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André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Por favor, alguém cale a boca de Paul Stanley!

Por Andre Barcinski
08/05/13 07:05

Tempo livre é uma praga.

Algum desocupado teve a paciência de separar 45 minutos de gravações de Paul Stanley, do Kiss, falando com a platéia em diversos shows da banda. O resultado está no indispensável site “Dangerous Minds” (clique aqui).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Ótimo para quem quer acabar com uma festa ou torturar quem quiser dormir”, diz o site.

Achei engraçado demais. Só ouvindo as frases assim, separadas da música, para se ligar na baboseira que costuma rolar nas interações entre bandas e público, especialmente em shows grandes.

Gostaria que alguém fizesse o mesmo com Paul McCartney. Na última vez em que vi um show de Macca, um amigo jornalista, que tinha visto três shows da mesma turnê, ficava adiantando o que Paul iria dizer: “Agora ele vai suspirar e dizer: ‘You are beautiful!’”, e lá vinha o suspiro e a frase. “Agora ele vai botar a mão na cintura, olhar pro céu e dizer ‘What a night!’”, e era exatamente o que Macca fazia.

A coletânea de gritinhos de Paul Stanley me fez lembrar um dos shows mais ridículos que já assisti: Abba Gold, uma picaretíssima banda cover do Abba, que anunciou shows em São Paulo com a presença de Benny Andersson, do Abba. O local lotou para ver Benny, mas ele devia estar pescando em alguma ilha do Mar Báltico e não foi encontrado.

Durante o show, o vocalista do Abba Gold tentava animar a platéia com algumas das piores frases que já ouvi:

“O que vocês estão esperando? Divirtam-se!”

“Agora eu quero ver todo mundo dançando até desmaiar!”

E minha favorita:

“OK, São Paulo, agora quero ver todo mundo acendendo os isqueiros! Vou contar até três e quero ver esse local em chamas!”

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Justiça para John Belushi!

Por Andre Barcinski
07/05/13 07:05

Estava lendo “Wired”, a biografia que Bob Woodward escreveu em 1984 sobre o ator e comediante John Belushi. Logo no prefácio, um trecho me chamou a atenção:

“No verão de 1982, recebi uma ligação no ‘The Washington Post’, onde trabalho, de Pamela Jacklin, cunhada de John Belushi. O ator havia morrido de overdose três meses antes. Ela disse que havia muitas questões mal explicadas na morte de John, e sugeriu que eu as investigasse.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 1982, Woodward já era um astro do jornalismo.  Seus artigos sobre Watergate, escritos em parceria com Carl Bernstein, tinham ajudado a derrubar o presidente norte-americano, Richard Nixon.

Pamela Jacklin propôs a Woodward que ele escrevesse um longo perfil de John Belushi no jornal. Ela sabia que Woodward era um dos melhores jornalistas investigativos de sua geração, e que ele não deixaria de incluir no artigo informações que pudessem ser danosas à reputação de Belushi. Mas Pamela não queria um artigo chapa branca. Ela queria a verdade.

A investigação de Woodward deu tão certo e rendeu tantas histórias boas que ele decidiu escrever um livro. Nasceu “Wired”, um dos relatos mais escabrosos e impressionantes de um homem dominado pelas drogas.

Em outro trecho do prefácio, Woodward escreve:

“Fui a Nova York encontrar Judy Jacklin Belushi, viúva de John (…) Ela e a irmã, Pam Jacklin, que é advogada da família, me deram acesso aos documentos de John e a muitos de seus arquivos pessoais. Elas encorajaram outras pessoas a dar entrevistas, mas não pediram e nem receberam garantias sobre o que eu iria escrever. Elas não viram o manuscrito [do livro] antes da publicação.”

Que maravilha deve ser para um jornalista viver num país onde familiares de uma celebridade que morreu cheirando montanhas de cocaína não só não tentam esconder a história, como encorajam as pessoas a descobrir toda a verdade.

Não é segredo que John Belushi foi um dos seres humanos mais fora de controle que já pisou na Terra. Mas foi também um ator talentosíssimo, um bom marido e grande companheiro de trabalho, que marcou a história da comédia no cinema e na TV. E o livro de Woodward mostra todos os lados de John Belushi.

Se Belushi fosse brasileiro, a família provavelmente teria proibido qualquer menção a seu nome ou contratado alguém para escrever a história mais chapa branca e mentirosa possível. E se algum coitado ousasse escrever a verdade, receberia um processo na cabeça em cinco minutos.

Quer outro exemplo bacana de liberdade de expressão? Então assista hoje, às 14h, na HBO Signature, a “Will Ferrell dá Adeus a George W. Bush”, especial gravado na Broadway com a íntegra do show do comediante Will Ferrell em que ele esculacha o ex-presidente Bush, e depois responda: o que aconteceria se algum comediante brasileiro fizesse uma peça inteira esculhambando Lula ou FHC?

 


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Lobão vs. Mano Brown: segundo assalto, por favor

Por Andre Barcinski
06/05/13 07:05

Fiquei contente pela tão falada “trégua” de Mano Brown e Lobão não ter passado de um trote. Acho que a troca de farpas dos dois pode render uma ótima discussão e não queria ver tudo acabar em pizza.

 

 

 

 

 

 

 

 

Para quem não acompanhou o assunto, tudo começou na quarta, dia 1º, quando meu colega da “Folha”, Lucas Nobile, publicou uma entrevista com Lobão sobre o novo livro do músico, “Manifesto do Nada na Terra do Nunca” (leia aqui). Lobão atirou para vários lados: chamou a presidente Dilma de “terrorista” e disse que ela deveria depor na Comissão da Verdade; criticou o fato de nomes famosos das artes brasileiras – Gilberto Gil, Paralamas, Barão Vermelho, Paula Lavigne – captarem verba pública via Lei Rouanet; espinafrou Roberto Carlos, Gonzaguinha e Edu Lobo; disse que nunca viu um “presidente militar milionário” e que não acredita em “vítimas da ditadura”.

Algumas das palavras mais duras de Lobão foram direcionadas a Mano Brown e aos Racionais. “O rap e o hip hop viraram um órgão de propaganda das idéias medíocres e revanchistas do PT”, disse. Lobão acusou Mano Brown de “bradar clichês anacrônicos” e “convocar o terrorismo explícito”, antes de chamá-lo de “papagaio piegas e recalcado” e “idiota útil”.

Via Twitter, Mano Brown chamou Lobão para a briga: “Nos anos 1980, as ideias dele [Lobão] não fizeram a diferença para a gente aqui da favela. Tô sempre no Rio de Janeiro, se ele quiser resolver como homem, demorô! Do jeito que aprendi aqui.”

Na sexta, dia 3, Lobão anunciou, também via Twitter, que Mano Brown o teria procurado para fazer as pazes e que os dois iriam tocar juntos na Virada Cultural, que acontece em São Paulo no fim de maio.

Parte da mídia, que parece confiar cegamente no que lê no Twitter a ponto de esquecer princípios básicos do jornalismo, como a necessidade de confirmar informações com a fonte, publicou a “notícia” sobre a trégua, que depois seria desmentida pela equipe de Mano Brown. Lobão disse ter sido vítima de um trote telefônico.

O que Lobão e Mano Brown deveriam fazer seria convocar um debate. Pode ser em uma livraria, um centro cultural ou uma rádio. Mas acho importante que o assunto não morra. Ambos são artistas relevantes e conhecidos por suas opiniões extremas. Concorde-se ou não com eles, é inegável que vivem à parte do oba-oba inofensivo que domina a cena cultural brasileira.

Eu gostaria muito de ouvir Lobão explicar melhor o que ele quis dizer por “os militares nunca estiveram tão humilhados” e falar sobre sua tentativa de vitimizar pessoas que deram um golpe antidemocrático e transformaram o Brasil numa ditadura por 21 anos.

Também gostaria de ouvir Mano Brown falar sobre o suposto “aparelhamento” do hip hop e do rap pelo governo, como acusa Lobão.

É uma pena que Mano Brown tenha reagido só com bravatas. Quando ele escreve “Tô sempre no Rio de Janeiro, se ele quiser resolver como homem, demorô! Do jeito que aprendi aqui [na favela].”, está não só defendendo que um “homem” resolva discussões na porrada, o que é uma mentalidade bastante irracional para um artista que tem uma banda chamada Racionais, como está sendo preconceituoso ao dizer que na favela aprendeu a resolver discordâncias no braço. Será que ele fala por todos os moradores de favela quando diz isso? Prefiro acreditar que os moradores de todos os lugares – e não só de favelas – têm capacidade de discutir e resolver qualquer discordância de forma civilizada.

P.S.: Vários leitores perguntaram minha opinião sobre o livro de Lobão. Não tive chance de ler ainda e, diferentemente de muitos, prefiro não opinar sobre o que não conheço. Assim que ler o livro, escreverei sobre ele no blog.

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Como explicar o rock dos anos 90?

Por Andre Barcinski
03/05/13 07:05

Ontem passei um bom tempo escolhendo CDs para tocar numa festa “anos 90”. Acabei tirando da estante um monte de discos empoeirados que não ouvia há muito tempo.

Quando juntei os CDs foi que dei conta: impressionante a quantidade de discos bons lançados nos anos 90, especialmente no início da década.

 


 

E não falo só de clássicos manjados como “Nevermind” (Nirvana), “Loveless” (My Bloody Valentine), “Every Good Boy Deserves Fudge” (Mudhoney), “Bandwagonesque” (Teenage Fanclub), “Bloodsugarsexmagik” (Red Hot Chili Peppers), “Ritual de Lo Habitual” (Jane’s Addiction) e tantos outros.

A primeira metade dos 90 foi a época de “Copper Blue” (Sugar), “Pod” e “Last Splash” (Breeders), “Cure for Pain” (Morphine), “Circa Now” (Rocket from the Crypt), “Sweet Oblivion” (Screaming Trees), “Independent Worm Saloon” (Butthole Surfers), “Steady Diet of Nothing” (Fugazi), “Meantime” (Helmet) e muitos outros.

Saíram também ótimos discos de bandas hoje pouco lembradas, como Neds Atomic Dustbin, The Donnas, Porno for Pyros, Therapy, Mercury Rev, Luna, B.a.l.l., Eugenius, etc.

A onda nostálgica dos anos 90 já chegou, e alguns dos discos mais cultuados do período, como “Copper Blue” e “Last Splash”, estão sendo relançados em edições comemorativas de 20 anos, com faixas-bônus (você sabe que está ficando velho quando um disco que você ouviu no lançamento está sendo relançado com pompa de velho clássico).

O início dos anos 90 foi uma época interessante para o rock. Depois da explosão do Nirvana, as grandes gravadoras começaram um intenso leilão para contratar qualquer banda alternativa. Vários selos foram comprados por multinacionais e acabaram desaparecendo quando o “hype” evaporou.

É curioso lembrar como bandas esquisitas e radicais como Flaming Lips, Meat Puppets e Butthole Surfers, acabaram lançando discos por grandes selos.

Para mim, foi a última grande época do rock alternativo. Não lembro um período em que tantos discos bons saíram ao mesmo tempo.

P.S.: Se você estiver em São Paulo hoje e gosta de rock dos anos 90, sugiro dar uma passada na festa Freedom 90’s, do amigo Mexicano. Paulo Cesar Martin e eu vamos representar o “Garagem”. A festa acontece no Clube Glória e terá também sets de Focka, Bezzi e Roots Rock Revolution.

Estarei sem acesso à Internet até o meio da tarde e, portanto, impossibilitado de moderar os comentários. Se o seu comentário demorar a ser publicado, por favor não me xingue ou reclame de censura. Obrigado.

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BoicotaSP vs. Anquier: todo mundo perde

Por Andre Barcinski
02/05/13 07:05

Publiquei ontem no caderno “Comida”, da Folha, um texto sobre a discussão entre o  padeiro e “restaurateur” Olivier Anquier e o site BoicotaSP. (leia aqui).

Achei que minha contribuição ao assunto estava esgotada, mas acabei trocando algumas considerações, via Twitter, com o BoicotaSP, e achei que o assunto merecia uma continuação.

Duas frases escritas por um representante do site me chamaram a atenção.

 


 

A primeira frase foi uma resposta à minha opinião de que o nome do site não convidava muito ao diálogo e inibia a discussão, porque condenava os estabelecimentos ao boicote antes de ouvir o outro lado.

Resposta do BoicotaSP: “Mas se inibe a discussão, por que você escreveu sobre?”

Ora, escrevi exatamente porque julgo que o site não dá a devida atenção ao diálogo. Se desse, permitiria aos comerciantes publicarem seus depoimentos antes de ter seus  estabelecimentos incluídos numa lista de locais a serem boicotados.

Quando eu disse que achava o nome “BoicotaSP” péssimo e inadequado a um site que diz incentivar o diálogo, o representante do site respondeu: “O nome foi inspirado no que Gandhi fez na Índia, boicotando produtos ingleses, forçando a discussão.”

Só para lembrar: a Índia foi dominada pelos ingleses por quase 200 anos, de 1765 a 1947, primeiro pela poderosa East India Company e depois pelo Império Britânico. Foi um domínio colonial marcado pela violência contra a população indiana. Gandhi não estava protestando contra o preço do croissant e não queria “forçar a discussão”, mas libertar seu povo.

TV Folha

Domingo passado, o “TV Folha” promoveu uma conversa entre Olivier Anquier e um dos donos do BoicotaSP, Danilo Corci.

Concordei com quase tudo que os dois disseram. Entendo a lógica de Anquier quando ele diz que um restaurante “pode cobrar 200 reais num ovo frito” se quiser, mas acho que foi um exemplo ruim. Nem tudo que é legal é moralmente aceitável. Um dono de restaurante tem o direito de cobrar 200 reais num ovo frito? Claro que tem. A questão é se isso é eticamente condenável. Eu acho que é.

Agora, me surpreendi mesmo foi com uma frase de Corci. Quando Anquier fala da péssima formação dos profissionais de cozinha e dos impostos altíssimos que paga, Corci diz: “99% das pessoas lá (no site) não sabem disso.”

Será mesmo? Em que país vivem esses 99% que não sabem quanto pagam de imposto?

Minha conclusão: iniciativas como o BoicotaSP são muito válidas e necessárias, mas teriam mais eficácia se não se limitassem apenas a reclamar.

Parabéns aos criadores do site pelo sucesso e repercussão. É muito bom ver que os consumidores estão atentos. E fica a sugestão: por que não mudar o nome do site para algo menos punitivo e realmente abrir espaço para a discussão? Seria bom para todos.

P.S.: Estarei sem acesso à Internet até o meio da tarde e, portanto, impossibilitado de moderar os comentários. Se o seu comentário demorar a ser publicado, por favor não me xingue ou reclame de censura. Obrigado.

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O torcedor e a Revolta das Caxirolas

Por Andre Barcinski
01/05/13 07:05

Estamos às vésperas da Copa das Confederações e a pouco mais de um ano da Copa do Mundo. Em qualquer país, o povo estaria respirando futebol.

Nas ruas, ninguém falaria de outra coisa. Crianças passeariam de camisa da seleção. Todo jogo seria uma festa, com estádios cheios e torcida animada.

Mas não é o que ocorre. Na verdade, não lembro uma época em que o futebol brasileiro estivesse tão por baixo quanto agora.

 

 

 

 

 

 

 

Nossa seleção é execrada. Aliás, a seleção não é “nossa”, mas da CBF, como bem disse Ricardo Teixeira. O povo não se identifica com o time da CBF e vaia o time.

Nossos campeonatos estaduais foram sabotados pelas federações, que se perpetuam no poder à custa de favores aos times menores.

Nossos estádios, com poucas exceções, vivem vazios. Facções organizadas de torcedores profissionais dominam as arquibancadas.

Não podemos fumar, beber álcool ou levar bandeiras aos estádios. Não temos jogos de duas torcidas porque a polícia não tem competência para garantir a segurança. Partidas noturnas começam em horário de boate para satisfazer a TV. Enquanto isso, na “sisuda” Alemanha, quem paga ingresso pode fumar, beber e exibir bandeiras.

Nosso Ministro do Esporte vai ao programa de TV “Roda Viva” e não tem capacidade de responder com clareza a uma pergunta sequer sobre os problemas da Copa do Mundo, preferindo acusar os jornalistas de “adversários da Copa” e ressuscitando a filosofia militarista do “Ame-ou ou deixe-o”.

O primeiro jogo no Maracanã depois de uma reforma que custou quase 1 bilhão aos cofres públicos é uma pelada entre amigos de Ronaldo e amigos de Bebeto. Dizem que é um “jogo-treino”, mas o evento é transmitido pela TV e usado de propaganda por Dilma, Lula, Sergio Cabral e Eduardo Paes, o que o torna um evento oficial. Mesmo assim, Ronaldo acha por bem usar o Maracanã de playground e coloca um parente da esposa para jogar, enquanto Zico, Romário, Dinamite e tantos outros ídolos da história do Maracanã não foram convidados.

O apresentador da inauguração do novo Maracanã não foi José Carlos Araújo ou algum narrador esportivo com vínculos antigos ao estádio, mas Luciano Huck. Repito: Luciano Huck.

Nossos times, com poucas exceções, estão falidos, com dívidas impagáveis e divisões de bases dominadas por empresários.

Nossa imprensa esportiva se divide entre o oba-oba oficialesco e aqueles que insistem em dizer a verdade e são tachados de “pessimistas”.

O homem mais poderoso do futebol brasileiro é uma relíquia da ditadura que não pode nem chegar perto da presidente da República.

A FIFA manda e desmanda por aqui. Diz que “Mané Garrincha” não pode batizar o estádio em Brasília e que a cerveja estará liberada apenas durante a Copa. Depois da Copa, nós voltaremos a ser tratados como crianças e não poderemos tomar cerveja durante o jogo.

Para completar, temos a tal caxirola, uma invenção oportunista e com carimbo estatal, que o músico Carlinhos Brown quer nos empurrar goela abaixo – por módicos R$ 29,90 – como um apetrecho indispensável ao fervor nacionalista que deve reinar durante a Copa.

Ninguém pode ser a favor de torcedores jogarem objetos no campo. Isso é errado. Mas a Revolta das Caxirolas, como já ficou conhecida a chuva de chocalhos promovida pela torcida do Bahia, dá uma ideia da reação que se pode esperar do povão. Ninguém é idiota. As pessoas percebem quando uma iniciativa é puramente marqueteira. E não é todo mundo que se presta a servir de claque para esse espetáculo grotesco que virou o futebol brasileiro.

Tanto os mineiros que, no jogo Brasil x Chile, gritaram “olé” para humilhar o time da CBF, quanto os baianos que demonstraram as qualidades aerodinâmicas da caxirola, estão apenas descontando – com diferentes graus de civilidade – o que a CBF, as federações, os clubes, o governo e grande parte da mídia fizeram com o nosso futebol.

Alguns dizem que a Copa do Mundo será a “reviravolta” que todos esperamos para o futebol brasileiro. Do jeito que as coisas vão, a Copa parece mais um obstáculo ao desenvolvimento do esporte. Terminaremos a Copa com estádios superfaturados (alguns abandonados), com uma divisão ainda mais gritante entre times grandes e menores, com empresas particulares beneficiadas por contratos açucarados de exploração de estádios bancados com dinheiro público, e com ingressos mais caros para espantar o povão. E aí, periga não ter volta. Nem o Maracanã, Mineirão e Fonte nova teremos mais para recordar. Como chegamos a isso?

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Entrevista com ambientalista do governo expulsa do Rio de Janeiro à bomba

Por Andre Barcinski
30/04/13 07:05

Dia 9 de abril, uma bomba foi colocada na casa de uma analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A explosão não teve feridos, mas danificou a casa da analista, que trabalha na Área de Proteção Ambiental Cairuçu, em Paraty, no sul fluminense. A Polícia Federal investiga o caso.

A APA Cairuçu é responsável pela preservação de 63 ilhas na Baía de Paraty e de 33 mil hectares (330 km2) de área continental, É a maior concentração de áreas remanescentes de Mata Atlântica da Serra do Mar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Se os autores do atentado queriam assustar a ambientalista, conseguiram: depois de seis anos trabalhando na região de Paraty, ela acaba de pedir transferência para fora do Rio de Janeiro. “Tenho família e estou com medo.”

Não foi o primeiro caso de profissional que abandonou a Cairuçu: há dois anos, uma fiscal ambiental pediu transferência depois ter dois carros queimados, em 2008 e 2011, na porta de casa.

A vítima deste novo atentado concordou em falar à “Folha”. Só pediu para não ser identificada. Ela diz que o trabalho da APA é sabotado (“abandono institucional” foi a expressão usada) para favorecer a especuladores imobiliários e que os fiscais não contam sequer com um barco, mesmo sendo responsáveis pela fiscalização de 63 ilhas.

 

– Qual a sua função na APA Cairuçu?

– Sou analista ambiental. Meu trabalho é emitir pareceres. Eu não sou fiscal. Meus pareceres são usados para embasar o auto de infração feito pelo fiscal. Todos que trabalham na APA são analistas ambientais, mas alguns se capacitam e fazem um curso extra para virar fiscal. Esses fiscais são quem podem ir a campo e dar multas.

 

– E quantos fiscais trabalham na APA Cairuçu?

– Hoje temos um fiscal e cinco analistas.

 

– Um fiscal para 63 ilhas e 33 mil hectares? Não é pouco?

– Sim, e este fiscal é nosso chefe, que acumula o trabalho de fiscalização com o de chefia.

 

– Quando você chegou a Paraty para trabalhar na APA Cairuçu, quais foram suas primeiras impressões sobre o trabalho?

– Cheguei em 2007, quando ainda era Ibama. Fiquei surpresa. Não imaginava que, entre Rio e São Paulo, pudesse existir um escritório tão carente em todos os aspectos. Para você ter ideia, até o ano passado a gente não tinha nem limpeza nos banheiros. Temos uma área insular para fiscalizar e não temos barco. Quem banca o barco, e mesmo assim alugado, é o S.O.S. Mata Atlântica. Percebi que, ao longo dos anos, o abandono institucional do escritório fez com que muitas ocupações irregulares fossem surgindo na área. A sensação que dava era que seria interessante que a gente não funcionasse, para esses especuladores imobiliários poderem atuar.

 

– Quais os principais problemas que você verificou nesses seis anos?

– Aqui existe especulação imobiliária de luxo na costeira e nas ilhas. Tem privatização de praias, que também é promovida pela classe alta. Claro que temos conflitos ligados a classes sociais mais baixas, mas são conflitos menos impactantes. Geralmente é o morador das ilhas que não tem fossa e que joga esgoto nos córregos. Também é um problema, mas é bem mais fácil resolver.

 

– Você diria que os principais problemas são ligados a casas de luxo?

– Sim, os maiores conflitos são ligados a mansões de veraneio e ocupação irregular das ilhas. Claro que essa ocupação irregular interessa a vários grupos, desde os comerciantes locais que querem abrir negócios nas ilhas aos veranistas de luxo.

 

– E a privatização das praias, como ocorre?

– Há pouco tempo, fizemos uma operação para combater essas privatizações. Batizamos a operação de “Farofa 1”. Fomos às praias à paisana, mas fomos abordados até por seguranças armados. Também fomos filmados e fotografados, e acho que isso pode ter dado problema para mim também. Essa operação foi só na costeira. Íamos fazer a operação “Farofa 2”, que seria nas ilhas, mas agora não vou mais fazer, vou embora.

 

– Em que praias ocorreram essas abordagens de seguranças?

– No Saco do Mamanguá tem privatização de praia. E na costeira de Paraty também. Lá os seguranças nos filmaram e fotografaram. E ali já teve ação judicial para tirar estruturas particulares deles. Já fizemos relatório e mandamos para o Ministério Público. A mansão tem uma piscina na areia da praia e seguranças armados. Eles abordam quem chega à praia.

 

– Qual seria a intenção de quem mandou colocar uma bomba na sua casa?

– Na região de Paraty existe uma intenção de alterar o decreto da APA que protege as ilhas. Esse decreto é de 1983. Existe um movimento, que tem apoio de alguns vereadores e políticos locais, para flexibilizar esse decreto, anistiar quem fez coisas erradas e permitir a especulação imobiliária nas ilhas. Esse movimento é ligado a grandes especuladores e a grupos ligados aos veranistas de luxo.

 

– Você acredita que esse movimento pode conseguir mudar a lei?

– Não sei, mas tenho certeza que esses conflitos não estão resolvidos e vão dar muito o que falar.

 

– Como foi a decisão de pedir transferência de Paraty?

– Eu vim morar em Paraty para estar perto da natureza e ajudar a protegê-la e para viver sossegada, mas estou vendo que nem a natureza está sendo protegida e nem eu estou vivendo em paz. Tenho família e não dá para trabalhar aqui com meio ambiente. Essas pessoas realmente querem um lugar sem lei entre Rio e São Paulo, que elas possam privatizar e usar como quiserem. E conseguiram.

 

P.S.: Há pouco mais de um um ano, chamei a atenção para uma reportagem da revista norte-americana “Bloomberg Markets” que trazia fotos e mais informações sobre as mansões construídas irregularmente em áreas de preservação. Você pode ler meu texto aqui.

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Um dia para esquecer

Por Andre Barcinski
29/04/13 07:05

Semana passada, fomos a Ubatuba fechar um negócio. Era algo que estávamos querendo fazer há um bom tempo, e o clima aqui em casa era de alegria.

No caminho a Ubatuba, pela Rio-Santos, começaram os problemas:  na estrada, uma caminhonete ziguezagueava perigosamente pela pista. Parecia que o motorista estava falando ao celular ou olhando a paisagem. A caminhonete era do “Departamento de Biologia” de uma conhecida universidade federal brasileira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tentamos ultrapassar a caminhonete duas vezes, e duas vezes o motorista nos barrou. Buzinamos para alertá-lo. Na terceira vez que tentamos ultrapassá-lo, ele fechou o caminho novamente. Ficou claro que estava fazendo de propósito.

Depois de alguns minutos, conseguimos ultrapassar a caminhonete. Havia quatro pessoas no carro. Pareciam estar se divertindo com a situação. Repito: estavam dentro de um veículo pertencente a uma universidade pública.

Chegamos a Ubatuba e fechamos o negócio. Estávamos tão contentes que esquecemos o episódio desagradável com a caminhonete.

Quando saíamos do local, ouvimos um som de freada, seguido do barulho de uma colisão. O som vinha da Rio-Santos. Estávamos a uns 300 metros da estrada, e árvores impediam a visão. Mas pudemos ver uma fumaça branca saindo do local. Chamamos o 190 imediatamente.

A pessoa com quem havíamos acabado de fechar negócio disse:

– Ih, mais um motoqueiro morto!

– Como você sabe?

– Você vai achar que é exagero, mas só ano passado morreram oito motoqueiros nessa mesma curva.

Entramos no carro para voltar para casa. Seria inevitável passar pelo local do acidente. Em poucos minutos, dezenas de pessoas haviam saído de suas casas e trabalhos para ver o ocorrido. Algumas pessoas se desesperavam. Aparentemente, um dos envolvidos no desastre morava no bairro.

Naquela área, próxima ao Saco da Ribeira, a Rio-Santos é perigosíssima, cheia de buracos e pessimamente sinalizada. Muitas comunidades cresceram ao longo da estrada e o acostamento virou calçada, lotado de bicicletas, alunos voltando da escola a pé e gente indo para o trabalho. Não se vê um ciclista andando de capacete. Motoristas zunem a cem por hora, disputando espaço com motociclistas insanos. Pessoas atravessam a via perto de curvas, carregando bebês no colo. É cada um por si.

Passamos ao lado do acidente. Havia uma caminhonete de dois lugares, com a frente toda destruída. Um plástico preto cobria o vidro da frente do carro, para esconder o morto (ou mortos?). No chão, havia uma pilha de ferro retorcido, que minutos antes fora uma motocicleta. Ao lado, outro plástico preto, cobrindo outro cadáver. Os vizinhos chegavam, reconheciam o morto e caíam de joelhos no chão, chorando.

Ficamos arrasados. Minha mulher teve dificuldade para continuar a dirigir. Não andamos nem 500 metros quando, depois de uma curva, vimos outra cena pavorosa.

No acostamento, do lado direito de nosso carro, havia um Fusca com a frente amassada. A alguns metros, uma bicicleta caída no chão e um homem de bruços, imóvel. Ajoelhada ao lado do homem, uma menina, que não deveria ter mais de 13 ou 14 anos, gritava em desespero. Não foi difícil entender o que aconteceu: o Fusca fez uma conversão à esquerda sem parar no acostamento, cruzando a pista, e pegou a bicicleta de frente. O homem devia estar guiando a bicicleta no acostamento, com a menina na garupa. O acidente ocorreu poucos segundos antes de chegarmos ao local. Ainda vimos o motorista do Fusca saindo do carro para ajudar as vítimas.

Que dia. Sair de casa para fazer uma coisa agradável e ver pessoas perdendo as vidas estupidamente. Numa hora dessas, tudo que você quer é chegar em casa o mais rápido possível, abraçar e beijas os filhos e lembrar como você tem sorte de não ter estado no lugar errado na hora errada.

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Por que artistas se calam quando Roberto Carlos censura?

Por Andre Barcinski
26/04/13 07:05

Roberto Carlos é o maior popstar da história do Brasil. Roberto Carlos é um pioneiro que ajudou a inaugurar o conceito de “música jovem” por aqui. Roberto Carlos é o “Rei”.

Mas alguém precisa avisar a Roberto Carlos que o “Rei” dele vem entre aspas. Ele não é rei de verdade, é só um jeito carinhoso de ressaltar sua importância e influência. E cada vez que Roberto Carlos tenta censurar outro livro, sua “realeza” morre um pouco.

A vítima agora é “Jovem Guarda: Moda, Música e Juventude”, livro de Maíra Zimmermann lançado pela Estação Letras e Cores (leia mais sobre o livro aqui).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Todos lembramos o caso de “Roberto Carlos em Detalhes”, livro de Paulo Cesar de Araújo que os advogados de Roberto conseguiram tirar de circulação.

Eu li o livro de Araújo. É uma pesquisa jornalística séria e bem feita, sem nada que possa ferir o orgulho de ninguém.

Não li o livro de Zimmermann ainda, mas vou comprar meu exemplar hoje mesmo. Não gosto que Roberto Carlos me diga o que posso ou não ler.

Os advogados de Roberto Carlos têm seus argumentos para censurar o livro. Reclamam de uma “caricatura” do cantor na capa: “Fazer aquela caricatura de forma desautorizada viola os direitos de imagem do Roberto”, disse o advogado Marco Antônio Campos. “Não estamos tentando proibir a circulação do livro, não temos nenhuma objeção, nenhuma intenção censória quanto ao conteúdo do livro.” Ah, não?

O empresário de Roberto Carlos, Dody Sirena, diz: “Fazemos isso em situações que não configuram uma homenagem ao Roberto, mas em casos que usam a imagem dele para ganhar dinheiro.” O livro de Zimmermann saiu com uma tiragem de mil exemplares, o que não me parece um grande esquema para “ganhar dinheiro”.

Roberto Carlos precisa disso? Precisa mover céu e terra para intimidar qualquer um que tente escrever sobre ele?

Claro que um artista tem todo o direito de não ter sua imagem explorada comercialmente de forma indevida. Mas desde quando um livro com tiragem de mil exemplares, feito a partir de uma tese de dissertação de mestrado, configura um esquema comercial tão poderoso e maquiavélico?

Roberto Carlos e sua tropa de advogados e empresários usam atalhos jurídicos para praticar censura. Simples assim.

Espanta também o silêncio da classe artística, sempre pronta a fazer abaixo-assinado contra a censura e opressão em outros países, mas que se cala quando um dos seus faz o mesmo.

A verdade é que ainda vivemos na Monarquia. Nosso castelo é o de “Caras”, e os monarcas são Roberto Carlos, Xuxa, Juliana Paes e alguns outros iluminados, seres intocáveis e controladores que ainda não se conformaram com as lições de 1889.

Torço para que o projeto de lei do deputado Newton Lima (PT-SP), que libera a publicação de livros e filmes biográficos sem necessidade de aprovação do contemplado ou de sua família, seja aprovado em breve, para que a nossa realeza suma pela segunda vez.

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Hermes e Renato: a volta dos filhos pródigos

Por Andre Barcinski
25/04/13 07:05

O programa “Hermes e Renato” volta hoje à MTV depois de alguns anos na TV aberta. Quero muito ver. Foi o último programa humorístico da TV que me fez rir.

No início dos anos 2000, quando “Hermes e Renato” estreou na MTV, gostei do esculacho do programa. Sempre curti esse humor brasileiro mais carnavalesco e escrachado, de Grande Otelo vestido de mulher, Costinha de Tarzan, Renato Aragão de Maria Bethânia e Bussunda de Ronaldo Fenômeno. Quando vi “Hermes e Renato”, gostei da tosquice, dos cenários ridículos, das atuações canastronas e do humor desbocado.

 


 

Apesar de curtir o programa, não acho que ele inovou em nada. Todas as piadas eram recicladas de quadros mais antigos. O samba-enredo do “Unidos do Caralho a Quatro” era uma versão “x-rated” do velho “Samba do Crioulo Doido”, de Stanislaw Ponte Preta, e o “Tela Class”, quadro engraçadíssimo em que dublavam filmes antigos, não era novidade: em 1966, Woody Allen fez um filme inteiro assim, “What’s Up, Tiger Lily?”. Claro que Stanislaw e Woody também se inspiraram em outros comediantes mais antigos ainda (aliás, achei curioso quando Marcelo Adnet lançou o “Bonde das Cabeçudas”, em que misturava funk carioca com citação de filósofos, e pouca gente lembrou a “Canção dos Filósofos”, que o Monty Python fizera mais de 40 anos antes).

“Hermes e Renato”, “Pânico” e muitos humoristas surgidos no país dos últimos 10 ou 15 anos são filhos do “Casseta e Planeta”. Até os Cassetas aparecerem, o humor brasileiro era formado por veteranos da TV e teatro: Costinha, Golias, Agildo Ribeiro, Paulo Silvino, Eliezer Motta, Jô Soares, Os Trapalhões, etc. Os Cassetas foram os primeiros não-atores a fazerem sucesso na TV brasileira e inauguraram um tipo de humor mais “jornalístico”, com matérias na rua e pessoas de verdade. Por não serem atores profissionais, tiveram de usar o próprio amadorismo como trunfo. E deu muito certo.

Torço para que “Hermes e Renato” volte bem na MTV. Já estava com saudades do Boça e do palhaço Gozo.

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