Eu não sou famosa, nem tenho uma vida que desperte em alguém o desejo de fazer uma biografia a meu respeito. Mas se isso acontecesse eu ia ler primeiro e aprovar ou não o que seria publicado. Deve ser muito chato ver um livro em uma livraria sobre mim sem que eu soubesse o que tem dentro dele, por mais boba que fosse a história…
Concordo. Censurar é outra coisa. Diz que a lei tem mecanismos pra punir quem abusar disso, mas depois de um livro ser publicado com mentiras sensacionalistas a respeito de uma pessoa, o brasileiro, que nem é leitor assíduo, em grande maioria (como foi dito aqui mesmo), de repente vira um devorador de livros, disseminando a má fama do outro.
O autor até pode ser processado e bla bla bla, mas daí a uma punição efetiva morre o burro e quem o tange!! Era uma vez a imagem do artista!! Vimos isso acontecer mtas vezes. 😉
Por isso concordo com vc.
Abçs!
Levanto as 4:30, mas, acordo as 5:50 pra dar sinal e ser despejado na porta do meu trabalho e ganho um mísero salario.
tem uma pancada de outros “eu” nesse Brasil com historias muito mais interessante.
Belo post e discussão pertinente. Me lembrei do caso de seu colega de folha, o grande Ruy Castro, que teve enormes dificuldades para publicar a biografia de Garrincha. Sou professor de direito constitucional e também acho que a atual lei brasileira está em descompasso com o texto da Constituição. Concordo que permitir as biografias não-autorizadas não significa chancelar o direito a ofender o biografado. Imagine uma biografia sobre um grande político brasileiro. Há interesse de toda a população em ter acesso às informações. E, claro, caso haja ofensa, o biografado tem todo o direito de acionar a justiça.
Exato. Se os ofendidos forem à Justiça exigir compensação, como devem, isso só vai melhorar o nível das biografias, porque as editoras e autores terão cuidado redobrado para não publicar informações erradas.
Quem quer saber da vida desses pulhas!
Barça, seu post foi citado pelo Lúcio de Castro no Bate Bola do meio dia. Vc viu? Mais um indignado pela postura dos “deuses” da MPB!!
Pô, não vi, gosto pacas do Lúcio. Valeu pela dica.
Entao, liberdade eh boa quando esta ao meu favor quando esta contra mim, ai sao outros quinhentos, Brasil nao eh um Pais desenvolvido por que os que lutavam para isso no passado passaram para o lado dos opressores, como a Revolucao dos Bichos de Orwen.
Não deixa de ser censura.
Mas tem que ver os 2 lados,André.
Imagina,por exemplo,se alguém resolve lançar uma biografia sua,sem te consultar em nada,sem vc saber,aí,vc vê o livro nas bancas,com passagens assim:”Barcinsk foi um pederasta,drogado degradado,batia em mulher,maltratava crianças,s e meteu em várias atividades ilícitas.È quase certo até que cometeu alguns assassinatos!”E aí,como fica?Podem te difamar,numa boa,e vc nem tem o direitro de saber o que vão escrever sobre vc?Então,não tem só o lado do jornalista,tem o do biografado também!!
Aí eu processo, Ademir, como ocorre em qualquer país civilizado. Isso incentiva uma coisa muito boa, que é um cuidado grande de editoras e autores acerca do conteúdo dos livros. Basicamente: se eu sou um escritor nos EUA e vou lançar uma biografia, preciso me certificar de que a informação que estou publicando é verídica, ou corro risco sério de ser processado e perder.
Barça, não sei se o ponto dos boçais da MPB é a biografia chapa branca ou o descrédito para com a justiça, que até decidir sobre qualquer coisa já deu tempo de acabar com a reputação (injustamente, na preocupação dos boçais) de qualquer um.
Num país civilizado você processaria e, se estivesse com a razão, ganharia a causa. Agora, no Brasil ?? Com esse judiciário ??? Pura ilusão caro André…sua história de uma vida inteira iria para a lama em segundos e nunca mais você conseguiria provar ao contrário….lembra-se daquele pessoal da escola Base?? Pois é…
Tá bom, Paulo, e porque o Judiciário é lento a censura se justifica? Claro que lembro a Escola Base, mas é preciso lembrar também todo mundo que teve a vida e carreira prejudicadas pela censura.
Meu caro, enfrente a realidade apontada pelos colegas aí: no Brasil, a justiça é uma tartaruga manca e corrupta! Até provar que focinho de porco não é tomada, vc nunca mais publicaria nem uma vírgula, morreria de fome, seria mal visto em lugares públicos e, quanto mais tentasse se limpar, mais se sujaria, porque má fama é assim: se vc se debater, espalha a bosta e ela fede, viu!
Foi-se o tempo desse discurso poético de “ah, eu processaria, ajudando o país a se tornar moderno e civilizado.”
O país se tornaria moderno pra quem? Pros netos do biógrafo sem-vergonha que publicasse contra vc? Sim, porque você, meu caro, não teria netos, já que, desempregado, morreria de fome, junto com seus filhos!!!
😉 Acorda!!
O Brasil da poesia nunca existiu. O da vida real é esse em que vivemos e que nos bate na cara todas as manhãs, dizendo: “cada um por si e foda-se o resto!”
Lamento informá-lo disso…
E eu lamento informá-la que vc está justificando um erro com outro, muito pior.
Com certeza, censura é ABOMINÁVEL…mas falar de alguém o que quiser, jogar “m…” no ventilador e saber que não vai acontecer nada com você, em virtude de um judiciário lento, incompetente e principalmente corrupto TAMBÉM É, ou não ???
Para mim, ambas são IGUALMENTE abomináveis.
A vida do pessoal da Escola Base (só para citar o mais famoso, outros inúmeros casos houveram) não foi “PREJUDICADA”, simplesmente foi ANIQUILADA e ninguém, NINGUÉM que publicou aquela ESTÓRIA, sem se preocupar se era verídica ou não, pagou por isso na justiça ou sequer se retratou.
Portanto meu caro há necessidade de discutirmos esse assunto com bom-senso e equilíbrio e não simplesmente o reduzirmos a uma simples questão de “liberdade de expressão” ou “censura”.
Paulo, é claro que a Justiça no Brasil é um paquiderme. Todo mundo sabe e precisa ser mudado. Mas isso não pode ser desculpa para censura prévia.
Desculpa, mas acho que a palavra censura, não está corretamente aplicada, nesse caso. A vida de qualquer pessoa é problema dela própria. Qualquer um tem seus segredos que não quer que seja revelado. Isso se chama privacidade. Não entendo porque as pessoas públicas não podem ter direito a privacidade. Se eu sou famosa e tenho a minha vida escancarada pra todo mundo sem a minha autorização, ficaria muito chateada. Estariam violando a minha privacidade. E nesse caso eu teria o direito de me manifestar. Isso seria censura? Acho que não.
O mais chocante de tudo isso foi saber que o Luis Fernando Veríssimo,que reputo como um gênio,não vive de literatura.Desanimador.Qua páis é esse,meu Deus?
Quer dizer que o artista, enquanto artista, não pode ter controle nem sobre sua própria vida?
Pode aparecer qualquer espertalhão, causar um escândalo midiático e ainda faturar em cima da desgraça alheia?
Isso é inacreditável!
Chamar isso de “censura” também é de uma leviandade sem tamanho.
E biografia boa é só a dos “outros”. Quando é “conosco” a coisa muda totalmente de figura, não?
Um absurdo total esse post!
Vão cada um cuidar de suas respectivas vidas e deixem a dos outros em paz.
O que interessa do artista é a obra que ele produz e publica. Se ele quiser manter a vida dele em segredo absoluto deve ser respeitado integralmente, mesmo que tenha um bando de malucos querendo olhar pelo buraco da fechadura.
Agora ficar tripiudiando em cima do fiofó alheio com esse papo de “censura” e “liberdade de expressão” é uma das coisas mais fascistas que já vi.
“Vão cada um cuidar de suas vidas”. Legal, Marco, você acabou de desautorizar a atividade jornalística, parabéns.
Jornalística, não. Futriqueirística, sim.
Jornalismo no Brasil tem sido plaquinha na porta de um bando de levianos que publicam qualquer coisa depois de terem passado por uma faculdade pra adquirirem o título. Poucos são os JORNALISTAS de verdade.
Se vc chama de jornalistas os biógrafos que fazem tanta bosta sobre a vida dos outros que não têm coragem de mostrar o texto antes de ser publicado ao próprio biografado, então tenho medo do uso q vc faz do seu próprio diploma!!
Agora… Uma pergunta: por que não mostrar ao biografado o que pretende publicar a respeito dele? Quem não deve não teme! 😉
Isso não é censura, é tocar a campainha ou bater na porta antes de entrar na casa dos outros. Chama-se EDUCAÇÃO. Vc sabe o que é isso ou sua mãe lhe ensinou a entrar sem pedir licença na casa (vida) dos outros???
😉
Pimenta no dos outros é fresquinha, né?
Emmy, na boa, mas vc acha que os biógrafos não procuram os artistas? Quantos profissionais já não procuraram o Roberto Carlos perguntando sobre a possibilidade de fazer um livro sobre ele? mas vai ver se ele quer falar? Eu acabei de terminar um livro sobre música brasileira. Entrevistei cerca de 70 pessoas. Mas tentei falar com cerca de 200.
Quando uma pessoa se torna pública, ela deve ter em mente que sua vida também se torna pública. A partir do momento que um sujeito se torna ícone, ele serve de representante e serve de identidade. Serve como ponto de referência e pessoas o seguirão, o imitarão e o reverenciarão. Logo, toda sua conduta moral e ética deve ser posta em pauta e discutida, haja vista que ele produzirá um sem-fim de seguidores e fãs que atuarão – em sociedade – aquilo que a celebridade faz.
Portanto, a vida particular da figura pública pode – SIM! – ser pública, sem o menor dos problemas. Inclusive, é sua vida pseudo-particular que define sua obra pública.
Juntando o cérebro da Emmynem e da Marcola dá uma ervilha. A falta de leitura e a ignorância é fascinante, nos outros é claro. Na verdade a única coisa que me interessa é saber quantas vezes o Caetano sentou no salame do Mauricio Mattar antes de fazer Eclipse Oculto. Alguém poderia me dizer? Gostaria de saber quem era a passiva na relação River Phoenix e Milton Nascimento, ou Milton e Denis Carvalho. Ficarei feliz com qualquer uma das respostas. As duas valem um premio, buscar na minha casa. Quero também a lista interminável de adultérios do alcoólatra Chico Buarque. Esse só não pegou mais mulher que a Bethânia, ou seria a Gal? Afinal aquelas letras sacanas do Wando da classe média me deixam num estado… Se alguém souber por favor me diga como Gal Costa e Marina Lima conseguiram se achar naqueles perucões. Se as cabeças eram assim imagina em baixo, precisaria de GPS. Alguém poderia me dizer? Alguém…
Esses nossos artista são umas estrelinhas mesmo. Querem que todos os aplaudam, comprem seus discos, os venerem como ídolos etc etc. Tornam-se assim figuras públicas, mas como a maioria de nós, humanos medíocres, aprontam das suas, e depois não querem que “invadam sua privacidade”. Se expuseram ao mundo e agora ficando dando pitis, querendo censurar livros (ou pior, queimar – num país onde se queimam livros, logo estarão queimando gente) Quem não quer levar porrada que não suba no ringue. Decepcionante.
Sou pela liberdade de expressão, a minha preocupação é quanto a leviandade de algumas biografias que buscam atráves de uma sensacionalismo aumentar a venda e curiosidade com intuito apenas comercial fantasiando a situação. Culturalmente somos de um país que pré julga as pessoas, depois de feito o “estrago” não adianta mais.Tivemos muitos casos de injustiça que acabou com a carrreira de vários profissionais.
Mas garanto que tivemos mais casos de carreiras destruídas pela censura.
Não consigo entender pq não querer falar da sua própria vida é uma forma de censurar alguém. Será que porque a pessoa é famosa, obrigatoriamente tem que expor sua vida pessoal? Por quê? Concordo sim, que tudo que for escrito sobre mim, que eu seja o primeiro a ler. Diferentemente dos políticos que devem sim uma explicação da sua vida para a população, já que o povo deve confiar e acreditar que alguém possa nos representar dignamente; os artistas não devem a vida deles a ninguém.
Emilio, estamos em um país em que se lê muito pouco. Todos sabemos disso. Não consigo imaginar um caso de um escritor que dedicaria meses de pesquisa, meses para escrever e ainda correr atras de uma editora só para “detonar” a vida do Caetano!
Concordo com o André!
É censura sim porque antes da publicação o artista poderia vetar tudo que o desagrada e suja sua imagem!
As biografias não seriam fontes de pesquisa para as futuras gerações que buscam a verdade de um artista/epoca. Seriam apenas material de publicidade para os artistas.
A verdade é que esses artistas não se interessam em deixar nada para as futuras gerações. Eles defendem uma iniciativa que vai prejudicar irremediavelmente a forma como a História será contada de agora em diante. Basicamente, se alguém quiser escrever um livro sobre o Maluf, o Ricardo Teixeira ou um torturador, terá de pedir aprovação com os próprios, ou com parentes.
Verdade. Você me alertou para um outro ponto. É capaz do Maluf sair como herói para posteridade.
Acredito que ninguem escreva um livro sem visar – também – o lucro. Se fica milhonário ou não é outra história, aí é questão do mercado nacional. Se desse prejuízo, ninguem escreveria nada.
Portanto, acredito que mesmo uma figura pública (viva) tem o direito a se resguardar contra publicações que exploram comercialmente o seu nome, não revertem nada para o biografado, e muitas vezes contém inverdades.
É fácil dizer que resta ao biografado buscar a Justiça, caso se sinta ofendido pelo conteúdo, mas qual justiça? Isso aqui é SELVA, não é um país civilizado aonde este canal funciona.
De qualquer forma, como diria o Múcio, essa é uma questão complexa, “TEM QUE VER ISSO AÍ…”
Desculpe, mas não é verdade. Posso falar por mim. Acabei de lançar um livro e estou fazendo mais dois. Já lancei quatro, e o que ganhei não paga nem o tempo que gastei para escrevê-los. Gosto sempre de repetir a frase do Veríssimo, que diz que não vive de livros. Quem faz livro no Brasil, com raras exceções, o faz por demência ou diletantismo.
O Veríssimo não vive só de livros porque o padrão de vida numa cobertura do Leblon e um oceano de whiskey importado (e sei lá mais o que) exigem um pouco mais.
Na boa, quer discutir em bom nível ou vai apelar pra “achismos” e suas verdades absolutas?
Caro André, como “quase” todos os aspectos do “ca”u”so” ja foram devidamente abordados, gostaria simplesmente de trazer aqui, uma reflexão que ha muito vem se confirmando ao longo dos tempos, pela simples observação e constatação da realidade. Muitos daqueles “hippies” peace and love, que manifestaram viceralmente contra a guerra no Vietnam por exemplo,(pesquisei), agora fazem parte do congresso dos EUA… E não da corrente mais “liberal”, senão que dos radicais de extrema direita ou até mesmo do KK KLAN. Assim roda a roda! E os homens quando frustrados em sua busca de um ideal, passam facilmente para o outro extremo. A questão que fica evidente é que a busca por reconheccimento e notoriedade pessoal, é quase sempre maior do que o principio mesmo de liberdade, e do senso de interesse geral.
abrço
GS.
Concordo, ótimo ponto.
Também concordo.
Figura pùblica é figura pública.Ponto.
Acho que por parte desses artistas da mpb não passa de uma questão financeira. “Pra que eu vou permitir que alguém fale da minha vida publica/privada se eu não vou ganhar com isso” Vai que alguém aparece algum “projeto” de uma superbiografia com um lançamento pomposo, em uma superlivraria de shopping e com varios outros artistas e cobertura da mídia.
“Vai que essa superbiografia vire um filme ( com Lei Rouanet e a Globo Filmes juntos melhor ainda ).”
Os artistas sabem que eles são um produto que pode gerar grandes cifras. Veja o caso de Cazuza e Renato Russo. Todo ano tem um livro sobre eles, se não é um livro é um documentário, se não é um documentario é um filme/musical/turnê em homenagem …
Esses artistas não arriscariam alguém sujar a imagem deles e arruinar seu plano de aposentadoria. Enfim, acho que a questão é mais financeira do que de liberdade de expressão.
Eu não suporto a Folha! Quanta baboseira eles publicam! Concordo plenamente com Djavan e Chico. Com a mídia sensacionalista, manipuladora e burra que formamos, acho que estão certíssimos em não autorizar esses mercenários a escreverem sobre suas vidas. Vão escrever tosquices e expor grandes nomes ao ridículo. Chega de baixaria, basta o Funk com aquele tal de MC Catra falando aos quatro ventos da sua vida super interessante e de sua riquíssima produção musical. Não dá! Ainda bem que não autorizaram e não entraram para este seleto grupo de celebridades toscas e burras veneradas neste país! Da Folha eu nunca espero grande coisa, agora, a frase desse jornalista foi risível:
“O parágrafo de Djavan é tão confuso quanto algumas de suas letras”.
kkkk. Acho que este “jornalista” precisa ler mais, melhorar a interpretação de textos e entender a linguagem poética (que não se pretende óbvia). Sem mais. Se tivesse tempo escreveria uma carta – resposta para este rapazinho.
Apenas por curiosidade : Se vc não gosta da Folha, o que faz aqui ? Se não gosta do funk do fulano, pq sabe sobre ele ?
Pergunto pois não compreendo esse comportamento. Eu, por exemplo, não tolero o Estadão portanto há mais de 20 anos não vejo sequer sua primeira página. Não tolero funk, sertanejo, pagode, axé e outros gêneros que não sei nem o rótulo e portanto não sei citar o nome de seus intérpretes.
Fala sério tão querendo criar mais papelada-marmelada no Brasil? É isso mesmo?mas pra qualquer que seja a calúnia,difamação,erros não já existem punições?,daqui a pouco vira Lei também…Essas pessoas públicas não só cantaram o rumo do Brasil,eles estiveram lá eles estão ainda aqui e mesmo que nem estivessem fazem parte de uma história que mesmo na Biografia nunca será no seu todo contada.
A impressão que fica é que os medalhões não estão muito preocupados com o conteúdo destas biografias, que pode ser revisto judicialmente.
Parece que a grande preocupação, de fato, é comercial.
Se uma divisão de receita fosse obrigatória, talvez diminuíssem tanto as reclamações dos medalhões quanto a quantidade de oportunistas querendo biografá-los.
Eu não entendo para que tanta preocupação com o que vai se escrever num país onde a maioria não sabe ou simplesmente não gosta de ler.
Dadau e Giu
juro nem que eu tivesse loucura por escrever, não faria uma página sobre estas figuras famosas. Primeiro porque concordo com que disseram: temos um país que maioria não sabe ler ou não gosta e segundo porque envolve interesses econômicos. Estas biografias, não sei se todas, algum dia sairá, com um jeitinho brasileiro. Algum gaúcho se candidata para fazer a da Rainha dos baixinhos?
Essa questão envolve mais interesses econômicos do que culturais, daí a necessidade da autorização do biografado!