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André Barcinski

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Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Fox, Sky e Net brigam; nós apanhamos

Por Andre Barcinski
15/02/12 07:31

A briga entre a rede Fox e as operadoras de TV a cabo por causa da chegada ao Brasil do canal Fox Sports já chegou ao ridículo.

Para quem não sabe, o Fox Sports, canal esportivo da Fox, estreou no Brasil dia 5 de fevereiro. Mas quase ninguém viu.

O problema é que as maiores operadoras de TV a cabo, como a Net e a Sky, que juntas detêm 70% do mercado, se recusam a pagar à Fox para ter a Fox Sports.

Nada disso aconteceria se a Fox, do magnata australiano Rupert Murdoch, não tivesse os direitos exclusivos de transmissão da Libertadores da América, que até o ano passado estavam com o Sportv, da Globo.

A Globo é dona de 30% da Net e 5% da Sky, segundo informações publicadas por Gabriel Bonis no site da “Carta Capital”.

Enquanto não chega a um acordo com as operadoras, a Fox Sports continua fora da grade.

Quem sofre com a briga, como sempre, é o consumidor, que paga um absurdo pela TV a cabo e ainda fica sem saber se verá ou não os jogos.

Na semana passada, eu já havia me preparado para ver a estréia do Flu na Libertadores por um canal ilegal na Internet. Até que, na última hora, a Fox decidiu transmitir o jogo pelo Speed, um de seus canais que já está nos pacotes das TVs a cabo.

Durante a transmissão, os locutores conclamavam os torcedores a ligar para as operadoras e exigir o Fox Sports.

O troco das operadoras não demorou: anteontem, a Sky divulgou uma nota oficial, criticando a Fox Sports:

“A programadora responsável pelo canal é também responsável pelo Speed e FX, que estão no seu pacote. Solicite a eles que transmitam os jogos da Libertadores nestes canais”.

Ou seja: ficam usando os clientes num humilhante jogo de empurra-empurra.

De quem é a culpa?

De todos. Da Fox Sports, que não se programou com antecedência para estrear com os problemas resolvidos; das operadoras, que não facilitam a negociação e não estão nem aí para os clientes, e da Conmebol, que organiza – ou melhor, desorganiza – a Libertadores, e que não está nem aí se a competição vai começar sem ninguém para transmitir.

Por fim, acho engraçado como todo comercial de telefonia ou TV a cabo sempre fala em “liberdade”: “a liberdade de ver o que você quer”, “a liberdade de escolher”, etc. Mas a tal da liberdade só aparece de verdade quando interessa a eles.

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Bon Iver: o indie e a vergonha do sucesso

Por Andre Barcinski
14/02/12 08:10

Gosto pacas do Bon Iver. Os dois discos da banda, “For Emma, Forever Ago” (2008) e “Bon Iver” (2011) tocam em alta rotação aqui em casa.

Mas, anteontem, Justin Vernon, líder do Bon Iver, pagou um daqueles micos que prejudica a imagem de qualquer um.

Ele foi à breguíssima cerimônia do Grammy, onde ganhou os prêmios de “Melhor Artista Alternativo” (batendo, entre outros, Radiohead e My Morning Jacket) e de “Melhor Revelação” (superando Nicki Minaj e Skrillex).

Ao receber um dos prêmios, Justin subiu ao palco em seu mais desencanado visual indie-Exército da Salvação, parecendo que tinha saído de uma partida de sinuca no DCE da USP, e, simulando timidez como só um indie profissional sabe fazer, disse:

“Estou um pouco desconfortável aqui… Quando comecei a fazer música, foi só pelo prazer inerente de fazer música. Mas, com o desconforto, tenho um senso de gratidão…”

Justin estava tão “desconfortável” que tirou do bolso um papel com o nome de várias pessoas que tinha de agradecer, elogiou sua gravadora, e depois posou para os fotógrafos fazendo caretas e mordendo seus troféus.

Vamos comparar isso ao que Justin afirmou em dezembro, quando perguntado o que diria se ganhasse o prêmio:

“Todos vocês deviam ir para casa, isso é ridículo. (…) Nós não deveríamos estar num salão olhando um para o outro e fingindo que isso é importante. Isso é o que eu diria.”

O que aconteceu entre dezembro e o Grammy?

Não que eu ache errado alguém mudar de opinião. Pelo contrário, acho muito saudável. Todo mundo deveria mudar de opinião sobre tudo a cada cinco minutos. Mudar de opinião faz bem.

O ponto não é esse.

Se Bon Iver acha o Grammy uma coisa ridícula, não deveria ter ido. Se foi, não pode agir como se continuasse achando que é uma coisa ridícula. Não dá para ter sucesso e ficar com vergonha dele, bebê.

Não estou defendendo quem vai ou não ou não ao Grammy.

Admiro igualmente gente como Jello Biafra, Steve Albini e Ian McKaye, que certamente vomitariam se fossem indicados e nunca pisariam num Grammy, e Dave Grohl, que não faz segredo que sempre sonhou em tocar para estádios. Cada um na sua.

Só acho que Bon Iver foi covarde e, principalmente, estúpido.

Numa atitude infantil, ele se negou a tocar durante a cerimônia do Grammy. Uma burrice tremenda. Se já estava lá participando da festa, o melhor que poderia fazer era tocar e mostrar sua música para 500 milhões de pessoas que nunca a ouviram. Mas preferiu posar de rebelde para os cinco fãs que tem.

Eu não entendo essa gente. Como alguém pode buscar o sucesso e se envergonhar dele ao mesmo tempo? Não é uma contradição?

Mas o mundo indie é cheio dessas contradições. Afinal, não temos, aqui mesmo no Brasil, uma categoria que é uma contradição em termos, o indie estatal?

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Piratas no paraíso

Por Andre Barcinski
12/02/12 23:45

Não é só a Somália que tem seus piratas. Aqui no Brasil, mais especificamente nas lindas baías de Paraty e Ilha Grande, eles também têm agido.

Nas últimas semanas, vários casos de roubos a barcos têm acontecido.

O modus operandi é sempre o mesmo: os piratas chegam de madrugada, de bote, para não fazer barulho. Armados e usando máscaras, eles invadem as embarcações e rendem os tripulantes. Em alguns casos, chegaram a agredir as vítimas.

Alguns dos assaltos ocorreram na Ilha do Cedro, um dos lugares mais bonitos que já vi. É uma ilha de águas transparentes, considerada um dos melhores lugares para pernoitar na região, por ser totalmente abrigada de ventos mais fortes. À noite, é comum ver muitos barcos ancorados naquele paraíso.

Acontece que o Cedro é também um lugar ideal para a atuação sorrateira de bandidos. A ilha fica a menos de 1 km da costa. Da estrada Rio-Santos, você vê os barcos na ilha, e não leva mais de dez minutos para chegar da costeira ao Cedro, usando um bote a remo.

Quem costuma navegar pela região diz que nunca viu uma situação como essa. Há alguns dias, passei pelo Cedro. Um pescador, que vive há 59 anos no local, me disse que, até janeiro deste ano, nunca tinha acontecido um ataque desses.

Muita gente culpa a diáspora da bandidagem, ocorrida depois da instalação de UPPs em várias favelas do Rio.

Claro que essa é uma explicação simplória, que dá a entender que nunca houve crime no litoral e que agora, por causa das UPPs, a violência está aumentando.

Mas é óbvio que a violência está migrando da capital para outros locais. Não é à toa que, das cinco cidades com os maiores índices de homicídio no estado do Rio de Janeiro, quatro ficam no litoral e uma, na Baixada Fluminense.

A cidade mais violenta do Rio é, pasme, Búzios, seguida de Duque de Caxias, Cabo Frio, Paraty e Macaé.

De acordo com números divulgados em 2011, o roubo de veículos vem migrando da cidade do Rio de Janeiro para a Baixada Fluminense e o interior do estado. No mês de julho de 2011, o índice de roubos de veículos aumentou 26,8% na Baixada Fluminense, enquanto diminuiu 15,1% na capital em comparação aos índices do mesmo mês em 2010. No interior do estado, o crescimento foi de 24,7%.

Mais um caso, a exemplo da “faxina” na Cracolândia, de que não adianta varrer os problemas para outros lugares. Bandido tem de ser preso, não realocado. E viciados precisam ser tratados, não empurrados para outro bairro.

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