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André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Ela é fã, mas quer mastigar Guilherme Arantes...

Por Andre Barcinski
09/10/13 07:05

Poucas coisas são tão legais quanto mostrar para os filhos pequenos músicas que você gosta.

Nossa filha adora grupos infantis como Palavra Cantada, mas também gosta de Secos e Molhados, Mutantes, Raul Seixas, Novos Baianos e, especialmente, Guilherme Arantes.

A paixão por Guilherme começou quando ela nos perguntou como nascia a água dos rios. Nós explicamos e mostramos para ela a canção “Planeta Água”. Ela gostou tanto que decorou a letra. Tivemos de explicar também o significado de todas as palavras que ela não conhecia: “grotão”, “igarapé”, “ribeirão”, “sertão”…

Alguns dias depois, vimos Guilherme na TV sendo entrevistado por Tony Belotto no programa “Afinando a Língua”, do canal Futura. Ela adorou, e hoje não passa um dia sem ouvir um CD com os maiores sucessos de Guilherme.

Uma de suas músicas prediletas é “Fã Número Um”. A canção fala da paixão de uma fã por seu ídolo e é narrada em primeira pessoa, do ponto de vista da fã: “Você nem desconfia e o que eu não daria / Por seu amor / Onde você anda / Nem sei como chamo a sua atenção”.

 


 

Mas algumas letras são complicadas para uma criança pequena. Dia desses, estávamos ouvindo o CD no carro, quando tocou “Fã Número Um”. No refrão, ela cantou, toda empolgada: “Toda de som / Luz da ribalta / Te quero no prato! / Prato!”

Caímos na gargalhada: “Como assim? Você quer o Guilherme no prato?”

“Mas não é prato?”

“Não, é PALCO!”

Isso só tornou a canção ainda mais marcante. Agora, sempre que o refrão vai chegando, ela começa a rir antecipadamente, esperando para cantar que deseja provar o ídolo no prato.

P.S.: Em 2010, fiz um texto sobre letras de músicas que são cantadas de forma equivocada. Leitores contaram casos hilariantes. Uma menina achava que o refrão de “What a Feeling”, tema do filme “Flashdance”, dizia: “Glória Piiiiires!”. Leia aqui, que vale a pena.

P.S. 2: A “Ilustrada” publicou hoje uma carta aberta do norte-americano Benjamin Moser, autor de uma elogiada biografia de Clarice Lispector, a Caetano Veloso, em que critica o compositor por apoiar a proibição de biografias não autorizadas. (leia aqui).

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Comentários

  1. Marcio comentou em 16/10/13 at 18:38

    Era uma vez… Vi na tv, no programa de calouros do Silvio Santos, o Guilherme cantando “Meu mundo e nada mais” e sou seu fã desde então. Acho que estavam no júri o Zé Fernandes, a Aracy de Almeida e o Décio Pitininni. E todos o elogiaram muito, até o Durão Zé Fernandes que, no entanto fez uma ressalva, disse que “só sobraram” soava mal, era um cacófano, pois se confundia com “soçobraram”. E o garoto teve que explicar que a imagem era proposital. O Zé ficou quieto.

  2. Ed Ward comentou em 13/10/13 at 15:08

    Tell me once again = Telma eu não sou gay. Grande Ney Matogrosso

  3. elio comentou em 12/10/13 at 8:49

    eu estava neste show…. saudades……..

  4. Planeta Guilherme Arantes Fã Clube comentou em 10/10/13 at 20:16

    Apenas dando uma dica:
    No link a seguir, é possivel ver a letra, capas de discos e ainda ouvir cada uma das músicas do Guilherme Arantes, desde o Moto Perpétuo até o seu último lançamento: Condição Humana.

    http://planetaguilhermearantes.com/musicas.htm

    abraço

    Luis Paulo
    Coordenador

  5. Edson Paiva comentou em 10/10/13 at 16:05

    Ah, esqueci outra: “As ruas têm cheiro de gasolina e óleo de pincel”.

    É mole?

  6. Edson Paiva comentou em 10/10/13 at 16:04

    Por muito tempo eu cantei “Um dia de charme, um desejo enorme…” e não me dava conta.
    Minha irmã tentava me corrigir mas eu teimava que o erro era dela.

  7. Daniel comentou em 10/10/13 at 15:43

    Barcinski, eu, já marmanjo, dava uma de malandro e interpretava “Jorge de Capadócia” como (mais) uma canção de futebol do Jorge Ben. Achava que ele dizia “Perseverança, canhoto sórdido”. Demorou até alguém me avisar que se tratava de “Perseverança, ganhou do Sórdido”.
    Abraço

  8. renata comentou em 10/10/13 at 10:52

    André, eu quando era pequena adorava a música “Xixi nas estrelas” do Guilherme Arantes. Eu não acreditava que alguém podia falar a palavra xixi numa música.

  9. Diego Correia comentou em 10/10/13 at 10:52

    Eu entendia o trecho de geração Coca-Cola que fala: “Somos burgueses sem religião…” como “Somos foguetes sem religião”.

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 11:14

      Foguetes ateus!

  10. Luciola comentou em 10/10/13 at 7:22

    Tinha um sucesso do Roupa Nova que dizia: “Se uma coisa louca/Sai do seu olhar/Fica em silêncio/Deixa UMA POLEEENTA”. Que letra estranha! rs. Já o refrão de “Alagados” eu entendia: “Alagados, FREE STYLE, Favela da Maré…”.

    • LuizHG comentou em 10/10/13 at 15:43

      Putz, a do Roupa Nova eu entendi “FEITO UMA POLENTA” por um tempão…

  11. marcelo b. comentou em 10/10/13 at 0:24

    é um pulo pra ouvir leãozinho do seu querido Caê!!

  12. Celso comentou em 09/10/13 at 22:02

    Crianças são demais, tenho uma sobrinha que também faz das suas confusões, mas nenhuma relacionada a música. Mas não são só crianças que se confundem. Não faz tanto tempo assim, eu confundia a letra de Ana Júlia de Los Hermanos com Tanajuraaaaa… Tanajuraaaaa… rsrsrs…

  13. Luis Felipe comentou em 09/10/13 at 20:57

    Acho que não é bem sua praia, André, mas os games produziram muitas pérolas como essas. Os golpes dos lutadores de Street Fighter, por exemplo. O “Tiger Uppercut” do Sagat virou “Tiger Robocop” por aqui, sendo tão popular que rendeu até meme.

    http://farm5.staticflickr.com/4078/4924181388_e486204cc5_z.jpg

    E é claro, o clássico supremo dessas “interpretações” são as aberturas dos super sentais.

    http://www.youtube.com/watch?v=udaFtXNrryc

  14. Andre comentou em 09/10/13 at 20:09

    tenho um filho de 5 anos e fica muito loco ouvindo motorhead. ramones. rage against. beastie boys etc. legal demais ouvir musica com os filhos.

    o texto do moser colocou o ximbalaue no seu devido lugar. alguem tem noticia de resposta do caetano???

  15. Smirkoff comentou em 09/10/13 at 19:12

    Uma amiga dizia que quando criança, entendia o refrão de “Lady Laura” do Roberto Carlos como “De grinalda, me leva pra casa, de grinalda…”

    De minha parte, eu entendia “Je t’aime moi non plus” como “je t’aime mis-en-plis”. Não, nunca tive essa tara.

    Outro amigo tinha uma versão ótima pra “Blue Jeans” do Bowie: “Pudim, conheci uma garota que é um pudim…”

    Mas acho que a melhor de todas é a que os ingleses fizeram para “Michelle” dos Beatles: “Someday monkey plays piano song”

  16. neder comentou em 09/10/13 at 19:00

    Acho Guilherme Arantes um dos melhores compositores da música popular brasileira. Algumas de suas músicas mais importantes ficaram marcadas pelos arranjos oitentistas pasteurizados (principalmente bateria e teclados “sintetizados”), mas quando foram regravadas nos discos de 2001 (“Ao Vivo”) e 2007 (“Intimidade”), ficou clara a força de seu belo repertório. Nina entende das coisas.

  17. Sebastião comentou em 09/10/13 at 18:34

    li a coluna na folha – parabéns e obrigado por uma indicação, um peruano na Rio Branco, de longe a melhor refeição que fiz na última vez que fui pra sp

  18. Marco comentou em 09/10/13 at 17:43

    Pronto Seu Barça; Seu problema foi resolvido! Acabaram de lançar a biografia feita de forma coletiva do Caetano Veloso no Facebook! Agora todo mundo vai poder escrever sobre a vida do Caê:
    https://www.facebook.com/biografiadocaetano

    Eu me divirto!

  19. Tadeu comentou em 09/10/13 at 17:34

    Minha sobrinha cantava

    “E agora eu fiquei doce igual caramelo
    Tô tirando onda no cavalo amarelo”

  20. Rodrigo E comentou em 09/10/13 at 17:17

    http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/10/1353680-mais-musicos-aderem-ao-lobby-contra-as-biografias-nao-autorizadas.shtml
    “É justa a reivindicação”, diz o roqueiro Nasi, que recebe 10% do preço de capa de sua biografia, “A Ira de Nasi” (Belas Letras), de Mauro Beting. “Você está explorando a história e a imagem de alguém. É como se eu deixasse de receber por uma música minha gravada por outro.”
    A questão é só financeira. Absurdo! Vergonha alheia!!!

  21. fabio comentou em 09/10/13 at 15:47

    Trecho da Cronica do O amor de Tumitinha, de Mario Prata: “Você também deve ter alguma palavra que aprendeu na infância, achava que tinha um certo significado e aquilo ficou impregnado na sua cabeça para sempre. Só anos depois veio a descobrir que a palavra não era bem aquela e nem significava aquilo.

    Um exemplo clássico é a frase Hoje é domingo, pé de cachimbo. Na verdade não é Pé de Cachimbo, mas sim PEDE (do verbo pedir) cachimbo. Ou seja, pede paz, tranquilidade, moleza, pede uma cervejinha. E a gente sempre a imaginar um pé de cachimbo no quintal, todo florido, com cachimbos pendurados, soltando fumaça.
    …
    Tumitinha – Todo mundo conhece a música Ciranda-Cirandinha. Uma amiga minha me confessou que durante anos e anos, entendia um verso completamente diferente. Quando a letra fala “o amor que tu me tinha era pouco e se acabou”, ela achava que era “o amor de Tumitinha era pouco e se acabou”. Tumitinha era um menino, coitado. Ficava com dó do Tumitinha toda vez que cantava a música, porque o amor dele tinha se acabado. E mais, achava que o Tumitinha era um japonesinho. Devia se chamar, na verdade, Tumita. Quando ela descobriu que o Tumitinha não existia, sofreu muito. Faz análise até hoje.”

    • fabio comentou em 09/10/13 at 15:49

      desconsiderar. Duplicou. Abs!

  22. celso lima comentou em 09/10/13 at 15:33

    André, a questão pecuniaria levantada pelos futuros biografados quanto aos lucros do escritor me fez lembrar o seguinte: quando “Bossa Negra” de Elza Soares foi relançado, depois de décadas esquecido, em CD tratado luxuosamente, a cantora por varias vezes declarou sua furia por não lucrar absolutamente nada com aquilo, o dinheiro ia para outros. Bem, ela não era dona de “Bossa Negra”, por motivos varios, incluindo seu desinteresse na época, aonde cantores achavam que lucravam mais no contrato, paciencia. No entanto “Bossa Negra” trouxe de volta um momento magnifico de Elza como cantora, que nos dias de hoje conduz uma carreira de brilho intermitente, para dizer o minimo. Mas para a cantora era apenas o dinheiro que contava. É uma questão espinhosa, mas me parece que essa gente vai carregar dinheiro para o tumulo, e não quer dar moeda a indigente classe dos escritores brasileiros. Toda a história humana nada mais é que uma colcha de retalhos de biografias, bem e mal contadas, e talvez essa malta de artistas brasileiros mereça mesmo o anonimato perene.

    • Andre Barcinski comentou em 09/10/13 at 18:29

      Concordo, Celso, biografias são capazes de ressuscitar artistas esquecidos. Filmes documentais também. É o caso do Robert Crumb, que experimentou uma ressurgência de fama depois do filme do Terry Zwigoff que o Crumb, por sinal, detestou.

  23. celso lima comentou em 09/10/13 at 15:17

    André, acabei de ler a carta de Moser para Caetano, bem, o que dizer disso tudo. Li tb que mais cantores estão engrossando o cordão do “vivi mal, não quero que contem..”Mas isso é classico, as colunas reacionarias são viróticas, contagio via aérea. O que notei na carta de Benjamin Moser é que até para os amigos fica dificil tratar Paula Lavigne com fineza.

    • Andre Barcinski comentou em 09/10/13 at 18:30

      Também senti isso, o cara tentou ser fino mas desistiu.

  24. Carlos Campos comentou em 09/10/13 at 15:04

    Esses virunduns são hilários, principalmente quando vêm de crianças!

    Quando era pequeno, escutava direto um disco dos meus pais, “Roberto Carlos”, do próprio, de 1970. A música de que eu mais gostava era “Astronauta” (já com quatro, cinco anos eu curtia música triste e sombria. Hehehe). Tinha uma parte em que eu sempre cantava, a plenos pulmões:

    “Bombas que caem / RATO que passa”

    Mas era “jato”. O que eu só descobri bem depois, quando meus pais me flagraram cantando errado e não conseguiram segurar as gargalhadas.

  25. Peçanha comentou em 09/10/13 at 14:59

    Só fica pior … :

    http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/10/1353680-mais-musicos-aderem-ao-lobby-contra-as-biografias-nao-autorizadas.shtml

  26. Leonardo comentou em 09/10/13 at 14:17

    E o meu filho de 8 anos, que fissurou no Rock das Aranhas! kkkkkk

  27. Araujo comentou em 09/10/13 at 13:56

    “KEN LEEEEEEEEEEEEEEE!” – http://www.youtube.com/watch?v=DPkYCYgHjMU

  28. Peixotano comentou em 09/10/13 at 13:54

    Um amigo de infância transformou “I belive in love” da Nica Costa em “Abelinha Voa”…… até hoje é sacaneado !

  29. tuxedo comentou em 09/10/13 at 13:53

    Quem puder ouça o disco da banda Moto Perpetuo, de antes de ele virar Guilherme Arantes.
    Quanto às minhas filhas, elas têm “estragado” muitas das minhas músicas preferidas ao pedirem milhões de repetições. E sabe-se lá de onde tiraram de chamar Firth of Fifth do Genesis de “tiroliroliro” (seria da introdução de piano ???)

    • Peçanha comentou em 09/10/13 at 15:26

      Acho que ele já era “Guilherme Arantes” antes de entrar na Moto Perpetuo, não ?? :-p

    • LuizHG comentou em 09/10/13 at 15:55

      Valeu a dica!

    • jAH comentou em 12/10/13 at 15:08

      Genesis e suas letras loucas. Sempre fiquei intrigado com esse Firth of Fifth. Hoje em dia com a wikipedia, leio que Firth é uma palavra usada na Escócia e quer dizer algo como fjord em norueguês, aquelas escarpas à beira do mar. O detalhe é que na Escócia existe um famoso, o Firth of Forth. Daí para o trocadilho do Peter Gabriel, Firth of Fifth…vai entender se vc não é um local!

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