Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

Perfil completo

Daft Punk, Moroder, e a canção pop do ano

Por Andre Barcinski
01/11/13 07:05

Quando você acha que a música pop não tem mais nada de novo a oferecer, vem o Daft Punk e faz algo novo e inesperado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Random Access Memories”, o último disco do duo francês – e apenas seu quarto lançamento em 20 anos – é um dos melhores discos de 2013. E a faixa “Giorgio by Moroder” é o destaque. Há muito tempo não se ouvia nada tão genial no mundo pop.

A canção é uma homenagem ao italiano Giorgio Moroder, um dos produtores e compositores mais importantes da música eletrônica dançante.

 


 

Mas a forma como o Daft Punk homenageia Moroder é inusitada: usando o som de uma entrevista com o artista, o duo fez uma espécie de colagem pop-jornalística, quase um minidocumentário musical que cita várias fases da carreira de Moroder e ilustra suas declarações com música.

Quando o italiano fala do início da carreira, tocando em discotecas na Alemanha, ouve-se, ao fundo, sons que remetem ao tipo de música ouvido em discotecas naquela época.

Moroder depois conta como teve a ideia de usar o sintetizador Moog em suas músicas. “Eu sabia que precisava de um click, então coloquei um click”. O “click” a que ele se refere é o som produzido por um metrônomo, usado para que músicos possam manter o ritmo.

Assim que Moroder termina a frase, o Daft Punk coloca, sob a voz do produtor, o som de um click. O efeito é minimalista e fantasmagórico. O silêncio súbito choca o ouvinte e o faz prestar ainda mais atenção às palavras de Moroder.

Mais que uma canção pop, “Giorgio by Moroder” é um experimento sônico corajoso. São nove minutos que desafiam as convenções da música pop comercial. A faixa é longa, cheia de mudanças de tempo e de harmonias, com toques de discoteca, ambient, synthpop old school e até jazz. Coisa de gênios.

A última frase de Moroder resume tudo:

“Uma vez que você liberte sua mente do conceito de harmonia e música ‘corretos’, você pode fazer o que quiser. Ninguém me disse o que fazer, e não havia concepções prévias sobre o que eu deveria fazer.”

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
  • Comentários
  • Facebook

Comentários

  1. Alex Kidd comentou em 08/11/13 at 9:21

    discaço. ouvir em bons fones de ouvido ou num receiver legal só melhora a brincadeira.

  2. Arthur Lima comentou em 06/11/13 at 16:57

    Daft Punk é uma das poucas bandas da atualidade que consegue ser extremamente criativa sem tentar ser pseudocult, fazendo músicas sensacionais tanto promainstream quanto pro underground. Esse último disco é ótimo, pra mim é o melhor de 2013, um pouco a frente do recém-lançado “Reflektor” do Arcade Fire.

    Aliás, Barça, o que você pensa a respeito do Arcade Fire?

  3. Edu Nascimento comentou em 06/11/13 at 14:12

    “Barça, sem dúvida seu Blog, pra quem curte diversidade, é sensacional. Curto demais… Tenho os 3 discos Cult de Giorgio Moroder. Eu disse disco/vinil. Juntos, Kraftwerk -Yazoo – Bronskibeat – Donna Summer – Eurythimics… O Daft Punk, veio resgatar o que continua sendo imbatível em termos de música!!!”.

  4. Arthur comentou em 05/11/13 at 17:39

    André, excelente review. Sem dúvida é o melhor disco do ano!

  5. Adriano B. Oliveira comentou em 04/11/13 at 23:15

    A única que não engoli foi aquela com a chamada para o teclado de “The Final Countdown” (Contact) – eu adorava a música quando criança, mas enjoei tanto que exclui de todos meus players e quase tenho um troço ao ouvi-la no álbum!

  6. Júnior comentou em 04/11/13 at 10:28

    Houve uma época em que o Giorgio era “o cara” da música eletrônica. Eu tinha um vinil dele chamado e=mc2.

  7. Camanju comentou em 03/11/13 at 22:36

    André, já tinha ouvido a música e achado incrível. Ao ouví-la sempre me soava familiar…fui pesquisar sobre Giorgio Morader e descobri a familiaridade…ele compôs a trilha do filme Expresso da meia noite (Midnight Express ) de 1978 e essa música do Daft Punk, na minha visão, consegue criar a mma atmosfera da música tema do filme. Bela homenagem. Realmente coisa de gênios….

  8. Fábio comentou em 03/11/13 at 16:25

    (OFF-TOPIC) Você já viu esse documentário sobre essa repórter? impressionante!

    http://fatosdesconhecidos.com.br/post/a-reporter-que-cometeu-suicidio-ao-vivo/679

    • Andre Barcinski comentou em 03/11/13 at 17:31

      Não conhecia o caso, que coisa impressionante…

  9. Cesaroliv comentou em 03/11/13 at 13:27

    Barça, não canso de agradecer todos os dias por ter conhecido seu blog. A cada dia enriquecendo meus conhecimentos culturais. A cada dia um escritor desconhecido se apresenta, um livro maravilhoso novo se revela, um filme que tinha passado batido no zapear incessante da tv a cabo, e, nesse caso, um significado a uma música belíssima que eu pulava quando esse “velho” ficava falando umas coisas que eu não queria prestar atenção…
    Obrigado!

    • Cesaroliv comentou em 03/11/13 at 13:29

      aliás, comprei o disco do Daft Punk no lançamento, e concordo que é o melhor do ano, e um dos melhores há tempos…

    • Andre Barcinski comentou em 03/11/13 at 17:27

      Legal, Cesar, fico feliz que vc goste. Sem confete, mas um blog só presta se tem quem o leia e aprecie.

      • Fábio comentou em 04/11/13 at 9:56

        Desculpe me intrometer, mas concordo com o Cesaroliv. Essa Confraria é duca!!! conheci muita coisa legal por aqui!!!

        • Andre Barcinski comentou em 04/11/13 at 10:17

          Valeu, Fabio!

          • Fábio comentou em 04/11/13 at 10:51

            E André, espero ansiosamente um post sobre uma obscura e ótima banda de hard rock irlandesa, o Thin Lizzy, por onde já passou o ÓTIMO guitarrista Gary Moore. A história do Lynott é sensacional. Dizem até que o pai do cara era um marinheiro brasileiro…daria um post legal hein! #ficaadica abraço!

  10. luiz@gmail.com comentou em 03/11/13 at 3:42

    Puts! como tem pé no saco de plantão, porra! como tem gente que não gosta de nada…

  11. Dum comentou em 02/11/13 at 14:16

    Achei o disco um pastiche de dance, r&b, etc. Tentaram, mas quem conhece um pouco de black music norte americana sabe que não deu certo. Nem com Niles Rodgers fluiu natural.

    • Andre Barcinski comentou em 02/11/13 at 14:45

      Ah, saquei. O Daft Punk não conhece black music.

  12. adriano comentou em 02/11/13 at 0:16

    aqui ele fala sobre o dia de gravação com o daft punk

    http://www.youtube.com/watch?v=LFCsZvqWzuE

    não sei se alguém já compartilhou isso aqui.

  13. Luciano comentou em 01/11/13 at 21:30

    e o Django Django com a musica Hail Bop…. vide lá Barça…… os caras parecem uma mistura de The Korgis com Alan Parsons…

  14. Pedro comentou em 01/11/13 at 20:58

    não gostei tanto do disco. as músicas são boas mas acrescentam pouco ao que já haviam gravado tantos anos atrás.

    Por outro lado essa música é demais . Melhor do ano fácil…

    Jonathan Wilson e Anna Calvi também tem disco novo…

    Alguém mais lembrou daquele jogo do SNes “Outrun” ouvindo essa música ?

  15. Gean comentou em 01/11/13 at 18:31

    Viu isso…
    http://vimeo.com/77975939

  16. Pirilampo comentou em 01/11/13 at 18:19

    Lá vem outra indicação de mais um fabuloso albúm, o melhor de todos os tempos da ultima semana! E lá vou eu escutar de novo e perder tempo de novo e o ciclo recomeça. Eu me odeio por isso, mas minha curiosidade fala mais alto!

    • Andre Barcinski comentou em 01/11/13 at 19:10

      Agora quem ficou curioso fui eu. Se as dicas são todas tão ruins, por que vc continua seguindo?

      • Pirilampo comentou em 01/11/13 at 19:30

        Não posso afirmar que sua dica é ruim até escutar. No entanto, se levar em conta o retrospecto geral em que 98% dos álbuns indicados pelos críticos não me agradarem, o que acha que posso esperar de mais esse?

        • Andre Barcinski comentou em 01/11/13 at 19:41

          Então não perca seu tempo, ora. Se 98% das vezes vc se ferra, procure outras fontes de sugestões, não faz sentido?

        • Wagner comentou em 02/11/13 at 10:10

          Pirilampo, conta aí, quem são os 2% que passaram pelo seu implacável crivo?

          • John comentou em 03/11/13 at 0:00

            Cara, você é muito chato, esta se achando. Fui fazer uma pesquisa uma pesquisa e apareceu uma coluna sua. Deixe de ser arrogante. Tadinho, imagino os amigos.

          • Pirilampo comentou em 03/11/13 at 18:25

            Houve pouquissimas vezes em que eu e a crítica concordamos. Neste blog nunca ocorreu (nada pessoal). Mas desde o inicio dos anos 80 até aqui esses 2% se convertem em varios discos, citarei alguns que foram aclamados pela crítica e com razão:

            Beastie Boys – Licensed to Ill
            Björk – Post
            Nirvana – Nervermind
            Depeche mode – Ultra
            R.E.M – Murmur
            Nwa – Nigaz4life

            Um bom álbum é algo raro e por isso deve ser bem escutado e refletido! E eu continuo leitor desse blog porque gosto de estar bem informado e saber a opinião dos demais.

  17. Juliano comentou em 01/11/13 at 16:36

    Random Access Memories. CD muito bom, violentamente enriquecido pela participação do mago Nile Rodgers. Recomendo fortemente.

  18. Fábio Schaffner comentou em 01/11/13 at 15:26

    E a bateria do Omar Hakim, destuindo tudo? Credo!Sonzeira!!

  19. David Marques Oliveira comentou em 01/11/13 at 14:38

    Tô vendo que esse negócios de genialidade é muito relativo.

  20. Ricardo comentou em 01/11/13 at 14:37

    Pô André, sem querer ser chato cara….mas esse post tá bem atrasado hein?
    Legal sua descrição da música. Eu diria que é um rock progressivo disco.

    • Andre Barcinski comentou em 01/11/13 at 14:54

      Não. O ano está acabando, e até agora não ouvi música melhor. Não daria pra escrever isso quando o disco foi lançado, concorda?

      • Ricardo comentou em 01/11/13 at 17:17

        Tá certo. É que eu já até enjoei do disco, fiquei ouvindo desde que saiu na net, aí tem um tempinho que não tô escutando ele mais.

    • Adriano B. Oliveira comentou em 05/11/13 at 11:26

      Achei curioso este comentário. O ritmo das coisas de hoje parece não admitir o “ontem”, somente o “hoje” faz sentido, isto até uma hora atrás, rsrs
      Este “discão” do Daft Punk vai se tornar um clássico.
      André, e o Groove Armada, Cut Copy, Chromeo e Grimes? O que acha destes? A música eletrônica deu uma guinada interessante com estes artistas.

  21. Guilherme Braga comentou em 01/11/13 at 14:02

    Muito legal mesmo. Não sou fã dos caras, mas deu vontade de comprar o CD.

← Comentários anteriores
Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailandrebarcinski.folha@uol.com.br

Buscar

Busca
  • Recent posts André Barcinski
  1. 1

    Até breve!

  2. 2

    Há meio século, um filme levou nossas almas

  3. 3

    O dia em que o Mudhoney trocou de nome

  4. 4

    Por que não implodir a rodoviária?

  5. 5

    O melhor filme do fim de semana

SEE PREVIOUS POSTS

Arquivo

  • ARQUIVO DE 04/07/2010 a 11/02/2012

Sites relacionados

  • UOL - O melhor conteúdo
  • BOL - E-mail grátis
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).