Ciclofaixa da Paulista: quem ganha mais, o povo ou o patrocinador?
06/09/12 07:05
Domingo foi inaugurada uma faixa para ciclistas na Avenida Paulista, em São Paulo.
Aos domingos e feriados, de 7 às 16h, o ciclista poderá percorrer 5 km ao longo da Paulista (2,5 km em cada sentido).
É um trajeto ridiculamente pequeno, mas digno de elogios devido à escassez de ciclofaixas na cidade. Que venham mais.
O que me chamou a atenção, mais que a inauguração da faixa, foi o fato de ela ter sido custeada com o patrocínio de uma empresa de seguros.
No site da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o texto que informa sobre a inauguração da ciclovia cita, logo no segundo parágrafo, o nome da empresa patrocinadora (veja aqui).
OK, sou a favor de parcerias entre o público e o privado. Mas o que está acontecendo em São Paulo já deixou de ser apenas uma “parceria”: a cidade está sendo doada a empresas privadas.
Os moradores de São Paulo não pagam impostos altíssimos? Então por que a prefeitura precisa de dinheiro privado para fazer uma ciclofaixa?
Não fui à inauguração da tal faixa, mas as fotos dizem muito: ciclistas passeando felizes, ao lado de “monitores” vestidos com camisetas da tal empresa e de placas com o logotipo da mesma.
Será que nada de bom e novo que é feito em São Paulo pode ser realizado só pelo poder público? Tudo tem de ser uma jogada de marketing? É tão caro para a prefeitura pintar uma faixa no chão e usar a CET para orientar os motoristas?
Há tempos, a cidade vem parecendo, cada vez mais, um shopping a céu aberto.
Como disse, sou a favor de o poder público fazer parcerias com empresas privadas. Mas as ruas são públicas, as ciclofaixas também, e não devem ser usadas como vitrine para ações de marketing de ninguém.
No Brasil, o limite entre o público e o privado está sumindo. E a razão é simples: nossos impostos são tão mal usados, que agradecemos quando uma empresa privada faz o que deveria ser responsabilidade do poder público.
Eu gostaria de pedalar numa ciclofaixa pública. Posso?
A Renata Falzoni no blog dela na ESPN falou de uma coisa ainda mais complicada e ridícula: o Banco Vermelho patrocina a ciclofaixa. O Banco Laranja patrocina um serviço de aluguel de bicicletas. Por conta disso, Banco Vermelho não permitiu que exista o serviço de bicletas alugadas na ciclofaixa, para que não seja feita propaganda do Banco Laranja na ciclofaixa do Banco Vermelho. Tenso.
Sério isso? Inacreditável.
Acha a ciclovia da Paulista pequena? Aqui em Porto Alegre foi inaugurada uma, com toda a pompa e circunstância, de exatos 416m!!!!
É pra bebê engatinhar?
Será que o prefeito Gilberto Kassab seguirá seu critério (vide o tal “Cidade Limpa”) e vai mandar retirar as placas da seguradora por poluição visual?
Boa pergunta.
Existe um certo romantismo em relação ao uso das bikes,como se os ciclistas fossem eternas vitimas do monstro automotor.Vejo diariamente ciclistas fechando carros,desrespeitando faixa de pedestre,cruzamentos,etc.Nunca fui atropelado por carros,mas por bicicleta já.
Claro, ninguém disse que ciclista é santo. A falta de educação impera.
Lembro que em Tel Aviv e Barcelona as bicicletas de aluguel são patrocinadas. Em Londres, vi alguns ônibus, daqueles de dois andares, envelopados com propaganda.
Também tenho minha teoria da conspiração: o post parece direcionado por uma empresa que fatura bastante com propaganda e que vê uma fatia do seu mercado caindo em outras mãos.
Não é porque outras cidades fazem errado que o Brasil precisa fazer também. Posso dar inúmeros exemplos de cidades onde isso não rola – Paris, Budapeste, Praga. E uma coisa é ônibus, metrô, etc. envelopado com propaganda, isso tem em qualquer lugar e qualquer empresa que pagar pode usar. É bem diferente de a cidade ceder algo que devia ser público para apropriação por uma empresa.
Se a cidade não deve ceder algo que é público para a propaganda, isso não vale para metrô e ônibus? Também são públicos, não?
Uma coisa é botar anúncio num sistema público de transporte. Outra coisa é uma empresa patrocinar toda uma iniciativa pública. É diferente. Um é anúncio, o outro é apropriação.
Acho que não é “incapacidade” de evitar a doação ao ente privado. Acho que é o caso de “gratidão”. Cala-te boca!
Daqui algum tempo só será possivel utilizar a estrutura que o estado oferece se o contribuinte estiver usando tal marca, produto ou serviço que tal empresa esteja patrocinando, aí vem a elitização.
Olha, falando em companhia de seguro, sabe aquela outra famosa, que começa com P de Porto? Pois é, tempos atrás ela simplesmente demoliu um casarão histórico, ao lado da Casa das Rosas – outro casarão muitíssimo bem conservado, diga-se de passagem. A demolição, devidamente autorizada pela prefeitura, aconteceu na calada da noite, em plena madrugada, provavelmente para evitar protestos ou manifestações. Moro ali perto, passo todo dia na porta. De um dia para o outro a casa estava no chão. E agora teremos mais um maravilhoso edifício comercial. No lançamento falava-se em R$ 20 mil o metro quadrado… O terreno podia ser integrado com a Casa das Rosas, aproveitando a área verde e criando um espaço agradável de convivência. Mas provavelmente vão optar por um muro e vigias em guarda-sol, tudo em nome da segurança
Barcinski, pelo menos o pessoal dessa empresa privada está ali, orientando ciclistas e motoristas, com um pensamento concreto em mente: o lucro advindo da publicidade e, por isso, eles não arredam pé da ciclovia. Se fosse um empreendimento público, eu lhe pergunto, qual o motivo que garantiria a preença do pessoal da CET e a manutenção, por parte da prefeitura, desse pequeno espaço? Sério! Pergunto, qual, aqui no Brasil, o motivo concreto que faz o servidor público e o Estado, cuidarem de nós fazendo o seu serviço? Eis o estado das coisas.
Mas o absurdo é justamente esse: já nos acostumamos com serviço público de péssima qualidade.
“Ciclofaixa” é uma invenção de Kassab para enganar paulistanos otários. Bota uns conezinhos ali, uns guardinhas aqui e acolá, funciona só de domingão e pronto. Os otários ficam todos felizes.
Quero ver é um prefeito (que certamente não será o kassab), fazer CICLOVIAS por toda a cidade. Aí a história vai ser outra. E eu seria 100% à favor: uma via EXCLUSIVA e SEPARADA do tráfego de carros e ônibus.
Mas isso demanda muito tempo. Tem que investir dinheiro e comprar uma briga feia com as empresas automobilisticas. Não vaia rolar.
Concordo. Ou ao menos incentivar de verdade o respeito ao ciclista. Fica essa história de: pode andar de bicicleta só quando é pra brincar.
Espero que essas “ciclofaixas de lazer” sejam um aperitivo para sua implementação definitiva. Não há mais lugar para alargar ruas para os carros. Pedágio urbano nenhum prefeito é louco de fazer, pois é suicídio político. Resta investir em ciclovias e transporte público. Será que a carrocracia deixa?
Pra começar, não deveria nem haver ciclovia, porque isso é criar a “carrovia”. A via não é só dos carros, mas com a ciclovia os motoristas acham que o resto é deles. A via deveria ser dividida civilizadamente entre todos os veículos, como aliás a lei já prevê. Mas essa lei não vale, a que vale é outra, conhecida como lei da selva ou lei do mais forte. E já digo que pelo que vejo, nem os ciclistas respeitam a sinalização e se acham mais fortes que os pedestres. Várias vezes vi ciclistas furando o sinal e ainda, claro, xingando os pedestres. Quando tá tudo errado, tá tudo errado. O patrocínio privado da ciclovia é só mais uma distorção.
Tem que ter bom senso para os dois lados. Sou a favor de mais bikes na ruas. Mas ruas é para carros também, certo dia estava no cruzamento esperando por 35 minutos para liberar, aguardando os ciclistas atravessarem na outra rua que cruzava. Eu não estava passeando, tem gente que trabalha nos finais de semanas. Seria mais justo se liberasse a pista aos poucos para os dois lados, como fazem quando os semáforos páram de funcionar e fica um carinha da CET organizando o cruzamento. Depois aparece um cara sem noção igual aquele do Porto Alegre atropelando vários ciclistas e vira um caos. Organização, por favor.
André, seria o marketing o mal do século? Sei que é exagero mas, veja o que o marketing fez com o futebol profissional por exemplo, deixou de ser um esporte apaixonante e tornou-se simplesmente um negócio que movimenta milhões. As eleições também, não é mais um processo democrático e sim um campeonato de publicidade. Na tv a cabo o cliente paga para assistir propagandas, até no cinema hoje em dia tem propaganda.
Concordo. Não sei se é o mal do século mas que estraga muita coisa, estraga.
A ciclofaixa é bem vinda, desde que bem estruturada. Existem ciclofaixas que são uma piada de péssimo gosto. Há dois meses inauguraram uma ciclofaixa no meu bairro, na região da Penha. Tem aproximadamente 8 km de problemas, pois quem conhece a Av. Tiquatira sabe o péssimo estado da avenida, cheia de buracos e imperfeições, acho que quiseram fazer da ciclofaixa uma pista de motocross também. Sem falar que a CET fechou quase todos os acessos para esta avenida. Para eu sair da minha casa de carro e passar para o outro lado da avenida, tenho que andar 4 km para achar o retorno, e ficar 30 minutos esperando o semáforo e o excesso de carros para fazer o mesmo que eu, mas no fim de semana, vejo todo mundo Pedalando feliz da vida. Talvez eu não aderir o slogan da ação Conviva.
“No Brasil, o limite entre o público e o privado está sumindo. E a razão é simples: nossos impostos são tão mal usados, que agradecemos quando uma empresa privada faz o que deveria ser responsabilidade do poder público.”
Perfeito.
Gosto e apoio a iniciativa da ciclofaixa. Mas ainda estou na dúvida se a Paulista é um local apropriado para ciclofaixa. A contradição da prefeitura e do Poder Judiciário no caso são gritantes. Quantas manifestações, comemorações são impedidas e reprimidas na Paulista devido a sua importância e centralidade na circulação na cidade. Sempre ouço: “é uma região com muitos hospitais”. No domingo da inauguração o trânsito de carros estava igual ao das noites na véspera de Natal. Tudo parado!
Não vejo problemas em ter patrocínio privado. O patético é patrocinar uma CICLOFAIXA de lazer que só funciona aos domingos e feriados, construída à base de algumas centenas de cones.
Se ao menos fosse o patrocinador do projeto da CICLOVIA definitiva, que necessita de investimentos em estudos, estrutura viária, educação, etc, aí seria mais compreensível e justificável.
Mas aí dá trabalho!
Barça, vc nao vai acreditar! A Tootsie (aquela do filme, mesmo) tá se candidatando à prefeitura de Vitória usando o nome Irini Lopes. Juro que é verdade. Olha no Google e me diz se não é ela.
Parece mais com o Laerte, o cartunista.
Irini Lopes? Aquela que implicou com a lingerie da Bündchen?
Essa mesmo!!!
Aproveitando esse papo de loteamento de espaços públicos da cidade, a prefeitura ameaçou fechar um parque, na mesma av. Paulista, porque perdeu o seu patrocinador(um banco). É um parquezinho tão pequeno, e mesmo assim a prefeitura dá a impressão de estar muito pouco disposta a mantê-la… A ciclovia deve ter um destino semelhante se esse patrocinador der no pé.
E os impostos são pra quê?
Os impostos são pra sustentar a corrupção , a burocracia inútil e os milhares de funcionários (ou seriam parasitas) públicos que passam o dia coçando o saco. Daí a necessidade de parcerias com a iniciativa privada para cumprir o básico. Lembrando que as empresas também pagam impostos, e muito. This is Brazil!!!
A parada é tão séria e ruim que só por volta de 11% da arrecadação municipal é livre de passivo, ou seja, livre pra investimento.
Conversando com um tributarista outro dia descobri que a constituição de 88 foi muito punitiva também com as cidades. Acaba sobrando apenas o IPTU e o ISS como forma de arrecadação.
Teoricamente a combinação das duas informações explica a tal da indústria da multa, a dependência cada vez maior e horrorosa do dinheiro privado. A apropriação citada no texto.
André, isso se assemelha ao que você vem dizendo ironicamente sobre ser otário e pagar inteira em eventos culturais. A mentalidade empresarial permanece a mesma de sempre e todo mundo só quer a valorização do próprio passe fazendo o mínimo possível e não ligando para as consequências. Democracia não é a escolha da maioria e sim o que é melhor para todos. São Paulo tem total condição de ter projetos de qualidade no âmbito exclusivamente público, mas qual a vantagem se dá para pagar meia?
Desculpe-me mas não vejo problemas com a iniciativa privada. Ela está fazendo algo de positivo (até quando é bom se reclama deles). A questão aqui é a reconhecida incapacidade de QUALQUER orgão público, projetar, organizar, coordenar, fiscalizar, implantar o que quer que seja de forma efetiva e dentro da gigantesca verba que é arrecadada pela Prefeitura.
Não há problemas com a iniciativa privada. O problema é que não há limite mais. O objetivo de uma instituição privada é claro e diverge do objetivo público de ter uma ciclofaixa.
Várias iniciativas de parceria, sumiço do poder público e principalmente da “responsabilidade pública. O povo não espera já a presença do governo em vários setores e o transporte é um deles. Em qq caso, sobre a ciclovia o fato é que ainda não se pensa no “coletivo” Porque a idéia da ciclovia é super legal mas ainda estamos falando de opções individuais de transporte – ainda que, insisto, nesse caso seja positiva, saudável, etc. Temos impostos altos e o incentivo do governo é sempre no sentido individual : imposto sobre carros novos em vez de tentar melhorar metrô, ônibus, etc.
Aqui em BSB o problema é outro. A tal ciclofaixa, que é na real uma picaretagem, por expor os ciclistas aos riscos de travessia de cruzamento enquanto lhes dá falsa impressão de segurança de uma ciclovia, agora é reivindicada pelos grupos de ciclistas, que sempre argumentaram em favor do transporte racional citando Amsterdam e bláblábla, para treinamento de atletas! Ora, quem conhece ciclovias em cidades onde funcionam, sabe muito bem que os ciclistas estão sujeitos a regras de trânsito, multas, e que elas se destinam ao deslocamento com segurança, não ao desfile de bikes de US$20.000 em alta velocidade. Não tenho nada contra ciclistas de alto nivel, mas não é preciso ser um gênio para entender que ciclovia, ou faixa, não é lugar de treinamento. Agora, vai falar isso para um deles.
A faixa da Paulista é “engraçada”. Passo todos os dias (sobre) ela para vir ao serviço; porém com meu veículo de duas rodas motorizado.
Deve ser por causa da novidade, mas reparem depois que colocaram aquele “tapete” vermelho sobre ela o número de carros que por ali travefaga diminuiu muito!
Temos uma faixa imensa também, que funciona na Av. Tiquatira, na zona leste da cidade, no mesmo horário. Ela serve exatamente como ligação para o parque que têm por lá.
Agora a “mais engraçada” de todos é a ciclofaixa que fica defronte a calçada da Dasprima… digo… Daslu. Para estacionar o carro, a madame tem de fazê-lo em cima desta ciclofaixa. Fora que, ao descer – sim é do lado da mão do motorista – a ricássa pode ser atropelada por uma possante de pedal!
Aqui, se não me engano, logo mais terá uma parceria do banco Ita(c)u para empréstimo de bikes.
Independentemente da procedência (pública ou privada), vejo com bons olhos as ciclofaixas. E aquele projeto de bike de bambu também é bem legal!
Em Moema era assim também, o motorista ao sair de seu carro era atropelado pelas bicicletas, sem direito a reclamar da falta de educação dos bikers (he). Mas após muita confusão se estabeleceu que o estacionamento só é permitido do lado oposto da via, onde não há a faixa. ainda assim vejo diariamente gente parando seu carro sobre a faixa. e Assim seguimos…
Acho legal também as bikes de material PET reciclado.
http://www.muzzicycles.com.br/
Não tem muito o que dizer. A avaliação ridícula do Kassab mostra o que nós paulistanos pensamos do nosso prefeito. O bom é que logo estaremos livres dele.
Estaremos livres dele, mas o pior é o que vem por aí… O pseudo-reporter-metido-a-justiceiro-de-discurso-vazio…
A questão que faço – juro que não estou tentando ser polêmico – é:
Dentre os candidatos que nos foram dispostos, tem * melhor?
* Entenda-se menos pior.
Esse ano tá osso…
Por isso que dá uma vontade de dar uma voadora no peito de quem fica falando: “Vote consciente…” “Escolha certo…” etc…
Tudo a mesma bosta!!
Exato!
É foda ser refém desse tipo de situação, mas no final, considerando o sistema eleitoral atual a solução é escolher o “menos pior” ou o mais preparado…
Tenho dito para os amigos que o nosso voto não é uma arma contra o mal político. É uma corda para nossa forca.
Estaremos livres dele e colocaremos um tão ruim quanto, basta olhar as opções que temos aí: cada um pior que outro.
Como é bom morar em Osasco!
Nao acho que tudo tenha que ser publico. So pra mencionar os exemplos que eu conheco bem. Em Londres as cilcofaixas a bicicletas publicas de aluguel sao patrocinadas (Barclay’s). Em uns 3 anos de parceria eles conceguiram transformar a cidade. O aumento do numero de bicicletas foi nitido. Em outros paises (Franca, Alemanha) as ciclovias sao publicas. Funcionam muito bem (especialmente na Alemanha). Mas os impostos la sao bem maiores que no Brasil. Alem de que as cidades sao bem menores que Sao Paulo, o que gera menor custo (pq causam menos obras, desvios de transito e mao de obra)
Concordo, mas eu não vi em Londres uma propaganda maciça da Barclays, ela não polui o trajeto do cidadão, pedestre ou ciclista.
As bicicletas sao tao cheias de propaganda quanto as do Itau. Quanto as ciclovias, eh pq talvez vc nao tenha visto quando elas foram lancadas – a propaganda foi em maca. Alem disso, nas chamadas “Barclays Cycle Superhighways”, vias de tranporte rapido de bicicletas, ainda tem muita propaganda. Ate pq a faixa eh pintada de azul, cor do banco.
Já em Paris não tem propaganda nenhuma, nem nas bicicletas de aluguel.
A tradição política e cultural da França jamais permitiria esse tipo de iniciativa. A gritaria seria gigantesca.
Exato. Enquanto a nossa tradição aplaude isso.
E eh por causa dessa tradicao que a Franca vai ser o proximo pais a cair depois da Espanha e Italia.
Tem uma diferença aí que precisa ser considerada. Os impostos lá são maiores, mas quais impostos são de fato municipais? Do pouco que sei, o IR francês come 50% do salário – não faço ideia de como seja a distribuição disso. Parece eficiente, de qualquer forma.
a ciclofaixa só opera aos domingos e feriados. Se fosse uma ciclofaixa para ser usada todos os dias duvido que o patrocinador colocaria sua marca ali, afinal seus clientes andam mesmo é de carro e andam de bikes só pra recreação.
Quem conhece São Paulo de verdade sabe que o número de bicicletas e motos – alternativos ao carro – nas ruas cada vez é maior.
Infelizmente podemos constatar isso pelo também aumento de acidentes com tais meios de transporte.
Especialmente na região central. Outro é o bom e velho skate. Meu assistente sempre usa. Mora no centro.
Bem lembrado, André! O que vemos cada vez mais não são parcerias, mas simplesmente publicidade. Afinal, qual foi a contribuição da empresa para a ciclofaixa? A tinta, como vc citou? Isso também ocorre em praças e jardins da cidade. Chega a ser constrangedor, tanto para o poder público quanto para a empresa, lotar de anúncios um local que pouco ou nada recebeu contribuição dos nossos ilustres empresários.
O prefeito da cidade loteou todos terrenos ainda vazios da cidade para grandes incorporadoras. Os que são ocupados por favelas, “misteriosamente” são atingidos por incêndios. Já foram quase 40 só esse ano.
Curiosamente esse fato já chamou a atenção da imprensa internacional enquanto a brasileira faz cara de paisagem…
Essa questão da ciclofaixa na paulista é apenas um pequeníssimo exemplo do que está ocorrendo. A cidade está sendo privatizada e destruída.
Verdade é que esse prefeito e quem o inventou nunca mais serão eleitos para nada. Mas acho que já é tarde demais…
André, vou discordar de você sobre a questão da utilidades dessas ciclofaixas. O paulistano já enfrenta um trânsito terrível durante a semana e quando chega o final de semana quando o transito deveria ser melhor a prefeitura inventa essas ciclofaixas criando mais transtorno que beneficios. É muito fácil pintar uma faixa vermelha na pista e falar que está ajudando o meio ambiente e etc. Se fossem construidas ciclofaixas de verdade eu até aceitaria, mas não como está sendo feito. E além disso que graça tem andar de bike na Paulista? As pessoas tem que exigir mais parques, areas verdes que são mais apropriadas para isso. Isso não passa de mais um engodo dessa administração. Outro dia passei em frente a outra ciclofaixa que existe na Berrini. Caos total no transito e você olhava a ciclofaixa, dava para contar nos dedos o numero de bikes. Lamentável.
Bom, mas numa cidade que quase não tem opções de lazer, andar os ridículos 2,5 km na Paulista pode ser uma opção.
Vou discordar (novamente?) Barça. Pode ser que a cidade até tenha opções de lazer longe do ideal; mas está longe de “quase não ter”.
O Kassab pode não ter sido dos melhores prefeitos – detalhe sou PTista até que me prove o contrário – mas em sua gestão, vejo uma cidade mais limpa, os parques e praças reformados e muito bonitos! Preste atenção, é difícil encontrar uma praça que esteja ao “deusdará”.
Tá bom, Felipe. Sugiro que vc vá à praça perto de onde eu morava, no cruzamento da Angélica com o Minhocão. Tá linda.
Risos.
Ali o problema é quem frequenta… não a praça.
Tá bom.
off topic(mais ou menos), mas já que o Felipe falou que a cidade está limpa, essa lei da Cidade Limpa é outra aberração, mas como é politicamente correta poucos falam contra. Ao invés de regulamentar eles simplesmente proibiram qualquer propaganda e pegam no pé de qualquer comerciante que tenha uma placa 10 cm maior que supostamente a lei manda. Parece que estou em uma cidade comunista. Além disso criou um monopolio estatal. Se vc andar de Metro vai ver que as estações estão cheias da anuncio. Ou seja no metro onde deveria ter informações de itinerario, turisticas, etc tem propaganda até no chão. Ai a lei da cidade limpa não vale? Absurdo..
Para você ver né, amigo Francisco… as leis são – literalmente – superficiais.
Tenho lembranças boas de passar pela Marginal Pinheiros com meu pai no carro e ver aquelas placas imensas de anunciantes, mash, bombril, etc… Bons tempos! Mas não tem como não dar a mão a palmatória, temos sim uma cidade mais limpa! Isto faz bem a nossa saúde, inclusive.
Concordo com o Felipe, se alguma coisa funcionou no Kassab foi o tratamento dado às praças. Inclusive conheci um funcionário da secretaria da área que me explicava o que aconteceu. Antes todos projetos de reforma e melhorias eram feitos pela próprio Departamento, o que tomava muito tempo e acabava atrasando outros projetos. Assim a verba destinada ao projeto se perdia pois as previsões para um ano não passam para o outro. Logo nada se implantava. Agora os projetos são terceirizados e a prefeitura se preocupa basicamente com a implantação, o que fez funcionar a coisa. Pensar um pouco empresarialmente, acho que não é tão ruim assim.
Já são dois contra um Barça, risos. Claro que tem algumas praças e parques que necessitam de cuidados, mas são mais escassos que em gestões passadas. Antes estes ambientes de recreação pública era horríveis!
Não podemos ser tão radicais como alguns comentaristas daqui que apontam um único problema e fazem dele uma tese de mestrado sobre os demais locais que estariam também como este apontado.
Un abrazo!
Radical é vc, Felipe, desculpe. Toda vez que pinta uma crítica à prefeitura vc vem falar das “praças limpas”. Parece um gravador.
É a única coisa que dá pra elogiar Barça.
Desde quando praça “limpa” é a boa praça? Pra mim, a boa praça é aquela que tem mais uso, em que a população se apropria de verdade do lugar. O Kassab é o rei do “não pise na grama”…
Kassabian ataca novamente. Sim! São Paulo nunca esteve tão bem! Se você tem viciados na rua, expulsa eles de lá e os espalha pela cidade toda! Se a favela incomoda, manda fogo nela e providencia rapidinho alvarás para a sua con$trutora preferida ($$). Os Vip$ se sentem incomodados com o barulhos de casas noturnas? Institui-se uma lei do silêncio que extirpe a vida noturna da cidade! São Paulo nunca esteve tão bem! A ‘alta’ aprovação do prefeito o prova!
Cara, como disse já aqui. Sou PTista até que me provem o contrário. Mas odeio este discurso de que foi, por exemplo, o governo do PSDB ou Democratas ou algo que o valha que colocou fogo na favela. Tem provas disso? Se sim me mostre… eustou curioso para vê-las.
Irmão, a discussão aqui é a conservação/instalação dos espaços públicos, como a ciclofaixa. Já começa por ai. O Kassab sim, fez um trabalho muito bom com elas. Moro perto de um parque e lá os equipamentos são novos e funcionam. A avenida Atlântica nunca esteve tão linda. As praças que passo pelo caminho idem. São lindas!
Fico até espantado em ver um prefeito preocupando-se com estas coisas ao invés de grandes obras de via para carros superfaturadas. Talvez isto explique a aprovação em baixa. O povo gosta de obra pra carro ficar estacionado em via pública, no trânsito! Que beleza!
E para finalizar, se quer um local invadido ou ilícito para a prostituição, uso de drogas, convívio com gente que não presta… vem comigo que eu conheço uns dá hora!!! 🙂
Felipe,
As praças sob a gestão Kassab estão indo bem?
Os parques, parece que não:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,nem-metade-dos-parques-da-prefeitura-foi-entregue-,915182,0.htm
Bom vamos lá.
Fico feliz que viva em Interlagos e por aí, em alguns outros lugares também, esteja tudo muito bem cuidado. Vivo em Moema ha 15 anos, sempre vivi em SP, e por aqui não vejo as coisas tão bem cuidadas não. Tenho parentes no Santa Cecília e no Centro Antigo e por lá também a coisa não tá como um parque cheio de jardins floridos, não.
Moema sempre teve uma vida noturna rica. Até a gestão do Kassab. Agora só zumbis passeiam por aqui depois de certa hora.
Não vou ficar citando as “maravilhas” desta gestão. E as críticas nada têm a ver com partidarismo. Não sou filiado e nem eleitor de partido nenhum. Acho profundamente nefasta essa polarização PT vs PSDB que acontece no Brasil (e, coligações a parte, parece-me que Kassab não é de nenhum dos dois, ou é?).
Na verdade na minha opinião o prefeito ser deste ou daquele partido pouca diferença faz no mundo todo. No Brasil, cujos partidos não tem sequer conteúdo programático ou os políticos não o seguem (salvo exceções), no entanto, faz menos sentido ainda. Não acredito em soluções políticas tomar partido como base para críticas.
O fato é que essa gestão é horrível em diversos sentidos e não porque o povo gosta de obra pra carro ficar estacionado e blá blá blá. É uma das gestões raras que conseguiram desagradar a todos os setores, menos o da construção civil, ou melhor, das grandes incorporadoras, que o adoram.
Sobre conhecer lugares de “gente que não presta, prostituição, uso de drogas”, não vou comentar. Creio que você é minimamente inteligente para perceber que não estava fazendo apologia a nenhuma dessas coisas. É que não se resolve problemas sociais simplesmente disseminando pela cidade o que estava concentrado em determinadas áreas. Há de se apresentar tratamento adequado para cada questão e não pretender esconder a sujeita às custas de porretadas.
Agora, gente que não presta? O estado empurra para a margem essas pessoas e depois vem um generalista qualquer ficar falando suas bobagens… entendo porque você gosta do Kassab…
então não faria sentido tomar partido como base*
ah meu amigo… e sobre as favelas. Basta ter uma construtora interessada na área, eis que se dá a combustão instantânea. E em velocidade ímpar, enquanto todos empreendedores, como eu, suam sangue para conseguir papelada, as construtoras de sempre conseguem liberação para seus condomínios poucos dias depois. Não é preciso provas, amigo. Não estamos em Jurisprudência. Precisa sim de alguma perspicácia.
Entendo que as soluções apresentadas pela prefeitura têm direção bairro centro, ou seja; o centro fora “deixado por último”. Creio também que este fato tenha ocorrido devido ao “câncer de porcarias” estar todo ali, realmente concentrado no centro – logo mais difícil de ser combatido. Há anos e a milhões de gestões atrás, São Paulo vêm tentando – através do Cidade Limpa (?) – erradicar todo tipo de porcaria. Algumas ações bem sucedidas, outras nem tanto.
“Tarzan” citastes aqui o “mais do mesmo”, o que na verdade nada me acrescentou. Achei suas informações baseadas em achismos, desculpe. Digo novamente: Acho LOUVÁVEL um prefeito tomar atitudes não populares que são benéficas para a cidade como um todo. P(L)oucos fazem isso!
Em relação as pessoas, em particular os brasileiros, digo que não sabemos nossos direitos e deveres. Como culpar o Estado por algo auto-induzido sei lá… como o vício? Qual a culpa do Estado se meu amigo injeta heroína? Agora certeza que o mesmo amigo, quando passar mal, vai falar também mal do local onde foi atendido… mal atendido.
Há anos o Estado não é mais nossa mãe. Vivemos numa época assim. Ou mudamos, através de voto consciente ou nos acostumamos!
Odeio discurso de socialista da PUC.
Daniel Boa Nova, refiro-me as praças já existentes. Não as em construção. Se formos reclamar de cada coisa construida em detrimento das não a lista de reclamações será BEM maior!
Sem mais.
E mais… se o Estado empurra a margem as pessoas como defini “que não prestam” e vossa senhoria faz questão das mesmas, convide-as para um chá em vossa residência.
Alguém que usa tanto lugar comum falando alguma coisa sobre “achismos” chega a ser engraçado. Alguém que julga um prefeito competente pela meia dúzia de praças que ele cerca de grades e mal cuida, falar sobre “achismo”, chega a ser triste.
Lugar comum: argumentar com o “convide o marginal para a mesa”. Outro: “foi o estado quem levou o sujeito a se viciar em heroína?”.
Argumentar com esse tipo de lugar comum é típico do generalista, que não pensa a fundo a questão, mas não gosta de perder debates – como se ganhar debate fosse o mais importante e não as soluções dos problemas.
Não é apenas uma a raiz do problema dos viciados. Mas amigo, não seja simplista. Os viciados expulsos da cracolândia, disseminados pela cidade a porretadas, não usavam heroína, não é? Aliás, no brasil, poucos são os usuários dessa droga.
Ali se usava crack. Muitos deles eram sim marginalizados pela sociedade. Não me eximo da responsabilidade – mesmo sendo alguém que já foi assaltado 5 vezes.
Claro que não convidaria os assaltantes para o jantar. Mas também não quero que se juntem como gado nas celas de prisões ou recebam o tratamento que pretende a prefeitura: porrete.
Não porque eu seja o maior defensor dos direitos humanos, mas porque trancafiar qualquer um naquelas condições, ou tratar doença com porrete, só piora a situação. Marginaliza ainda mais. Torna o assaltante em assassino. Consegue perceber com o seu pensamento raso?
Cuidar de praça não é popular? QUer dizer: de meia-dúzia de praças? É claro que é popular! Desde quando oferecer circo não é popular? Não só é popular como é populista também.
Socialista? Estou mais para anarquista… ou antarquista, se preferir.
Taí outro lugar comum: desviar o foco do debate, confundir com acusações.
Você é um péssimo argumentador, amigo! Sorte que não depende disso pra viver. Sorte que não é o seu voto que elegerá o próximo prefeito – não exclusivamente. Se bem que, com as opções que se tem, pouca diferença faz.
Fica aí com as suas pracinhas bem cuidadas. Tenho coisas mais sérias com que me preocupar. Inclusive a papelada que preciso resolver, e está pendente há 8 meses, por que o prefeito prefere o circo aplaudido pelos macacos.
Caro filho adotado de primatas que pega em cipó o dia todo… tu consegue ser mais chato do que eu.
Para uma cidade de 15 milhões de habitantes, temos pouco lazer sim.
Andar de bike na Paulista ou qualquer outro lugar da cidade é tão ou mais legal do que andar em parques. A bicicleta é um veículo como outro qualquer. Ando de bike e ando de carro e também concordo que as ciclofaixas detonam o trânsito. Mas atitudes desse tipo conscientizam as pessoas da necessidade de ciclovias na cidade urgentemente. Na Europa a maioria das cidades tem, nem vou falar de Amsterdam ou Kopenhagem que daí é pedir demais. A cidade precisa.
O que dizer então do bikesampa, parceria da prefeitura com um banco para aluguel de bikes que, além de permitir a exposição da marca pelas ruas de São Paulo, ainda cobra a bagatela de R$5 por 30 min?
Isso realmente foi o fim da picada. E tem gente pagando?