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André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Filme de terror mostra a Disney por dentro (e Alceu Valença dá uma lição...)

Por Andre Barcinski
10/10/13 07:05

Estreia amanhã nos Estados Unidos um filme que está sendo considerado um marco do “cinema de guerrilha”: “Escape from Tomorrow”, história de terror psicológico totalmente rodada sem autorização dentro de parques da Disney (veja aqui o site oficial).

 


 

Dirigido pelo estreante Randy Moore, “Escape from Tomorrow” conta a história de um pai de família que começa a ter visões infernais durante uma visita com os filhos à Disney.

O filme foi exibido em janeiro no festival de Sundance, nos Estados Unidos. Alguns críticos o compararam aos trabalhos de David Lynch e David Cronenberg.

Para realizar a filmagem, a equipe inteira se fingiu de turistas. Atores liam os roteiros em IPhones e se comunicavam com o diretor por mensagens de textos. Microfones foram pregados às roupas dos atores para captar os diálogos.

Para não chamar a atenção dos seguranças do parque, os cinegrafistas usaram a câmera Canon 5D, uma máquina pequena e de ótima qualidade de imagem, que parece mais uma câmera de turista.

O diretor Randy Moore conseguiu realizar todo o trabalho de filmagem e edição sem que a Disney soubesse. Moore estava tão preocupado com uma possível retaliação da empresa que montou o filme na Coréia do Sul.

“Escape from Tomorrow” estreia amanhã em vários cinemas de arte nos Estados Unidos. Não se sabe se a Disney tentará impedir a comercialização do filme,ou se vai simplesmente ignorá-lo para não atrair atenção.

Estou muito curioso para assistir ao filme. Mas gostaria mesmo era de ver um documentário sobre o processo de filmagem e a forma como a equipe conseguiu trabalhar sem ser desmascarada.

Será “Escape from Tomorrow” o início de um gênero subversivo de cinema, que usa a infra-estrutura de grandes corporações como cenário para histórias que criticam as próprias corporações?

Será que veremos algum filme rodado dentro do Pentágono? Ou do Congresso Nacional, em Brasília? Ou na sede da Fifa? Tomara.

P.S.: Por favor, leiam esse texto de Alceu Valença:

Pare, repare, respire, reveja, revise sua direção… Eu compus essa letra para o disco Maracatus, Batuques e Ladeiras que lancei em 1994. Desde ontem, um assunto tomou conta dos meus pensamentos. No fim da manhã, recebi um telefonema de uma jornalista que solicitava minha posição acerca da polêmica que vem acontecendo em torno da autorização ou não de biografias. Como já estava na hora de buscar meu filho no colégio, pedi para ela me ligar à tarde. Dali em diante, fiquei remoendo o assunto e aguardando seu novo contato, o que não veio a acontecer.

A questão não é simples. Pesei costumes e comportamentos. Refleti sobre o tempo e a história. Considerei valores e conceitos. Cheguei a uma conclusão que envolve 4 pontos essenciais:

Ética. O assunto até parece démodé, mas deveria estar intrinsecamente no centro de diversas situações que vivemos hoje em dia. Inclusive, neste caso. Óbvio que o conceito é subjetivo e, até, utópico. No entanto, sem a sua prática, o desequilíbrio é evidente. Fala-se muito em biografias oportunistas, difamatórias, mas acredito que a grande maioria dos nossos autores estão bem distantes desse tipo de comportamento. Arrisco em dizer que cercea-los seria uma equivocada tentativa de tapar, calar, esconder e camuflar a história no nosso tempo e espaço. Imaginem a necessidade de uma nova Comissão da Verdade daqui a uns 20 anos…

Assim entramos em outro conceito, igualmente amplo, delicado e precioso: liberdade de expressão. Aliás, tão grandioso que deveria estar na frente de qualquer questão. O que é pior: a mordaça genérica ou a suposta difamação?

Eficiência e celeridade processual são princípios que devemos reivindicar para garantia dos nossos direitos. Evitar a prática de livros ofensivos e meramente oportunistas através do Poder Judiciário é uma saída muito mais eficaz e coerente com os fundamentos democráticos.

Definitivamente, a questão não é financeira. A ideia de royalties para os biografados ou herdeiros me parece imoral. Falem mal, mas me paguem…(?) é essa a premissa??? Nem tudo pode se resumir ao vil metal! 

Com todo o respeito pelas opiniões contrárias, este é o meu posicionamento. Viva a democracia!

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Comentários

  1. Juliano comentou em 10/10/13 at 14:52

    Fala, André,

    Não sei se já viu, mas em todo o caso é muito legal:

    http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/herald/alem/jesus-exige-autorizacao-previa-para-liberar-novo-testamento

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 16:23

      Boa!

  2. Rafael comentou em 10/10/13 at 14:37

    Me lembra um filme pastelão do Steve Martin que ele faz um cineasta quebrado que usa essa técnica pra fazer seu filme, inclusive enganando um ator de verdade, vivido pelo Eddy Murphy, que acha que está sendo perseguido por uma conspiração, mas é só o diretor picareta o forçando a entrar no roteiro.

  3. Júnior comentou em 10/10/13 at 13:34

    Barcinski, sobre o texto do Alceu Valença, concordo com ele, e acrescento algo que acho muito importante, tanto que é a segunda vez que estou falando aqui: precisamos contar melhor a nossa história, e isso passa, é lógico, por biografias bem feitas. E eu tenho certeza absoluta que a maioria das pessoas que pretendem escrever biografias no país querem fazer um trabalho sério e bem feito.

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 13:35

      Esse é o ponto principal, na minha opinião. Não existe uma biografia do Pelé, do Sílvio Santos ou do Jorge Amado. Existe uma do Roberto Carlos, mas ele censurou. É esse tipo de memória que queremos deixar?

      • José AB. comentou em 10/10/13 at 13:41

        Há uma biografia do Silvio Santos sim, mas como disse um professor meu, é completamente chapa branca pq ele não menciona o “trampo” que teve que dar para ganhar a concessão do SBT.

        Chama-se A Fantástica História de Sílvio Santos… de Arlindo Silva…

        • MARCELO CIOTI comentou em 11/10/13 at 10:20

          Eu li este livro e ele conta como o Sílvio conseguiu a concessão do SBT,sim.Usou até a dupla Don e Ravel,
          famosos na época.Leia de novo.

      • José AB. comentou em 10/10/13 at 13:50

        Há uma cinebiografia do Pelé, a tal “Pelé Eterno”, mas é restritiva, até pq o próprio estava em divergência com Gérson.

        Aí fica aquela história contada aos pedaços, como no lance do segundo gol da final de 1970 contra a Itália que não é mostrado pelo problema do Rei com o canhota.

        • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 13:51

          “Pelé Eterno” foi feita pelo Massaini com o Pelé.

          • José AB. comentou em 10/10/13 at 14:05

            Sim Andre. Desconheço a história dele para ficar fazendo comparações do que foi apresentado entre o real e o fictício.

            Ficou bizarro “a narração heroica” da final da copa de 1970, vc não mostra um dos gols, apenas filma a mudança de números do placar.

            Nunca falei com o Pelé. Já conheci o Édson, que ele tanto fala, e é uma das pessoas mais gananciosas e falsas que já vi. Daquelas que sem saber o caso por completo, vc já fica do lado do adversário dele.

      • Júnior comentou em 10/10/13 at 15:08

        Mas nem tudo está perdido, já temos duas biografias do Edir Macedo, rsrs

  4. Bia comentou em 10/10/13 at 13:24

    André, li numa matéria da ilustrada que o Nasi ganha 10% do valor de capa da biografia feita pelo Beting… 10%? E o Beting leva quanto?

    Segue trecho:

    Nasi, que recebe 10% do preço de capa de sua biografia, “A Ira de Nasi” (Belas Letras), de Mauro Beting, diz que pagamento é justo. “Você está explorando a história e a imagem de alguém. É como se eu deixasse de receber por uma música minha gravada por outro.”

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 13:38

      Olha, Bia, não sei detalhes do contrato do Nasi, mas posso dizer que é RARÍSSIMO um autor ganhar mais de 10% do preço de capa. Vc tem de lembrar que quase metade do valor fica com as livrarias. Tirando os 10% do autor, mais todos os custos envolvidos – edição, revisão, arte, impressão, impostos, transporte, etc. – é claro que a margem de lucro das editoras não é tão nababesca quanto o Djavan supõe.

    • Trouble comentou em 10/10/13 at 15:18

      No concernente à opinião nasista, digo, de Nasi, deveria eu propor 10% sobre sua música “Bebendo Vinho”, vez que meu cachorro Vênus fora roubado?

      • Márcio Mello comentou em 12/10/13 at 16:19

        “Bebendo Vinho” não é do Nasi/Ira!, é do Wander Wildner, roqueiro gaúcho, antigo vocalista dos Replicantes …

  5. Marcel Augusto Molinari comentou em 10/10/13 at 13:17

    Será que esse tipo de filme, gravado nessas condições meio que irregulares, não geram um produto de qualidade muito inferior do que se tivesse sido rodado num estúdio? Eu acho que sim.

  6. Whoever comentou em 10/10/13 at 12:54

    Parabens ao Alceu!
    No Brasil puta goza, traficante é viciado, pobre é de direita, o passado é incerto e artistas exilados pela ditadura sao a favor da censura.
    Deprimente…

  7. Franklin Lima comentou em 10/10/13 at 12:49

    E daqui uns 100 anos, muitos desses “gênios” já terão sido esquecidos e não vai ter nem um e-book “empoeirado” no canto de uma livraria virtual para contar a estória. Ah, a ganância…

  8. André comentou em 10/10/13 at 12:39

    André, mudando de assunto: Acabei de chegar do show do magnífico Black Sabbath, em POA….não perde esse show, os caras estão imbatíveis, melhores do que nunca e o baterista destruiu, não deixou saudades do Bill Ward…destaque especial foi os pais levando os filhos de 10, 11, 12 anos, e por aí vai…não percam, vale cada centavo e cada segundo…

  9. Igor comentou em 10/10/13 at 12:16

    A comparação é perfeitamente cabível. O agentes do mercado editorial, assim como as gravadoras e os agentes do mercado fonográfico , ficam com a imensa parte do lucro. Pro autor, pro compositor, pro músico, sempre restou uma fatia pequena. Onde está o equívoco?

    A lei mencionada realmente favoreceu a uma enxurrada de artistas brasileiros. Mas o retorno econômico para o artista com a venda de discos sempre foi pequena. As gravadoras sempre esmagaram o artista.

    Assim as editoras faziam, e ainda fazem, com um escritor. 40 reais um livro. Já é um preço abusivo num país como o nosso. Quanto o maior comprometido intelectualmente ganha com isso? O sujeito que passou anos escrevendo? Resposta: pelo tradicional esquema ele é violentamente explorado pelas editoras, que detinham os meios de divulgação e distribuição, e covardemente deixavam o sujeito refém desse quadro.

    Assim como a internet está invertendo, e pela primeira vez fazendo alguma divisão justa de lucros, a lógica da indústria fonográfica, eu espero que ela faça o mesmo com o mercado editorial.

    Retomando o ponto polêmico, o pagamento para biografados. O teu livro sobre o Zé do Caixão foi um bom negócio pra ele. Quando eu era moleque a gente só conhecia o Zé do Caixão como apresentador do Cine Trash, e eu acho que o livro e o resgate da obra dele nos anos 90 e 2000, realmente prestaram um serviço melhor pro Mojica do que se tivessem dado dinheiro pra ele.

    Mas, penso eu, nada impede um cara que é objeto de uma obra de pedir uma compensação. O Nasi recebe pela biografia dele. Isso deve ser uma opção, e não uma imposição. Eu tirava 30% do lucro da editora, que só tem uma participação material, e encaminhava pro biografado.

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 13:03

      Estou justamente tentando explicar que o retorno não foi tão pequeno assim. Na verdade, muitos artistas da MPB recebiam pagamentos incompatíveis com a vendagem de seus discos, beneficiados pela lei do “Disco é Cultura”. Isso me foi dito – está gravado – por André Midani, chefão de Philips e da Warner.

      Comparar o que ganhavam músicos com escritores é errado.

      Nasi ganha pelo livro porque foi um projeto dele com os biografados, simples assim. É diferente de um livro não-autorizado sobre o Getúlio Vargas ou o Maluf, por exemplo.

      Sobre o livro do Mojica, os 10% da capa foram divididos entre ele, o Ivan e eu, assim como o adiantamento pago pela gravadora. Levamos cinco anos pra escrever o livro, que vendeu uns 7 mil exemplares (não tenho números exatos). O preço de capa era, se não me engano, de 30 ou 35 reais. Faça as contas: cada um de nós ganhou, por cinco anos de trabalho, 10 a 12 mil reais. Como você vê, autores realmente embolsam “fortunas” no Brasil.

    • Gus comentou em 10/10/13 at 13:17

      Faz sentido, desde que a opção pela compensação seja criteriosamente definida em lei e seja proporcional ao sucesso comercial da obra. Caso contrário, corre-se o risco do autor virar refém dos anseios econômicos do artista ou dos herdeiros, e a opção de compensação vai acabar virando uma censura velada.

  10. Marcelo comentou em 10/10/13 at 11:29

    Alceu foi ao ponto central: os biografados querem dinheiro das editoras.

  11. Adan Madruga comentou em 10/10/13 at 11:14

    Barça surgiu uma dúvida. Qual a diferença entre escrever uma Biografia e filmar um documentário sobre uma determinada pessoa? Existe a mesma carga de responsabilidade? Como autorização da “celebridade”, pagamento de Royalties ?

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 11:19

      Fazer documentários está tão difícil quanto escrever biografias. A burocracia para liberação de imagens, fonogramas, etc. é impenetrável. Fazer um filme sobre músicos ou cineastas é praticamente impossível, devido ao preço absurdo cobrado pelos detentores de direitos de imagens e fonogramas.

      • Max Demian comentou em 10/10/13 at 12:12

        Infelizmente no Brasil nunca poderemos ter um documentarista alá Michel Moore e um filme como “Fahrenheit 11 de setembro”. Quem ousa bater em um político poderoso sem receber nenhum processo contra sua pessoa. Nelson Rodrigues dizia que liberdade é mais importante que um pão, mas pelo jeito as autoridades do nosso país não entenderam isso.

        Obs.: Machil Moore é um cineasta que se pode questionar facilmente a ética nos seus filmes. Mas isso não impede os seus filmes de serem interessante do pressuposto que ele bate é nos magnatas e não em peixe pequeno.

      • Mitch comentou em 10/10/13 at 12:46

        Verdade! Anos atrás, pedi autorização para usar um poema de Manuel Bandeira em um programa educativo voltado para o público infantil, e o representante da família pediu nada menos que 10 mil reais.

        • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 12:57

          Acredito, é isso aí.

        • José AB. comentou em 10/10/13 at 14:46

          Isso é bizarro. Uma vez um conhecido quis fazer um trabalho de faculdade sobre o Germano Mathias!

          Veja bem: trabalho de faculdade! Acadêmico, ia além do campus! Sabe a resposta que ele ganhou do Germano?

          Qual o valor do cachê que eu vou ganhar?

          • José AB. comentou em 10/10/13 at 14:48

            desculpa: “NÃO ia além do campus”

          • Sandro Macedo comentou em 10/10/13 at 17:57

            Existe uma biografia sobre o Germano Mathias, é meio confusa mas gostei de ler.
            No livro mesmo o autor narra algumas dificuldades que teve com algumas particularidades do Germano, algumas fases ele dificultava a vida do escritor.

  12. João Gilberto Monteiro comentou em 10/10/13 at 11:09

    André, imagino que toda a epopeia para fazer a filmagem desse filme deva ser mais interessante que o filme em si, mas seria um novo filão interessante para o cinema, o uso de celulares e outras tecnologias para as filmagens. Sobre o texto do Alceu, assino embaixo!!!!

  13. renata comentou em 10/10/13 at 11:05

    André, queria ver também um documentário sobre essas filmagens. Desconfio que não tenha sido assim tão às escondidas como estão divulgando. Espero que pelo menos, seja um bom filme.

  14. Carlos B. comentou em 10/10/13 at 10:40

    Barcinski, vc já assistiu ao filme argentino “Fuckland”. Não sei se gravado realmente sem autorização das autoridades inglesas nas Malvinas (ilhas Fauckland), mas é bem legal. Um hermano desembarca por lá, munido de uma câmera digital, e começa a seduzir as moçoilas inglesas que encontra pela frente, para, segundo ele, repovoar as ilhas com argentinos!!!. Vale a pena, é muito engraçado

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 11:14

      Não vi, mas parece bem interessante. O nome é ótimo.

    • Wilson comentou em 10/10/13 at 11:36

      Me interessei. É pornô?

  15. Bruno de Souza comentou em 10/10/13 at 10:37

    Admiro, sempre admirei e continuarei admirando o grande Alceu Valença. Cara autêntico.

  16. Eder Coelho comentou em 10/10/13 at 10:31

    Barça. Acho que vc deveria adotar este formato: dois assuntos diferente por dia.

  17. Hugo X comentou em 10/10/13 at 10:19

    Me chamou muito mais à atenção o texto do Alceu.
    Destaco o parágrafo: “Eficiência e celeridade processual são princípios que devemos reivindicar para garantia dos nossos direitos. Evitar a prática de livros ofensivos e meramente oportunistas através do Poder Judiciário é uma saída muito mais eficaz e coerente com os fundamentos democráticos.”

    Sobre a primeira frase: Não há eficiência e celeridade processual no Brasil.
    Sobre a segunda: Quem e como se decide se um livro é “ofensivo e meramente oportunista”? Conceitos totalmente discutíveis.

    Eu, sinceramente, não vejo uma resposta óbvia para esse assunto. Haverá obras boas, honestas e haverá opotunistas atrás apenas do vil metal às custas das histórias dos outros.

    • F de I comentou em 10/10/13 at 11:03

      Se a justiça funcionasse aqui no Brasil, eu seria a favor de liberar as publicações, mesmo sem consentimento do biografado. Acontece que aqui somos “obrigados” a não concordar com isto por causa única e exclusivamente desse “feedback” de merda que as nossas leis e direitos nos oferecem.

      • Peçanha comentou em 10/10/13 at 12:35

        O lance da privacidade é apenas o pretexto, o que a associação pretende é garantir a remuneração dos biografados.

        • F de I comentou em 11/10/13 at 8:34

          Sempre, né?

    • Carlos comentou em 10/10/13 at 12:54

      Eu concordo com o Alceu Valença. Acho muito errado usar a ineficiência do Estado para justificar posturas antidemocráticas. Quem decide se um livro é ofensivo é o juiz, depois que a pessoa que se sentir ofendida procurar o Judiciário. É assim com qualquer conflito dentro da sociedade.

  18. Marcelo Lima comentou em 10/10/13 at 9:54

    Bela carta. O trecho que mais me impressionou foi ” já estava na hora de buscar meu filho no colégio”.

  19. Guilherme Rey comentou em 10/10/13 at 9:42

    Não me lembro onde, mas li uma crítica falando justamente que a história de como o filme foi filmado escondido dentro da Disney é mais legal do que a própria história do filme em si.

    E pelo que eu entendi, o objetivo do texto hoje é justamente discutir isso, até porque você ainda nem viu o filme.

    Mas prevejo um montão de comentários falando mal da Disney e de suas intenções malévolas de cooptar nossas criancinhas para um mundo de consumo sem limites.

  20. leonardo comentou em 10/10/13 at 9:41

    Pô Barça! Dois assuntos incríveis no mesmo post. Aí você me quebra, assim vou passar o dia lendo só sobre o quê você escreve.

  21. Cleibsom Carlos comentou em 10/10/13 at 9:33

    Fiquei curioso para assistir ao filme e não quero pré julgá-lo, mas este papo todo me pareceu marketing puro…É impressionante como as pessoas parecem acreditar em qualquer lorota! ” Se a lenda é mais interessante que os fatos, imprima-se a lenda”, já dizia aquele clássico antigo…

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 9:35

      Não é lenda, Cleibsom.

  22. Sandro Ribeiro comentou em 10/10/13 at 9:31

    Ideologicamente essa história caberia no livro “Como a Geração Sexo, Drogas e Rock’n’Roll Salvou Hollywood”. Embora não goste muito de terror fiquei bem curioso.

  23. José AB. comentou em 10/10/13 at 9:28

    Esse filme não é um que o cara recebe uma ligação informando que foi demitido e depois disso começa a pirar na Disney?

    Independente como a Bruxa de Blair. Parece interessante…

    • Peçanha comentou em 10/10/13 at 10:46

      Sim, é esse mesmo.

      • José AB. comentou em 10/10/13 at 11:53

        Bacana, parece interessante… e só.

        Há um filme francês ótimo chamado “O Corte” no qual um cara é chutado de uma empresa e começa a eliminar todos os possíveis concorrentes às vagas que ele se candidatava.

        Peçanha, mudando de assunto, você é aquele do Notícias Populares/ Os melhores do Mundo?

        • Peçanha comentou em 10/10/13 at 12:37

          Hahaha !

          Infelizmente não !

        • Seu Nélsu comentou em 10/10/13 at 12:52

          Ótimo mesmo, e dirigido pelo Costa Gravas.

          • José AB. comentou em 10/10/13 at 13:29

            Verdade. E eu nem tinha me ligado! Aliás, para quem não viu, inteirinho no youtube (pena que dublado, mas vou reclamar de tudo?)

            http://www.youtube.com/watch?v=ZBOsr5BIUSk

  24. Igor comentou em 10/10/13 at 9:23

    Excelente ideia, filmar em digital, baratear os custos de produção, fazer frente ao grande esquema de cinema. Ainda não caiu a ficha que as pessoas tem que usar a tecnologia, e não o contrário.

    Bom posicionamento do Alceu Valença, um dos maiores e mais subestimados artistas desse país. Só não concordo quanto à questão moral de pagar royalties ao sujeito da biografia. Tá usando o nome do cara, e nome é patrimônio, talvez o maior deles.

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 9:41

      Então me responda: se eu fizer um livro sobre o Bin Laden, preciso pagar aos herdeiros? Vc confunde a vida do cara com a obra dele. Se eu usar uma música do Chico Buarque, claro que tenho de pagar a ele. Mas pagar para escrever sobre a carreira dele? Não faz o menor sentido.

      • Igor comentou em 10/10/13 at 9:59

        Olha, não concordo com a transmissibilidade dos direitos autorais. Essa é uma questão que não faz realmente nenhum sentido. Sou formado em direito, e as justificativas pra essa prática variam entre bobagens e construções completamente ilógicas.
        Não é a vida do cara que está em questão. Uma biografia não é definitiva, é sempre uma tentativa de seleção de eventos da vida do biografado, com base em dados. Muitas vezes, no tempo, esses dados podem se mostrar equivocados, ou serem confirmados. Até mesmo novos dados podem servir a outras biografias, ou ao aperfeiçoamento do mesmo livro em outras edições.
        A questão é o nome. Claro que o biógrafo espera retorno financeiro, afinal despendeu tempo e trabalhou para concluir a obra. Mesmo que diga que está prestando um serviço a humanidade, em última análise ele quer lucrar um pouco em cima.
        E se lucra com o nome de outra pessoa, não vejo porque ele não pagaria uma quantia a ela. Supondo que o autor ganhe 20% do preço de capa, o que já é algo formidável no mercado editorial. O restante vai parar nas mãos de atravessadores, corporações, gente que não o mínimo envolvimento intelectual. Se a cadeia produtiva é justa, pagar ao biografado não é nenhuma imoralidade.

        • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 10:11

          Desculpe, Igor, mas vc está errado. O que vc chama de “atravessadores” são, na verdade, editoras, livrarias, revisores, diagramadores, custos de impressão, frete, etc. A margem de lucro em um livro é mínima. Já escrevi alguns livros, um vendeu muito bem para padrões brasileiros, mas o que ganhei nem começa a pagar um décimo do tempo que dediquei a ele. Não acredito que vc não consiga distinguir entre um relato histórico e jornalístico da vida de alguém e um livro ou produto que explore comercialmente a criação desse artista. São coisas completamente diferentes.

          • Igor comentou em 10/10/13 at 10:37

            Sim. Eu ia me esquecendo que o mercado editorial é formado por corporações altruístas, filantrópicas até, que operam no vermelho só pela vocação quase beneditina de proporcionar à humanidade o excelente prazer dos relatos “históricos” e “jornalísticos”. Muito bem lembrado. Minhas sinceras desculpas ao grupo Abril e à família Civita.

          • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 11:16

            Novamente, vc está tergiversando para fazer valer seu ponto. Ninguém falou isso. Faça o seguinte: procure se informar sobre a divisão de faturamento na venda de um livro e depois concluímos a conversa, ok? Para alguém formado em Direito, você parece não gostar muito de fatos.

          • Peçanha comentou em 10/10/13 at 11:01

            Desista Barcinski.

            Discutir com bacharel em direito é perda de tempo.

            Não querem aprender nada nem ensinar nada.

            Querem vencer o argumento.

            Quem passa por aqueles bancos acadêmicos torna-se incapaz de discutir o que quer que seja por um viés meritório. O debate é pelo debate. O uso das técnicas retóricas, a sagacidade, a verborragia e o domínio dos normativos se impõe à razão.

            Falo com “conhecimento de causa”. Abandonei essa área por não suportar os valores destas pessoas e a maneira idiossincrática que entendem o mundo.

          • David Marques Oliveira comentou em 10/10/13 at 11:17

            Sinceramente, acho que só uma coisa autorizaria a retirada de uma biografia, a mentira deliberada. Se o autor indica a fonte das suaas informações (entrevistas, documentos), deixa vender o livro. Agora, se ele inventa fatos, para difamar ou para melhorar a venda de seu livro, a coisa é diferente.

        • t. comentou em 10/10/13 at 10:28

          aproveitando que você é formado em direito, poderia tirar uma dúvida?

          se essa iniciativa dos artistas avança, porém a lei não define o conceito de biografia (o que é bem possível, tratando-se do nosso país), notícias de jornais, por exemplo, “caetano estaciona o carro no leblon”, poderiam ser interpretadas como pequenas biografias passíveis de autorização prévia? afinal, tá descrevendo /narrando a vida de alguém.

          sei que parece um tanto fantasioso, mas se no rio de janeiro vão prender as pessoas por formar quadrilhas, mesmo que elas não saibam que integram uma.

          • Igor comentou em 10/10/13 at 11:39

            t., na verdade o lobby do “Procure saber” é para a manutenção do dispositivo que já consta do Código Civil de 2002. O artigo protege o sujeito contra obras que atentem contra a esfera privada dele, revelando fatos que, segundo um critério subjetivo, podem incomodar o biografado. A redação da norma é discutível, porque em todo caso a vida dos milhões de indigentes é frequentemente exposta em veículos mais variados, mas a intimidade de artistas ricos, leia-se com acesso a advogados caros, é protegida aguerridamente pelas instituições. O buraco é mais embaixo. A justiça, não só no Brasil, é pra quem tem dinheiro. É assim em Genebra, em Maputo, em Seul, em todo lugar.

            Barcinski, eu sei que tu tens que defender teus interesses corporativos, mas o esquema de divisão de faturamento em cima de um livro, como um disco na época de ouro das gravadoras, é extremamente desfavorável ao autor. A popularização dos e-books pode inverter essa lógica, e estamos esperando pelos resultados disso.

            Peçanha, eu larguei o direito também. Realmente quase a totalidade das pessoas que passam pelo direito são imbecis. Mas o outro lado da moeda e que nas outras áreas não é muito diferente.

            Não é uma questão de quem está certo ou errado, esse dualismo é estéril. É bom aproveitar esses espaços para debater ideias, se houver ideias, e provar que essa porcaria tem alguma utilidade mesmo. O dissenso, a divergência, são como fisioterapia pro atrofiado órgão da imaginação.

          • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 11:50

            Não tenho de defender ninguém. Escrevi outro dia mesmo sobre a baixa qualidade da cobertura musical brasileira, então não venha me acusar de corporativismo ou coisa parecida. Não use o argumento covarde de desqualificar o interlocutor. Foi isso que te ensinaram na faculdade de Direito?

            E você está novamente errado ao comparar divisão de lucros de livros e discos. Em 1967 a ditadura aprovou uma lei – a lei do ICM, também conhecida por “Disco é Cultura” – que concedia benefícios fiscais imensos a gravadoras que lançassem discos de artistas nacionais. Pra resumir a história: boa parte da MPB foi bancada com dinheiro de isenção fiscal, e isso muito antes da Lei Rouanet. Mas vc não se interessa por fatos, não é mesmo?

          • Peçanha comentou em 10/10/13 at 12:33

            É bom manter a perspectiva da questão : o X é o pagamento pelo uso comercial da imagem do eventual biografado. O que a tal associação pleiteia é que em se mantendo a autorização prévia acarrete em remuneração ao biografado, como o Nasi diz que ocorre com o livro escrito pelo Mauro Betting.

            A maior parte dos argumentos aqui tem levado em conta a difamação/injúria/privacidade, que acho serem mesmo elementos que ensejam um debate justo.

            O que os “artistas” querem mesmo é a remuneração, coisa que o Alceu Valença entende, e eu tb, como imoral.

  25. Marcelo comentou em 10/10/13 at 9:11

    Tenho filho pequeno e é incrível o quanto os desenhos da Disney incentivam o consumismo (pra não dizer outras coisas) através de mensagens subliminares. Alguém não ligados a seitas deveria investigar isso.

    • Marcelo comentou em 10/10/13 at 9:19

      Alguém não ligado..Corrijo.

  26. Marco comentou em 10/10/13 at 9:11

    Hmmmmmm. Meu desconfiômetro atingiu 8 em uma escala que vai até 10…
    Será mesmo que a Disney preferiu se calar e permitiu que o filme fosse lançado assim, com um massiva campanha publicitária, sem reclamar de nada?
    Logo a Disney?
    Prevejo inúmeras teorias conspiratórias sendo lançadas junto com o filme.
    Baita divulgação!
    Mas enfim, dizem que o filme é interessante. Vamos aguardar.

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 9:15

      Que massiva campanha publicitária? Onde? O filme está sendo lançado em cinemas independentes,a campanha é na Internet.

      • Peçanha comentou em 10/10/13 at 10:52

        Realmente, não existe campanha publicitária dispendiosa neste filme. A repercussão tb foi fruto de “marketing de guerrilha”, por assim dizer : a partir da secretividade acerca do tema do filme quando anunciado nos releases do Sundance e posteriormente a notoriedade por ter sido realizado incógnito em suposta afronta a um grande player do mercado midiático.

        • Marco comentou em 10/10/13 at 16:37

          Espero o q que vcs não achem que a publicidade na internet seja gratuíta. Google, facebook, msn, twitter e etc agradecem.

    • Soares comentou em 10/10/13 at 9:32

      A Disney só está esperando o filme render muita grana e depois processar e ficar com toda a grana… Aguarde.
      Sobre o texto do Alceu, ele ganhou o meu respeito.

      • Igor comentou em 10/10/13 at 10:05

        O Alceu Valença estava esperando impacientemente por esse respeito.

        • Vithor comentou em 10/10/13 at 11:58

          Qta amargura… chupou um limão?

          • jAH comentou em 10/10/13 at 14:26

            – Frau Blücher!

  27. Preto comentou em 10/10/13 at 9:02

    espero que esse blablablá em torno do filme não seja só “marketing de guerrilha”, como foi “bruxa de blair”…comparar a filmes de cronenberg e lynch…não sei, não…é esperar pra ver.

  28. Ed comentou em 10/10/13 at 8:30

    A julgar pelos comentários no IMDB esse filme vai ser no estilo “ame ou odeie’

    http://www.imdb.com/title/tt2187884/reviews?ref_=tt_urv

  29. André Veiga comentou em 10/10/13 at 7:51

    Saindo do assunto – mas não muito – você viu as declarações do Alceu Valença sobre a polêmica das biografias? O cara supreendeu…

    • Andre Barcinski comentou em 10/10/13 at 9:15

      Vi ontem, tarde da noite. Já incluí no blog, achei sensacional…

  30. lila comentou em 10/10/13 at 7:25

    dentro do nosso congresso,isso sim ia ser estoria de horror absoluta…

    • jAH comentou em 10/10/13 at 9:25

      O problema é que a máfia lá, citando o autor do blog, não é do dendê. Quer dizer, até era, nos tempos de ACM, que provavelmente mandava cozinhar em azeite seus desafetos.

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